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Autor Tópico: Feminismo  (Lida 18497 vezes)

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Offline Nina

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Re: Feminismo
« Resposta #25 Online: 02 de Março de 2006, 17:49:46 »
Citação de: Nina
Mas reintero que isso deveria ser uma questão de escolha, e geralmente não é. ;)
Concordo. E o contrário ( a mulher ter que trabalhar fora de casa ) também deveria ser uma questão de escolha, mas geralmente não é.

Corretíssimo! :D
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Offline uiliníli

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Re: Feminismo
« Resposta #26 Online: 02 de Março de 2006, 18:14:59 »
Tanto é que eu até gostaria de ver uma mulher sendo eleita Presidente do Brasil. Seria não só uma novidade, como um avanço.

Quatro anos atrás disseram a mesma coisa sobre eleger um operário presidente :roll: Da mesma forma na Bolívia resolveram eleger um índio e em São Paulo um negro apadrinhado de um certo turco... Enfim, votar em alguém só por ser de uma minoria ou um "injustiçado(a)" é uma razão insuficiente, afinal se defendemos direitos iguais devemos usar critérios de escolha iguais para todos.

Quanto ao feminismo, eu votei não na enquete, mas isso foi porque não tinha visto ainda a observação do Fernando sobre a diferença entre Feminismo e Femismo. No sentido de defesa da igualdade de direitos eu sou feminista.

O problema é que agora as mulheres estão tentando tomar a outra metade da humanidade como refém para obter privilégios que vão além da igualdade, e o discurso é semelhante ao dos negros, que dizem que sua raça foi injustiçada por séculos e que por causa disso hoje eles devem ter mais direitos - vejam a política de cotas raciais. Quando um negro fala em orgulho da própria raça todo mundo acha lindo, quando o branco fala a mesma coisa, usando as mesmíssimas palavras ele pode até ser preso. Pois bem, apesar de as chantagens emocionais de certas supostas feministas ainda não terem alcançado o mesmo grau de absurdo que as de alguns pretensos representantes da raça negra, para não falar "uns certos pretos safados" (eu só estou sendo irônico, por favor, não me processem!), ainda é incoerente as que celebram direitos iguais precisarem da existência de um Dia Mundial da Mulher; se chocarem com o fato de que no passado a maioria dos alunos das universidades eram homens, mas celebrarem o fato de hoje as mulheres serem maioria (existem projeções estrapolando que não haverão mais homens nas universidades americanas na década de 2050); e ainda quererem que nós paguemos a conta do restaurante!

Se querem direitos iguais, ótimo, sou plenamente a favor, mas não podemos deixar as minorias (apesar de a minoria feminina ser de mais de 50%) tomarem as maiorias como reféns.

rizk

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Re: Feminismo
« Resposta #27 Online: 02 de Março de 2006, 20:29:57 »
Sem dúvida, Gabriel.
Mas é difícil pensar em tirar o crédito das feministas chatas. Afinal, hoje em dia, de acordo com os dados da unifem, as mulheres ganham APENAS 30% A MENOS que os homens que exercem a mesma função.

Foda, né?

rizk

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Re: Feminismo
« Resposta #28 Online: 02 de Março de 2006, 20:44:06 »
Karl Rove, querido. Se a gente for depender da iniciativa privada para garantir os direitos das pessoas, faríamos bem em abolir de vez o governo.

Que você queira dizer que não dá pra estatizar tudo, pois bem, concordo. Mas este seu "anarquismo capitalista" também é demais. Não custa lembrar o quando de problema econômico isso já causou.
Ah. "Garantir boas condições de vida nunca se mostrou uma política inteligente a longo prazo, isso quando não produziu miséria e morte, a curto prazo." ?!?!?! Prove. :D
Não disse em momento algum "garantir resultados". É óbvio que estamos falando de oportunidades, ambos.

...
Já eu acharia o mais completo absurdo e falta de noção se não houvesse leis garantindo coisas como previdência, água encanada e licença-maternidade .
Se eu puder extrapolar ainda um pouco, você também não acharia absurdo caso não houvesse leis que punissem quem abandona criança e quem polui o meio ambiente, acharia?

Talvez aí esteja a nossa divergência. A meu ver, o Estado ainda tem alguma função. A gente vê que os países mais bem sucedidos economicamnte (não apenas financeiramente) são aqueles chamados "estados do bem-estar social", onde as pessoas vivem razoavelmente bem porque têm o estado para contrabalancear a influência da iniciativa privada.

Parece que a direita só quer o Estado pra construir cadeias, deus me livre.



E, voltando ao assunto. Se é pra falar em democracia burra, oras, as mulheers são em mais de 50% então é interesse da maioria da população. No further coments e este meu argumento DESTRÓI. :D

Karl Rove

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Re: Feminismo
« Resposta #29 Online: 02 de Março de 2006, 20:48:13 »
Citação de: Willy Nilly
existem projeções estrapolando que não haverão mais homens nas universidades americanas na década de 2050

Essas <<projeções>> são <<geniais>>.

