Autor Tópico: Argumentos teístas freqüentes e suas refutações.  (Lida 183752 vezes)

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Re: Argumentos teístas freqüentes e suas refutações.
« Resposta #75 Online: 29 de Setembro de 2006, 19:21:28 »
"A: Um evento xyz no futuro provará que o cristianismo é verdadeiro.
R: Evidências anunciadas para o futuro não servem como evidência no
presente."

Versus:

"A: A ciência não conhece a origem das primeiras células.
R: Há mistérios na ciência. Um dia, eles são desvendados pelos avanços
da ciência. "


Contradição brava detectada!!!


Não é uma contradição. A frase diz apenas que a ciência aos poucos vai explicando o que antes era um mistério e até atribuído a milagres.

É bem verdade que talvez não explique nunca. Talvez a raça humana se extinga sem saber muito  mais do que já sabe, mas isto não quer dizer que "a ciência nunca vai conseguir provar ou explicar".

Antes de se dizer "a ciência não explica portanto foi Deus", é preciso primeiro provar que a ciência nunca terá como explicar.


Ou, tem que provar que a ciência vai ter como explicar essas coisas no futuro. Alguém já provou isso?


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Re: Argumentos teístas freqüentes e suas refutações.
« Resposta #76 Online: 29 de Setembro de 2006, 20:12:37 »
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Você tem que considerar que no futuro os cientistas podem não chegar a resposta alguma (e isso não seria uma resposta) ou até mesmo podem derrubar "antigas certezas ciêntificas" (algo que é recorrente). Então, como pode dizer que a ciência e o que é provado por ela, é a verdade abosluta?

Ego, a ciência não proclama verdades absolutas. Toda teoria científica é uma aproximação da verdade.

As tais "antigas certezas" que você fala -- ou modelos antigos, como prefiro dizer -- são substituídos conforme novas observações são verificadas, e fazem parte do processo de auto-correção da ciência.

Vale lembrar que raramente um modelo científico cairia por completo, como a teoria do flogisto. O que costuma acontecer é que uma correção é feita, que explica as mesmas coisa que o modelo anterior explicava e mais.

Offline Ego

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Re: Argumentos teístas freqüentes e suas refutações.
« Resposta #77 Online: 29 de Setembro de 2006, 20:22:15 »
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Você tem que considerar que no futuro os cientistas podem não chegar a resposta alguma (e isso não seria uma resposta) ou até mesmo podem derrubar "antigas certezas ciêntificas" (algo que é recorrente). Então, como pode dizer que a ciência e o que é provado por ela, é a verdade abosluta?

Ego, a ciência não proclama verdades absolutas. Toda teoria científica é uma aproximação da verdade.

As tais "antigas certezas" que você fala -- ou modelos antigos, como prefiro dizer -- são substituídos conforme novas observações são verificadas, e fazem parte do processo de auto-correção da ciência.

Vale lembrar que raramente um modelo científico cairia por completo, como a teoria do flogisto. O que costuma acontecer é que uma correção é feita, que explica as mesmas coisa que o modelo anterior explicava e mais.

OK. Compreendo. Mas, as antigas verdades eram tidas como certa por muita gente, não?
Eu vejo muito cético dizendo "então prove isso, prove aquilo", mas uma prova ciêntifica não garante 100% de certeza, porque ela pode virar uma antiga verdade, certo?

Então, não posso nunca afirmar, com segurança, que o que está "provado" é verdade. Certo?

Partindo disso, posso dizer que não existe uma verdade absoluta, mas sim hipoteses bem fundamentadas?
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Re: Argumentos teístas freqüentes e suas refutações.
« Resposta #78 Online: 29 de Setembro de 2006, 21:08:51 »
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OK. Compreendo. Mas, as antigas verdades eram tidas como certa por muita gente, não?


Só por aquelas que não entendiam o processo científico ;-)


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Eu vejo muito cético dizendo "então prove isso, prove aquilo", mas uma prova ciêntifica não garante 100% de certeza, porque ela pode virar uma antiga verdade, certo?


Acho que você está confundindo duas coisas aqui - certeza com verdade e evidência experimental com fato acabado.

O cientista observa um fenômeno e tenta enquadrá-lo numa teoria. A partir dessa teoria ele pode fazer previsões sobre coisas que ainda não foram observadas. Se mais tarde essas previsões se confirmarem, a teoria ganha força e, vá lá, um status de "certeza".

