Autor Tópico: Milícias cariocas  (Lida 13361 vezes)

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Offline Donatello

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Milícias cariocas
« Online: 08 de Janeiro de 2007, 18:17:01 »
O fato é antigo mas o tema é novo, pelo menos no Rio de Janeiro. Há alguns meses, grupos liderados por policiais, retomaram uma prática que em décadas anteriores transformou a região da Baixada Fluminense em uma das localidades mais violentas do planeta (sem exagero: a cidade de Belford Roxo foi várias vezes eleita pela ONU em listas de cidades-destaque neste quesito). Embora desta feita os grupos tenham se instalado na capital, o modus operandis é o mesmo: sob a justificativa de combate à violência grupos se armam (crime) e exigem que moradores paguem taxas (crime) para prestar serviços de segurança irregulares (crime). Para isto obstruem o acesso a determinados logradouros (crime), matam ladrões, traficantes e qualquer indivíduo que julguem suspeito de ser criminoso (crime). Em alguns casos expulsam os moradores insatisfeitos ou aqueles que se negam a pagar a taxa (crime).
Porém, grande parte da sociedade (sobretudo aquele setor dela que só vê violência na ameaça à propriedade de alto valor monetário, que se convencionou chamar de sociedade civil e que deveria se chamar sociedade proprietária de bens) ainda endossa o discurso de que esta é a única maneira de se combater a violência e a criminalidade(??????!!!!!!!!) numa sociedade em que o poder público (diz o discurso comum) é incapaz de manter a paz (seja lá o que for isso).

Logo que se instalou no meu bairro um desses bandos, eu enviei e-mails para vários órgãos públicos e de imprensa denunciando a quadrilha. Cheguei a escrever no e-mail que tinha tanta esperança de que algum dos órgãos para os quais escrevi tomasse alguma medida quanto tinha de que o papai-noel entrasse na minha casa procurando um pé de meia pra enfiar presentinhos. Fiz mais como desencargo de conciência, para não me culpar por não ter feito a parte que me cabia: pela primeira vez me surpreendí positivamente com as Organizações Globo ao assistir em diversos de seus veículos matérias de condenação ao tal ato.

Outro grupo de criminosos: o Comando Vermelho, justificou nestas matérias uma onda de atentados. O que levantou muitas vozes exaltadas contra o "reacionarismo" da rede Globo, que estaria defendendo os criminosos de seus grandes algozes: os heróis da justiça e da lealdade que estariam "limpando" a cidade.

E vocês, Clube Cético, querem discutir a "polícia mineira" carioca?
« Última modificação: 08 de Janeiro de 2007, 19:46:50 por Daniel Reynaldo »

Offline Kao

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #1 Online: 15 de Janeiro de 2007, 20:42:52 »
Perguntar não ofende.

Antes dessa milícia quando só tinha o tráfico aí você mandava e-mais para as autoridades pedindo para acabar com o tráfico?

Offline HSette

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #2 Online: 15 de Janeiro de 2007, 20:47:44 »
Não entendi a expressão "polícia mineira".

 :?:  :? :?:
"Eu sei que o Homem Invisível está aqui!"
"Por quê?"
"Porque não estou vendo ele!"

Chaves

Rhyan

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #3 Online: 16 de Janeiro de 2007, 09:45:00 »
Ptz, lá vem o papo esquerdista de defesa ao bandidismo...

Offline Dbohr

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #4 Online: 16 de Janeiro de 2007, 10:23:49 »
Defendendo o tráfico ou as milícias, Rhyan?

HSette, não sei de onde saiu o nome, mas "polícia mineira" é o apelido que se dá, aqui, aos grupos de policiais que atuam clandestinamente, às vezes como milícia, às vezes como grupo de extermínio.

Rhyan

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #5 Online: 16 de Janeiro de 2007, 10:32:41 »
O Daniel é fã da Marilene Felinto, preciso dizer mais?
Sem esse papinho de "vítimas da sociedade"...


Offline Dbohr

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #6 Online: 16 de Janeiro de 2007, 10:36:51 »
Bom, eu não sou mais da esquerda e mesmo quando eu era, detestava Marilene Felinto.