Alguma fulana na década de 60, quando o discurso <<feminista>> (ou <<femista>>, como queiram) estava no auge, <<projetou>> que, a partir dos aumentos sucessivos no desempenho das maratonistas femininas, por volta do ano 2000 elas já estariam fazendo o percurso de 42 quilômetros mais rápido que os homens, ou seja, o recorde feminino seria melhor que o masculino.

Além de ter errado grosseiramente na previsão, essa pesquisa foi bastante usada como propaganda, só até alguns porcos chauvinistas darem prosseguimento ao <<raciocínio>> da autora, e calcularem que em 2050 as mulheres estariam terminando a maratona em 1 segundo.

rizk

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Re: Feminismo
« Resposta #30 Online: 02 de Março de 2006, 20:51:23 »
Citação de: Nina
Mas reintero que isso deveria ser uma questão de escolha, e geralmente não é. ;)
Concordo. E o contrário ( a mulher ter que trabalhar fora de casa ) também deveria ser uma questão de escolha, mas geralmente não é.

Corretíssimo! :D

Mas aí eu acho que é uma coisa que afeta a população brasileira inteira, isso de "escolher trabalhar fora", não só as mulheres. Bom. Nada mais justo que o casal cuidar da sobrevivência da família, em conjunto. Mas do jeito que as coisas andam, às vezes tem-se mais dinheiro no bolso quando um trabalha fora e o outro cuida do lar.

Karl Rove

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Re: Feminismo
« Resposta #31 Online: 02 de Março de 2006, 20:52:03 »
Bom, a respeito dessa pesquisa, eu li numa edição da superinteressante que falava da guerra dos sexos.

Vou procurar a fonte, e os dados corretos, mas era algo assim.

Offline Siegfried

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Re: Feminismo
« Resposta #32 Online: 02 de Março de 2006, 23:21:14 »
Acho que a empresa é que deveria determinar isso. Se os deficientes ou idosos se sentissem prejudicados por uma política empresarial que os negligenciasse, que procurassem pressionar a empresa a entrar num acordo, fazendo as adaptações, ou que procurassem outras empresas.

E como se pressiona uma empresa possuidora de um produto indispensável para a sobrevivência numa cidade moderna? Nem sempre é possível fazer adaptações, precisamos de transportes rápidos tanto quanto precisamos de água (exagerando na analogia). Procurar outras empresas é uma ótima alternativa quando os empresários não são "amiguinhos" que oferecem produtos com custo idêntico para lucrar mais. Ou mesmo, quando um empresário dar aquele "jeitinho" de ser o dono de quase toda frota de ônibus de uma cidade.
Direito à licença maternidade? Também acho que isso deveria fazer parte da política da empresa. Tudo estabelecido no contrato. O poder judiciário tão somente deveria ser acionado se houvesse quebra no contrato."

Poderia citar algum exemplo de "respeito" a maternidade do trabalhador antes da existência de uma lei do estado que assegurasse esse direito? Lei esta criada por vontade política (talvez só para ganhar votos).

Num ambiente de plena liberdade e igualdade legal, cada indivíduo com as suas peculiaridades e talentos particulares tenderá a se estabelecer naturalmente, e pela sua própria capacidade"

Você tem toda razão. Mas poderia citar um ambiente de plena liberdade e igualdade legal?

E como você entende a construção de um indivíduo na sociedade? Todos possuem oportunidades iguais?
"Nada neste mundo nos torna necessários a não ser o amor." (Goethe)

Karl Rove

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Re: Feminismo
« Resposta #33 Online: 02 de Março de 2006, 23:51:18 »
Karl Rove, querido.

<<Sou todo seu, boneca>> :)

Se a gente for depender da iniciativa privada para garantir os direitos das pessoas, faríamos bem em abolir de vez o governo.
 

Essa idéia não me soa terrível, embora eu ache que deva existir um Estado pequeno, porém forte e eficiente, que faça valer o império da Lei.

Por império da Lei entendo um sistema legal extremamente simplificado e claro, com o direito fundamentalmente baseado nos valores fundamentais da moral, porque não dizer?, cristã.

Um Estado assim deve compreender apenas àquilo que lhe é estritamente necessário para cumprir essa função. Isso se traduz exatamente nos três poderes, fazendo exatamente aquilo que lhes cabe: o legislativo criando ou desativando leis de acordo com os valores universais, o executivo se encarregando de certificar o cumprimento dessas leis, e de defender a Nação de ameaças externas e internas, e o judiciário interpretando às mesmas.

Nunca exceder esses três poderes deve ser o objetivo do Estado. Não se envolver demais na vida do cidadão, pois é sabido que ninguém melhor do que si mesmo para cuidar da própria vida. Lidar com a noção de liberdade negativa. As pessoas não estarão autorizadas a matar, a roubar, etc, mas de resto, não precisam de autorizações para agir. <<Liberdade de>>, nunca <<liberdade para>>.