Para ilustrar, considere a física de Newton. Ele observou a queda dos corpos e deduziu a lei da Gravitação Universal e as leis do Movimento, usada não apenas para descrever os corpos aqui na Terra, mas também os movimentos dos astros no céu. As previsões da teoria de Newton foram se confirmando uma a uma por mais de duzentos anos. Mas não eram capazes de explicar uma anomalia na órbita de Mercúrio, por mais que se tentasse. Faltava algo.

Veio Einstein e realizou uma correção na mecânica newtoniana. Explicou a anomalia de Mercúrio. Newton estava errado? Não! Pois a mecânica newtoniana continua a dar resultados compatíveis com as observações cotidianas. Mas a mecânica relativista de Einstein é mais precisa. E as previsões de Einstein - como verificadas no eclipse de Sobral, por exemplo - tornaram a Relatividade muito bem aceita.

Newton não é uma "velha verdade". É uma boa teoria, que sofreu um ajuste e continua tão válida hoje como sempre foi. Tanto que o movimento dos planetas continua sendo previsto com precisão de frações de segundo.

Em contrapartida, a teoria do flogisto caiu completamente por terra, como caíram também o Lamarckismo e  o Lisenkoismo na Biologia. E caíram por quê? Porque suas previsões falharam em se confirmar através da experimentação e observação. Nesse sentido, elas também não eram "velhas verdades", porque nunca foram verdadeiras para começar.


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Então, não posso nunca afirmar, com segurança, que o que está "provado" é verdade. Certo?

Einstein dizia que 100 experimentos com sucesso não poderiam confirmar a Relatividade, enquanto que apenas um bastaria para mostrar que ela estava errada em algum detalhe.

Isso vale para qualquer teoria. Isso ilustra o mecanismo de auto-correção da ciência. Quando se descobre que uma coisa nova que não se encaixa no modelo, lá vamos nós corrigir o modelo para que ele possa explicar essa coisa nova.

A grande força da ciência é essa: o modelo tem que ser escravo da observação, nunca a observação ser distorcida para se encaixar no modelo.

Citar
Partindo disso, posso dizer que não existe uma verdade absoluta, mas sim hipoteses bem fundamentadas?

De novo, você confunde as coisas.

Nenhuma teoria se pretende A Verdade Final e Absoluta. Isso é dogma, não ciência. Toda teoria, por mais que seja fundamentada pela observação pode ser, no máximo, uma aproximação da verdade.

Agora, se existe ou não uma tal coisa como Verdade Absoluta, é uma questão que eu deixo aos Filósofos :-)

Offline Fernando Silva

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Re: Argumentos teístas freqüentes e suas refutações.
« Resposta #79 Online: 30 de Setembro de 2006, 14:11:26 »
Para ilustrar, considere a física de Newton. Ele observou a queda dos corpos e deduziu a lei da Gravitação Universal e as leis do Movimento, usada não apenas para descrever os corpos aqui na Terra, mas também os movimentos dos astros no céu. As previsões da teoria de Newton foram se confirmando uma a uma por mais de duzentos anos.
A teoria de Newton é apenas um caso particular, como provou Einstein. Ainda sim, é usada há 200 anos com bons resultados.
Para a maioria das pessoas, isto é o que importa: dá resultado. Funciona. Se mais tarde descobrirmos que a teoria tem que ser aperfeiçoada, tudo bem, mas a tecnologia que ela produziu não vai parar de funcionar de repente por causa disto.
Teorias que levam a resultados práticos, na minha opinião, se tornam "verdades", de uma certa forma, embora possam ser substituídas no futuro por uma "verdade" melhor ou mais abrangente.

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Re: Argumentos teístas freqüentes e suas refutações.
« Resposta #80 Online: 30 de Setembro de 2006, 17:14:31 »
Talvez, mas eu tenho um cuidado muito grande com certas palavras :-)

Especialmente como no contexto de discussões como esta!

Offline Ego

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Re: Argumentos teístas freqüentes e suas refutações.
« Resposta #81 Online: 30 de Setembro de 2006, 19:59:10 »
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OK. Compreendo. Mas, as antigas verdades eram tidas como certa por muita gente, não?


