Sonhei que eu havia ido a uma fábrica em São Bernardo do Campo para conhecer os seus processos de produção e como fui um dos poucos que chegou no horário assisti a uma palestra e depois o pessoal da empresa preferiu esperar o resto do pessoal chegar. Enquanto isso, eu encontrei um professor da época do curso técnico fiquei discutindo o processo de produção daqula peça. Só que a peça que a primeira vista parecia plana, depois ficou mais grossa e cheia de entalhes tridimensionais que me obrigaram a repensar o processo de fabricação dela.
Enquanto discutíamos, nós saímos por um portão da fábrica para um terreno um terreno vazio ao lado que era parte integrante da cidade universitária da USP, sendo que pouco antes duas garotas haviam saído também. Uma delas era conhecia minha enquanto a outra eu só havia visto de longe. Aí o professor foi embora e eu fui cumprimentar as duas e comecei a conversar com elas. Foi aí que eu soube que aquela que eu não conhecia se transformava em uma cachorra (literalmente), ou pelo menos achavam que ela se transformava. Mas o mais interessante é que ela não alegava ser uma pessoa que se transformava cachorra, mas sim uma cachorra que se transformava em humana. Eu já tinha ouvido essa história circulando antes, mas além de não acreditar também não sabia quem seria a pessoa em questão. E já que finalmente eu a havia conhecido, eu resolvi saber mais sobre a história porque ainda não acreditava que ela pudesse se transformar em em cachorra. Comecei a conversar com ela sobre o assunto, com cuidado para não ofendê-la, porque o assunto me atraía por duas razões: se ela realmente se transformasse em cachorra seria um fato realmente incrível e caso não se transformasse, eu queria entender melhor a sua mente porque ela dava sinais de que realmente acreditava naquilo que afirmava sobre si mesma. Fiquei pensando como deve ser uma mente com duas perspectivas diferentes sobre o mundo e também fiquei com pena porque não deveria ser fácil viver assim.
Enquanto caminhávamos começaram a aparecer mais pessoas caminhando por ali e como eu vi uma andando com um cachorro, me ocorreu que se ela pudesse começar a comportar como cachorra e corresse de quatro até o outro cachorro, mas ela simplesmente ignorou a presença dele. Isso me fez pensar que ela já havia aprendido a controlar os instintos caninos e a se comportar como uma pessoa comum, mas bem nesse instante um grilo enorme (uns 6 centímetros) saltou na nossa frente e caiu embaixo de um grade de um caminhão que estava parado ali ao lado da trilha onde caminhávamos (e que antes não estava). Com isso ela correu de quatro (feito cachorro curioso) até o local onde o grilo havia caído e ficou tentando pegá-lo (com a mão) enquanto o caminhoneiro olhava espantado, e eu fiquei pensando que ela poderia se meter em encrenca por causa disso. Mas logo já estávamos andando de novo, o caminhoneiro não fez e nem disse nada e a nossa amiga em comum resolveu ir embora e ficamos só nós dois conversando. Eu buscava tentar entender como devia ser a perspectiva dela em relação ao mundo e às pessoas, já que ela via tudo tanto pela ótica de um ser humano quanto pela de uma cachorra.
De repente estávamos em um lugar mais cheio e havia alguém jogando um pauzinho para um cachorro ir buscar e eu notei que ela teve um compulsão de também ir atrás. Quanto eu vi que ela pretendia sair correndo também, eu estiquei o braço na frente dela e disse: "Ele foi lançado para outro". Aí ela entendeu que, mesmo eu não acreditando na história dela se transformar, eu havia feito isso para ajudá-la a se conter e preservá-la da ridicularização frente às outras pessoas e me agradeceu e continuamos conversando. Aí já estávamos de volta ao terreno vazio e eu comecei a perguntar como e quando ela se transformava, se tinha controle sobre isso, como ela em forma humana se controlava para evitar um comportamento canino, se o modo de ver os humanos era outro quando ela se transformava, mas aí chegamos numa casa onde ela ficou e disse que em outra oportunidade poderíamos conversar mais sobre isso.
Aí eu estava na casa de um amigo que havia me pedido ajuda em uma coisa que resolvi rapidinho e ele disse que já vinha falar comigo e que eu fosse usando o computador dele enquanto esperava. Eu ainda estava pensando na garota e me ocorreu que se eu entrasse no CC, talvez alguém que entendesse mais de psicologia pudesse me dizer se já conhecia um caso similar ao dela, mas hesitava em contar porque eu não queria fizessem piada a respeito disso, porque eu achava que se tratava de algo sério. Aí comecei a ler um tópico que dizia que muçulmanos haviam criado uma distro Linux baseada nos preceitos do Corão e já haviam várias mensagens fazendo piada em relação ao assunto. E as coisas estavam assim quando meu despertador tocou.