Que você queira dizer que não dá pra estatizar tudo, pois bem, concordo.

Não sou apenas contra <<estatizar tudo>>. Sou plenamente a favor de qualquer intenção de se reduzir o Estado em seus aspectos não fundamentais.

Mas este seu "anarquismo capitalista" também é demais. Não custa lembrar o quando de problema econômico isso já causou.

Realmente, a corrupção e o <<oba oba financeiro>> já causa graves prejuízos ao mercado e abalaram a confiança do investidor, mas nada que o próprio mercado, e a existência de um império da Lei não possam contornar. Isso sem o governo precisar intervir no mercado de forma mais intrusiva do que cobrar das empresas a divulgação de margens de lucros e dados financeiros condizentes com a sua realidade, punir o comércio ilegal de informações sigilosas e fiscalizar sonegações, violações e privilégios que possam estar minando de alguma forma o Livre-Mercado.

E mesmo que conveniente confundamos Liberdade com <<libertinagem>>, no que tange ao mercado, essa tal <<libertinagem>> nunca causou desgraças tão grandes quanto o excesso de dirigismo econômico.

Ah. "Garantir boas condições de vida nunca se mostrou uma política inteligente a longo prazo, isso quando não produziu miséria e morte, a curto prazo." ?!?!?! Prove.

Não é tão difícil provar.

No melhor dos casos, temos a crise dos países da Europa (e até, em menor grau, dos EUA), em decorrência de políticas de bem-estar social, que ao longo do tempo, fizeram apenas com que os países assumissem um gasto previdencial enorme, e sem o retorno necessário em virtude da escassez de população em idade jovem e produtiva. Eles vêm adotando medidas paliativas, como aumentar o tempo de <<contribuição>>, mas não se sabe até quando isso será possível. Também tem de arcar com os custos da imigração, quando estrangeiros entram para cuidar das tarefas com escassa mão-de-obra disponível, mas que mais tarde reivindicam pelos mesmos benefícios dos nativos, com o diferencial de que a arruaça que eles são capazes de promover é bem mais intensa na sua violência, vide o caso dos subúrbios de Paris. Quando não, em meio aos supostos trabalhadores estrangeiros acolhidos, não entram também terroristas assassinos a serviço de regimes ou organizações criminosas. Londres e Madrid que o digam. Com isso, alimentam-se discursos xenófobos que fazem renacer antigos medos de novos terrores que já assolaram algumas das civilizações mais desenvolvidas do mundo.

E esse é o melhor dos casos. Nos piores, o discurso e as políticas de bem-estar, a serviço de escroques comunistas como Lenin, Stalin, Mao, Guevara, Castro, Pot, Minn, Allende, etc, só terminaram por instalar o terror da miséria extrema e do genocídio sistemático de milhões.

Não disse em momento algum "garantir resultados". É óbvio que estamos falando de oportunidades, ambos.
Defender que desocupados recebam do Estado simplesmente por não terem ocupação é igualar resultados.

Já eu acharia o mais completo absurdo e falta de noção se não houvesse leis garantindo coisas como previdência, água encanada e licença-maternidade .

Veja bem. Do ponto de vista liberal, tudo isso é bem simples.

As leis de previdência funcionam da seguinte maneira: arrecadam dinheiro dos trabalhadores (pois são trabalhadores também os detentores do capital), alimentam uma burocracia estatal que gerencia esse dinheiro (reservando direito sub-reptício de reservar un poquito para si), para então distribuir mal e porcamente para os idosos, inválidos, viúvas, órfãos, desempregados e o que mais for.

Pode parecer justo. Podemos acreditar cegamente que é possível haver controle estatal sem haver burocracia, ou que é possível haver burocracia sem haver corrupção.

Mas se formos realistas, racionais, pragmáticos veremos tudo isso da seguinte maneira: O trabalhador paga a sua própria previdência, na média, ou então se gera um déficit. Alguns pagam mais e recebem menos, outros pagam menos e recebem menos também. No final todos pagam, pois é com impostos que a burocracia estatal sobrevive, e o custo desses impostos estão por toda a parte, seja no pagamento na fonte, seja no preço final dos produtos que compramos.

Se esse dinheiro deixasse de ser coletado, e ao trabalhador fosse concedido o direito, bastante natural até, de tomar conta de seu próprio futuro, pois é parte do credo liberal a noção de que ninguém é melhor do si mesmo para decidir o que é bom ou não para sua vida. Seria direito da pessoa usar essa verba para garantir seu futuro ou investir no presente (ou torrar da maneira que achar mais justa). Além é claro, que devido aos menores encargos fiscais (previdenciários e estruturais) do Estado, a verba não coletada aumentaria substancialmente a renda desse cidadão médio, pois engana-se quem pensa que as empresas reduzem suas margens de lucro para financiar aventuras trabalhistas e previdenciais do Estado. Elas simplesmente repassam o prejuízo para o próprio empregado.