Só por aquelas que não entendiam o processo científico ;-)


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Eu vejo muito cético dizendo "então prove isso, prove aquilo", mas uma prova ciêntifica não garante 100% de certeza, porque ela pode virar uma antiga verdade, certo?


Acho que você está confundindo duas coisas aqui - certeza com verdade e evidência experimental com fato acabado.

O cientista observa um fenômeno e tenta enquadrá-lo numa teoria. A partir dessa teoria ele pode fazer previsões sobre coisas que ainda não foram observadas. Se mais tarde essas previsões se confirmarem, a teoria ganha força e, vá lá, um status de "certeza".

Para ilustrar, considere a física de Newton. Ele observou a queda dos corpos e deduziu a lei da Gravitação Universal e as leis do Movimento, usada não apenas para descrever os corpos aqui na Terra, mas também os movimentos dos astros no céu. As previsões da teoria de Newton foram se confirmando uma a uma por mais de duzentos anos. Mas não eram capazes de explicar uma anomalia na órbita de Mercúrio, por mais que se tentasse. Faltava algo.

Veio Einstein e realizou uma correção na mecânica newtoniana. Explicou a anomalia de Mercúrio. Newton estava errado? Não! Pois a mecânica newtoniana continua a dar resultados compatíveis com as observações cotidianas. Mas a mecânica relativista de Einstein é mais precisa. E as previsões de Einstein - como verificadas no eclipse de Sobral, por exemplo - tornaram a Relatividade muito bem aceita.

Newton não é uma "velha verdade". É uma boa teoria, que sofreu um ajuste e continua tão válida hoje como sempre foi. Tanto que o movimento dos planetas continua sendo previsto com precisão de frações de segundo.

Em contrapartida, a teoria do flogisto caiu completamente por terra, como caíram também o Lamarckismo e  o Lisenkoismo na Biologia. E caíram por quê? Porque suas previsões falharam em se confirmar através da experimentação e observação. Nesse sentido, elas também não eram "velhas verdades", porque nunca foram verdadeiras para começar.


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Então, não posso nunca afirmar, com segurança, que o que está "provado" é verdade. Certo?

Einstein dizia que 100 experimentos com sucesso não poderiam confirmar a Relatividade, enquanto que apenas um bastaria para mostrar que ela estava errada em algum detalhe.

Isso vale para qualquer teoria. Isso ilustra o mecanismo de auto-correção da ciência. Quando se descobre que uma coisa nova que não se encaixa no modelo, lá vamos nós corrigir o modelo para que ele possa explicar essa coisa nova.

A grande força da ciência é essa: o modelo tem que ser escravo da observação, nunca a observação ser distorcida para se encaixar no modelo.

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Partindo disso, posso dizer que não existe uma verdade absoluta, mas sim hipoteses bem fundamentadas?

De novo, você confunde as coisas.

Nenhuma teoria se pretende A Verdade Final e Absoluta. Isso é dogma, não ciência. Toda teoria, por mais que seja fundamentada pela observação pode ser, no máximo, uma aproximação da verdade.

Agora, se existe ou não uma tal coisa como Verdade Absoluta, é uma questão que eu deixo aos Filósofos :-)

É impressão minha ou os céticos tem que acreditar em possibilidades? Afinal, como você disse "a verdade absoluta não existe". Então, posso dizer que os céticos, tem que "crer", assim como pessoas envolvidas em religião, também tem que "acreditar" em algo, que pode não ser a verdade absoluta?
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Re: Argumentos teístas freqüentes e suas refutações.
« Resposta #82 Online: 30 de Setembro de 2006, 20:05:21 »
Para ilustrar, considere a física de Newton. Ele observou a queda dos corpos e deduziu a lei da Gravitação Universal e as leis do Movimento, usada não apenas para descrever os corpos aqui na Terra, mas também os movimentos dos astros no céu. As previsões da teoria de Newton foram se confirmando uma a uma por mais de duzentos anos.
A teoria de Newton é apenas um caso particular, como provou Einstein. Ainda sim, é usada há 200 anos com bons resultados.
Para a maioria das pessoas, isto é o que importa: dá resultado. Funciona. Se mais tarde descobrirmos que a teoria tem que ser aperfeiçoada, tudo bem, mas a tecnologia que ela produziu não vai parar de funcionar de repente por causa disto.
Teorias que levam a resultados práticos, na minha opinião, se tornam "verdades", de uma certa forma, embora possam ser substituídas no futuro por uma "verdade" melhor ou mais abrangente.

