Não tem nada demais em investigar qualquer um dos dois. Investigar Greenwald em si não é ataque contra a liberdade de imprensa de maneira alguma, ser "repórter" não é carta branca para não poder ser suspeito de nada, como se você estivesse fazendo uma investigação qualquer e se deparasse com jornalistas dentre os envolvidos e então tivesse que parar tudo.
Houve há pouco uma operação que prendeu até o prefeito de Florianópolis, como parte de uma rede criminosa especializada justamente em vazamentos de operações policiais. Um dos Ângelos citados supostamente por engano também foi responsável por vazamentos.
A única coisa bizarra, patética, é se a investigação for quanto à "suspeita" de venda de cargo. Porque é uma acusação completamente aleatória, a "suspeita" de venda consiste apenas no suplente ter substituído o deputado que se exilou, e não nenhum nexo com reportagens do intercept, ou vazamentos de quem quer que seja. Está no mesmo nível de colocar dentre os suspeitos também o Alexandre Frota, por ter feito filme pornô gay, e então estar junto com eles no gramscianismo cultural gayzista-comunista. Ou suspeita de que o carro deles seja roubado. Qualquer coisa aleatória. Aliás, poderiam investigar se todos suplentes que substituíram os eleitos originais não estão nessa numa grande rede organizada pela KGB.
O Glennwald é suspeito do que? Existe alguma denuncia e ou evidência concreta contra ele que não seja as teorias conspirativas que vocês compraram da fábrica de Fake news dos bolsominions? Ou existe alguma coisa contra o marido dele, ou Jean Wyllis que foram feitas ao MPF?
Não saberia dizer nada preciso (pode nem ainda ser "suspeito", apenas "pessoa de interesse," se essa diferenciação significa alguma coisa), apenas há proximidade temporal de terem ocorrido ataques de hackers a figuras como Moro, dentre outras, e haver essa organização criminosa envolvendo inclusive o prefeito preso de Florianópolis, especializada em vazamentos -- como o que Greenwald recebeu. A ligação pode bem ser só essa, ter recebido o vazamento de criminosos, sem nada de encomenda, de hackers russos e todos os penduricalhos aleatórios das teorias de conspiração/calúnia dos bolsolavopavonistas.
Apenas é algo mais na linha de navalha de Ockham, supor não ser coincidência de ataques múltiplos e vazamentos independentes, quando há esse tipo de organização criminosa em atuação, ainda que ela provavelmente tenha diferentes células.
Contra o Moro existem várias denúncias, que corroboram o comportamento pautado pela falta de ética jurídica que inclusive foi já debatida no STF em outros julgamentos passados, e até anulados, feitos pelo justiceiro de Curitiba.
Contra Moro o principal é a tentativa de usar um purismo legalista como brecha para impunidade, na esperança de anulação e de um novo julgamento, agora parcial em direção ao réu, e não do interesse público. Fabricando o escândalo necessário, fazendo qualquer estrago que for necessário, não se contendo nem em atacar toda a lava-jato como farsa-jato, muito menos tendo a cautela de explicar que uma eventual anulação não significa farsa nem inocência do réu. A confusão popular é mais útil do que esse esclarecimento se o objetivo é acima de tudo conseguir a impunidade do ídolo.
É tragicômico que ainda haja a sobreposição disso com o argumento de "o impeachment foi golpe," agora reforçado por um "docupropagandário" que deliberadamente edita os diálogos de forma a ocultar que, se o impeachment foi um golpe, não foi da direita contra a esquerda, mas da podridão política contra a lava-jato.