Além, é claro, de se livrar da burocracia, que além de liberar diversos trabalhadores para funções mais produtivas do que o (des)serviço público, aumentando portanto a produção nacional e aquecendo a economia, se livra também de focos de desvios e de diversas outras formas de corrupção desenvolvidas pelos altos e baixos funcionários.

Abre-se espaço para programas de previdência privada, para quem é pouco organizado com suas finanças, seguros de vida e de saúde, e contratos com cláusulas amigáveis, para empresas cuja política envolva o bem-estar de seus funcionários. Além, é claro, da caridade particular, que é muito mais eficiente e moralmente elevada do que a caridade oficial.

Quanto a água encanada, não entendo no que a iniciativa privada não possa ser mais eficiente no fornecimento do que o Estado. Se é um direito fundamental, acho que não, devido a impossibilidades práticas de estendê-lo automaticamente a todos os cidadãos. Direitos fundamentais devem ter essa propriedade. Mas de fato, é importante, e na medida que seja lucrativo para essas empresas estenderem suas malhas, que façam. Ou na medida que haja cláusula de concessão que preveja essa distribuição geral do serviço.

Se eu puder extrapolar ainda um pouco, você também não acharia absurdo caso não houvesse leis que punissem quem abandona criança e quem polui o meio ambiente, acharia?

Abandonar uma criança é pô-la em risco e uma violência. Não entendo como pode ser análogo ao caso da previdência.

Poluir o meio ambiente é, em alguns casos, interfirir na propriedade alheia e na propriedade comum. Sendo assim, fere direitos fundamentais.

Talvez aí esteja a nossa divergência. A meu ver, o Estado ainda tem alguma função. A gente vê que os países mais bem sucedidos economicamnte (não apenas financeiramente) são aqueles chamados "estados do bem-estar social", onde as pessoas vivem razoavelmente bem porque têm o estado para contrabalancear a influência da iniciativa privada.
Talvez aí esteja a nossa divergência. A meu ver, o Estado ainda tem alguma função. A gente vê que os países mais bem sucedidos economicamnte (não apenas financeiramente) são aqueles chamados "estados do bem-estar social", onde as pessoas vivem razoavelmente bem porque têm o estado para contrabalancear a influência da iniciativa privada.

Exato, o Estado tem a sua função. Só não compreendo como função do Estado garantir pequenos benefícios a determinados grupos de cidadãos, gerando detrimento de vários outros, quando a Liberdade de ação e responsabilidade individual poderia ser muito mais eficiente.

O caso dos países onde o bem-estar social foi brevemente analisado acima, mas ainda há outros problemas que escaparam àquela análise, como a perda de competitividade e de produtividade em comparação com países que adotem posturas liberais.

Parece que a direita só quer o Estado pra construir cadeias, deus me livre.
Com certeza, uma atribuição muito mais legítima do Estado do que a distribuição de cheques para desocupados, às custas de quem trabalha.

Offline Vinícius Garcia

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Re: Feminismo
« Resposta #34 Online: 03 de Março de 2006, 01:15:04 »
Karl Rove, fico feliz ao ler suas palavras. Se tivéssemos mais brasileiros com suas idéias, que buscassem tornar realidade seu desejo de mudança, certamente nossos netos herdariam uma nação mais próspera.   
A propósito, ajude-me no tópico aberto "As Vantagens da Privatização". Suas opiniões enriqueceriam bastante o debate.
« Última modificação: 03 de Março de 2006, 01:24:47 por Vinícius Garcia »
A VERDADE ESTÁ NAS ENTRELINHAS

Karl Rove

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Re: Feminismo
« Resposta #35 Online: 03 de Março de 2006, 01:54:07 »
Karl Rove, fico feliz ao ler suas palavras. Se tivéssemos mais brasileiros com suas idéias, que buscassem tornar realidade seu desejo de mudança, certamente nossos netos herdariam uma nação mais próspera.   
A propósito, ajude-me no tópico aberto "As Vantagens da Privatização". Suas opiniões enriqueceriam bastante o debate.

Pô cara, eu é que fico contente em saber que existe outro liberal por aqui.

Não ligue para o bolchevismo fanático. O pessoal é legal, embora alguns usuários e moderadores se ofendam com posturas avessas ao politicamente correto em vigor por aqui ...

Rhyan

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Re: Feminismo
« Resposta #36 Online: 03 de Março de 2006, 10:36:19 »
Estava concordando com tudo que vc escreveu, Karl!
Mas vc foi usar a maldita palavra...

Por império da Lei entendo um sistema legal extremamente simplificado e claro, com o direito fundamentalmente baseado nos valores fundamentais da moral, porque não dizer?, cristã.

Ué, e pq não poderia ser 'valores fundamentais da moral secular' ou 'da moral' e ponto?
Pra que defender o moralismo hipócrita cristão?

Offline uiliníli

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Re: Feminismo
« Resposta #37 Online: 03 de Março de 2006, 12:38:11 »
Citação de: Willy Nilly
existem projeções estrapolando que não haverão mais homens nas universidades americanas na década de 2050

Essas <<projeções>> são <<geniais>>.