Ah! Isso é interessante.

Então, a ciência não acha uma "verdade abosluta", para você aceitar o que a ciência lhe trás, você tem que acreditar (na teoria ou o que quer que seja), mas essa crença pode ser derrubado amanhã ou depois. Mas, como você disse o resultado é o que importa.

Dessa forma, o cético não é tão diferente de um teista. Ambos acreditam em algo, que não é absoluta verdade e que amanhã pode cair fora de uso, e muita gente aposta nessa "crença" porque dá resultado.

Então, se um teista vem e diz "acredito em tal religião" ou "tal religião está funcionando pra mim", seria o mesmo que um cético dizer "acredito em tal teoria" ou "tal teoria tem funcionado" ???

No final das contas, posso concluir, que o tal almejado e calejado PROVE que os céticos tantos insistem em dizer, não tem um valor real, afinal, você pode até provar algo, mas isso não vai ser uma verdade abosluta e se não é uma verdade absoluta, tem uma grande possibilidade de ser apenas uma falácia. Assim como as religiões.

=)
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Re: Argumentos teístas freqüentes e suas refutações.
« Resposta #83 Online: 30 de Setembro de 2006, 20:38:38 »
Não. Mais uma vez você confunde as coisas.

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É impressão minha ou os céticos tem que acreditar em possibilidades? Afinal, como você disse "a verdade absoluta não existe". Então, posso dizer que os céticos, tem que "crer", assim como pessoas envolvidas em religião, também tem que "acreditar" em algo, que pode não ser a verdade absoluta?

Não, não pode dizer.

Primeiro, não é "fé" nas teorias científicas. Está mais para confiança inspirada nos resultados obtidos independentemente, objetivamente e repetidas vezes.

Segundo, isso é fundamentalmente diferente da crença religiosa. Crença religiosa é experimentada de forma diferente para cada pessoa. Já um objeto abandonado em queda livre em qualquer lugar da Terra cairá segundo os mesmos princípios físicos, que podem ser verificados por qualquer um. Isso independe do experimentador acreditar ou não no que está vendo, ou no que espera ver.

Citar
No final das contas, posso concluir, que o tal almejado e calejado PROVE que os céticos tantos insistem em dizer, não tem um valor real (...)

Se não tivesse valor real, você jamais poderia usar seu computador para ler esta mensagem. O seu computador é produto do acúmulo do conhecimento científico moderno.

A menos, é claro, que você acredite que seu computador funciona por mágica... :-)

Citar
(...) afinal, você pode até provar algo, mas isso não vai ser uma verdade abosluta (...)

Não se pode provar que uma teoria está "correta". Eu bato muito nessa tecla. O máximo que se pode fazer é acumular evidências. Nenhum conhecimento é completo.

Mas esse conhecimento incompleto já é muito bom, afinal faz computadores funcionarem, prevê o movimento dos planetas, a hora das marés, se vai chover ou não amanhã, a trajetória dos satélites, as vacinas, a construção de pontes, de navios... :-)

Citar
(...) e se não é uma verdade absoluta, tem uma grande possibilidade de ser apenas uma falácia

Errado de novo.

O fato de não ser uma verdade absoluta não implica nenhuma "grande possibilidade" de ser uma falácia. Implica que o conhecimento científico é incompleto.

Entretanto, se uma hipótese científica estiver errada, as previsões delas não irão se encaixar nas observações experimentais. Como aconteceu com o flogisto na Física e o Lisenkoismo na Biologia. Se uma hipótese produzir bons resultados, ela pode até ser substituída por uma hipótese mais completa no futuro, mas as boas respostas que dava antes continuarão a ser boas respostas depois. Como a mecânica Newtoniana e a Relatividade.

Desculpe, Ego, mas caracterizar o Método Científico como uma coisa indistinta da crença religiosa é revelar uma incompreensão fundamental sobre como a ciência funciona.
« Última modificação: 30 de Setembro de 2006, 20:44:41 por Dbohr »

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Re: Argumentos teístas freqüentes e suas refutações.
« Resposta #84 Online: 01 de Outubro de 2006, 03:59:00 »
Não. Mais uma vez você confunde as coisas.

