Só um P.S. Se a maioria dos criacionistas estivessem estudado mais evolucionismo não tentariam combater Lamarck. Nós evolucionistas ja fizemos isso a muito tempo.
Não entendo isto ... a meu ver o lamarckismo e o neo-darwinismo não são mutuamente exclusivos, são ? Isto é, a seleção natural atuar como fator determinante na evolução não impediria, a principio, que características desenvolvidas fossem transmitidas para os descendentes.
Embora não conheça nenhuma evidência favorável ao Lamarckismo ou seja um defensor destas ideias, não entendo esta aparente rivalidade.
Não há necessidade de exclusão, o lamarckismo não é incompatível com o darwinismo, que é originalmente lamarckista, mas com a
hereditariedade mendeliana.
Essa questão toda vem porque aparecem criacionistas achando que o evolucionismo preveria que, por exemplo, por existirem mamaderias, dentro de algum tempo as mulheres não teriam mais mamas.
Você pode fazer musculação por 10 anos, pode tomar sol seguidamente por 40 anos, pode tomar coca cola por 50 anos e pode fumar por 80: Seu genes passaram intactos para seus filhos, entende?
Talvez sim, talvez não. Embora exista uma distinção clara entre fenótipo e genótipo (ex : pessoa pinta o cabelo não muda sua carga genética) pode ser que o material genético a ser transmitido sofra pequenas modificações de acordo com as adaptações biológicas do sujeito.
A proposta de que estas modificações possam ocorrer é reforçada pelos Lamarckistas adeptos da epigenética.
Epigenética, até onde sei, não é exatamente isso.... os genes da prole não sofrem modificações de acordo com alguma aclimatação do progenitor.... algo relacionado à aclimatação do progenitor que é transmitido, afetando a prole epigeneticamente - regulando a expressão dos genes, sem modificá-los.
Se por exemplo, a testosterona produzida por uma mãe que costuma se exercitar tiver como ir parar no bebê em desenvolvimento no estágio adequado, vai causar alguma influência no seu desenvolvimento. Não significa que ele será mais forte ao nascer nem terá maior facilidade para ganhar massa muscular no decorrer da vida. Apenas a testosterona estaria influenciando o desenvolvimento dele já na gestação, sem ele precisar estar fazendo exercícios.
Algo parecido talvez possa ocorrer com o que determina a produção de melanina na pele por causa do bronzeado, e influências mais negativas podem vir do consumo de algumas drogas.
Mas eu não tenho certeza quanto a esses exemplos especificamente. Para que isso funcione, é necessário que uma substância que regula a expressão de um gene seja transmitida à prole. É como diferenciação celular. A "prole" das sua células de sua pele são células da pele, apesar de ter os mesmos genes do seu cérebro ou de seus olhos.
Mas uma diferença fundamental entre isso e as propostas clássicas de lamarckismo é que nem necessariamente a influêcia epigenética será do tipo "mãe musculosa, bebê musculoso", pode ser "mãe musculosa, bebê com o lado direito do cérebro um pouco mais desenvolvido que o esquerdo", porque diferentes estágios de desenvolvimento podem ser influenciados de forma diferente do organismo adulto pelas mesmas substâncias reguladoras.
Uma mãe que se alcoolize, por exemplo, em vez de ter um bebê bêbado (um bebêbado?) pode abortar, porque o desenvolvimento pode nem dar certo.
No caso de espécies como a nossa, e organismos desse tipo em geral, essas influências são bem menores... porque a prole é consideravelmente "isolada" do progenitor.. em organismos que se reproduzem se dividindo, isso pode dar "mais certo", no sentido de poder mais facilmente ter resultados meio "lamarckoides".
Mas muitas dessas coisas, mesmos nos organismos em que isso funciona, provavelmente não vão ter uma hereditariedade tão duradoura dessa característica herdada quanto se fosse algo determinado por modificações nos genes mesmo. Elas podem se perder dentro de gerações, e até mesmo dentro da vida do próprio indivíduo que sofreu influência da aclimatação do progenitor no seu desenvolvimento.
repetindo: todos os exemplos desse post são inventados, provavelmente não acontecem na realidade