Alguma fulana na década de 60, quando o discurso <<feminista>> (ou <<femista>>, como queiram) estava no auge, <<projetou>> que, a partir dos aumentos sucessivos no desempenho das maratonistas femininas, por volta do ano 2000 elas já estariam fazendo o percurso de 42 quilômetros mais rápido que os homens, ou seja, o recorde feminino seria melhor que o masculino.

Além de ter errado grosseiramente na previsão, essa pesquisa foi bastante usada como propaganda, só até alguns porcos chauvinistas darem prosseguimento ao <<raciocínio>> da autora, e calcularem que em 2050 as mulheres estariam terminando a maratona em 1 segundo.

Por isso que eu falei que a projeção "extrapolava" e não que "previa". Mas de qualquer forma isso aponta uma tendência.

Offline uiliníli

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Re: Feminismo
« Resposta #38 Online: 03 de Março de 2006, 12:40:23 »
Sem dúvida, Gabriel.
Mas é difícil pensar em tirar o crédito das feministas chatas. Afinal, hoje em dia, de acordo com os dados da unifem, as mulheres ganham APENAS 30% A MENOS que os homens que exercem a mesma função.

Foda, né?

É contra esse tipo de injustiça que homens e mulheres juntos devem lutar, é uma questão mais do que de direitos da mulher, é uma questão de direitos humanos. Eu chamei a atenção em meu texto para os hipócritas que existem em todos os grupos sociais que se aproveitam das injustiças para defender outras injustiças que os favoreçam.

Offline Südenbauer

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Re: Feminismo
« Resposta #39 Online: 03 de Março de 2006, 17:55:00 »

Karl Rove

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Re: Feminismo
« Resposta #40 Online: 03 de Março de 2006, 20:07:42 »
Estava concordando com tudo que vc escreveu, Karl!
Mas vc foi usar a maldita palavra...

Por império da Lei entendo um sistema legal extremamente simplificado e claro, com o direito fundamentalmente baseado nos valores fundamentais da moral, porque não dizer?, cristã.

Ué, e pq não poderia ser 'valores fundamentais da moral secular' ou 'da moral' e ponto?
Pra que defender o moralismo hipócrita cristão?

Ao meu ver, seu furor anti-cristão carece de lógica, além de ser extremamente caricato. Já o era nos tempos de Voltaire.

Os dois mil anos de cristianismo, com seus altos e baixos, foram necessários para moldar a sociedade ocidental moral, científica e economicamente, de tal modo que sequer necessitamos grandes argumentações para esclarecer. As narrativas primitivas com teores morais, os monastérios, os filósofos como Sto Agostinho e São Tomás de Aquino e os teólogos que deram prosseguimento aos estudos aristotélicos em quase todos os campos, as primeiras universidades e o desenvolvimento da ciência, a reforma protestante o ascetismo nas bases do capitalismo moderno, do liberalismo, da democracia, do Estado de direito. Tudo isso é intrinsecamente relacionado com o cristianismo e os princípios do mesmo.

Ser multiculturalista significa dizer que os cultos religiosos da áfrica que acreditam que a Lua é uma cabaça são tão profundos quanto o cristianismo, e relativizar todas as grandes aquisições desse último, reduzindo-as a mesma categoria da caça e da agricultura de subsistência desenvolvidos por esses povos.


Offline Siegfried

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Re: Feminismo
« Resposta #41 Online: 03 de Março de 2006, 23:26:25 »
Karl Rove, gostei muito do seu texto! Parabéns! :)

Mas ainda quero entender algumas coisas. :?

Primeiro...
"valores fundamentais da moral"

Poderia citar e explicar alguns valores? :?

E o mais importante:
Por que você tem tanta certeza que essa transferência de poder do Estado para os empresários vai gerar melhores resultados? Você analisa os problemas de quem está no poder agora, mas o empresariado não foi colocado à prova.

Quero dizer o seguinte: toda estrutura política é feita de pessoas. Se houve a necessidade de criando de exércitos, leis e valores morais é porque o conflito entre os seres humanos sempre foi algo presente. E nesse conflito só existem as leis do estado de natureza. Ninguém vai respeitar a lei de não roubar se tiver certeza que não será prejudicado de alguma maneira. Cada um só pensa no seu próprio bem-estar, A QUALQUER CUSTO.

Citei alguns exemplos:
- A empresa petrolífera não se importa se o petróleo é a melhor forma de geração de energia, é um domínio que ela tem: vai defender de qualquer maneira. E fará tudo para que outras empresas não invistam em energias alternativas.
- A empresa que controla um serviço indispensável para a sociedade. Por exemplo, aqui no Rio de Janeiro, desejam privatizar a companhia de água (CEDAE). Bem, que outra empresa vai quebrar o solo da cidade inteira para colocar canos e fazer uma concorrência?
- A empresa que usa as falhas do Estado para seu proveito. Exemplo: Sabendo não existir uma estrutura de fiscalização ambiental adequada, poluir todo o ambiente para reduzir custos.

