Autor Tópico: Governo Bolsonaro  (Lida 112462 vezes)

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Offline Gigaview

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1600 Online: 25 de Dezembro de 2018, 10:11:25 »
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1601 Online: 25 de Dezembro de 2018, 10:38:00 »

Bolsonaro lava roupa suja na beira do tanque; vídeo divulgado por assessoria é populismo bobo; eleito mimetiza Lula com sinal invertido


Por: Reinaldo Azevedo

Publicada: 24/12/2018 - 7:28



Bolsonaro pendura roupas no varal durante descanso em área da Marinha


Que interesse pode haver em um vídeo em que um homem lava roupa num tanque — segundo consta, roupa de mergulho? Bem, cumpre perguntar à assessoria de Jair Bolsonaro. O filme é de uma criatividade encantadora. Vê-se o presidente eleito, de bermuda cinza e camiseta azul, esfregando e torcendo duas peças. Em seguida, ele as dependura no varal.


Não há texto, não há contexto, não há nada. Nem romance sueco pós-moderno é tão minimalista. É pena que Lars Gustaffson, que escreveu “A Morte de um Apicultor”, não vá poder saborear a cena porque se foi em 2016. A rotina de Lars Westin, o apicultor que é personagem de seu romance, pareceria novela de cavalaria comparada ao vídeo que veio a público.


Bem, a coisa não teria interesse nenhum não fosse o fato de que se trata do presidente eleito. Opa! Esperem aí: aumenta a falta de importância, não é mesmo?


A intenção parece clara: demonstrar que Bolsonaro é um homem comum, simples, desapegado, que leva uma rotina como a nossa. Ele também lava roupa. E, creio, tenta-se demonstrar, adicionalmente, que não é machista. Quando John Bolton o visitou nem sua casa, no Rio, todos vimos a mesa bagunçada do café…


Bolsonaro passou o domingo numa área da Restinga da Marambaia, no Rio, que é administrada pelas Forças Armadas. É a região onde os torturadores e assassinos desovaram o corpo do deputado Rubens Paiva.


O eleito está com uma bolsa de colostomia e não pode mergulhar. Não se sabe de quem era a vestimenta que lavava.


Se um presidente assim o quiser, nunca tocará num trinco de porta porque alguém se encarrega de abri-la. Também não precisa gastar um miserável tostão com alimentação ou administração do lar porque o poder público se encarrega desses custos. Percebam o aparato de pessoas e veículos de segurança que acompanha Bolsonaro a cada vez que ele se desloca. O filme divulgado é demagogia populista. Há um exército de mordomos invisíveis cuidando de Bolsonaro e de sua família. A menos que ele não resista a um tanque ou que considere uma distinção moral lavar roupa, é evidente que há um batalhão que pode fazer isso por ele.


Espero que resistam à tentação de filmá-lo fazendo faxina nos palácios da Alvora e do Planalto a partir de 2 de janeiro.


Poucos se dão conta de que Bolsonaro tenta ser uma espécie de Lula no espelho. Também o presidente petista gostava de exibir a sua simplicidade, a sua origem humilde, o seu desapego, a sua informalidade. Ao mesmo tempo, não perdia uma só oportunidade de exibir os supostos marcos inaugurais de seu governo.


Bolsonaro mimetiza Lula — e o próprio general Augusto Heleno já destacou em entrevista essa proximidade, embora, claro!, tenha criticado o petista. Mas, como resta evidente, o presidente eleito espelha — e, pois, inverte — o sinal ideológico. Chegou a vez da versão de extrema-direita do homem do povo.


Para quem caça metáforas, uma fica à solta na imagem: Bolsonaro está lavando roupa suja. De quem?



https://www3.redetv.uol.com.br/blog/reinaldo/bolsonaro-lava-roupa-suja-na-beira-do-tanque-video-foi-divulgado-por-assessoria-e-populismo-bobo-eleito-mimetiza-lula-com-sinal-invertido/


Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1602 Online: 25 de Dezembro de 2018, 10:44:59 »
Citar
Bolsonaro passou o domingo numa área da Restinga da Marambaia, no Rio, que é administrada pelas Forças Armadas. É a região onde os torturadores e assassinos desovaram o corpo do deputado Rubens Paiva.

O que exatamente tem a ver o lugar onde ele foi passar uns dias de descanso com algo que aconteceu nos anos 70? Qual a relação do Bozo com a morte do Paiva?

O Dilmão tb passou férias em uma área da marinha quando estava no cargo, será que ela participou?


Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1603 Online: 27 de Dezembro de 2018, 10:27:47 »
Bolsonaro defendeu esterilização de pobres para combater miséria e crime


Em discursos e projetos no passado, presidenciável pediu ações para reduzir o número de filhos
11.jun.2018 às 2h00

Atualizado: 13.jun.2018 às 17h40

EDIÇÃO IMPRESSA (https://www1.folha.uol.com.br/fsp/fac-simile/2018/06/11/) ERRAMOS
BRASÍLIA

Ranier Bragon
O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL)


(https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/06/bolsonaro-culpa-agenda-e-recusa-convite-a-sabatina.shtml) apresentou projetos e defendeu em discursos nas últimas décadas a
esterilização dos pobres como meio de combater a criminalidade e a miséria.


No último dia 23, ele afirmou (https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/05/sob-vaias-e-aplausosbolsonaro-critica-postura-do-ministerio-publico.shtml) na marcha dos prefeitos a Brasília que estuda colocar no seu plano de governo uma proposta de planejamento familiar, mas não a detalhou.


“Não estou autorizado a falar isso, que botei na mesa, mas eu gostaria que o Brasil tivesse um programa de planejamento familiar. Um homem e uma mulher com educação dificilmente vão querer ter um filho a mais para engordar um programa social.”


Nas dezenas de discursos que ele proferiu sobre o assunto, na Câmara, nos últimos 25 anos, defendeu a adoção pelo Estado de um rígido programa de
controle de natalidade, com foco nos pobres.


Segundo o pensamento que manifestou nesse período, seria o caminho para a redução da criminalidade e da miséria.


No passado, Bolsonaro manifestou que programas como Bolsa Escola e Bolsa Família serviriam apenas para incentivar os pobres a ter mais filhos e, com isso, aumentar a fatia que recebem de benefícios.


“Só tem uma utilidade o pobre no nosso país: votar. Título de eleitor na mão e diploma de burro no bolso, para votar no governo que está aí. Só para isso e mais nada serve, então, essa nefasta política de bolsas do governo”, afirmou em novembro de 2013 no plenário da Câmara.


Em 1992, seu terceiro ano como deputado, ele já falava sobre o tema. “Devemos adotar uma rígida política de controle da natalidade. Não podemos mais fazer discursos demagógicos, apenas cobrando recursos e meios do governo para atender a esses miseráveis que proliferam cada vez mais por toda esta nação.”


No ano seguinte, voltou à carga, também na Câmara: “Defendo a pena de morte e o rígido controle de natalidade, porque vejo a violência e a miséria cada vez mais se espalhando neste país. Quem não tem condições de ter filhos não deve tê-los. É o que defendo, e não estou preocupado com votos para o futuro”.


Bolsonaro afirmava em seus discursos não acreditar que a educação pudesse solucionar os problemas do país.


“Não adianta nem falar em educação porque a maioria do povo não está preparada para receber educação e não vai se educar. Só o controle da natalidade pode nos salvar do caos”, disse em julho de 2008.


Segundo ele, a discussão sobre o auxílio governamental à população mais pobre entulharia o Congresso de projetos. “Já está mais do que na hora de discutirmos uma política que venha a conter essa explosão demográfica, caso contrário ficaremos apenas votando nesta Casa matérias do tipo Bolsa Família, empréstimos para pobres, vale-gás etc”, disse em 2003.

Em algumas das vezes que abordou o assunto, opinou que os pobres, por ignorância ou na expectativa de receber ajuda do governo, não controlam o número de filhos como os mais ricos.


“Tem que dar meios para quem, lamentavelmente, é ignorante e não tem meios controlar a sua prole. Porque nós aqui controlamos a nossa. O pessoal pobre não controla [a dele]”, afirmou em 2011.


A lei 9.263/96, que trata do planejamento familiar, proíbe qualquer ação com o objetivo de controle demográfico ou a indução individual ou coletiva à prática de esterilização. Ela estabelece como diretrizes ações preventivas e educativas para o livre exercício do planejamento familiar.


A esterilização cirúrgica voluntária —vasectomia ou laqueadura— é permitida apenas aos maiores de 25 anos ou, pelo menos, com dois filhos vivos, observados critérios como prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e a cirurgia, informação sobre a irreversibilidade do ato e não realização de laqueadura no período de parto.


