Autor Tópico: Milícias cariocas  (Lida 13363 vezes)

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Offline Diegojaf

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #50 Online: 19 de Janeiro de 2007, 19:24:01 »
Fred, neste site existem muitas informações a respeito da polícia... http://www.crisp.ufmg.br/home.htm

Sim, os PC estão infinitamente mais expostos a situações das quais possam tirar algum proveito econômico.

Mas não posso dizer se são ou não mais corruptos, pois além de ser precipitado sem números exatos, seria só uma forma de reforçar a idéia de rivalidade que existe entre as polícias...

A PM lida sim com traficantes e ladrões de banco, e melhor, na hora em que eles estão mais vulneráveis. Acha que a gente nunca ouve coisas do tipo: "Ali tem $$$. Me dá 15 minutos de vantagem e é seu"...?

Sempre, mas ocorre na PM uma ética de grupo muito forte, já que sabemos que aquele sujeito é o mesmo que vai atirar em algum amigo nosso no dia seguinte.

Fred, com sinceridade, você já foi extorquido pela polícia? (qualquer uma delas)
Você já foi a alguma delegacia/Cia?
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Donatello

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #51 Online: 20 de Janeiro de 2007, 11:33:54 »
Opa…ó eu voltando.Vou repsonder pelo Fred.
1. Sim, eu já fui extorquido por políciais (PM e Polícia Ferroviária Federal). Várias vezes, quando eu vendia balas nos trens do Rio de Janeiro. E ao contrário do que o Diego diz, não eram influenciados por mim a isso. Eles propunham a propina. Me lembro de uma vez, na Central do Brasil: um PFF subiu numa bancada que tinha bem na entrada da estação e mandou reunirem-se os camelôs, então ele, como se fosse um pastor pregando num culto ao ar-livre, começou: "Aí gente, a Páscoa tá chegando e gente tem que comprar nosso bacalhau, nossos ovinhos, que a gente também é filho de deus. Então fulano fica responsável pela coleta no ramal Deodoro, beltrano fica responsável no Japeri (e foi nomeando alguns camelôs bem considerados que iriam recolher as propinas). Se faltar dinheiro a gente carrega tudo, tão entendendo?" Isso às 19H, aos brados, num dos pontos mais movimentados do Centro do Rio"

2. Canso de ver políciais extorquindo, sim, usuários de droga nas saídas das favelas do Rio. Não sou usuário (se fosse diria, até porque nem é mais crime) . Já fiz várias denúncias´para 190 dando conta de local, nomes dos vermes (quando não estão escondidos sob colete eu anoto). Nunca aconteceu nada. Uma vez a filha da puta da policial atendente cuspiu  fogo e desligou na minha cara. Das outras foram muito cordiais comigo e prometeram tomar providências imediatas…
« Última modificação: 20 de Janeiro de 2007, 11:40:02 por Daniel Reynaldo »

Offline Donatello

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #52 Online: 20 de Janeiro de 2007, 11:38:33 »
Eu concordo com o Fred, isto é um fato, e nem precisa ligar a TV. Basta não morar em Marte e não ser tão cego pelo corporativismo ao ponto de não se enchergar o palmo que está à frente dos olhos. (E ao contrário do Fred eu não me retrato [exceto quando cometo alguma injustiça, o que não é o caso]).

Offline Fred

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #53 Online: 20 de Janeiro de 2007, 14:27:16 »
Eu concordo com o Fred, isto é um fato, e nem precisa ligar a TV. Basta não morar em Marte e não ser tão cego pelo corporativismo ao ponto de não se enchergar o palmo que está à frente dos olhos. (E ao contrário do Fred eu não me retrato [exceto quando cometo alguma injustiça, o que não é o caso]).

Daniel, não é uma questão de retratação. É uma questão de respeito para com um profissional que acredito seja íntegro, como me parece o caso do Diego. Se você ler com mais cuidado o que escrevi, verá que mantive a minha opinião. Seria hipócrita se mudasse o que escrevi simplesmente para fazer média. Apenas tentei compreender o sentimento dele como policial e respeitá-lo como pessoa dentro de um clima democrático e amistoso. E sem dúvida a Polícia Civil é o foco maior da corrupção ( ao menos aqui em SP onde vivo ). Se aparecer outro colega do forum que seja da civil, infelizmente poderá não gostar muito, mas esta é a minha opinião.

Eu sempre debati idéias, evitando personalizar ou ofender alguém. Se um dia acontecer, será sem intenção e no calor de um debate democrático.
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Offline Spitfire

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #54 Online: 20 de Janeiro de 2007, 15:16:44 »
Só que a tolerância zero norte-americana foi mais do que um simples enrijecimento das leis e da polícia... foi uma reforma mais ampla, onde, e principalmente na minha opinião, até a educação foi reformulada... onde se fomentou uma idéia de cidadania, de direitos e deveres.