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É impressão minha ou os céticos tem que acreditar em possibilidades? Afinal, como você disse "a verdade absoluta não existe". Então, posso dizer que os céticos, tem que "crer", assim como pessoas envolvidas em religião, também tem que "acreditar" em algo, que pode não ser a verdade absoluta?

Não, não pode dizer.

Primeiro, não é "fé" nas teorias científicas. Está mais para confiança inspirada nos resultados obtidos independentemente, objetivamente e repetidas vezes.

Segundo, isso é fundamentalmente diferente da crença religiosa. Crença religiosa é experimentada de forma diferente para cada pessoa. Já um objeto abandonado em queda livre em qualquer lugar da Terra cairá segundo os mesmos princípios físicos, que podem ser verificados por qualquer um. Isso independe do experimentador acreditar ou não no que está vendo, ou no que espera ver.

Citar
No final das contas, posso concluir, que o tal almejado e calejado PROVE que os céticos tantos insistem em dizer, não tem um valor real (...)

Se não tivesse valor real, você jamais poderia usar seu computador para ler esta mensagem. O seu computador é produto do acúmulo do conhecimento científico moderno.

A menos, é claro, que você acredite que seu computador funciona por mágica... :-)

Citar
(...) afinal, você pode até provar algo, mas isso não vai ser uma verdade abosluta (...)

Não se pode provar que uma teoria está "correta". Eu bato muito nessa tecla. O máximo que se pode fazer é acumular evidências. Nenhum conhecimento é completo.

Mas esse conhecimento incompleto já é muito bom, afinal faz computadores funcionarem, prevê o movimento dos planetas, a hora das marés, se vai chover ou não amanhã, a trajetória dos satélites, as vacinas, a construção de pontes, de navios... :-)

Citar
(...) e se não é uma verdade absoluta, tem uma grande possibilidade de ser apenas uma falácia

Errado de novo.

O fato de não ser uma verdade absoluta não implica nenhuma "grande possibilidade" de ser uma falácia. Implica que o conhecimento científico é incompleto.

Entretanto, se uma hipótese científica estiver errada, as previsões delas não irão se encaixar nas observações experimentais. Como aconteceu com o flogisto na Física e o Lisenkoismo na Biologia. Se uma hipótese produzir bons resultados, ela pode até ser substituída por uma hipótese mais completa no futuro, mas as boas respostas que dava antes continuarão a ser boas respostas depois. Como a mecânica Newtoniana e a Relatividade.

Desculpe, Ego, mas caracterizar o Método Científico como uma coisa indistinta da crença religiosa é revelar uma incompreensão fundamental sobre como a ciência funciona.


Dbohr, eu realmente não tenho conhecimentos sobre o método ciêntifico (e sinceramente, me falta interesse).

Sei que minha comparação é grosseira.

O que eu vejo é que a ciência não prova nada 100%, não tem verdade absoluta (como você disse).

E partindo disso, não vejo muita diferença entre acreditar em uma religião ou na ciência.

Não consigo ver porque acreditar em ciência é mais racional do que acreditar no Buda, por exemplo.

Nenhuma das opções trás certeza absoluta. E certeza absoluta é o que eu mais vejo ser procurada por quem discute a existência de um Deus ou refuta essa idéia.

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Offline Fernando Silva

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Re: Argumentos teístas freqüentes e suas refutações.
« Resposta #85 Online: 01 de Outubro de 2006, 14:38:36 »
Dbohr, eu realmente não tenho conhecimentos sobre o método ciêntifico (e sinceramente, me falta interesse).

Sei que minha comparação é grosseira.

O que eu vejo é que a ciência não prova nada 100%, não tem verdade absoluta (como você disse).

E partindo disso, não vejo muita diferença entre acreditar em uma religião ou na ciência.

Não consigo ver porque acreditar em ciência é mais racional do que acreditar no Buda, por exemplo.

Nenhuma das opções trás certeza absoluta. E certeza absoluta é o que eu mais vejo ser procurada por quem discute a existência de um Deus ou refuta essa idéia.
O método científico, de forma simplificada, é um conjunto de condições e métodos para que uma hipótese seja testada e aceita por toda a comunidade científica como verdadeira.
Uma "verdade" que esteja de acordo com estes parâmetros é aceita por todos os cientistas, pelo menos até que surja alguém com uma explicação melhor.