27/12/2018 Bolsonaro defendeu esterilização de pobres para combater miséria e crime - 11/06/2018 - Poder - Folha https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/06/bolsonaro-defendeu-esterilizacao-de-pobres-para-combater-miseria-e-crime.shtml 4/4 Bolsonaro apresentou três projetos retirando praticamente todas essas restrições e reduzindo a idade mínima de esterilização para 21 anos. Dois foram arquivados e um está parado desde 2009.


Um de seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro, manifestou em rede social, em 2014, proposta de dar Bolsa Família só a quem se submetesse a vasectomia ou laqueadura. A Folha enviou perguntas sobre o tema à assessoria do presidenciável, mas não houve resposta. O vereador Carlos Bolsonaro também não se manifestou.



https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/06/bolsonaro-defendeu-esterilizacao-de-pobres-para-combater-miseria-e-crime.shtml

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1604 Online: 27 de Dezembro de 2018, 10:34:35 »
Bolsonaro: um mal menor, mas necessário na atual conjuntura


O fenômeno Bolsonaro à luz da Doutrina Social da Igreja (DSI)

setembro 25, 2018 · Analise de politico

Desde a redemocratização, o “Teatro das Tesouras”, protagonizado pelos grandes partidos políticos, tem tomado conta da política nacional. Sob a fachada de uma aparente oposição, políticos de alto escalão revezam entre si no poder, perpetuando a troca de favores e o aparelhamento estatal em função de interesses partidários e relegando a população ao segundo plano.

Em meio a esse cenário, Jair Messias Bolsonaro tem condensado em si, o clamor popular que nos últimos anos exige mudanças, abarcando em sua plataforma política pautas de clara oposição ao ideário revolucionário de esquerda, seja no âmbito moral, seja no da segurança pública, seja no econômico.

Às vésperas dessa eleição que, certamente, é uma das mais importantes da história da República Brasileira e a mais importante desde a redemocratização, surge a necessidade de analisar as propostas de Bolsonaro à luz dos princípios da Doutrina Social da Igreja (DSI) e das exigências que devem nortear a reflexão do católico ao decidir o seu voto. Essa é a proposta deste texto.

De plano, cabe refletirmos que, qualquer que seja o próximo presidente, a realidade temporal só será efetivamente transformada quando os católicos, buscando a santidade, lançarem a semente de Cristo no seio das instâncias sociais. Por essa razão, certa idealização ufanista que se tem feito em torno da figura do Bolsonaro não é saudável: ela revela, antes, a tendência de as pessoas depositarem a esperança da mudança na ação centralizada do governante, enfraquecendo a noção de responsabilidade individual.

Isso atenta contra o Princípio da Subsidiariedade, da DSI, segundo o qual as instâncias menores são preferíveis às instâncias maiores para a solução dos problemas. Dessa forma, tenhamos sempre a consciência de que o Reinado Social de Cristo depende eminentemente da santidade de nós leigos, em especial na criação e educação de nossas famílias, que são a pedra primeira e angular da sociedade, das quais virão futuros leigos, padres e políticos santos que contribuirão para a conversão do mundo.

Passemos, então, a analisar o candidato: O que pensa Bolsonaro sobre o aborto, ideologia de gênero, casamento gay, contracepção e homeschooling? Quais suas propostas para a educação pública? Como se posiciona quanto à segurança? Qual linha seguirá na administração da economia? E nas relações de trabalho? Como será sua política de relações exteriores?

MORAL

Aborto e ideologia de gênero
Em meio à tentativa iníqua do PSOL de legalizar o aborto sorrateiramente via STF, além da insistência de certos grupos em introduzir, à força, a ideologia de gênero na grade educacional das crianças, Bolsonaro tem se mostrado um homem de coragem ao combater tais pautas. Prova disso é que, dentre os presidenciáveis, ele foi o único a categoricamente afirmar que vetaria uma lei, aprovada pelo Congresso Nacional, que legalizasse o aborto, caso fosse Presidente [1]. De fato, as exigências da lei moral devem se sobrepor às decisões humanas injustas, mesmo quando tomadas pela maioria, e por isso Bolsonaro acerta nesse ponto. Sobre o assunto, diz o Papa São João Paulo II, na encíclica Evangelium Vitae (Sobre o valor e a inviolabilidade da vida humana):

“Quando uma maioria parlamentar ou social decreta a legitimidade da eliminação, mesmo sob certas condições, da vida humana ainda não nascida, assume uma decisão tirânica contra o ser humano mais débil e indefeso” [2].

Ademais, enquanto parlamentar, tem lutado ferozmente contra a ideologia de gênero no Congresso desde 2010, quando descobriu a introdução de material escolar com conteúdo sexual para crianças com o claro intuito de confundi-las precocemente sobre sua sexualidade e esvaziar a noção natural sobre homem e mulher, descaracterizando e pervertendo o momento próprio da infância [3].

Sobre o assunto, Dom Henrique Soares da Costa, Bispo de Palmares, em vídeo [4], orientou os católicos brasileiros a não votarem “de maneira alguma” em candidatos que apoiem a agenda da ideologia de gênero, dada sua incompatibilidade com os valores cristãos. Nesse sentido, inclusive, afirma o Papa Francisco, no documento Amoris Laetitia (Sobre o amor na família):

“Esta ideologia [a ideologia de gênero] leva a projetos educativos e diretrizes legislativas que promovem uma identidade pessoal e uma intimidade afetiva radicalmente desvinculadas da diversidade biológica entre homem e mulher” [5].

Família natural e casamento gay
A defesa da família natural, isto é, da comunhão de amor entre um homem e uma mulher que se unem em Santo Matrimônio e em cujo seio nascem filhos, sempre foi uma constante na Igreja Católica. Na contemporaneidade, contudo, surgiu a tendência de se equiparar moral e civilmente as supostas “diversas formas de união”, negando a dignidade única que brota da fecundidade e complementariedade que perpassam as relações entre homem e mulher. Sobre isso, diz o Papa Bento XVI:

“Nenhuma ideologia pode cancelar do espírito humano a certeza de que só existe matrimônio entre duas pessoas de sexo diferente, que através da recíproca doação pessoal, que lhes é própria e exclusiva, tendem à comunhão das suas pessoas. “ [6].

Quanto a esse tema, Bolsonaro, ao comentar sobre a decisão do STF de legalizar o casamento homoafetivo, mostrou-se inflexível: “o Judiciário, a exemplo do Supremo, tem avançado sobre a Constituição. Está bem claro na Constituição aqui: a união familiar é um homem e uma mulher. (…) Essas decisões aí só vêm a cada vez mais solapar a unidade familiar, os valores familiares: vai jogar tudo isso por terra”. [7] Ponto para ele.




« Última modificação: 27 de Dezembro de 2018, 10:38:41 por JJ »

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1605 Online: 27 de Dezembro de 2018, 10:35:02 »
Contracepção e esterilização


Noutro giro, o candidato falha miseravelmente quando o assunto é regulação da natalidade: na contramão do que ensina a DSI – e em grave afronta à lei moral –, Jair Messias Bolsonaro defende a esterilização e o recurso a métodos contraceptivos, com o intuito de controlar o aumento demográfico e desafogar os gastos públicos do Estado com programas sociais [8].

Quanto a isso, diga-se que o problema reside não só no próprio ato em si – a esterilização –, que é um pecado gravíssimo e enfraquece a comunhão matrimonial, mas também se dá na própria ação estatal: uma vez que a prerrogativa de controlar os nascimentos é conferida ao Estado, abre-se um precedente perigosíssimo para o agigantamento do Estado, que passa a se arrogar no direito de ter uma influência cada vez maior nos assuntos domésticos e familiares. Comentando sobre o assunto, o Papa Paulo VI, em sua encíclica Humanae Vitae (Sobre a regulação da natalidade), diz:

“Quem impediria os governantes de favorecerem e até mesmo de imporem às suas populações, se o julgassem necessário, o método de contracepção que eles reputassem mais eficaz? Deste modo, os homens, querendo evitar dificuldades individuais, familiares, ou sociais, que se verificam na observância da lei divina, acabariam por deixar à mercê da intervenção das autoridades públicas o setor mais pessoal e mais reservado da intimidade conjugal. ” (9).

Ademais, cabe notar que a consequência cultural da defesa dos contraceptivos e da esterilização é a legitimação gradual da prática do aborto. Isso porque a chamada “cultura da morte”, defensora do aborto, apregoa, como um direito, o “sexo livre”, dissociado da geração dos filhos. Ora, a ferramenta pela qual se assegura o “direito” ao sexo livre são os mesmos contraceptivos, já que evitam a gravidez. E posto o fato de que os contraceptivos são falhos, invoca-se, logo em seguida, que é “direito” da mulher abortar.