Apenas tornar as penas mais duras é "meia sola"... e remendo para inglês ver... e "fazer nas coxas".

Offline Fred

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #55 Online: 20 de Janeiro de 2007, 15:19:22 »
Fred, neste site existem muitas informações a respeito da polícia… http://www.crisp.ufmg.br/home.htm

Dei uma olhada e achei o site do CRISP uma proposta interessante, principalmente por estar vinculado à UFMG ( o que lhe confere mais autorizade acadêmica e neutralidade ). Não encontrei estatísticas que pudessem ajudar na nossa discussão, mas é uma boa iniciativa para aproximar a polícia da comunidade, sem dúvida. Tentei baixar um pdf chamado "O papel da Ouvidoria de Polícia no Controle da Atividade Policial - Relatório de Pesquisa", mas não consegui.
De qualquer maneira, obrigado pelo link.


Sim, os PC estão infinitamente mais expostos a situações das quais possam tirar algum proveito econômico.

Mas não posso dizer se são ou não mais corruptos, pois além de ser precipitado sem números exatos, seria só uma forma de reforçar a idéia de rivalidade que existe entre as polícias…

Nem esperaria outra posição diferente de você, Diego. Com certeza, assim como eu, você também tem o seu "achômetro", mas entendo que seria politicamente incorreto e pouco produtivo você tomar partido em um assunto delicado como este. Tua postura foi sensata.


A PM lida sim com traficantes e ladrões de banco, e melhor, na hora em que eles estão mais vulneráveis. Acha que a gente nunca ouve coisas do tipo: "Ali tem $$$. Me dá 15 minutos de vantagem e é seu"…?

Sempre, mas ocorre na PM uma ética de grupo muito forte, já que sabemos que aquele sujeito é o mesmo que vai atirar em algum amigo nosso no dia seguinte.

Dilemas éticos e tentações todos nós temos. O problema é que o dilema de um policial pode ser muitíssimo mais danoso à sociedade do que de um cidadão comum. O policial está na rua para supostamente nos proteger e não para se aliar ao bandido, como ocorre muitas vezes. É muito diferente de alguém achar uma carteira no chão e não procurar o legítimo dono.

Deve ser difícil para um PM que ganha uma miséria ter de lidar com ofertas como esta, depois de colocar a sua vida em risco e não saber se volta para casa no final do dia. Mas creio que ele já sabe de todas as limitações e riscos antes de entrar para a corporação. E não acho aceitável em nenhum tipo de profissão alegar baixa remuneração para não desempenhar ao máximo a sua função ou se corromper. Seja lixeiro, professor ou policial. Quem não estiver satisfeito com as condições de trabalho, deve procurar outro mais adequado às suas necessidades.

Fred, com sinceridade, você já foi extorquido pela polícia? (qualquer uma delas)
Você já foi a alguma delegacia/Cia?

Assim como o Daniel descreveu sua experiência, acho difícil encontrar alguém que nunca tenha passado por algo desagradável junto à polícia. Eu percebo, pelo contrário, uma enorme surpresa quando a pessoa foi bem tratada em uma delegacia ou não foi extorquido. Não é à toa que a imagem da polícia é tão pior que a dos bombeiros ( e ambos são da mesma corporação militar ).

Particularmente não tive problemas sérios, mas sem entrar em detalhes por motivo óbvios, vou relatar alguns que recorde. É bom deixar claro que moro em SP e a percepção de violência nas grandes metrópoles é muito maior.

Quando era adolescente fui pego dirigindo sem carta por uma viatura da Rota. Como estava bem perto da minha casa, os policiais foram até lá e falaram com meu pai, que acabou fazendo um acerto na hora para me liberarem. Entenda "acerto" como preferir.

Uma vez discuti com um descohecido no trânsito que me deu uma fechada. Foi uma bobagem, nada de mais. Ele era da Civil em carro particular. Me seguiu, apontou a arma, mandou descer e disse que quem se mete com polícia não sabe o risco que corre. Depois de alguns desaforos que tive de ouvir calado, disse que tive sorte pois ele estava de bom humor e que da próxima vez eu teria o destino que tem os bandidos, ou seja...a represa de Guarapiranga.

Tive loja de carros alguns anos e regularmente "contribuia espontaneamente" para o pessoal do Detran e do Depatri que faziam visitas regulares. Entenda "contribuição espontânea" como preferir.

Já tive veículo roubado e recuperado dois dias depois pela polícia que me ligou. Desenbolsei uma pequena "taxa de retorno" pela gentileza. Interprete "taxa" como preferir.

