Interessante sobre as cartas paulinas é que nelas há contradições evidentes às doutrinas de Jesus, o que já demonstrava a confusão que o cristianismo iria virar dali para frente. Por exemplo: Enquanto Jesus dava importância às mulheres, não recriminando-as em nada, nem ensinando nada sobre algum tipo de autoridade homem/mulher, Paulo bate nessa tecla com força, inclusive rebaixando o papel da mulher nas reuniões cristãs (da forma como eram feitas antes dele, como mostrado no ínicio de Atos). Não sei se todos aqui já leram os evangelhos, "oficiais" e apócrifos, mas não há nenhuma fala atribuida a Jesus (pelo menos nos mais antigos, visto que muitos teria sido escritos após as idéias de Paulo terem influenciado os cristãos) que remonte a um sistema/igreja/organização tal qual criado por Paulo.
É interessante também que Paulo, embora nunca tivesse tido contato com Jesus, tenha sido logo elevado a autoridade máxima entre os primeiros cristãos (seguindo a narrativa, lógico). Isso mostra que, se houve algum Jesus real, seus discípulos imediatos falharam miseravelmente na tarefa de evitar as confusões e prezar pelos ensinamentos reais dele.
O mais complicado sobre Jesus é quais teriam sido seus reais ensinamentos, se ele realmente existiu. Há tanta mistura, lendas reescrita, mitos revividos, números suspeitos (tudo é 12, 7, 40, 30 etc), que fica difícil negar a construção.