Com isso, resta que a noção segundo a qual o sexo é uma diversão, não tendo nada que ver com filhos, é o próprio postulado do qual emerge a defesa do aborto: se é um direito ter relações sexuais sem ter filhos, passa-se a fazer de tudo para assegurá-lo; e aí começa-se com o incentivo à contracepção e à esterilização; e finaliza-se com a matança de crianças, o aborto. Por isso, ponto negativo para o Bolsonaro.


Homeschooling e propostas para a educação


É evidente que a família deve ser defendida não só quanto à sua constituição, mas também quanto à sua autoridade. Isso porque é próprio de ideologias anti-cristãs a centralização do poder educacional e de influência sobre as crianças na entidade estatal, a fim de destruir a religião e retirar a autoridade dos pais sobre seus filhos. Sobre esse ponto, recente decisão do STF deixou de reconhecer o direito dos pais de educar seus filhos em casa (homeschooling) [10], o que mostra a urgência da questão.

Reafirmando a autoridade da família contra as tendências autoritárias de ideologias, afirma o Papa Pio XI, na encíclica Divini Illius Magistri (Acerca da Educação Cristã da Juventude):

“A família recebe portanto imediatamente do Criador a missão e consequentemente o direito de educar a prole, direito inalienável porque inseparavelmente unido com a obrigação rigorosa, direito anterior a qualquer direito da sociedade civil e do Estado, e por isso inviolável da parte de todo e qualquer poder terreno” (11).

Aqui, Jair Bolsonaro acerta, novamente: ele apoia o projeto de seu filho [12], o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que defende a regularização e inclusão no ordenamento jurídico brasileiro desse direito natural dos pais à educação de sua prole, que vem sendo tão questionado e até mesmo negado nos últimos tempos. Assim, a família, que tem o grave dever de transmitir sua fé, seus valores e seus ensinamentos a seus filhos, ficaria a salvo de qualquer intromissão estatal.

No que toca à educação pública, dois pontos de sua agenda chamam a atenção [13]: a luta contra a doutrinação ideológica, hoje tão comum em escolas e em universidades, cujo fim é o de formar crianças e adolescentes militantes revolucionárias e subverter a religião e os valores familiares; e o foco na educação básica, que, ao que parece, é o mais racional a se fazer, pois não se deve pretender dar uma formação superior caso não se tenha, ao menos, alfabetizado o indivíduo quando novo; mais uma vez, ponto para o Bolsonaro.


« Última modificação: 27 de Dezembro de 2018, 10:39:56 por JJ »

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1606 Online: 27 de Dezembro de 2018, 10:35:21 »
SEGURANÇA PÚBLICA


Uma das questões que mais preocupam os brasileiros é a segurança pública. Com uma polícia desencorajada e uma população amedrontada, o Brasil padece, anualmente, mais de 60 mil homicídios. Por isso, o discernimento do voto deve, necessariamente, passar por essa seara. Vejamos o que propõe Bolsonaro.


Legítima defesa e posse de armas


No Código Penal Brasileiro a legítima defesa está prevista como uma das causas de excludente de ilicitude, isto é, um ato que normalmente seria considerado um crime, por exemplo, “matar alguém”, torna-se permitido se praticado em legítima defesa. Por outro lado, é fato notório e inquestionável que, na prática, não existe direito à legítima defesa aos brasileiros: com bandidos cada vez mais bem armados e preparados, o cidadão não possui meios capazes de se defender, já que foi desarmado à força pelo Estado, por meio do Estatuto do Desarmamento, sancionado em 2005 por Lula.

Contra essa prática, que se traduz em expor ovelhas indefesas (os cidadãos de bem) a lobos armados (os bandidos), Bolsonaro apoia a proposta que revoga do Estatuto do Desarmamento, que está em tramitação na Congresso Nacional, o Projeto de Lei 3722/12 [14][15]. Assim, busca-se assegurar ao cidadão de bem o direito de possuir uma arma para a sua defesa pessoal. Ponto para ele.

Sobre a licitude moral da legítima defesa, cabe-nos recorrer ao Doutor Angélico, Santo Tomás de Aquino: “Do ato de defesa pode seguir-se um duplo efeito: um, a conservação da própria vida; outro, a morte do agressor” [16]. Por isso, excluída a intenção maldosa de matar, o ato de defesa, ainda que venha a produzir a morte do agressor, é lícito.


Valorização do policial e endurecimento das penas para criminosos


Assevera a Doutrina Social da Igreja que compete à autoridade temporal, isto é, ao Estado, a aplicação da justiça humana. Isso significa que a autoridade competente, em vista do bem comum do povo, tem o dever de valorizar e premiar comportamentos que se dão segundo a lei moral e, por outro lado, de punir e afastar do convívio social aqueles que ferem o seio da sociedade com seus crimes. Nessa esteira, diz o Catecismo da Igreja Católica [17]:

“§2266 O esforço do Estado em reprimir a difusão de comportamentos que lesam os direitos humanos e as regras fundamentais da convivência civil, corresponde a uma exigência de preservar o bem comum. É direito e dever da autoridade pública legítima infligir penas proporcionadas à gravidade do delito.”

Infelizmente, contudo, o que se tem passado nos últimos anos é um crescente relaxamento das penas: com variados mecanismos jurídicos de diminuição de pena e até de seu afastamento, condenados pela justiça acabam por receber um estímulo para se perpetuarem no mundo do crime – até porque, antes de serem vistos como bandidos, são tidos como “excluídos da sociedade”, “vítimas” do sistema, como se não tivessem tido outra opção na vida senão cometer crimes. Sobre essa complacência com criminosos, aliás, ensina o Venerável Dom Fulton Sheen (18):

“A falsa compaixão é uma pena. Porque ela não é mostrada ao assaltado, mas ao assaltante; não à família do assassinado, mas ao assassino; não à mulher que foi estuprada, mas ao estuprador”.

No plano de governo do candidato Bolsonaro, verifica-se uma plataforma robusta sobre a temática [19]: valorização do policial, através do investimento em equipamentos e em inteligência; proteção jurídica da atividade policial, garantindo que o policial não seja responsabilizado por mortes que eventualmente aconteçam quando da defesa legítima de inocentes e da sociedade; redução da maioridade penal para 16 anos; fim da falsa compaixão para com criminosos, direcionando os esforços das políticas de direitos humanos para a defesa da família da vítima. Ponto para ele.
« Última modificação: 27 de Dezembro de 2018, 10:41:48 por JJ »

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1607 Online: 27 de Dezembro de 2018, 10:35:38 »

ECONOMIA E TRABALHO


Na esfera econômica, o Brasil sofre com as mazelas das garras estatais: a) Burocracia sufocante, que castiga o empreendedorismo; b) carga tributária altíssima e complexa; c) legitimação ideológica e jurídica da ação de grupos terroristas, como o Movimento dos Sem-Terra (MST), que invade e saqueia fazendas e áreas rurais, prejudicando o pequeno e o médio agricultor; d) máquina estatal gigante, com excesso de empresas públicas e órgãos públicos; tudo isso, sem dúvida, faz com que a atividade empresarial seja quase impraticável no Brasil, mantendo-nos como um país que, embora detentor de grandes recursos naturais e perspectivas de desenvolvimento, exibe um alto índice de desemprego e pobreza.


Sobre o assunto, consta no plano de governo do candidato Bolsonaro interessantes medidas, sem dúvida urgentes no atual cenário [20], tais como: a) reforma tributária, com simplificação e diminuição dos impostos; b) privatizações; c) defesa da propriedade privada; d) reforma da previdência, com implantação do modelo de capitalização, o que, em resumo, impediria que o sistema quebrasse, como está ocorrendo hoje; e) flexibilização das leis trabalhistas, reduzindo o dirigismo estatal que, em excesso, acaba por ocasionar tantos empecilhos à contratação de trabalhadores que estes acabam se refugiando na informalidade; f) estímulo ao empreendedorismo, ao desburocratizar o processo para se abrir e fechar uma empresa. No geral, é perceptível que o Bolsonaro, orientado pelo experiente economista Paulo Guedes, optou por propor medidas de cunho abertamente liberal para a economia.


Para nós, católicos, resta-nos a seguinte reflexão: a interferência agigantada do Estado na economia acaba por impedir o próprio exercício saudável do trabalho e do comércio; por isso, ela deve ser combatida, e nisso acerta Bolsonaro. Por outro lado, contudo, em comunhão com os ensinamentos da DSI de que a economia deve se subordinar às exigências da lei moral e do bem comum da sociedade, os católicos devem se manter atentos para que medidas de liberalização do mercado, que são boas para o Brasil, não se tornem um pressuposto para que a economia se torne a única régua de medida para as relações sociais, como defendem os chamados “liberais”. Eis o que diz o Catecismo sobre a matéria:


“§2426 O desenvolvimento das atividades econômicas e o crescimento da produção estão destinados a servir às necessidades dos seres humanos. A vida econômica não visa somente multiplicar os bens produzidos e aumentar o lucro ou o poder; antes de tudo, ela está ordenada ao serviço das pessoas, do homem em sua totalidade e de toda a comunidade humana. Conduzida segundo seus métodos próprios, a atividade econômica deve ser exercida dentro dos limites da ordem moral, segundo a justiça social, a fim de corresponder ao plano de Deus acerca do homem.” (21).