A ciência nunca terá certeza absoluta de nada. Ela apenas confia o suficiente nas teorias aceitas para usá-las como base para novas teorias. E confia porque os resultados obtidos são reproduzíveis por qualquer um.

E a religião? Há algum "método" universalmente aceito por todos os religiosos? Há algum conjunto de "verdades" universalmente aceitos? Não. E o motivo é que "verdades" religiosas são aceitas pela fé ou por experiências pessoais.

A fé não exige provas, portanto serve para qualquer coisa. Não há motivo para se aceitar uma religião e recusar outras só com base na fé, mas é isto que as pessoas fazem.
Quanto à experiência pessoal, só tem valor para a pessoa que a teve. Não serve como prova, não pode ser repetida ou transmitida.

É por isto que há tantas religiões e tanta briga entre elas.
Há brigas entre cientistas também, quando uma nova teoria é lançada, mas a briga acaba depois que todo mundo testou e confirmou, mesmo que isto demore.
A briga entre religiões nunca terminará. Elas são incompatíveis e inverificáveis.

Offline Dbohr

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Re: Argumentos teístas freqüentes e suas refutações.
« Resposta #86 Online: 02 de Outubro de 2006, 12:07:14 »
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Nenhuma das opções trás certeza absoluta. E certeza absoluta é o que eu mais vejo ser procurada por quem discute a existência de um Deus ou refuta essa idéia.

Em algum momento falei alguma coisa sobre Deus existir ou não?

Só disse que os métodos e princípios da ciência são fundamentalmente diferentes dos religiosos. Se você não tem interesse em compreender isso, é uma escolha sua. Mas acreditar que são iguais não os faz iguais ;-)

Offline Mussain!

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Re: Argumentos teístas freqüentes e suas refutações.
« Resposta #87 Online: 02 de Outubro de 2006, 13:28:10 »
Basta falar a ele que ninguém aqui se ajoelha e reza para a lei da gravidade...

Offline Fernando Silva

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Re: Argumentos teístas freqüentes e suas refutações.
« Resposta #88 Online: 02 de Outubro de 2006, 15:01:38 »
Podemos também dizer que a fé num deus implica em viver de acordo com uma doutrina, para fugir do castigo e ganhar prêmios.
Acreditar que a mecânica quântica está provada não implica em nada disto. Minha vida não vai mudar, mesmo que eu acredite apesar de não ter estudado o assunto.

Tarcísio

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Re: Argumentos teístas freqüentes e suas refutações.
« Resposta #89 Online: 02 de Outubro de 2006, 22:09:28 »
Acredita na ciência? Crente.

Acredita em Deus? Crente.

Offline Luis Dantas

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Re: Argumentos teístas freqüentes e suas refutações.
« Resposta #90 Online: 02 de Outubro de 2006, 23:04:31 »
Acredita na ciência? Crente.

Acredita em Deus? Crente.

Acreditar na ciência é bobagem.
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Mussain!

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Re: Argumentos teístas freqüentes e suas refutações.
« Resposta #91 Online: 03 de Outubro de 2006, 10:03:11 »
Agora é sua vez de tentar Luis... vê se consegue.

Offline Fernando Silva

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Re: Argumentos teístas freqüentes e suas refutações.
« Resposta #92 Online: 07 de Outubro de 2006, 14:38:22 »
Acredita na ciência? Crente.

Acredita em Deus? Crente.
Crer na ciência (ou melhor, em teorias que ainda não deram resultados práticos) não altera a vida de ninguém. Crer num deus implica em mudar de vida.
Há motivos para se crer na ciência. Basta olhar o monitor à sua frente.

Do meu ponto de vista, "crença" tem sentidos diferentes: um baseado em fatos e outro baseado na vontade de crer.
« Última modificação: 07 de Outubro de 2006, 14:40:33 por Fernando Silva »

Offline Dr. Manhattan

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Re: Argumentos teístas freqüentes e suas refutações.
« Resposta #93 Online: 08 de Outubro de 2006, 16:50:38 »
Acredita na ciência? Crente.

