Questionar a existência de Deus tomando como base as religiões, não é quetionar sua exitência propriamente, mas apenas uma ou muitas das interpretações "subjetivas" que se fez dessa idéia ao longo dos séculos.
Deus independe das religiões, historicamente falando. Muitos teístas são também a-religiosos e isso pode ser observado no passado, quando muitos dos nossos grandes homens, questionaram as religiões, mas evidenciavam ao mesmo tempo sua própria fé.
Este é um ponto interessante...separar deus das religiões...isto acontece, porque existe um desconforto muito grande com as religiões, com os religiosos, os sacerdotes ... perceber isto, minha cara Luz, já é um passo importante no questionamento teista.
A separação que sugeri não tem relação com o desconforto que você sugeriu, embora ele ocorra. Na verdade, minha citação não pretendia questionar a existência/inexistência de deus propriamente, mas apenas a limitação da argumentação utilizada. É uma questão histórica. Debater o tema somente dentro do contexto religioso, principalmente dentro do contexto atual, é ignorar o período histórico, anterior ao surgimento das religiões como instituições sociais. Deus, como entidade “sobrenatural” em suas mais diversas formas primitivas, é uma idéia primária, independente de qualquer religião que o tenha “caracterizado” dessa ou daquela forma posteriormente.
Mas acreditar na existencia de deus deixa perguntas em aberto...deus fez o melhor universo, as melhores leis da fisica?... qual é o tal "plano divino"? é fazer dos humanos entes perfeitos como o seu criador?
Acreditar é uma palavra que não reflete exatamente o que pretendo propor. Questionar seria mais apropriado. Contudo, perceba você mesmo, que as perguntas sugeridas voltam novamente ao contexto religioso do tema. “Melhor universo”, “plano divino”, “perfeição”, são características “impostas” a deus pelas diversas religiões teístas, assim como “onipotência”, “onisciência”, etc e que ignoram a parte da história em que elas sequer foram citadas.
Não existe perfeição no nosso universo...se assim fosse, ele seria absolutamente geometrico, as formas vivas seriam todas igualmente belas, saudaveis e perfeitas...mas não é assim, o universo é muito mais uma concepção de caos do que algo divino.
Do ponto de vista lógico a perfeição não exige bondade ou beleza, interpretações puramente “éticas”, ela necessita apenas da funcionalidade, que é a interpretação prática. E praticamente falando, o universo funciona. Suas partes são como as engrenagens de um relógio que não se desgastam pelo contato físico, utilizando um mecanismo eficiente de forças como a atração e a gravidade. No espaço, o vácuo permite que nem mesmo a resistência do ar a que estamos sujeitos, seja um empecilho ao movimento das órbitas. Tudo isso não remete necessariamente à intervenção divina, muito menos, à concepção de caos, mas sugere uma construção “inteligente”.
Até onde sabemos, o universo possue apenas alguns bilhões de anos, nasceu do big bang e já começou a morrer...tudo vai desaparecer...até deus...só não sabemos ainda como...fogo e calor ou frio intenso...
Nós não sabemos, nós apenas supomos. Todas essas citações foram baseadas em grande parte pela observação teórica, devido a impossibilidade de observação “prática”. E todas elas possuem correntes contrárias defendidas dentro da própria ciência.
Deus não poderá salvar nem a si próprio...a não ser que ele tenha uma carta na manga que nós simples mortais desconhecemos....
Tudo que nós, simples mortais, sabemos é uma pequena parte comparado a tudo que ignoramos, segundo as palavras da própria ciência. E nós, simples mortais comuns, estamos apenas ensaiando, brincando de saber, o que em profundidade, ignoramos. A maior parte das informações científicas chegam a nós lapidadas, devido, segundo pensam os cientistas, a nossa falta de informação específica e incapacidade de compreensão. Mesmo os mais interessados, como certamente somos eu e você, sabemos apenas, segundo especialistas, o que é preciso saber. Essa pode não ser uma circunstância justa, e principalmente, uma circunstância confortável de reconhecer, mas é a circunstância que se mostra, infelizmente, a mais provável.