Afirma, ainda, o Papa São João XXIII, na encíclica Mater et Magistra (Sobre a recente evolução da questão social à luz da doutrina cristã):

“O Estado, cuja razão de ser é a realização do bem comum na ordem temporal, não pode manter-se ausente do mundo econômico” (22).
« Última modificação: 27 de Dezembro de 2018, 10:42:54 por JJ »

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1608 Online: 27 de Dezembro de 2018, 10:35:58 »

RELAÇÕES INTERNACIONAIS - O "NOVO ITAMARATY"


Enquanto esteve no poder, o Partido dos Trabalhadores (PT) manteve relações de proximidade com países comunistas, principalmente da América Latina. Longe de almejar os interesses da nação, mas antes com o fim de privilegiar a ideologia socialista no território latino, os petistas realizaram negócios com ditadores comunistas que evidentemente prejudicaram o Brasil. Exemplo disso são os empréstimos concedidos durante os governos do PT, via BNDES, para as ditaduras de Cuba e Venezuela - ambas, aliás, ainda devem ao Brasil mais de 4 bilhões de reais, não tendo garantias de que conseguirão efetivamente pagar. [23] .Tal cenário é, no mínimo, revoltante, dado o estado de crise econômica pelo qual passa o Brasil.


Prometendo romper com essa abordagem, o candidato Bolsonaro, em seu plano de governo, propõe "o novo Itamaraty". Eis uma de suas promessas:


"Deixaremos de louvar ditaduras assassinas e desprezar ou mesmo atacar democracias importantes como EUA, Israel e Itália. Não mais faremos acordos comerciais espúrios ou entregaremos o patrimônio do Povo brasileiro para ditadores internacionais" [24].


Sem dúvida, o governo brasileiro precisa, antes de tudo, servir ao bem comum de seu povo, rompendo com certa abordagem ideológica da máquina pública, tão comum nos governos dos últimos anos. Ponto para o candidato.


« Última modificação: 27 de Dezembro de 2018, 10:44:12 por JJ »

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« Resposta #1609 Online: 27 de Dezembro de 2018, 10:36:30 »
CONCLUSÃO


Jair Messias Bolsonaro apresenta-se como uma opção atraente. Se, dentre os presidenciáveis, tem-se, por um lado, a postura indiferente quanto às questões morais, encarnada pelo candidato João Amoedo [ver análise feita pelo ISPA], e, de outro, candidatos revolucionários, como Haddad, Ciro e Boulos, Bolsonaro se apresenta como aquele que, sem descuidar da parte econômica, reúne propostas importantes do ponto de vista moral e da segurança pública.

Cumpre citar as exortações feitas pelo filósofo tomista brasileiro Carlos Nougué a respeito das eleições, em citação ao Padre Villada sobre as eleições espanholas, e com referência ao papa São Pio X:

“Os indivíduos particulares, diz – dos partidos políticos poderão ser piores uns que outros, e às vezes talvez alguém pertencente a um partido mais avançado poderá ser menos mau que outro pertencente a um partido mais conservador; mas sempre será de si menos mau ou mais tolerável o que em seu programa de governo se mostre menos perseguidor da Igreja" [25].

Sendo assim, os católicos, regulados pela virtude da prudência, devem procurar o candidato melhor - ou o menos pior - consideradas as circunstâncias. Com efeito, há a possibilidade de se ter de optar por um mal menor, já que, na ausência de um bem, não é lícito calar-se e permitir que o mal maior se estabeleça. Assim sendo, Bolsonaro, ao defender diversas pautas urgentes para a tutela do bem comum, mostra-se não só viável aos católicos, mas necessário na atual conjuntura – ainda que não se possa ignorar seus graves defeitos e, também, os seus maus exemplos e rudezas, os quais nem caberia citar aqui, pois são de conhecimento público.

“Se houver sociedade que não procure senão as vantagens externas, vida cômoda e delicada, se tiver por praxe pôr a Deus de lado na administração da coisa pública e descurar das leis morais, desvia-se perfidamente do seu fim e das prescrições da natureza e, mais que sociedade e comunidade de homens, é uma imitação enganosa e um vão simulacro da verdadeira sociedade” Sapientiae Christianae (Sobre os deveres principais dos cristãos) – Papa Leão XIII [26].

Adendo: Buscou-se, através deste texto, levar luz à consciência dos católicos mediante a análise dos principais pontos da plataforma política do candidato Jair Messias Bolsonaro. Por óbvio, dada a brevidade que se espera de um texto como este, não foi possível uma análise completa e pormenorizada de todos os pontos de sua agenda, faltando, por exemplo, propostas positivas dele, tais como: a) oposição ao ativismo judicial (ver texto do ISPA sobre o tema); b) proposição e aprovação da Lei do Voto impresso, garantido lisura às eleições (27); c) oposição às imposições da ONU que ameaçam a soberania nacional (28); d) oposição à regulação da mídia, que poderia ensejar ditadura e cerceamento da liberdade de expressão (29). Para maior conhecimento, ver o seu plano de governo, que, aliás, serviu em grande parte para a elaboração deste texto.

Leandro Campos

Referências bibliográficas

(1): https://noticias.gospelprime.com.br/o-que-os-candidatos-a-presidencia-pensam-sobre-aborto/

(2)http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25031995_evangelium-vitae.html

(3) https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=ED38BZXcV9c

(4)
(5)http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/apost_exhortations/documents/papa-francesco_esortazione-ap_20160319_amoris-laetitia.html

(6)http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20030731_homosexual-unions_po.html

(7) https://noticias.terra.com.br/brasil/politica/bolsonaro-sobre-casamento-gay-nao-querem-igualdade-e-sim-privilegios,99ff52d635aae310VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html

(8)
(9) https://w2.vatican.va/content/paul-vi/pt/encyclicals/documents/hf_p-vi_enc_25071968_humanae-vitae.html#_ftn15

(10) http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4774632&numeroProcesso=888815&classeProcesso=RE&numeroTema=822

(11) https://w2.vatican.va/content/pius-xi/pt/encyclicals/documents/hf_p-xi_enc_31121929_divini-illius-magistri.html

(12) http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2017117

(13) http://static.congressoemfoco.uol.com.br/2018/08/Programa-Jair-Bolsonaro.pdf – p.41.

(14) http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=541857

(15) http://static.congressoemfoco.uol.com.br/2018/08/Programa-Jair-Bolsonaro.pdf – p. 32

(16) Summa theologiae,2-2, q. 64. a. 7. c: Ed. Leon. 9, 74.

(17) Catecismo da Igreja Católica, Edições Loyola, 2013, §2266.

(18)
(19) http://static.congressoemfoco.uol.com.br/2018/08/Programa-Jair-Bolsonaro.pdf – p. 32

(20) http://static.congressoemfoco.uol.com.br/2018/08/Programa-Jair-Bolsonaro.pdf – p. 17; p. 50 a 67

(21) Catecismo da Igreja Católica, Edições Loyola, 2013, §2426.