Já fui parado por policiais na estrada durante o feriado para inspeção de rotina. Mesmo com tudo em ordem, um policial mal intencionado facilmente consegue encontrar alguma "irregularidade", que é rapidamente sanada após breve "conversa". Entenda "conversa" como preferir.
Aceitei conversar a primeira vez há muitos anos atrás. Hoje não aceito mais por questão de princípios e prefiro uma multa ( que nunca é dada no final, mas é utilizada apenas para coersão psicológica ).

Resumindo...sou um cidadão relativamente honesto ( sim, dirigi sem carta com 17 anos ), que pago meus impostos e levo uma vida regrada ( com um ou outro pequeno percalço , pois ninguém é santo também...rs... ), e como você pode ver, nunca tive problemas coma polícia. Entenda "problemas" como preferir.

Abraço :ok:
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Offline Diegojaf

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #56 Online: 20 de Janeiro de 2007, 16:07:56 »
Dei uma olhada e achei o site do CRISP uma proposta interessante, principalmente por estar vinculado à UFMG ( o que lhe confere mais autorizade acadêmica e neutralidade ). Não encontrei estatísticas que pudessem ajudar na nossa discussão, mas é uma boa iniciativa para aproximar a polícia da comunidade, sem dúvida. Tentei baixar um pdf chamado "O papel da Ouvidoria de Polícia no Controle da Atividade Policial - Relatório de Pesquisa", mas não consegui.
De qualquer maneira, obrigado pelo link.

Tenta novamente... eu mesmo só consegui fazer o download lá pela 4ª vez em que cliquei. Esse arquivo tem uma pesquisa (um pouco antiga, de 2003 ou 2004, não sei) em que, apesar de apenas 2% dos entrevistados já terem sido vítimas de algum PC ou PM corrupto, 52% da população não confia na polícia (ambas).

Coisa que eu acho curiosa. Não ter confiança não baseado em experiências, mas por pura tradição. Posso falar pela PM de Minas pelo menos, que não tem um histórico nem um pouco feliz com relação aos anos de ditadura. Éramos a principal força de repressão e naquela época, não havia limites...
Essa desconfiança permanece, e vai durar por um booooom tempo...

Na PM daqui pelo menos, fazem apenas 8 anos que começaram a exigir Ensino Médio para o concurso. A disciplina de Dir. Humanos, Ética Profissional e Sociologia só passou a ser parte do treinamento (74 horas-aula mais ou menos) a partir de  1.997.

Os comandantes de hoje ainda são aqueles que, a época da ditadura, estavam na parte mais operacional do serviço e a intenção da corporação é que essas pessoas que não se adaptam às exigências da sociedade de hoje sejam gradualmente substituídas por aqueles que estejam melhor preparados. Hoje a promoção para patentes mais altas exige um curso de pós-graduação em Criminologia na UFMG.


É uma pena que você tenha passado por esse tipo de coisa, e considero uma vergonha pessoal para mim, mesmo não sendo do seu estado, que ainda hajam esses profissionais que, por quaisquer sejam as razões deles, praticam atos que exemplifiquem tão bem o princípio do "custo social do erro".

Quando fiz a escolha pela PM, estava consciente de seus problemas, mas também conhecia várias pessoas de dentro que realmente fazem a diferença e eram respeitados pela ética profissional e de grupo que possuem.

Além do que, hoje existe uma transparência com relação às ações das polícias que faz com que cada vez menos policiais se arrisquem a praticar (hoje qualquer um pode filmar uma ação, por exemplo) e as organizações de DH (com as quais muitas vezes eu dou de frente) também estão aí pra fiscalizar essas ações. Não é mais válido dizer que a corporação é tão poderosa e intocável quando um simples telefonema de um deputado que foi abordado em uma blitz e que teve o carro revistado consegue remover essa blitz, independentemente das razões pelas quais ela está lá.

Eu digo, e com orgulho, que não entrei pra polícia pela grana. E sou um dos poucos que pode dizer isso lá dentro.

Na minha idade e com as experiências que já tive, não me atrevo a me colocar no lugar de um pai de família com 25 anos de polícia que ganha menos de 2000 por mês para saber o que raios passa na cabeça dele que o leve a fazer algo assim.

Na minha opinião, é viver tempo de mais, tratando com o pior do ser humano sem que tenha-se sido previamente treinado para isso. E mesmo com muito preparo físico, não vale nada sem o seu psicológico...

Espero ver mudanças drásticas no que se refere à relação polícia/povo a curto prazo, e acho que tenho fundamentos pra pensar assim...
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Offline Spitfire

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #57 Online: 20 de Janeiro de 2007, 16:21:23 »
O meu depoimento pessoal, que não é referencia nenhuma para o mundo, mas toda a vez que tive qualquer envolvimento com a PM, foram de uma educação e de uma presteza ímpar. Tiro meu chapéu para a Brigada Militar do RGS. Só tenho elogios.  :ok:

Por certo que existem elementos podres na corporação, mas vejo isto mais como sintoma do que como causa. Fico impressionado como existam pessoas que com tamanha precariedade, seja em salários e seja em aparelhamento, ainda assim conseguem prestar um atendimento relativamente bom à sociedade.