E acho que as milícias são uma má idéia, em última instância nem melhores, nem piores que os traficantes. Apenas seus crimes são de outra natureza. É a velha mania dos governantes brasileiros de criar um problema para resolver outro.

Rhyan

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #7 Online: 16 de Janeiro de 2007, 10:39:33 »
Citar
sob a justificativa de combate à violência grupos se armam (crime)

Que grupos? Por quê é crime???

Citar
matam ladrões, traficantes e qualquer indivíduo que julguem suspeito de ser criminoso (crime).

Isso é ótimo, bandido bom é bandido morto!


Também acho que não é dessa forma que se combate a violência. Um ponto importante é a reforma judiciária, reduzir a maioridade penal, permitir prisão perpétua e pena de morte. Precisamos de leis mais duras e menos blablabla esquerdista.


Offline Dbohr

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #8 Online: 16 de Janeiro de 2007, 10:50:19 »
Concordo com a prisão perpétua e as reformas judiciárias. Nossas cadeias são masmorras - e masmorras ruins, visto que qualquer zé-mané consegue mandar e desmandar lá dentro.

Já leis mais duras são uma idéia ruim. Nossas leis já são suficientes, precisamos é cumpri-las! Daí a necessidade de reformar o Judiciário.

E Rhyan, fancamente: esse sua repulsa a qualquer noção parecida com "o esquerdismo" parece quase religiosa.

Offline Barata Tenno

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #9 Online: 16 de Janeiro de 2007, 11:08:52 »
O que diminui a criminalidade não é o tamanho da pena, é a certeza de que vai ser preso.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Rhyan

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #10 Online: 16 de Janeiro de 2007, 12:03:11 »
Privatizar os presídios também seria ótimo.

Offline Barata Tenno

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #11 Online: 16 de Janeiro de 2007, 12:03:37 »
Privatizar os presídios também seria ótimo.

Concordo.....
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Fred

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #12 Online: 16 de Janeiro de 2007, 13:01:46 »
Por quê é crime???

Porque é contra a Lei. Somente cabe ao Estado exercer a função de polícia.

Isso é ótimo, bandido bom é bandido morto!

Esta afirmação é irracional e extremamente perigosa. Entendo o cunho emocional e o contexto na qual ela geralmente é utilizada. Mas em qualquer aspecto ela é injustificável e bárbara.

Um ponto importante é a reforma judiciária, reduzir a maioridade penal, permitir prisão perpétua e pena de morte. Precisamos de leis mais duras e menos blablabla esquerdista.

Concordo com a reforma judiciária e a redução da maioridade penal ( infelizmente é uma realidade no Brasil ). Pena de morte é inútil e já está mais do que comprovado que não reduz criminalidade. É pura vingança sem efeito prático.
Prisão perpétua é o mesmo que pena de morte...só que custa muito mais caro ao Estado.
A solução é complexa e jamais definitiva, mas passa necessariamente pela reforma total do sistema penitenciário. Não é possível recuperar alguém sem condições dignas, educação e trabalho dentro da prisão. Além de acesso igualitário à Justiça.
E isto não tem nada a ver com esquerdismo. Tem a ver com racionalidade. Basta observar os níveis de criminalidade de países como a Noruega, Suécia ,Finlândia e outros socialmente mais avançados.
Abraço !
“Não tenho medo das perguntas difíceis: tenho pavor das respostas fáceis.” A. Malcot

Offline Fred

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #13 Online: 16 de Janeiro de 2007, 13:10:41 »
Concordo com a prisão perpétua e as reformas judiciárias. Nossas cadeias são masmorras - e masmorras ruins, visto que qualquer zé-mané consegue mandar e desmandar lá dentro.

E qual seria a diferença prática entre a pena de morte e a prisão perpétua em uma cadeia como a que você descreveu ?
Para que serve alguém preso até morrer, consumindo o dinheiro do cidadão, sem o objetivo de recuperação ? Você acha isto racional ?
Mesmo supondo uma cadeia ideal, limpa, onde o cara não é violentado, estuda, trabalha, toma seu banho de sol, etc...qual seria a lógica de manter este cara lá para o resto da vida ?
Se a questão não é apenas ética, a pena de morte seria mais prática, eficaz e barata para a sociedade.
Você não acha, Dbohr ?
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Luz

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #14 Online: 16 de Janeiro de 2007, 13:21:47 »
Não entendi a expressão "polícia mineira".

