Pois é. Gente deprimida discutindo sua depressão com outras pessoas deprimidas em um cenário vitoriano.*

E jantares escandolosos! São pessoas deprimidas, mas são pessoas deprimidas
barulhentas.

Pois é. Gente deprimida discutindo sua depressão com outras pessoas deprimidas em um cenário vitoriano.*
Pra mim, pior que isso só as tramas dos romances americanos de Ficção Psicológica atuais: "professor de literatura em crise de meia idade, tendo um caso com uma mulher mais nova." Ou, "mulher entediada saindo em viagem de auto-descoberta". E tem ainda: "Família disfuncional se reúne para um velório/festa de Natal/casamento". 
*Claro que estou exagerando. 

Realmente, todo esse drama de classe média sem o que fazer da vida é muito chato. Não li quase nada atual, mas há muito exemplo disso em filmes. Com uma diferença: às vezes é a mesma história de sempre, mas agora com uma lésbica (
The kids are allright me vem à mente imediatamente), um nerd (Sideways), negro, algo para tentar se passar como novo mas apresentando uma mudança de protagonista sem consequencia alguma.
Claro, bons contadores de história conseguem dar uma nova luz na situação mais batida. Eu daria como exemplo o Mike Leigh, que da premissa "mulher quer um parceiro, não consegue e fica triste" consegue um belíssimo filme em Another Year. Yi Yi é basicamente a sua terceira trama listada e é um filme maravilhoso sobre o passar do tempo.
Um caso interessante é Manhattan, que é "intelectual em crise de meia idade tem um caso com uma mulher mais nova", mas consegue dizer algo novo, embora não sei de propósito: ao tentar falar da cidade, Woody Allen só consegue falar de seus habitantes e seus pequenos problemas, porque não existe mais grande narrativa. Ah, já viajei demais...
