Não disse que não resolve nada.
Apenas acho justo matar alguém que matou.
Em tese, eu até poderia até concordar com a pena de morte para casos extremos e específicos. Mas na prática, a aplicação da pena de morte é inviável, pois existem muitas variáveis a serem consideradas.
-Quem poderia afirmar com certeza que alguém é irrecuperável sem antes tentar recuperá-lo ?
-Se for desenvolvido tal diagnóstico 100% eficaz, deveríamos testar todo mundo e matar o potencial sociopata antes que cometa um crime ( tipo Minority Report )
-Ricos e pobres teriam direito ao mesmo julgamento ? Se sim, não poderiam mais existir advogados particulares.
-Como ter 100% de certeza de que o criminoso realmente cometeu o crime ? Se houver 0,01% de dúvida poderia se cometer uma injustiça irreparável, concorda ?
-Quando seria aceitável matar ? Em legítima defesa ? Se você me dá um murro na cara e eu te dou tiro na cabeça tudo bem ? Não deixa de ser legítima defesa, convenhamos...
-Legítima defesa do Honra serve ? Se for, o Pimenta Neves não poderia ser condenado...
-Matar durante uma guerra pode ? Quem responde pelas crianças e mulheres mortas durante um combate ?
-Se você matar o cara que matou o teu irmão por vingança...o irmão dele poderia matar você por vingança também ? Quando acabaria a corrente da vingança ? Quando toda a humanidade tiver morrido ?
-Um político que desvia verbas de um hospital e em consequência disto, faltam equipamentos que levam alguém à morte...o político matou alguém ou não ?
-Quem ajudar alguém a cometer eutanásia seria condenado a morte também ?
-Se você avançar o sinal vermelho e matar uma criança, você deveria ser executado também ?
E por aí vai...
Eu poderia fazer dezenas de outras perguntas complexas como estas e nunca se chegaria a um consenso.
O que posso te garantir é que a pena de morte não resolve nada. É pura vingança irracional sem efeito prático. É a perpetuação da barbárie humana. E o argumento do "se fosse um parente seu você sentiria na pele" é o mais irracional de todos, justamente porque se baseia em um revide carregado de emoção, sem lógica e ponderação.