Entende? O Estado não é muito diferente de uma grande empresa. É apenas mais uma organização de pessoas interessadas no próprio interesse: ganhar dinheiro (lucro) através de outras pessoas. Se o Estado seguisse totalmente todo o seu modelo teórico de existência não seria essa coisa podre que vemos. O problema maior não é a estrutura governamental são as pessoas. O Estado, hoje, recolhe dinheiro suficiente para fazer este país funcionar de forma espetacular. O grande problema é que o destino desse dinheiro é o bolso dos nossos governantes.

Pareço ter uma visão pessimista do ser humano, mas sinceramente acredito que o crime descompensa em todas as formas. A vida de cada pessoa seria melhor sem crimes, todos teriam mais a ganhar.

Sim, se considero que o atual sistema político é uma droga: uma tentativa de mudar o sistema, mesmo que fracassada, não seria tão ruim assim. O que se perderia? :?

(Novamente alerto nada entender de política. Apenas busco esclarecer algumas singelas dúvidas que tenho. Se alguém tiver essa paciência fico muito grato :))
"Nada neste mundo nos torna necessários a não ser o amor." (Goethe)

Rhyan

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Re: Feminismo
« Resposta #42 Online: 04 de Março de 2006, 06:28:57 »
Ao meu ver, seu furor anti-cristão carece de lógica, além de ser extremamente caricato. Já o era nos tempos de Voltaire.

Os dois mil anos de cristianismo, com seus altos e baixos, foram necessários para moldar a sociedade ocidental moral, científica e economicamente, de tal modo que sequer necessitamos grandes argumentações para esclarecer. As narrativas primitivas com teores morais, os monastérios, os filósofos como Sto Agostinho e São Tomás de Aquino e os teólogos que deram prosseguimento aos estudos aristotélicos em quase todos os campos, as primeiras universidades e o desenvolvimento da ciência, a reforma protestante o ascetismo nas bases do capitalismo moderno, do liberalismo, da democracia, do Estado de direito. Tudo isso é intrinsecamente relacionado com o cristianismo e os princípios do mesmo.

Ser multiculturalista significa dizer que os cultos religiosos da áfrica que acreditam que a Lua é uma cabaça são tão profundos quanto o cristianismo, e relativizar todas as grandes aquisições desse último, reduzindo-as a mesma categoria da caça e da agricultura de subsistência desenvolvidos por esses povos.
Não discordo de vc.

Claro que o cristianismo faz parte da nossa cultura, tradição e conseqüentemente da nossa moral. Mas da forma que vc diz me parece exagerada, parace que está agracendo o cristianismo por isso como se ele fosse o único ou o principal responsável.


Pug

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Re: Feminismo
« Resposta #43 Online: 04 de Março de 2006, 07:53:34 »
São Tomás de aquino deu continuidade a aristóteles, só faltou citar o intermediário Averrois ( Ibn Rushd) o muçulmano hehe.

Fanatismo e preconceito é fogo hehe

http://pt.wikipedia.org/wiki/Averr%C3%B3is

Averrois foi melhor recebido na europa cristã e ainda bem para nós europeus  :D

Os tais valores do ocidente ( os ditos universais) não são pertença exclusiva do cristianismo, judaismo e nem do islamismo...

O Japão uma sociedade extemamente bem sucedida e com indices de violência e criminalidade imensamente inferiores, de causar inveja aos EUA os tais que são o expoente máximo da ética judeo-cristã.


O mundo anda mesmo louco, agora até "ateus fundamentalistas cristãos" existem :P

Nota: Na jurisdição islamica defende-se a propriedade privada hehe
« Última modificação: 04 de Março de 2006, 08:00:25 por Pug »

ukrainian

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Re: Feminismo
« Resposta #44 Online: 04 de Março de 2006, 10:38:59 »
Estava concordando com tudo que vc escreveu, Karl!
Mas vc foi usar a maldita palavra...

Por império da Lei entendo um sistema legal extremamente simplificado e claro, com o direito fundamentalmente baseado nos valores fundamentais da moral, porque não dizer?, cristã.

Ué, e pq não poderia ser 'valores fundamentais da moral secular' ou 'da moral' e ponto?
Pra que defender o moralismo hipócrita cristão?

"Moralismo hipócrita cristão"? Herege!  :paladino:
« Última modificação: 04 de Março de 2006, 10:40:47 por Ukrainian »

Offline Guinevere

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Re: Feminismo
« Resposta #45 Online: 04 de Março de 2006, 18:31:32 »
São Tomás de aquino deu continuidade a aristóteles, só faltou citar o intermediário Averrois ( Ibn Rushd) o muçulmano hehe.
Sim, eu conheci o cara via Jorge Luis Borges! Bem lembrado.