 :?:  :? :?:

Eu acho que a expressão não tem relação com Minas e sim com minas - mas queima o filme.  |(

Offline Dbohr

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #15 Online: 16 de Janeiro de 2007, 13:25:27 »
Concordo com a prisão perpétua e as reformas judiciárias. Nossas cadeias são masmorras - e masmorras ruins, visto que qualquer zé-mané consegue mandar e desmandar lá dentro.

E qual seria a diferença prática entre a pena de morte e a prisão perpétua em uma cadeia como a que você descreveu ?
Para que serve alguém preso até morrer, consumindo o dinheiro do cidadão, sem o objetivo de recuperação ? Você acha isto racional ?
Mesmo supondo uma cadeia ideal, limpa, onde o cara não é violentado, estuda, trabalha, toma seu banho de sol, etc…qual seria a lógica de manter este cara lá para o resto da vida ?
Se a questão não é apenas ética, a pena de morte seria mais prática, eficaz e barata para a sociedade.
Você não acha, Dbohr ?


Em uma cadeia como a que eu descrevi, quase nenhuma. Por isso não defendo a prisão perpétua no atual modelo prisional, mas depois de uma reforma ampla. Uma que contemple, por exemplo, que o preso possa receber alguma instrução e possa realizar algum trabalho e seja remunerado por isso.

Num modelo assim, a prisão perpétua seria reservada para aquele sujeito que comete crimes hediondos de forma reincidente, mesmo depois de passar pelo período de reabilitação.

Não sei se algo assim existe, ou mesmo se é factível, mas estou pronto a mudar de idéia se me apresentarem contra-argumentos razoáveis :-)

Já eu sou contra a redução da maioridade penal. De que adianta prender maiores de 16, em vez de 18? A se manter todo o resto, o que isso provavelmente vai ocasionar é o recrutamento de crianças cada vez mais jovens, como de fato já acontece: crianças de 10, 8 e às vezes até menos já estão no tráfico. Todo mundo reclama do Estatuto da Criança e do Adolescente, que favorece os jovens delinqüentes - e isso é uma patente distorção. As provisões do ECA quase nunca são aplicadas como devem ser. Na maior parte das vezes, o menor delinqüente é jogado num abrigo-masmorra, não tem orientação nenhuma e depois de alguns meses vai embora. Isso está na lei? Claro que não. Mas é o que se faz.

O que é preciso fazer, urgentemente, não é reduzir a maioridade penal. É destruir as prisões-masmorras e construir presídios inteligentes, com separação por categoria de criminoso. Sou favorável a prisões de iniciativa privada, por exemplo.

Offline Dbohr

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #16 Online: 16 de Janeiro de 2007, 13:31:10 »
Em tempo: assino embaixo a sugestão do Barata Tenno. É preciso acabar com a impunidade e dar a certeza de que quem cometer um crime vai preso.

Offline Donatello

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #17 Online: 16 de Janeiro de 2007, 14:54:16 »
Que bom que alguém resolveu discutir: é pra isso mesmo que serve o fórum (acho).

Citar



Citar
sob a justificativa de combate à violência grupos se armam (crime)

Que grupos? Por quê é crime???

Essa é uma pergunta muito, digamos, complexa. Acho que vou precisar pedir ajuda:
do Lat. crimen

s. m.,
    transgressão, infracção grave de um preceito da lei ou da moral;
    por ext.  delito, facto repreensível, infracção de um dever;
Citação de: LEI No 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003.
                                            CAPÍTULO III
                                             DO PORTE
     Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos
previstos em legislação própria e para:
     I – os integrantes das Forças Armadas;
     II – os integrantes de órgãos referidos nos incisos do caput do art. 144 da Constituição
Federal;
     III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com
mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta
Lei;
     IV – os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 250.000 (duzentos e
cinqüenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço;
     IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000 (cinqüenta mil)
e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço; (Redação dada pela Lei nº
10.867, de 2004)
     V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do
Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;
     VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da
Constituição Federal;
     VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes das
escoltas de presos e as guardas portuárias;
     VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de valores constituídas, nos termos
desta Lei;

     IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas, cujas atividades
esportivas demandem o uso de armas de fogo, na forma do regulamento desta Lei, observando-se,
no que couber, a legislação ambiental.
As tais mineiras são, sim empresas de segurança privada, mas não são constituídas de acordo com lei alguma, são, portanto, criminosas, visto que burlam, desobedecem uma lei. A não ser que alguém tenha uma outra definição para a palavra crime, senão "ato que vá de encontro ao determinado por lei" (dentro do contexto em que estamos usando a tal palavra, entenda-se)…

Citar
Ptz, lá vem o papo esquerdista de defesa ao bandidismo…
Acho que o problema é o mesmo. Eu vou ter que quotar também uma definição para a palavra bandido. Quem defendeu banditismo aqui? Eu? Onde? Muito pelo contrário, da minha parte só se leu críticas ao banditismo. Só entende o contrário alguém que tenha uma definição muito peculiar para esta palavra: bandido.

Bem, para dirimir qualquer dúvida, lá vai a definição convencional e bem precisa para o termo

Citar
Criminoso
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Bandido)
Ir para: navegação, pesquisa

Um criminoso é um indivíduo que viola uma ou mais leis ou regulamentos.

Aos criminosos que são pegos, se aplica uma punição, geralmente proporcional ao crime cometido.

A punição aplicada a um criminoso pode ser de caráter corretivo, com a intenção de reeducar o indivíduo para que não volte a cometer delito, ou de caráter exemplar, com a intenção de desincentivar outras pessoas a cometerem atos semelhantes.

Aquele que ajuda um criminoso a cometer um crime ou que, por omissão, permite que um crime aconteça quando poderia ou deveria ter impedido, geralmente é considerado cúmplice


Citar
Isso é ótimo, bandido bom é bandido morto!
Mais uma vez, milhares, até a exaustão. Rhyan, esta frase só faz sentido na cabeça de alguém que não compreendeu bem o significado do significante B-A-N-D-I-D-O. Ora, meu amigo, se bandido bom é bandido morto, então para serem coerentes com o próprio discurso que os justifica os tais seguranças deveriam dar um tiro em suas próprias cabeças imediatamente após terem dado um na cabeça de um preto qualquer. Mas se você quer reduzir a significação das palavras ao que você gostaria que elas significassem eu acho que realmente a discussão não anda.
« Última modificação: 16 de Janeiro de 2007, 15:28:21 por Daniel Reynaldo »

Offline Pregador

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #18 Online: 16 de Janeiro de 2007, 15:36:52 »
Em tempo: assino embaixo a sugestão do Barata Tenno. É preciso acabar com a impunidade e dar a certeza de que quem cometer um crime vai preso.

Exatamente, a questão é muito estrutural e até moral do que legal. Primeiro é necessária toda uma nova estrutura: Presídios que prestem, colônias penais agrícolas e prisões industriais para o regime semi-aberto e as casas de albergado do regime aberto. Varas de penas alternativas com estrutura para acompanhar as execuções das penas. Algumas reformas processuais também eu acho necessárias. Como regras mais rígidas para a progressão de regime e o livramento condicional, de forma a evitar que o sujeito cumpra uma pena irrisória.

Outra questão é a moralização da polícia novamente. Em certas regiões não dá mais apra identificar quem é polícia e quem é criminoso. É necessária toda uma  revisão e acelerar as sindicância exonerando todos os corruptos e similares e sobretudo, aumento de salário para os policiais.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline Donatello

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #19 Online: 16 de Janeiro de 2007, 15:42:06 »
Citar
Perguntar não ofende.