Offline Fred

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #58 Online: 20 de Janeiro de 2007, 16:28:35 »

É uma pena que você tenha passado por esse tipo de coisa, e considero uma vergonha pessoal para mim, mesmo não sendo do seu estado, que ainda hajam esses profissionais que, por quaisquer sejam as razões deles, praticam atos que exemplifiquem tão bem o princípio do "custo social do erro".

Quando fiz a escolha pela PM, estava consciente de seus problemas, mas também conhecia várias pessoas de dentro que realmente fazem a diferença e eram respeitados pela ética profissional e de grupo que possuem.

Eu digo, e com orgulho, que não entrei pra polícia pela grana. E sou um dos poucos que pode dizer isso lá dentro.

Espero ver mudanças drásticas no que se refere à relação polícia/povo a curto prazo, e acho que tenho fundamentos pra pensar assim…

Diego, espero que a tua maneira de pensar seja exemplo para os demais colegas de corporação !
Assim como você, desejo um dia não ter mais medo de cruzar com uma viatura da polícia à noite.
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Offline Diegojaf

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #59 Online: 20 de Janeiro de 2007, 16:38:24 »
É osso comparar polícias entre estados. Cada corporação tem uma mentalidade e objetivos diferentes. A de Minas prega uma coisa, a de São Paulo outra e a do Rio Grande do Sul, outra.

A de São Paulo, se não me engano, possui um efetivo de mais de 100.000 homens e o treinamento dura 3 ou 4 meses. A de Minas tem 45.000 e o treinamento (de praça) dura 1 ano a 1 ano e meio. e o de Oficial, 3 anos, mais 6 meses de estágio...

A do RS não consegui achar nada no site, sabe como é, Spit?

Ontem foi aprovado um projeto que visa facilitar a aquisição/construção de imóveis para políciais que se encontram em área de risco... ponto muito positivo...
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Offline Spitfire

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #60 Online: 20 de Janeiro de 2007, 17:08:45 »
No governo Britto, com a utilização do PDV (pedido de demissão voluntário), os quadros da PM se esvaziarem assustadoramente e posteriormente houve a necessidade de abrir concurso para novos policiais militares... antes do Britto, não sei quanto tempo era necessário para formar um policial militar... mas devido ao caráter emergencial, estão formando um policial em 4 meses, somente para serviços burocráticos, e os antigos policiais da área burocrática estão sendo remanejados para tarefas de patrulhamento. 

Offline Diegojaf

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #61 Online: 20 de Janeiro de 2007, 17:19:07 »
No governo Britto, com a utilização do PDV (pedido de demissão voluntário), os quadros da PM se esvaziarem assustadoramente e posteriormente houve a necessidade de abrir concurso para novos policiais militares… antes do Britto, não sei quanto tempo era necessário para formar um policial militar… mas devido ao caráter emergencial, estão formando um policial em 4 meses, somente para serviços burocráticos, e os antigos policiais da área burocrática estão sendo remanejados para tarefas de patrulhamento. 

Quais eram as vantagens no caso da demissão voluntária??


Voltando às milícias…
Bem, no caso do Rio, as milícias estão ocupando um vácuo deixado pelo Estado, e estão fazendo isso com uma grande eficiência. Infelizmente, ao mesmo tempo em que acabam com o tráfico, passam a exigir a tal "taxa de proteção".

Ao que sei, já são várias as localidades onde isso ocorre e eles possuem uma infraestrutura muito bem organizada. A polícia do Rio não vai se preocupar com eles, pois eles dificilmente irão tomar medidas ofensivas contra a polícia e o tipo de crime que estão cometendo carece de representação, o que ninguém vai fazer, eu acho…

Ainda não ouvi nas TV's ou Jornais muito a respeito, e o que sei é o que eu ouço no "boca a boca"…

*Editado:

Quem procura...

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u129287.shtml
« Última modificação: 20 de Janeiro de 2007, 17:27:09 por DiegoJaf »
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Spitfire

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #62 Online: 20 de Janeiro de 2007, 17:36:20 »


Quais eram as vantagens no caso da demissão voluntária??

Tinha direito a retirar as contribuições feitas ao IPE (Instituto de Previdência do Estado), e outros encargos trabalhistas que não sei citar… sei que dava uma pequena boladinha, mas nada que realmente valesse a pena, se perdia uma série de benefícios. Como muita gente estava endividada e não conseguia visualizar formas de saldar as dividas, muitos entraram nesta pelo dinheiro imediato… não é preciso citar que a maioria se arrependeu amargamente depois. Tem um caso, de um conhecido meu, PM, que entrou com processo na justiça, depois, para reintegrar à tropa… ele havia sofrido uma punição e o processo militar ainda estava correndo quando ele pediu o PDV, a alegação dele é que ele jamais poderia ter sido excluído do quadro militar sem que antes tivesse findado o inquérito militar. Acabou ganhando a causa, mas para reintegrar deveria ressarcir o estado… ficou sem emprego e sem salário.
Período triste, muito triste.

