Muito bom o tópico, permitam-me participar.
Costumo chamar os sonhos lúcidos de "desdobramento". Sei que ninguém aqui vai aceitar o termo, por se tratar de algo muito espiritual. Porém, o desdobramento pode ser da consciência, não necessariamente do espírito.
Antes, quando eu era mais jovem, eu tinha muitos sonhos lúcidos. Em sonho eu tinha uma dessas motos potentes, pilotei-a em vários sonhos e era sempre a mesma.
Sonhava que voava, que sensação maravilhosa (acho que por isso larguei a motoca, rsrs...)!
Perdi a conta das garotas que peguei em sonho. Este tipo de sonho perdura até os dias de hoje.
Tive muitos sonhos reais, lúcidos, com vidas passadas: já me vi envolvido em um triângulo amoroso em terras européias em tempos idos, pelas vestes me parece que foi no século XV ou XVI. Curioso é que o casal envolvido é hoje um irmão e uma irmã meus.
Noutro sonho com vida passada, eu chegava ao Brasil acompanhado de minha mãe, ambos muito jovens. Vínhamos para terras de meu pai de então, mas ele não estava ali. Sei que ele era vivo, pois me sentia na obrigação de resguardar a minha mãe para ele.
Quando percebi que ela estava se envolvendo com um empregado da fazenda, devo tê-lo matado, ou mandei que o fizessem.
Quando assisto aquele filme A Casa dos Espíritos, este sonho sempre me vem à lembrança. Tenho certeza que fiz com aquela fazenda abandonada o que o protagonista do filme fez às suas terras.
Me envolvi com muitas sujeiras morais, abusei das empregadas, fiz algumas falcatruas e havia muito dinheiro ilícito, talvez falsificado.
Terminei os meus dias enlouquecido, como morador de um depósito de lixo, usava roupas finas e cartola, porém sujos e esfarrapados. Lembro da minha alegria ao encontrar no lixão um guarda-chuva...
Noutro sonho, acompanhei a gravidez de uma bela senhorita. Todavia, a mãezinha era de menor, "brincou" às escondidas com o namorado e engravidou: era este que vos escreve que ansiava por nascer.
Por medo da reação violenta do pai, por aconselhamento de uma amiga ou prima, abortou-me. Se voar em sonhos é uma sensação para lá de agradável, ser abortado é a pior de todas as sensações...
O sonho que eu mais gosto, e que também está relacionado com vidas passadas, vou lhes contar agora.
Foi no ano de 1992, estava passando por uma fase difícil em minha vida, desemprego, solidão, etc.
Naqueles dias difíceis, estava lendo algo sobre o Apocalipse de João, um tema pelo qual sou apaixonado.
Apesar do desemprego, fazia um bico numa empresa fabricante de silos e tanques, daqueles usados pela indústrias petrolíferas. Era muito longe de casa, e normalmente eu chegava, à noite, exausto pela quantidade de ônibus que tinha que tomar, somado ao calor do verão e à multidão esprimida nos coletivos.
Naquela noite nem jantei, subi ao meu quarto e encostei a cabeça no travesseiro, precisava descansar um pouco antes de mais nada. Foi incrível!
Não deu tempo nem de fechar os olhos e já me vi voando em céu aberto, em grande velocidade, sem o auxílio de nenhuma máquina. Não estava só, ao meu lado um jovem me acompanhava. Ambos chegamos em terras muito distantes, me parecia a África, pois um grupo de negros dançava em algum tipo de ritual. Uma das moças, ao nos ver descer do céu, correu assustada!
De repente, tudo mudou, a paisagem mudou, não havia mais ninguém além de mim mesmo. E eu já não era mais eu, mas sim um homem muito idoso, magérrimo, de pele bem curtida pelo sol, enrolado num pano grosso, branco mas envelhecido. Andava lentamente por causa da idade, me sustentava numa vara, trazia uma sacola pendurada nos ombros, seguia por uma estrada de terra muito estreita.
Em dado momento, várias crianças de cor me cercaram, alegres, sorridentes, mãos estendidas - queriam o que eu trazia na sacola!
E dei-lhes pão, muitos pães, pois tinham fome.
Acordei assustado. Quem era aquele velhinho?
Era João, o evangelista, que viveu até os 94 anos...