Antes dessa milícia quando só tinha o tráfico aí você mandava e-mais para as autoridades pedindo para acabar com o tráfico?
Kao, no meu bairro a "justificativa" para a instalação desta quadrilha não foi o combate ao tráfico e sim a uma série de assaltos que "muito coincidentemente" começaram a ocorrer antes de estes "seguranças" aparecerem por lá.
Não, eu não mandava e-mails denunciando o tráfico de entorpecentes e não mandava porque não tenho sobre estas atividades o conjunto de informações que eu tenho sobre as quadrilhas de mineira (local preciso de atuação, nome dos tais bandidos, placas de carros utilizados por eles, maneira de agir, nomes, códigos de patrulhas policiais que fazem o recebimento das propinas e horários de tais recebimentos). Sabe como eu tinha todas estas informações, em tão pouco tempo Kao? É que ao contrário dos traficantes, que agem de madrugada, escondidos nas vielas dos morros, estes nobres seguranças, tão certos de que nada os acontecerá, cometem todos os seus muitos crimes as claras, para qualquer um ver, filmar, anotar, divulgar e perder o seu tempo.

Offline n/a

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #20 Online: 16 de Janeiro de 2007, 16:28:38 »
Não deixa de ser curioso que meia duzia de policiais militares que fazem partem dessas milícias consigam expulsar e acabar com o tráfico em várias regiões e o Estado, sentado em cima de toda a estrutura que possui e de todo o dinheiro que pagamos em impostos, não consiga fazer o mesmo - utilizando os mesmos policiais, diga-se.

Offline Donatello

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #21 Online: 16 de Janeiro de 2007, 16:38:19 »
Isso indica o quê Ricardo? A incompetência do Estado ou o caráter criminoso das forças policiais?
É o Estado quem não consegue fazer o seu serviço ou as corporações políciais que provam não ter interesse em combater  o tráfico de cujo lucro que elas compartilham, exceto, quando encontram (como é o caso que estamos debatendo) uma forma de atividade criminosa mais lucrativa?

Como você disse, os policiais são os mesmos. Será que não poderiam combater o tráfico de drogas de maneira mais eficiente sem lançar de recursos criminosos?
 

Offline n/a

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #22 Online: 16 de Janeiro de 2007, 16:47:19 »
Isso indica o quê Ricardo? A incompetência do Estado ou o caráter criminoso das forças policiais?

Indica as duas coisas.

Citar
É o Estado quem não consegue fazer o seu serviço ou as corporações políciais que provam não ter interesse em combater  o tráfico de cujo lucro que elas compartilham, exceto, quando encontram (como é o caso que estamos debatendo) uma forma de atividade criminosa mais lucrativa?

Como você disse, os policiais são os mesmos. Será que não poderiam combater o tráfico de drogas de maneira mais eficiente sem lançar de recursos criminosos?

Eu concordo com você, Daniel. Não estou defendendo as milícias. Infelizmente, não consigo pensar em muitas soluções para o problema. Fortalecer as corregedorias das polícias - fazer com que tenham autonomia de pessoal, sejam desvinculadas dos quartéis - talvez seja um bom passo. Melhorar o salário e as condições dos policiais também seria interessante. Uma justiça mais rápida também ajudaria. Enfim, são coisas que todo mundo sabe que devem ser feitas há anos e anos e continuam distantes de se tornar realidade.

Offline Fred

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #23 Online: 16 de Janeiro de 2007, 20:50:34 »
Infelizmente, não consigo pensar em muitas soluções para o problema.

Seguir o exemplo de Rudolph Giuliani em NY, por exemplo. Tolerância zero com o policial corrupto e o pixador de muro.
Estou cansado de ver na TV os comandantes da polícia defenderem a corporação sempre que um policial está envolvido no crime.
Sempre é "uma minoria" que pratica o crime e o caso "uma exceção", quando todo mundo sabe que é exatamente o oposto. O policial honesto é a exceção aqui no Brasil. Quando um guarda de trânsito pára o infrator e aplica a multa sem pedir dinheiro, vira "case".
Não existe crime organizado sem a participação de policiais, principalmente civis.
“Não tenho medo das perguntas difíceis: tenho pavor das respostas fáceis.” A. Malcot

Fabi

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #24 Online: 16 de Janeiro de 2007, 20:55:04 »

Seguir o exemplo de Rudolph Giuliani em NY, por exemplo. Tolerância zero com o policial corrupto e o pixador de muro.
É isso aí, tolerância zero com a criminalidade, foi só assim que NY reduziu a violência e a criminalidade.  :apoiado:

 

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