(22)http://w2.vatican.va/content/john-xxiii/pt/encyclicals/documents/hf_j-xxiii_enc_15051961_mater.html

(23) https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/09/presidente-bndes-diz-que-emprestimos-para-cuba-e-venezuela-foram-um-erro.shtml

(24) http://static.congressoemfoco.uol.com.br/2018/08/Programa-Jair-Bolsonaro.pdf - p. 79

(25)https://www.facebook.com/santatradicaocatolica/photos/s-pio-x-e-as-elei%C3%A7%C3%B5ess-pio-x-escreveu-aos-cat%C3%B3licos-espanh%C3%B3is-que-devemos-votar-/2471594316399758/

(26) http://w2.vatican.va/content/leo-xiii/en/encyclicals/documents/hf_l-xiii_enc_10011890_sapientiae-christianae.html

(27) http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/06/camara-aprova-pela-primeira-vez-emenda-de-jair-bolsonaro.html

(28) https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2018/noticia/2018/08/18/bolsonaro-diz-que-vai-tirar-brasil-da-onu-se-for-eleito-presidente.ghtml

(29) http://static.congressoemfoco.uol.com.br/2018/08/Programa-Jair-Bolsonaro.pdf – p. 27




http://www.ispabrasil.com/blog/bolsonaro-um-mal-menor-mas-necessario-na-atual-conjuntura



« Última modificação: 27 de Dezembro de 2018, 10:44:26 por JJ »

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1610 Online: 27 de Dezembro de 2018, 10:52:12 »
https://youtu.xxquaquaquaquaqua/IEoxZaxkkkkkk   



Mavimento Brasil Liberalóide Enganação Mentiras a Rodo,  livro de cabeceira:


“Acredite, Estou Mentindo – Confissões De Um Manipulador”






« Última modificação: 27 de Dezembro de 2018, 11:16:42 por JJ »

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1611 Online: 27 de Dezembro de 2018, 11:01:53 »


Ryan Holiday, o homem que manipula a mídia dos EUA


Seu livro “Acredite, Estou Mentindo – Confissões De Um Manipulador” acaba de chegar ao Brasil. Para ele, o único jeito da mídia parar de ser manipulada é que as pessoas se importem menos com a velocidade das notícias


por João Mello


"Nota do Editor:

Uma versão antiga desse artigo continha citações de Ryan Holiday. Sr. Holiday, que escreveu um livro sobre manipulação da mídia, posteriormente admitiu que mentiu para o repórter e vários outros jornalistas. Ele diz que não possui uma vitrola”.

É assim, com esse pedido de desculpas embaraçoso, que o site do New York Times sucumbiu a Ryan Holiday. A reportagem era sobre discos de vinil e Ryan aparecia como um colecionador. A farsa faz parte de seu experimento empírico para provar a fragilidade e incompetência dos veículos de informação e mostra bem como ele operava – podia ser um blog pequeno, podia ser o jornal mais tradicional dos EUA, o lance era mostrar como os repórteres, quase sempre por preguiça ou pressa, se deixavam levar sempre pela mesma equação: notícia que vai gerar mais cliques no período de tempo mais breve possível. Assim como fez com o NYT, ele também trollou o site da rede de televisão CBS ao inventar uma história que foi publicada na matéria “5 casos vergonhosas de escritório que vão te deixar boquiaberto”. Quando o site do MSN estava escrevendo um artigo sobre “a etiqueta do resfriado”, eles não tinham tempo hábil para checar se a história contada por aquele tal de Ryan Holiday (ele nunca se importou em dizer o nome verdadeiro) sobre um colega de trabalho do Burger King ter espirrado em cima dele durante o expediente era verdade - e lá está o pedido de desculpa até hoje.

Evidente que essa pressa/preguiça dos repórteres é apenas um reflexo de um sistema muito maior, que envolve publicidade, ganância e a busca desenfreada pelo furo – tudo isso, claro, também não está isolado e é fruto de uma sociedade hipersônica que venera a velocidade antes, muito antes da qualidade. E é esse panorama maior que interessa a Ryan. Seu livro “Acredite, Estou Mentindo – Confissões De Um Manipulador” já está à venda no Brasil e a GALILEU conversou com ele para discutir um tema manjado (não é novidade pra ninguém que é preciso ter um pé atrás com tudo que se lê por aí, inclusive isso aqui) de um ponto de vista bem pouco manjado (pouca gente tem acesso a esses bastidores).

Ryan tem 25 anos, estudou Ciência Política na faculdade e hoje ganha muito dinheiro como marqueteiro. Na entrevista feita por email, ele mostra o que o faz ser um mestre da manipulação: toda pergunta que pedia um exemplo prático de mentiras que ele plantou na grande mídia foi deixada em branco. Nada como uma platéia curiosa para atrair mais público - ou vender mais livros. 



Restante veja no link:


http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI329004-17770,00-RYAN+HOLIDAY+O+HOMEM+QUE+MANIPULA+A+MIDIA+DOS+EUA.html

Offline Fenrir

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1612 Online: 27 de Dezembro de 2018, 11:17:21 »
Citar
mas sempre será de si menos mau ou mais tolerável o que em seu programa de governo se mostre menos perseguidor da Igreja"

isso aí ja resume a análise toda
e todo aquele lero-lero é só decorativo, mero rodeio
« Última modificação: 27 de Dezembro de 2018, 11:20:47 por Fenrir »
"Nobody exists on purpose. Nobody belongs anywhere. Everybody's gonna die. Come watch TV" (Morty Smith)

"The universe is basically an animal. It grazes on the ordinary. It creates infinite idiots just to eat them." (Rick Sanchez)

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1613 Online: 27 de Dezembro de 2018, 11:33:44 »

“Confundir política externa com lacração é coisa de amadores”

Brasil  27.12.18 10:25


Melhor do que examinar a pesquisa Datafolha sobre se o Brasil deve dar “preferência ao governo americano do que a outros países”, é ler o artigo de William Waack sobre a bobagem de confundir política externa com “lacração digital”.


Leia o trecho:



“O estilo Trump de disparar a metralhadora verbal primeiro e depois ver o que aconteceu talvez sirva aos interesses americanos. A longo prazo, duvido – ou vão dizer que a renúncia do general James “Mad Dog” Mattis do Pentágono, decepcionado com Trump, foi gesto de um esquerdista tresloucado infectado pelo globalismo? No caso do Brasil, imitar Trump incentiva a caricatura de quem entra bancando o fortão no salão cheio de bandidos e na hora de sacar o 45 possui apenas uma pistola de plástico.


Memes de política externa, como estamos produzindo, têm sérias consequências raramente visíveis a curto prazo. O novo governo briga com os acordos de Paris como se fossem a causa de qualquer atraso no pujante agronegócio brasileiro, deixando para o Chile (um país de esquerda?) realizar a conferência preparatória que esnobamos aparentemente sem ter gastado dois minutos calculando custos e benefícios diplomáticos. A promessa de transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém é outra postura que gera grande tráfego nas redes sociais, mas que faz qualquer estudioso de política externa em qualquer lugar perguntar o que, afinal, se pretende conseguir com esse gesto.


Confundir política externa com gestos fortes e lacração é coisa de amadores. Ampliar o poder nacional, explorar a posição geográfica, formar alianças (sim, em algum momento elas podem requerer algumas renúncias, coisa que Trump parece incapaz de entender, como assinalou Mattis) e definir muito bem o que são os próprios interesses são o ponto de partida de qualquer formulação para trazer resultados, que não são tão imediatos quanto os políticos fascinados por redes sociais gostariam que fossem.


Em outras palavras, política externa é função de pensamento estratégico. Pensamento que fica prejudicado, assinalava o velho Kissinger, quando o governante está muito preocupado com o número de visualizações e os “likes” nas suas redes sociais.”


Alguém precisa explicar aos pitbulls que Waack não é de esquerda.



https://www.oantagonista.com/brasil/confundir-politica-externa-com-lacracao-e-coisa-de-amadores/?utm_source=OA&utm_medium=leiamais&utm_campaign=interna&utm_content=3



Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1614 Online: 27 de Dezembro de 2018, 11:35:04 »




Uma  boa bordunada nos bolsominions lacradores de facebook.     :hihi:



Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1615 Online: 27 de Dezembro de 2018, 11:40:21 »


"Alguém precisa explicar aos pitbulls que Waack não é de esquerda."



Bolsominions  não tem a capacidade  de entendimento necessária para isso. 



Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1616 Online: 27 de Dezembro de 2018, 11:51:15 »
BOLSONARO, A DIREITA E AS ELEIÇÕES

PARTE I


As eleições que se aproximam, como sempre acontece, põem para os católicos preocupados em agir sempre de acordo com preceitos da Fé e da Caridade, bem como da prudência, o problema prático de escolher, dentre o possível, a melhor opção para o bem comum. No mais das vezes a escolha acaba recaindo sobre o mal menor, o que é legítimo, desde que não se trate de um candidato ligado a partidos diretamente contrários à doutrina da Igreja, como os partidos socialistas de todos os tipos. Sobre o assunto, recomendamos a nossos leitores o excelente sermão do Pe. Daniel Pinheiro, do Instituto do Bom Pastor (Clique aqui para ler o artigo https://missatridentinaembrasilia.org/2014/08/07/sermao-o-catolico-e-as-eleicoes/  ).
Queremos, porém, oferecer hoje a nossos leitores uma outra série de considerações, mostrando os perigos que podem esconder-se sob as opções oferecidas aos católicos, pois muitas vezes na história o mal menor acabou por transformar-se numa grande tragédia.
Nota do Editor


1. Introdução


Com o evidente fracasso da esquerda e suas consequências catastróficas na sociedade, surgem obviamente aqueles que – sobretudo em época de eleições –, se apresentam como opositores de sua agenda e como a única solução para a desordem hegemônica. Assim se apresenta agora, por assim dizer, a direita, que no Brasil parece encontrar no candidato Jair Bolsonaro seu principal representante.