Offline Kao

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #63 Online: 22 de Janeiro de 2007, 11:06:24 »
O Rio de Janeiro precisa de uma nova estratégia de combate ao crime, ora se tem um política de acordo informal com a bandidagem ora se tem uma política de prender ou matar "bandidos da mídia", aqueles que ganham mais destaque na imprensa.

A situação no Rio começou a ficar mais preocupante graças à política do governo Brizola de proibir a polícia de fazer incursões em favelas para combater o tráfico, antes desse governo tínhamos no máximo pequenos grupos em algumas favelas com armamento leve e que não costumavam trocar tiros com a polícia.

Esses bandidos de antigamente também tinham uma ética de respeitar o morador das comunidades não fazendo e nem deixando fazer coisas como assaltos e estupros nas comunidades e áreas próximas, não permitiam que se usasse drogas na frente das crianças, etc,

A política do primeiro governo Brizola aparentemente era boa para todo mundo, os traficantes vendiam em paz, os moradores recebiam assistência do tráfico, os policiais corruptos ganhavam o seu arrego, os moradores em volta dos morros tinham tranquilidade já que a segurança era privatizada e garantida pelos próprios traficantes.

Só que essa política criou um monstro essas quadrilhas que antes era pequena agora ficaram poderosas e com muito armamento pesado, a situação piorou com a divisão entre as quadrilhas havendo a formação da facção terceiro comando e depois a facção ada, com isso houve a explosão de várias guerras pelo controle de pontos de venda de drogas, o que gerou um certo receio da classe média/alta subir o morro para comprar a cocaína, houve também a entrada no mercado das drogas sintéticas que está tomando mercado das drogas vendidas no morro.

Com a combinação da queda das vendas e a necessidade de manter um "exército" com armas de alto poder e fogo e portanto caras levou o tráfico a buscar novas fontes de renda como a exploração da venda de gás, do transporte alternativo e principalmente com o aumento de assaltos e roubos a pedestres,  de carros, etc.

Com o elevado número de prisões ou mortes dos antigos líderes o que vemos é a substituição do comando nos morros por bandidos cada vez mais jovens e violentos, a polícia ou não quer, ou não pode acabar com isso.

Essa quadro levou a um aumento no número de firmas de segurança muitas vezes clandestinas (a milícia da classe média) e o fenômenos do surgimento de grupos de autodefesa comunitários, que a imprensa chama de "milícias", esses grupos começaram a surgir em algumas favelas da região de Jacarepaguá como forma de a comunidade se defender dos traficantes, atualmente passou a ter uma conotação de lucro ao descobrir que poderiam explorar certos serviços que o tráfico já explorava como venda de gás, de TV a cabo pirata, taxas do transporte alternativo, contribuição de segurança.

A situação não é tão simples assim, acabar com esses grupos é a mesma coisa  que devolver essas favelas para o tráfico com a possibilidadede haver uma banho de sangue com as retaliações que o tráfico certamente vai impor a quem "fechou" com as milícias.

Saída fácil não há, e enquanto o Estado não provar que tem meios de proteger as comunidades dos traficantes fica difícil ter legitimidade para combater essas milícias, já que pelo que eu sei tem o apoio das comunidades e dos policiais e também dos moradores do entorno das comunidades.

Offline Donatello

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #64 Online: 22 de Janeiro de 2007, 16:32:06 »
Discordo categoricamente, Kao.
Na minha opinião o que frequentemente se define como a maior cagada do Brizola é, na verdade, o feito mais fantástico de seu governo. E não vejo como fazer a relação entre o aumento da "violência" (de ora em diante vou sempre usar aspas quando me referir aos termos "violência", "criminalidade", "bandido" com a conotação que o senso comum dá a eles e deixarei de usar as aspas quando a utilização do termo for correspondente ao léxico padrão, ok?) e a medida de impedir a entrada de policiais nas favelas.
Não consigo enxergar esta relação, até porque vejo a mesma "violência" "assustadora" em outras metrópoles brasileiras onde nunca ouve medida similar. Então como explicar as altíssimas taxas de "violência" em São Paulo, Belo Horizonte ou Recife?
Na verdade Brizola merecia bem um Nobel da Paz após ter posto em prática o seu jargão de que "O barraco dos pobres tem o mesmo direito ao respeito e à inviolabilidade dos ricos" traduzido na prática por uma polícia que não invadia morro a bala, que não submetia jovens favelados aos rituais de humilhação pública que são as revistas em ônibus e entradas de favelas.
Me parece: o tráfico é tão armado porque se decidiu, antes o contrário da sua tese, Kao, combatê-lo com armas. É exatamente porque a Polícia invadia, antes de Brizola, as favelas com armas e matava os traficantes e roubava as donas de casa e e dava porrada nos viciados, que uma prática que (mesmo sendo considerada criminosa, o que já é um erro) poderia ter danos muito pequenos trouxe a catástrofe social de agora.
O tráfico de drogas em sí traz um mal ridículo. O vendedor de drogas traria hoje, o mesmo dano que traz um vendedor ambulante de paçoca e jujuba, se alguém, muito antes do governador gaúcho, não tivesse tido a infelissíssima idéia de combater vendedor de drogas como se fossem esquatejadores em série. Na verdade, a imensa maioria dos males que se atribui às drogas são, na verdade, decorrentes da criminalização delas. Este é apenas um deles.