Offline Fabulous

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Re: Feminismo
« Resposta #46 Online: 21 de Outubro de 2009, 23:17:56 »
Homens e mulheres são diferentes, não só na genitália, mas em praticamente todos os níveis, incluindo diferenças cerebrais. Homens e mulheres devem ter direitos inalienáveis iguais, mas não significa que sejam iguais. E se uma mulher preferir ficar em casa cuidando da casa e dos filhos isso não a torna uma pessoa menos digna.

Se até a ciência prova que os dois sexos são diferentes, não sei por que estendem tanto esse assunto.
MSN: fabulous3700@hotmail.com

Offline Johnny Cash

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Re:Feminismo
« Resposta #47 Online: 08 de Maio de 2015, 21:22:33 »
Devia ter um prêmio "awkward moments" pra esse camarada.

Bicho, um BARBUDO raspou a barba, pegou uma saia emprestada, se disse mulher-trans-lésbica, usou o banheiro feminino, deu uns amassos numa mina, criou a maior confusão com debates e PLENÁRIAS decidindo se era ou não preconceito não aceitá-lo como mulher-trans-lésbica e SOZINHO jogou água no chopp de um evento feminista com mais de mil "revolucionárias". Tinha menina chorando pq se sentia coagida só pela presença do camarada.

E o angu foi ficando cada vez com mais caroço.

Mas o relato é melhor do que qualquer comentário que eu faça, acompanhe (o print está aí pra garantir a autenticidade caso o link do texto saia do ar misteriosamente):


Citar
"LESBOFOBIA E SILENCIAMENTO DE MULHERES NO EME.

Algumas moças já fizeram relatos ao voltarem do EME ontem a noite, eu cheguei tão exausta psicologicamente que não consegui escrever sobre, mas vamos lá.
O EME deveria ser um espaço acolhedor e seguro para as mulheres que lá estavam presentes, eu imaginei que seria um espaço trans-inclusivo, e foi.

Havia um homem, que vive como homem, que é lido como homem socialmente, e que usava barba até chegar no evento, e que decidiu, após chegar no evento que era mulher-trans e lésbica. Quando eu cheguei ao evento, eu não vi essa pessoa, algumas mulheres me procuraram dizendo "tem um homem aqui! isso é absurdo" até que eu o vi. Ao chegar lá, ele tirou a barba, e decidiu que o nome dele era Helena, depois parece que ele não gostou do nome e mudou o nome pra Luisa, depois pra Heloisa, e enfim, as amigas dele o chamavam de Luis. Muitas mulheres lésbicas que estavam comigo estavam desconfortáveis com a situação, depois descobrimos que a saia que ele usava era de uma moça do próprio alojamento que havia emprestado, pois fora dali, Luisa/Helena/Heloisa/Luis não usava saia, nem batom, fora dali Luisa/Helena/Heloisa/Luis era um homem branco, classe média, universitário que namorava uma menina, que estava presente no evento, porem até então não sabiamos que esse homem se dizia lésbica, as coisas foram aparecendo conforme o tempo foi passando la dentro.

Muitas mulheres com que eu tive contato lá dentro, expuseram seu desconforto, mas tinham MEDO de falarem qualquer coisa e parecerem preconceituosas, algumas se sentiram culpadas por se sentirem desconfortáveis dentro do banheiro aonde 1.000 mulheres tomavam banho e trocavam de roupa e deveriam se sentir seguras, porque Luisa/Helena/Heloisa/Luis estava lá dentro, tomando banho com elas, trocando de roupa com elas. Mulheres heterossexuais também se sentiram invadidas e expostas, mulheres lésbicas se sentiram coagidas, e ridicularizadas com aquela situação.

Durante o evento eu e algumas feministas radicais discutimos o quão problemático era aquilo.

Eu queria ressaltar, que ao chegarmos no evento, eu e minha noiva estávamos arrumando nossas coisas, e uma moça da organização do EME veio até ela, supondo que ela era trans - o que eu achei absurdo, ela não é obrigada a performar feminilidade, ela é lésbica, ela NÃO é trans- e disse que havia um banheiro EXCLUSIVO para trans, e explicou pra ela como ela faria pra usa-lo. Haviam cerca de 10 pessoas trans no evento, inclusive um "homem-trans" que nasceu como mulher, foi socializado como mulher, e corria risco de ser estuprada tanto quanto as outras mulheres do evento, e essas pessoas usaram o banheiro exclusivo para elas, pessoas aparentemente transicionadas, enquanto Luisa/Helena/Luis o homem que estava com uma saia emprestada de uma das companheiras do evento, e que fez a barba somente ao chegar ao evento, insistia em usar o mesmo banheiro e alojamento que as outras mulheres do evento (por que será né?) enfim.