No entanto, quando se observa mais atentamente esses que se apresentam como opositores e solucionadores da desordem, compreende-se que esses não passam de uma versão mitigada da mesma corrente a qual dizem se opor. Fazem parte de um jogo. Muitos – não raro demonstrando verdadeiro desespero e histeria – alegam que é preciso votar nessas pessoas sob pretexto de ser o mal menor e de haver obrigação moral de o fazer, sob pena de ser favorecedor do comunismo, nova ordem mundial ou do raio que o parta.

O candidato que tem sido apresentado nessas condições nessas eleições é, evidentemente, Jair Bolsonaro.

Muitos católicos – escandalizados e cansados (e com motivo) da corrupção em todos os sentidos (religiosa, moral, cultural e política) propagada pela esquerda na sociedade – infelizmente são levados a votar ingenuamente em candidatos como Bolsonaro ou outros que se apresentam como verdadeiros opositores dessa corrupção.

No entanto, como vamos mostrar nesse artigo, Bolsonaro não parece se opor ao “jogo” de corrupção da sociedade, mas é uma das peças mesmas desse jogo. Aliás, como toda direita.

Ainda que reconheçam defeitos nesses tipos de candidatos, muitos dizem que eles seriam o mal menor, e por essa razão seria lícito fazer militância a seu favor.

Além disso, creem ingenuamente que o voto realmente conta.

Ora, não foi consenso da direita que as urnas eletrônicas foram manipuladas à favor de Lula e Dilma Roussef nas últimas eleições? Se Bolsonaro vencer nas próximas eleições, por que não será também devido a uma manipulação das urnas? Curioso.

A questão toda é ver o jogo que está por trás, jogo que a direita, por assim dizer, faz há séculos.

Um vídeo com o trecho de uma palestra do Prof. Orlando Fedeli, aliás, é bem elucidativo nesse sentido:
De qualquer modo, os católicos defendem o Reinado Social de Nosso Senhor Jesus Cristo como ensina o magistério da Igreja. No entanto, Cristo não reinará na ordem social e política sem antes reinar nos corações das pessoas que constituem essa sociedade. Não é um regime político melhor ou menos pior que irá melhorar a sociedade. Eis o erro, por exemplo, de grande parte dos tradicionalistas franceses que acreditam que, se houver uma monarquia restaurada na França, esta se tornará novamente católica (como se fosse o regime político que causasse as conversões). Ao contrário, é a Igreja Católica reinando nos corações que é causa da monarquia (ou de alguma outra forma de governo legítima) e de uma ordem social equilibrada. Portanto, nas atuais condições, a atuação política é ineficaz, uma vez que o problema da sociedade é fundamentalmente religioso e moral. Há somente sintomas políticos. E tratar os sintomas sem tratar a causa é como tratar um paciente com câncer, cuja doença o deixou vulnerável a uma gripe, tratando apenas a gripe: um tratamento meramente sintomático mascara os sintomas e a longo prazo contribui para o agravamento da causa do problema.

Além disso, devemos ressaltar que há muitas “conversões” ao catolicismo aparecendo hoje em dia que nos parecem extremamente superficiais. Não sabemos se essas pessoas se convertem ao “anticomunismo” da doutrina católica, ou à religião católica inteira. Não sabemos se essas pessoas se convertem somente à posição “anti-teologia da libertação” da religião católica, ou ao catolicismo inteiro.

Aliás, muitos grupos de direita “católica” têm sido atualmente fundados nessa linha. Num deles de que tomamos conhecimento recentemente, seus membros afirmam explicitamente que o catolicismo se restaurará no Brasil em virtude de suas ações. Trata-se evidentemente de uma crença delirante e soberba, uma vez que atribuem a si mesmos uma força muito maior do que realmente possuem. Mais modéstia e humildade fariam bem a esses grupos, além de mais estudo e oração. Num desses grupos, aliás, sabe-se que, quando aparecem novas moças, logo diversos rapazes passam a disputar a atenção delas. Sem comentários: absolutamente patético. Esse é o tipo de homem que irá “restaurar” o catolicismo no Brasil? Evidentemente, pessoas que têm esse tipo de comportamento (fraqueza típica de gente de baixa psicologia e desqualificada) e se atribuem uma capacidade de restaurar o catolicismo no Brasil (coisa que grupo algum tem a capacidade, pois somos nós que precisamos da Igreja Católica, e não ela de nós) só podem acarretar em um vexame. Um desses grupos, aliás, costuma ter palestras com uma astróloga. Naturalmente divulgam também o modernista Olavo de Carvalho, e defendem o voto em Bolsonaro. De catolicismo, portanto, só possuem uma espuma rala de aparência (se é que chegam tão longe).


« Última modificação: 27 de Dezembro de 2018, 11:58:10 por JJ »

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1617 Online: 27 de Dezembro de 2018, 11:51:41 »

2. O jogo entre esquerda e direita

Há uma conhecida técnica de manipulação psicológica usada para convencer alguém a tomar uma decisão que não queira, que seja prejudicial à pessoa ou contra suas convicções. Essa técnica é descrita por Pascal Bernardin em Maquiavel Pedagogo (Campinas: Vide Editorial, 2013, p. 20-31): trata-se de primeiro fazer, à pessoa que se quer convencer, um pedido exorbitante ou muito exagerado, explicitamente desvantajoso para ela, de modo que sua primeira reação ao pedido será de repulsa e recusa (somente 16% das pessoas aceitam de primeira, 84% não aceitam). Logo em seguida, após certa insistência com os 84% que se recusaram, faz-se um segundo pedido, agora mais atenuado, implicando ainda em desvantagem, mas uma desvantagem menor do que a do primeiro pedido, e o resultado: 76% das pessoas (que não haviam aceitado o primeiro pedido) aceitam o segundo pedido. O que ocorre é que essas pessoas, após terem negado o primeiro pedido inconveniente e insistente, acabam ficando com a resistência psicológica abalada e vulnerável à aceitação de um segundo pedido, que é apenas menos inconveniente em comparação ao primeiro. Obviamente, se o segundo pedido fosse feito primeiro, elas provavelmente não iriam aceitá-lo.

Tomemos um exemplo: algum funcionário de um condomínio vai à casa de alguém e diz que é preciso colocar uma placa de 3×2 metros na frente de sua casa, afirmando ser essa uma determinação do condomínio e respaldada legalmente. A primeira reação da pessoa é não aceitar uma vez que é um absurdo e um abuso. Logo em seguida, o funcionário oferece colocar uma placa menor, de 1×1 metro, e eis o que se segue: a maioria das pessoas acaba cedendo ao segundo pedido. Se o funcionário tivesse oferecido primeiramente a placa de 1×1 metro provavelmente não teria obtido o êxito que teve ao oferecê-la somente após ter oferecido uma maior.

Tomemos um segundo exemplo: uma pessoa quer pedir dinheiro a outra. Primeiro, ela pede de modo insistente e inconveniente R$10.000, e a pessoa a quem se fez o pedido se recusa, alegando não ter esse dinheiro ou não ter condições de emprestá-lo. Logo em seguida, após grande insistência e momentos constrangedores (que causam uma situação desconfortável e consequente desgaste psicológico naquele que se recusa a dar o dinheiro, devido ao conflito interno gerado entre perder um bem necessário à manutenção da sua vida – e não raro obtido com grande esforço e sacrifício – e frustrar uma amizade), pede-se R$1.000, de modo que a pessoa a quem se faz o pedido acaba cedendo, já desgastada psicologicamente por ter que ter negado o primeiro pedido. Além disso, o segundo pedido se apresenta aparentemente como razoável em comparação ao primeiro. Também, a realização do segundo pedido fará com que aquele quem faz o pedido inoportuno pare de atormentá-lo, apaziguando o conflito interno e afastando o desconforto. No entanto, há um ardil nesse procedimento: a primeira intenção de quem fez o pedido era conseguir apenas R$1.000. Se fosse pedido R$1 logo na primeira vez, a probabilidade de a pessoa recusar esse pedido como inconveniente seria bem maior. Um pedido moderadamente inconveniente tem muito mais chance, portanto, de ser aceito após a recusa de um pedido imoderadamente inconveniente.

Ou seja: um mal é facilmente mais aceito como segunda opção a um mal maior. Quando se quer convencer alguém a aceitar um mal, a melhor estratégia não é começar oferecendo diretamente esse mal, mas oferecê-lo após pressioná-lo a aceitar um mal aparentemente maior. Oferece-se o mal menor como solução de um mal maior.