Offline Donatello

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #65 Online: 08 de Fevereiro de 2007, 18:04:50 »
Esta semana dois eventos colocaram em pauta as P(p)olícia M(m)ineira. Em Belo Horizonte eu ví cenas pela televisão que, mil desculpas Diego, não me fizeram perceber a diferença: uma confusão causada por políciais que demonstrando completa e  inquestionável estupidez resolveram atacar torcedores que até então apenas torciam pacíficamente. Alguns reagiram à agressão estúpida que estavam sofrendo e o que se viu nem é história porque a história se apropria de fatos excepcionais e não cotidianos. A Polícia Mineira, me pareceu bem claro nas cenas de domingo passado, não é nada diferente da polícia que eu vejo. Talvez alguém diga: " Daniel, não podemos generalizar…" Mas caralho…se realmente fosse verdade que só uma minoria dentre os policiais é criminosa, então porque não deram voz de prisão no criminoso que chutou a perna do torcedor rendido, ou no que enfiou a porrada na torcedora deseperada deixando a pobre desmaiada. Se realmente a minoria fosse criminosa essa minoria seria facilmente banida pela maioria.  Mas são todos cumplices, sem excessão. Eu continuo com a triste convicção de que nas nossas polícias(Mineira, Fluminense, Paulista) a única coisa que distíngue um policial do outro é o nível de desonestidade já atingido.  Enquanto um só extorque, o outro extorque e forja flagrante e o seguinte extorque, forja flagrante, mata por encomenda e trafica ecstasy.
Se eu já ví policial honesto? Não, eu não fumo.

Bom, quanto a outra mineira, eles já começaram a mostrar ao que vieram, as mortes na Cidade Alta, os portões na Ilha do Governador, e agora já estão reclamando dos abusos da milícia…O governadorzinho filhote do garotinho já acena com alguns discursos indignados…Antes tarde do que nunca.

 
« Última modificação: 08 de Fevereiro de 2007, 18:50:01 por Daniel Reynaldo »

Offline Rodion

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #66 Online: 08 de Fevereiro de 2007, 18:37:47 »
acho que tem de tudo, mesmo. na única vez em que fui parado pela polícia eu estava cometendo uma infração mas o policial me deu uma colher de chá porque a carta de motorista era a provisória. "apressadinho, hein?" é a pergunta de praxe. hehe
mas eu mudei um pouco a minha maneira de ver a polícia. como o diego já disse aqui outro dia, talvez esteja mudando mesmo, só não é uma mudança que vamos ver nesse ou no ano que vem. policiais fazendo cursos e aprendendo 'valores comunitários', a corporação não para.
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Diegojaf

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #67 Online: 08 de Fevereiro de 2007, 21:45:09 »
Esta semana dois eventos colocaram em pauta as P(p)olícia M(m)ineira. Em Belo Horizonte eu ví cenas pela televisão que, mil desculpas Diego, não me fizeram perceber a diferença: uma confusão causada por políciais que demonstrando completa e  inquestionável estupidez resolveram atacar torcedores que até então apenas torciam pacíficamente. Alguns reagiram à agressão estúpida que estavam sofrendo e o que se viu nem é história porque a história se apropria de fatos excepcionais e não cotidianos. A Polícia Mineira, me pareceu bem claro nas cenas de domingo passado, não é nada diferente da polícia que eu vejo. Talvez alguém diga: " Daniel, não podemos generalizar…" Mas caralho…se realmente fosse verdade que só uma minoria dentre os policiais é criminosa, então porque não deram voz de prisão no criminoso que chutou a perna do torcedor rendido, ou no que enfiou a porrada na torcedora deseperada deixando a pobre desmaiada. Se realmente a minoria fosse criminosa essa minoria seria facilmente banida pela maioria.
 

Confusão causada por policiais? Cara... nem vou me dar ao trabalho de discutir com alguém que não faz idéia do que aconteceu lá...

