... livres matematizações não podem e não devem ser consideradas ciência e aquela "realimentação" tem que ter um ciclo muito mais curto do que você pleitea.
"mais curto" quanto? Isto não é sistematizável, bem sabes. Existe um cem número de variações e sutilizas nas gêneses das teorias científicas, em relação aos recursos para a corroboração empírica. Pode se dar quase que instantaneamente, no caso de simples teorias observacionais, a médio prazo, como na evolução do programa de Bohr, ou muito mais que isso, no caso de sistemas que simplesmente oferecem poucos recursos ao teste, mas que produzem um sistema explicativo altamente satisfatório. Como, por exemplo, no caso da Relatividade, que se erigiu sem recursos empíricos de teste para além dos pré-existentes e basilares onipresentes à toda teoria. Os recursos empíricos vieram mais tarde, para se efetivamente avaliar (e, neste caso, corroborar) a teoria. E os dados empíricos anteriores, que dão mote à pesquisa, não podem,
per si, produzir a referida teoria, como muito bem sintetizou o próprio Einstein quando disse que "os fundamentos de uma teoria científica são livres criações do espírito humano". Naturalmente, precisamos racionalizar estas "livres criações", que não são tão livres assim (já falamos sobre isso).
Perceba que, no final, não temos posições contrárias, mas sim diferenciadas em relação ao papel da experimentação no andamento das teorias. E, mais no final ainda, é claro que ambos concordamos que a Natureza sempre é a juíza da última instância.
A propósito, que o prédio pode ruir, não há dúvidas. Mas, mais uma vez, racionalizemos isto com cautela, lembrando bem quando das supostas ruínas newtonianas devido à emergência dos prédios einsteinianos.