As pessoas, pressionadas psicologicamente e inseguras para dizerem simplesmente não mais uma vez, acabam cedendo e caindo nesse ardil. A pessoa, ao receber a proposta atenuada logo após a mais radical, está com a resistência psicológica abalada por já ter que ter dito não uma vez, e, além disso, a segunda proposta pode parecer razoável, em comparação com a primeira.

O mesmo efeito psicológico ocorre não só em casos como os acima relatados, mas frequentemente em pedidos que implicam concessões morais ou de princípios, aos quais as pessoas podem ser submetidas. Isso gera, evidentemente, conflito interno, e uma tendência a apaziguá-lo num posicionamento anestésico, que busca “agradar ambas as partes”, conciliando a mentira com a verdade, não raro movidas pelo respeito humano, de modo a afastar o desconforto, fazendo concessões tidas por parciais.

Assim ocorre também com as correntes políticas hegemônicas na sociedade: após um grande período de corrupção da sociedade (como, por exemplo, aquele que foi promovido pela esquerda), as pessoas ficam cansadas da situação, indignadas, desgastadas psicologicamente, ansiosas e aflitas por uma solução. Surgem, então, aqueles (a direita) que se apresentam como opositores dessa corrupção e oferecem uma segunda opção para elas. As pessoas vulneráveis e ávidas por uma solução aceitam, então, o discurso desses “opositores”, e acabam aderindo a essa corrente política, sem se darem conta que as duas correntes fazem parte do mesmo jogo, e que, ao escolherem a segunda, estão colaborando para o jogo da primeira.

Aliás, costuma-se atribuir a seguinte afirmação a Lênin (líder da revolução comunista russa): “O fruto natural do comunismo é o anticomunismo. Antes que surja o anticomunismo, organizemos nós mesmos o anticomunismo”. Infelizmente, não temos a fonte dessa afirmação. Entretanto, “se non è vero, è bene trovato”. Ou seja, sabendo que o comunismo iria inevitavelmente produzir uma reação anticomunista, a medida mais astuta seria antecipar-se de modo a que eles mesmos – os revolucionários – organizassem essa reação (a “contrarrevolução”) ou, ao menos, delimitando de antemão os termos e condições em que ela deveria se dar, por meio de sua influência em setores hostis ao comunismo. A oposição entre esquerda e direita parece ser, de fato, uma briga de família, uma falsa oposição entre gêmeas dialéticas[1]. O general Golbery do Couto e Silva, ex-ministro chefe da Casa Civil do governo Ernesto Geisel na ditadura militar, costumava, aliás, comparar direita e esquerda com duas pontas de uma mesma ferradura:

“…em vez de se imaginar uma reta, com a esquerda numa ponta e a direita noutra, deve-se pensar numa ferradura, com a esquerda e a direita mais próximas entre si do que do centro. Isso explica porque, às vezes, elas agem em alianças táticas” (Diário do Congresso Nacional, de 03/04/1981, página 1581) [2].

Essa ferradura, pelo jeito, parece ter sido aquela que os governantes militares da ditadura usavam para darem seu coice na sociedade brasileira[3], enquanto combatiam o comunismo somente através do uso estúpido da força (o que só contribuiu para seu fortalecimento, ou seja, uma falsa solução ou solução agravante)[4], ao mesmo tempo em que promulgavam leis comunistas e anticatólicas, como a da reforma agrária e a do divórcio, além de tornarem a economia do Brasil mais estatizada do que a Tchecoslováquia e Iugoslávia quando estavam sob o poder da URSS. Não deixa de ser compreensível que alguém que use ferraduras realmente prefira “o cheiro dos cavalos ao cheiro do povo”[5]. Afinal, cada um tende a preferir aquilo que mais lhe é semelhante.

Assim, os inimigos da Igreja conseguem ser eficazes no seu jogo, persuadindo os próprios católicos a colaborarem com ele ao escolher o que se apresenta como mal menor: Trump, nos EUA; Putin na Rússia e na direita européia, em geral; Le Pen ou o maurrasianismo, na França e entre os tradicionalistas europeus; a Lega Nord, na Itália; e, no Brasil, ao que tudo indica, a bola da vez é Jair Bolsonaro.



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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1618 Online: 27 de Dezembro de 2018, 11:52:45 »


3. Bolsonaro parece resolver caspa com decapitação

 Vejamos, então, algumas informações sobre Bolsonaro que costumam não ser tão divulgadas por aqueles que o defendem. Algumas verdades que serão bem desagradáveis para muitos.

Em primeiro lugar, Bolsonaro defende algo condenado pela Igreja Católica: o controle de natalidade, e ainda por cima mediante cirurgias de esterilização em jovens. Acredita, assim, controlar a pobreza do país. Claro, esterilizar pobres fará com que outros pobres não nasçam.

Eis a estupidez da direita. A direita vive oferecendo soluções para os problemas semelhantes a querer solucionar  o problema da caspa com decapitação. Se há muitos pobres, a solução é não deixar mais pobres nascerem!

Vídeo: “Bolsonaro defende rígido controle de natalidade”:


Notem que, ao final do discurso do vídeo acima, a concepção que Bolsonaro apresenta de “felicidade” não corresponde com a noção de “bem comum” ensinada pela doutrina católica. Ele diz que “…é gente demais. Nós temos que colocar um ponto final nisso, se quisermos produzir felicidade nesse país”. Ele acredita que mediante o controle populacional será possível uma sociedade mais “feliz”… nessa terra. Os comunistas não desejam algo diverso!

Além de ser imoral, até no nível puramente utilitarista, o controle de natalidade é prejudicial, dada a atual crise da Previdência Social.

No vídeo abaixo, na câmara dos deputados, Bolsonaro diz que gostaria que o governo anunciasse “um milhão de laqueaduras e vasectomias”, afirmando-se a favor do controle populacional:

Vídeo: Bolsonaro – controle de natalidade


Aliás, o filho de Jair, Carlos Bolsonaro, chegou a defender que o Bolsa Família deveria ser concedido somente às pessoas que fossem esterilizadas cirurgicamente:

O controle populacional através do “planejamento familiar” (termo anestésico falseador de consciências, que na verdade quer dizer controle de natalidade e aborto) faz parte da agenda – obviamente anticristã – da ONU:

https://nacoesunidas.org/page/2/?post_type=post&s=%22Planejamento+familiar%22

Bolsonaro, então, está alinhado com essa agenda e trabalhando a favor dela. Evidentemente, não está trabalhando contra essa agenda profundamente anticristã.

De que adianta Bolsonaro ter afirmado recentemente que se for presidente ele irá tirar o Brasil da ONU? Ele continuará obecendo, de qualquer forma, a agenda da ONU. De que adianta sair da ONU e continuar obedecendo-a?

Além disso, Bolsonaro não é verdadeiramente contra o aborto. Ele se apresenta como sendo contra o aborto, mas admite que há casos em que o aborto pode ser aceito: quando há risco de morte para a mãe; em concepção indesejada resultante de estupro; e em casos de feto com anencefalia. Obviamente, não é o que a doutrina católica defende[6]:

t=1s

No vídeo abaixo, Jair Bolsonaro novamente se contradiz. Ao tentar se retratar, acaba por reafirmar aquilo mesmo de que tenta se retratar:


E no vídeo seguinte, Bolsonaro junta a questão do aborto com a do controle de natalidade, afirmando que quer permitir a cirurgia de esterilização de jovens, pois assim esses não terão como abortar!

VÍDEO: Bolsonaro fala de aborto


Se há muitos pobres na sociedade, a solução para Bolsonaro é não deixar mais pobres nascerem.

Se há muitos abortos ou pessoas desejando abortar, a solução para Bolsonaro é estimular e financiar uma esterilização em massa, para que essas pessoas, não concebendo filhos, também não abortem.

Seguindo esse “raciocínio”, que está mais para um relincho, provavelmente Bolsonaro também deva recomendar que se beba ácido sulfúrico para acabar com a tosse. Afinal, quem bebe ácido sulfúrico não tosse nunca mais. Quem é decapitado também nunca mais terá problema de caspa. “Tá Ok?”

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1619 Online: 27 de Dezembro de 2018, 11:53:19 »


Estaria a ONU, ou uma elite hegemônica que detém o verdadeiro poder (mundano, temporal – que foi obviamente usurpado de Deus) na sociedade e a dirige, valendo-se da estratégia “o fruto da agenda da ONU é uma reação contrária a ela. Antes que surja essa reação, organizemo-la nós mesmos”. Admitamos, ao menos, que “se non è vero, è ben trovato”.

Uma pessoa que precisa apenas de R$1.000 vai à casa de um amigo e o importuna constrangedoramente por horas pedindo R$10.000. Quando vê que o amigo está cansado, ele, então, pede os R$1.000 que precisava desde o início, e acaba conseguindo graças ao desgaste e vulnerabilidade psicológica produzidos no amigo por meio desse ardil.