Acredita em Deus? Crente.
Crer na ciência (ou melhor, em teorias que ainda não deram resultados práticos) não altera a vida de ninguém. Crer num deus implica em mudar de vida.
Há motivos para se crer na ciência. Basta olhar o monitor à sua frente.

Do meu ponto de vista, "crença" tem sentidos diferentes: um baseado em fatos e outro baseado na vontade de crer.

Eu diria de outra forma: existe a crença racional e a crença irracional. Acreditar de forma racional significa acreditar na evidência , enquanto que acreditar de forma irracional é acreditar a despeito da evidência . Por exemplo:
Uma pessoa, talvez movida por uma inspiração religiosa, resolve pular de um penhasco, acreditando que a fé vai lhe permitir sobreviver. Ela então recebe a informação de que, se ela pular, terá 99,9% de chance de morrer. No entanto, apesar do seu medo e da estatísitica, e movida por sua crença, a pessoa pula...
Outra pessoa, por motivos profissionais ou pessoais, precisa embarcar num avião. Só que essa pessoa tem medo de voar. Ela então recebe a informação de que, se embarcar, terá 99,9% de chance de sobreviver.  No entanto, apesar do seu medo, e movida por sua crença nos dados experimentais, a pessoa embarca.
O fato é que (e para o horror dos fanáticos), a quase totalidade das pessoas vive sua vida com base em crenças racionais (sendo que a maioria reserva um cantinho no sótão, onde a ciência ainda não alcança, para crenças irracionais como vida-após-a-morte e deuses).
You and I are all as much continuous with the physical universe as a wave is continuous with the ocean.

Alan Watts

Tarcísio

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Re: Argumentos teístas freqüentes e suas refutações.
« Resposta #94 Online: 08 de Outubro de 2006, 22:24:07 »
Vocês definem o que é ser racional, definem que existem fatos... não estou atrelado a esse tipo de conceito. Talvez por isso pense diferente de vocês.

Offline Alenônimo

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Re: Argumentos teístas freqüentes e suas refutações.
« Resposta #95 Online: 09 de Outubro de 2006, 08:55:26 »
Vocês definem o que é ser racional, definem que existem fatos... não estou atrelado a esse tipo de conceito. Talvez por isso pense diferente de vocês.

Deveria. ;)
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Offline Onaiab

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Re: Argumentos teístas freqüentes e suas refutações.
« Resposta #96 Online: 11 de Outubro de 2006, 09:50:43 »
Do meu ponto de vista, "crença" tem sentidos diferentes: um baseado em fatos e outro baseado na vontade de crer.

De uma forma ou de outra, constitui-se em "esforços humanos para compreensão do mundo e da vida". E existem fatos para os quais, a explicação através do atual conhecimento científico é capenga.
A dúvida pode ser uma pedra no caminho ou uma ponte sobre o rio.
A simples atitude de negação não conduz a nenhuma certeza.
O improvável pode ser perfeitamente possível.

Offline Marcus VBP

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Re: Argumentos teístas freqüentes e suas refutações.
« Resposta #97 Online: 11 de Outubro de 2006, 09:56:00 »
E existem fatos para os quais, a explicação através do atual conhecimento científico é capenga.

e ainda assim, é o melhor que nós temos.

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Offline Onaiab

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Re: Argumentos teístas freqüentes e suas refutações.
« Resposta #98 Online: 11 de Outubro de 2006, 10:03:08 »
Não discordo da sua opinião de que seja o melhor que temos. Apenas não deixo de aceitar uma realidade, simplesmente porque a ciência não possa explicar.
A dúvida pode ser uma pedra no caminho ou uma ponte sobre o rio.
A simples atitude de negação não conduz a nenhuma certeza.
O improvável pode ser perfeitamente possível.

Offline Marcus VBP

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Re: Argumentos teístas freqüentes e suas refutações.
« Resposta #99 Online: 11 de Outubro de 2006, 10:20:18 »
Não discordo da sua opinião de que seja o melhor que temos. Apenas não deixo de aceitar uma realidade, simplesmente porque a ciência não possa explicar.

então vc aceita naturalmente uma realidade ficcional como verdade porque a ciência não pode explica-la???

o q te faz pensar q uma verdade completamente imaginada ou "revelada", seja melhor que a dúvida? ao menos você não está se enganando.
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