É... realmente... a culpa foi da PM... com 60 homens no estádio... com venda em excesso dos ingressos com quase 30000 torcedores e sem que os organizadores do evento tenham feito uma divisão entre as torcidas em um estádio sem a mínima estrutura pra receber um jogo daqueles... A culpa é toooooda da PM... que quando viu uma desordem generalizada começou no meio da arquibancada, quando viu um policial sendo surrado no meio da torcida, decidiu agir...
Como fazer pra dissipar a galera? Mandar os policiais lá pro meio pra serem surrados? Nunca...

Uma coisa que ouvi uma vez em uma palestra de um policial francês, que sempre vou me lembrar foi: "A sociedade merece de vocês o máximo de treinamento tático, dedicação, preparo físico e mental e litros e litros de suor... mas não merece uma única gota do seu sangue!!"

Quando a polícia age tranquilamente, metem o pau, dizem que está ficando mole e que isso vai incentivar o crime... quando age com vigor, metem o pau, é violência desnecessária...

É o famoso "falso canto da sereia"... quando pegamos o infeliz que cometeu horrores, ouvimos a sociedade gritar "QUEBRA!! ARREBENTA!! BATE!!"... mas se algum policial se deixa levar por isso, não vai ter um que vai testemunhar a favor dele ou dizer que realmente o instigou...

"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Diegojaf

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #68 Online: 08 de Fevereiro de 2007, 22:18:56 »
acho que tem de tudo, mesmo. na única vez em que fui parado pela polícia eu estava cometendo uma infração mas o policial me deu uma colher de chá porque a carta de motorista era a provisória. "apressadinho, hein?" é a pergunta de praxe. hehe
mas eu mudei um pouco a minha maneira de ver a polícia. como o diego já disse aqui outro dia, talvez esteja mudando mesmo, só não é uma mudança que vamos ver nesse ou no ano que vem. policiais fazendo cursos e aprendendo 'valores comunitários', a corporação não para.

Assim espero... :ok:
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Herf

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #69 Online: 09 de Fevereiro de 2007, 19:13:52 »
Isso é ótimo, bandido bom é bandido morto!

Esta afirmação é irracional e extremamente perigosa. Entendo o cunho emocional e o contexto na qual ela geralmente é utilizada. Mas em qualquer aspecto ela é injustificável e bárbara.

Eu acho que nuca vou entender a "racionalidade" daqueles que argumentam contra a pena de morte. Também acho que os que são contra a pena, agem de um modo passional e não racional.

Na maioria das vezes é porque não foram afetados diretamente ou não tiveram algum ente querido afetado por algum criminoso.

Injustificável para mim é manter vivo um cidadão que invade a casa de uma família honesta, prende os moradores, estupra a mulher e mata o filho brincando de roleta russa.

Falta de empatia. Só pode ser isso. Falta da capacidade de se colocar no lugar de alguém que foi afetado seriamente por um criminoso. Essa é a única explicação para alguém que nunca foi afetado diretamente pelo crime ser contra a pena de morte.

Um ponto importante é a reforma judiciária, reduzir a maioridade penal, permitir prisão perpétua e pena de morte. Precisamos de leis mais duras e menos blablabla esquerdista.

Concordo com a reforma judiciária e a redução da maioridade penal ( infelizmente é uma realidade no Brasil ). Pena de morte é inútil e já está mais do que comprovado que não reduz criminalidade. É pura vingança sem efeito prático.

Efeito prático: eliminar da sociedade o indivíduo que cometeu um crime sério. Nada mais prático.

Offline Luis Dantas

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #70 Online: 09 de Fevereiro de 2007, 19:20:31 »
Uma coisa que ouvi uma vez em uma palestra de um policial francês, que sempre vou me lembrar foi: "A sociedade merece de vocês o máximo de treinamento tático, dedicação, preparo físico e mental e litros e litros de suor… mas não merece uma única gota do seu sangue!!"

Realmente foi uma colocação muito inspirada e feliz.
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #71 Online: 09 de Fevereiro de 2007, 20:26:00 »
Citar
sob a justificativa de combate à violência grupos se armam (crime)

Que grupos? Por quê é crime???
As milícias. É crime porque provavelmente as armas são ilegais, não é nenhum clubinho do tipo NRA legalizado de quem gosta simplesmente de admirar as armas.

Citar
Citar
matam ladrões, traficantes e qualquer indivíduo que julguem suspeito de ser criminoso (crime).

Isso é ótimo, bandido bom é bandido morto!
Acha ótimo até você ou alguém que conhecesse fosse julgado suspeito por esses aí e levasse uns tiros na cabeça.



Offline Buckaroo Banzai

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #72 Online: 09 de Fevereiro de 2007, 20:44:21 »
Pena de morte é inútil e já está mais do que comprovado que não reduz criminalidade.