Assim, a esquerda no poder corrompe a sociedade e oferece a agenda da ONU completa ou algo até pior. Então, nas próximas eleições, com as pessoas já cansadas e desgastadas, surge uma direita como oposição, pedindo somente os “R$1.000” de corrupção da sociedade, somente “parte” da agenda da ONU. Aquela parte que a direita aceita ou não vê tanto mal assim.

É assim que essa agenda vai se impondo na sociedade: aos poucos e com o auxílio daqueles que se opõem a ela. Assim jogam os inimigos da Igreja: fazem os próprios católicos ingênuos e despreparados trabalharem para sua agenda, sem que se dêem conta.

As pessoas, desgastadas e vulneráveis psicologicamente com os males produzidos pela esquerda, ficam vulneráveis a aceitar um mal menor apresentado como oposição ao mal maior.

Quem compreende esse jogo, compreende que o mal aí é um só, embora ele tenha língua bífida. Direita e esquerda são apenas duas pontas do mesma língua, do mesmo mal.

Além disso, ninguém garante que alguém que seja eleito nesses termos pare por aí. É preciso ser muito ingênuo para confiar em qualquer político que seja. Facilmente ele pode fazer avançar projetos mais radicais dentro dessa agenda. Ao tomar o poder, pode conseguir fazer tudo aquilo que a esquerda queria mas não conseguiu, e, pior, com o apoio dos antiesquerdistas, como vimos no vídeo do Prof. Orlando Fedeli “A direita política”. 

E assim, a ONU – ou quem quer que seja que deseje corromper a sociedade – acaba tendo êxito.

Além disso, há também a relação de Bolsonaro com a maçonaria, que deixaremos para a segunda parte desse artigo.

Em suma: não há solução política, pois esta está dominada pela elite anticatólica, que determina de antemão quem poderá ou não exercer os cargos políticos. Infelizmente, como diz um ditado, se o voto valesse alguma coisa, seria proibido.

O mundo está em uma crise religiosa e moral. Para um problema de ordem religiosa e moral, a solução só pode ser de ordem religiosa e moral. Somente um papa pode começar a resolver isso. Enquanto isso, o máximo que podemos fazer é o bem ao próximo, rezando, fazendo apostolado, estudando, ensinando e defendendo a doutrina católica, e, sobretudo, colaborando para que o culto que é agradável a Deus, e foi por Ele mesmo estabelecido, seja propagado e perpetuado na sociedade: a Santa Missa Tridentina.

Não é a ordem política que produz conversões, mas são as conversões que podem produzir, a longo prazo, uma mudança política. E, obviamente, a política não é um fim em si mesma, mas como todas as criaturas, sua finalidade é Deus, e não o estabelecimento de um paraíso terrestre.

Que Nossa Senhora nos proteja, esmagando a cabeça da serpente, e, assim, nos livre da lingua bífida inteira, e não somente de uma de suas pontas!

In corde Iesu, semper.

Fernando Schlithler




Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1620 Online: 27 de Dezembro de 2018, 11:54:06 »
[1] A esse respeito, conferir também o artigo “The occult roots of the Russian Revolution”, que procura mostrar como o materialismo comunista, na verdade, era somente uma versão vulgarizada de mística gnóstica, uma simplificação grosseira da Gnose, tendo por fim disseminar-se mais facilmente na sociedade. Disponível em https://www.scribd.com/doc/180147375/57714162-Occult-Roots-of-the-Russian-Revolution-pdf

[2] http://revistasera.ne10.uol.com.br/a-ferradura-do-general-luiz-otavio-cavalcanti/

[3] Cf. Decreto nº 53.700, de 13 de Março de 1964 (Governo João Goulart): http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1960-1969/decreto-53700-13-marco-1964-393661-publicacaooriginal-1-pe.html LEI Nº 4.504, DE 30 DE NOVEMBRO DE 1964. (Governo Humberto Castelo Branco): http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4504.htm LEI Nº 6.515, DE 26 DE DEZEMBRO DE 1977. (Governo Ernesto Geisel): http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6515.htm

[4]
[5] http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u10538.shtml

[6] Em risco de morte, se a gestante precisar passar por um tratamento inevitável para salvar sua vida, que acarrete, indiretamente, a perda do bebê, isso não é considerado aborto. Bem diferente é abortar em caso de um problema de saúde da mãe, pois isso seria um assassinato do bebê e não a morte indesejada do bebê decorrente indiretamente de um tratamento necessário para salvar a vida da mãe.

Paulo VI: “Liberar a Missa de São Pio V é condenar o Concílio Vaticano II por meio de um símbolo”




http://floscarmeliestudos.com.br/bolsonaro-a-direita-e-as-eleicoes-parte-i/



Offline Sergiomgbr

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1621 Online: 27 de Dezembro de 2018, 13:49:05 »
Tanta gente já faz vasectomia ou ligação das trompas ou outros métodos esterilizantes e não ganha nenhum incentivo do governo. Pagar bolsa família para participantes que se esterilizassem seria o lógico. Bobagem é ficar dando dinheiro pra pobre perpetuar a pobreza fazendo mais filhos pobres, que por sua vez vão aumentar a quantidade de pobres sem perspectivas e ainda por cima socialmente dependentes de programas sociais clientelistas numa progressão geométrica.
« Última modificação: 27 de Dezembro de 2018, 13:53:39 por Sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Muad'Dib

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1622 Online: 27 de Dezembro de 2018, 14:02:19 »
É claro que sim. Porque ninguém pensou nisto antes???

Ao invés de se fazer um programa orientativo de curto, médio e longo prazo com ações fortemente educativas, vamos vincular a esterilização ao pagamento de uma grana mensal. Quando o zé povim sem noção se der conta da merda que fizeram já vai ser tarde. Não vão conseguir perpetuar a sua pobreza.

Mas, ei... o povo tem capacidade de tomar uma decisão deste porte, né? Não vai ser o Bolsa Família que fará o zé-povim crescer os olhos e fazer qualquer coisa sem pensar muito...

Offline Muad'Dib

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1623 Online: 27 de Dezembro de 2018, 14:05:58 »
Eu quero ver como a Europa, os árabes e a China vão lidar com o agronegócio brasileiro.

Esse negócio dos fiscais agropecuários não fazerem inspeção nos frigoríficos tem tudo para, no mínimo, inundar de carne sem procedência no mercado interno. Pode ser que inunde o mercado interno e ainda cause restrições para exportação.

Se começar a ter problemas com o agronegócio o Bolsonaro não vai ir muito longe na presidência.

Offline JJ

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Re:Governo Bolsonaro
« Resposta #1624 Online: 27 de Dezembro de 2018, 17:44:05 »
Funcionários de Flávio Bolsonaro na Alerj repassaram até 99% de seus salários


Por Congresso Em Foco  Em 15 dez, 2018 - 9:02 Última Atualização 15 dez, 2018 - 10:02
Governo


Funcionários. Continência: Flávio e Bolsonaro evitam detalhes sobre o assunto e repassam para assessores tarefa de se explicar sobre dinheiro da Alerj


Continência: Flávio e Bolsonaro evitam detalhes sobre o assunto e repassam para assessores tarefa de se explicar sobre dinheiro da AlerjFabio Rodrigues Pozzebom / Agência BrasilFabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil


Dados da movimentação financeira de Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), indica que ao menos uma assessora depositou quase todo o salário recebido na Alerj, em determinado período sob investigação no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), no esquema que engrossou o caixa do filho de Jair Bolsonaro (PSL). A funcionária em questão é Nathalia Melo de Queiroz, filha de Fabrício. Ela transferiu dinheiro da Alerj para o pai em "movimentação financeira atípica" investigada pelo Coaf – mais precisamente R$ 97.641,20, a título de crédito mensal médio de R$ 7.510,86.

O total transferido por Nathalia no esquema de nomeações de Flávio Bolsonaro corresponde a 99% do pagamento líquido feito pela Alerj à assessora em janeiro de 2016, segundo registros da folha salarial daquela Casa. Segundo o blog do jornalista Fausto Macedo (Estadão), não há informações completas disponíveis sobre a movimentação financeira de Nathalia, ou seja, por ora não há como comprovar que o dinheiro tem origem exclusiva nos rendimentos pagos da Alerj.


"Os cálculos são por aproximação. Para fazê-los, o Estado usou o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) da Operação Furna da Onça e consultou a folha salarial da Casa. O órgão federal mostrou que no período investigado Nathalia transferiu os R$ 97.641,20 para a conta do assessor de Flávio", reporta Fausto Macedo.

[...]


https://congressoemfoco.uol.com.br/governo/funcionarios-de-flavio-bolsonaro-na-alerj-repassaram-ate-99-de-seus-salarios/



 

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