Acabo de ver no Canal Brasil pedaço de entrevista de Hadadd a dois travestis-trans-nãobinários-sei-lá-o-que-é-aquilo.
O sujeito é culto, inteligente, lúcido e, nestes tempos em que o obscurantismo campeia, parece infinitamente mais civilizado que as hostes medievais que contra todas as chances subitamente alcançaram aos mais altos poleiros do poder.
Dá uma dor no coração saber que votei justamente no Bolsonaro contra ele. Relutantemente, mas votei. Só que o problema do Hadadd não era o Hadadd, o problema é que junto com ele vinha um partido que fazia toda a campanha com o mote do "nenhum direito a menos". Trocando em miúdos significava aquele velho discurso de que a previdência é superavitária e a não aceitação da realidade do déficit fiscal. Trocando em miúdos, uma perspectiva assustadora.
Além disso caciques do partido no mínimo manifestaram intenção de reagir aos movimentos de combate à corrupção no país.
Realmente fomos obrigados a escolher entre o negacionista climático e o negacionista do déficit. Entre o apocalipse daqui a 20 anos e o apocalipse daqui a 5 anos. Entre quem ameaçava devastar a economia e os que querem devastar a Amazônia. A Amazônia e qualquer resquício de civilização neste país.
Não era difícil saber qual escolha seria a errada: qualquer escolha seria errada.