No caso do aborto, a discussao gira em torno se é ou nao é assassinato, uma questao moral séria. A questao é que se todo mundo tivesse uma moral mais rígida pra nao interromper a gravidez
Pessoas que consideram errado interromper a gravidez não têm necessariamente uma moral mais rígida generalizadamente, não sei se foi isso que quis sugerir, em vez de uma moral especificamente rígida quanto a isso.
resultaria em menor demanda. Essa questao seria sequer considerada? Procurar por um "limite" para existência da vida humana?
Bem, fica mais ou menos implícito que as pessoas já considerariam universalmente "vida humana" desde a concepção ou talvez desde a ovulação, então essa questão só seria levantada de forma mais puramente filosófica, deve ter filósofo se perguntando praticamente tudo o que é possível se perguntar, como hobby e profissão.
Mas, ainda assim, talvez mesmo essa sociedade hipotética eventualmente esbarrasse com o potencial do uso médico de células tronco, e isso despertasse um debate similar, embora talvez fosse ser algo mais universalmente rejeitado quase logo de cara, um status comparável ao que eugenia e "eutanásia econômica" têm hoje (mas não em suas origens).
Metendo também a ciência no meio?] Ou essa discussao filosófica só vai longe pra que, como é inviável suprimir toda a demanda pelo aborto e associado ao fato de que a prática em si nao causa muitos danos a sociedade, se tenha uma "justificativa moral" para a realizacao do ato?
Aqui me parece que você está questionando se a justificativa moral/filosófica é algo pensado posteriormente à demanda, e não a precedendo, assim de fato racionalizando, "algo que sabem ser errado". É isso? Acho que até pode ser essa a ordem das coisas em muitos casos, mas vai variar individualmente.
Até por que existem diferentes justificações morais para a aceitabilidade do aborto. A única que considero razoável é a analogia com morte cerebral, mas radicais feministas algumas vezes têm a noção de que a "soberania" sobre o próprio corpo é o fator mais importante, praticamente dizendo nas entrelinhas "não importa se for infanticídio", e, em alguns mais raros casos, até dizendo mesmo, com todas as letras.
Em nível "histórico" deve ter sido isso mesmo, a demanda vindo bem antes da justificação moral, principalmente quanto mais se retroceder na história, já que até infanticídio mesmo já foi mais aceitável. Mas isso não significa que toda as as possíveis justificativas pensadas ao aborto "herdam" isso de forma que as invalide coletivamente.