Eu acho essa uma afirmação-chavão sem embasamento nem lógica. Se pena de morte não reduz criminalidade, nenhuma outra também reduziria igualmente. Qual pena reduz? Supondo que nenhuma reduzisse, também não é por isso que deverão deixar de haver penas para os crimes.

Quanto a redução da criminalidade, acredito que a lógica seja bem simples: se o bandido está morto, não pode voltar a cometer crimes, a não ser em outra encarnação ou por meios mediúnicos, duas hipóteses que creio poderem ser descartadas. De maneira similar, bandidos aprisionados não cometem, idealmente, crimes durante esse período, ou reduz-se significativamente a chance dos crimes por eles cometidos causarem danos maiores à sociedade.

Pode até ser que a pena de morte não reduza a criminalidade de uma forma "preventiva", amedrontando criminosos a ponto da criminalidade como um todo diminuir, ou mesmo, mais especificamente os crimes que seriam condenáveis com a morte. Mas como eu disse antes, também é praticamente a mesma coisa para qualquer outra pena que se aceite como válida, não se reduz preventivamente significativamente os crimes, no sentido que, há as penas para os crimes, e eles são cometidos do mesmo modo, aumentam e diminuem a despeito de mudanças nas leis penais.

Claro que, em comparação com um cenário hipotético onde não houvesse lei nem punição alguma, sim. E em algum grau, se espera razoávelmente que quanto mais severas as penas, menos crimes ocorram (desde que não haja grande expectativa de impunidade, obviamente).

Citar
É pura vingança sem efeito prático.
Então, quer dizer, que se por exemplo, tivessem matado Fernandinho Beira Mar, ou algum outro grande chefe do crime, quando estes ainda estivessem apenas com a metade da ficha que tem hoje; de alguma forma, outros criminosos teriam ocupado o seu lugar e cometido os mesmos crimes que eles cometeriam, fazendo seguir uma espécie de "constante da criminalidade"?

Eu acho que não, acho que mortes de inocentes teriam sido evitadas, e os cofres públicos teria economizado um bocado para investir em outra coisa mais digna do que criminosos.


Citar
Prisão perpétua é o mesmo que pena de morte...só que custa muito mais caro ao Estado.
A solução é complexa e jamais definitiva, mas passa necessariamente pela reforma total do sistema penitenciário. Não é possível recuperar alguém sem condições dignas, educação e trabalho dentro da prisão. Além de acesso igualitário à Justiça.

Concordo, mas ao mesmo tempo não acho que todas as pessoas sejam recuperáveis, ou que valham o risco de potencial custo em vidas inocentes que a tentativa de recuperação implica. Melhor investir em gente inocente, que também pode estar até sem trabalho, antes que esses tenham que cometer algum crime para "merecer" oportunidade trabalho e sustento dadas pelo estado.

Citar
E isto não tem nada a ver com esquerdismo. Tem a ver com racionalidade. Basta observar os níveis de criminalidade de países como a Noruega, Suécia ,Finlândia e outros socialmente mais avançados.
Abraço !

Esses países já passaram por situações equiparáveis?

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #73 Online: 09 de Fevereiro de 2007, 20:49:14 »
Sempre é "uma minoria" que pratica o crime e o caso "uma exceção", quando todo mundo sabe que é exatamente o oposto. O policial honesto é a exceção aqui no Brasil.

Eu não sei. Onde pode-se obter as informações confirmando isso?

Offline FZapp

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Re: Milícias cariocas
« Resposta #74 Online: 10 de Fevereiro de 2007, 14:04:30 »
Citação de: Fred
Depois dele preso, o que fazer com o indivíduo ? A princípio, tentar recuperá-lo para que retorne ao convívio social.
No caso da prisão perpétua, qual seria a finalidade desta punição ?

Nem todos os criminosos vão se rehabilitar com punição. Me parece factível que alguns deles nunca mais retornem a 'circular' na sociedade, porque vai reincidir o crime impreterivelmente (que para ele não é crime, é um psicopata).

Fred, conhece o tratamento nas prisões no Japão ? Recomendo, se conseguir, um mangá chamado 'Na prisão', é bem detalhado, embora seja gibi; é praticamente uma crónica (e é verdadeira, o autor foi preso por tres anos por portar armas ilegais), não é apologética, tem uma análise da prisão mas não com o intuito de denúncia (no sentido leigo da palavra, por favor, magistrado), senão como crónica mesmo.

http://www.planetanews.com/produto/L/72369



--
Si hemos de salvar o no,
de esto naides nos responde;
derecho ande el sol se esconde
tierra adentro hay que tirar;
algun día hemos de llegar...
despues sabremos a dónde.

"Why do you necessarily have to be wrong just because a few million people think you are?" Frank Zappa

 

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