Ouve um sarau na noite de sabado 2/05/2015 aonde esse homem estava presente, e de repente quando vimos ele estava beijando uma mulher lá dentro, não foi um selinho, não foi um simples beijo, ele estava beijando ela loucamente, aquilo foi desesperador para A MAIORIA DAS MULHERES, mulheres que eu nem conhecia se revoltaram, mulheres que estavam no mesmo alojamento, que trocaram de roupa na frente desse homem, se sentiram invadidas, nós lésbicas, e feministas radicais tentamos intervir de forma pacífica, cantando alto, pra que todas soubessem que aquilo não iria passar em branco, e Luisa/Helena/Heloisa/Luis, RIU da nossa cara, quando isso aconteceu, rolou um conflito, e algumas moças vieram conversar conosco, não quiseram nos ouvir, disseram que ele sofria mais que todas nós, que ele era "lesbica" e que a gente devia parar com o preconteito e transfobia, mulheres lésbicas se desesperaram, choraram, gritaram com toda força que aquilo ali era lesbofobia, que dizer que existe falo-lésbico é cultura de estupro, é discurso que propaga a violência, que estavamos nos sentindo com medo, coagidas, não quiseram ouvir, não quiseram ouvir !!! Afinal, um homem que decidiu se identificar como mulher dentro do evento, sofria mais que todas nós.

Durante esse conflito dentro do Sarau, VARIAS, VARIAS, VARIAS mulheres vieram até nós, lésbicas,feministas radicais, feministas partidárias, feministas anarquistas, feministas que seguem correntes divergentes ao feminismo radical prestar apoio, dizer que tambem não concordavam com aquilo,, e quando vimos eramos cerca de 50 mulheres expondo o medo e o desconforto com esse homem. 50 mulheres mostraram sua indignação com aquilo, a maioria era lésbica, 50 MULHERES FORAM IGNORADAS E SILENCIADAS.

Uma moça foi ameaçada no banheiro, por outra mulher que estava defendendo Luisa/Helena/Heloisa/Luis. Uma mulher negra e lésbica foi chamada de desumana. Mandaram eu, e mais algumas compas lésbicas "irmos tomar no cú".

Conseguimos nos organizar politicamente, fomos pra fora do sarau, e fizemos uma plenária, expomos o quanto estávamos coagidas ali dentro, expomos que nos sentimos invadidas e decidimos que faríamos uma intervenção no dia seguinte, domingo 03/05/2015. Chamamos a organização do evento, e uma das organizadoras nos disse que teríamos um espaço pra falar, que queria por escrito um texto, pautando o desconforto daquelas mulheres, para que ela pudesse levar pra mesa do EME, e que nós teríamos local de fala.

Nós ficamos a madrugada inteira discutindo, e tendo cuidado em como elaboraríamos esse texto, durante a madrugada algumas meninas foram dormir, eu, Andressa e Fernanda ficamos até as 7 da manhã concluindo os textos, fizemos um texto geral, que englobava todas as mulheres, e fizemos um texto falando sobre a lesbofobia e a cultura de estupro que tava rolando. Nós não dormimos, nós estávamos exaustas, mas não podíamos deixar que aquilo passasse em branco, que mais uma vez lésbicas fossem silenciadas e agredidas num espaço que deveria ser feminista.

De manhã, todas nós nos reunimos de novo, revisamos os textos de forma coletiva, procuramos a organização pra mostrar, conforme o combinado, e mais uma vez prometeram um local de fala para nós.

Depois de toda a organização ler os textos, decidiram que supostamente não teria mais plenária, os ônibus das companheiras envolvidas na nossa auto-organização, decidiram sair mais cedo. Fomos silenciadas, mais uma vez.

50 mulheres que tiveram coragem de expor seu medo, foram silenciadas, sendo a maioria lésbica, eu tenho certeza que haviam mais mulheres desconfortáveis e não tinham coragem de falar. Chegaram relatos até nós de mulheres que não estavam conosco, mas que pediram "pelo amor de deus" pra que não falássemos nada, porque não queriam ser vistas como preconceituosas.

O medo é a arma do patriarcado, UM homem, silenciou 50 mulheres, precisou de UM homem, pra que 50 mulheres, a maioria sendo lésbica se sentisse com medo, e tivesse a necessidade de nos organizarmos num evento para que ele fosse retirado de lá, 50 mulheres unidas, não conseguiram tirar UM HOMEM de um espaço FEMINISTA. UM homem, colocou a vida e a segurança de 1.000 mulheres em risco.






Link do desabafo: https://www.facebook.com/embracethemisandry/posts/1421285568190186?fref=nf

Comentário final: HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Feminismo
« Resposta #48 Online: 08 de Maio de 2015, 21:59:01 »
Babaquice fazer isso, mas a interpretação das coisas não poderia ser mais histérica.

"UM homem, colocou a vida e a segurança de 1.000 mulheres em risco"

Quem lê até tem a impressão de que, por pouco que não morreram mil mulheres no evento, todas mortas pelo Neo de drag.


Offline Geotecton

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Re:Feminismo
« Resposta #49 Online: 08 de Maio de 2015, 22:41:46 »
Ainda assim a crítica é válida: "Gênero não é apenas uma construção social?".
Foto USGS

 

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