Fonte:http://br.geocities.com/existem_espiritos/psicologia_dos_incredulos
Os teoristas
Essa categoria se compõe dos organizadores de planos; são os pretenciosos do psiquismo. Evidentemente não falo daqueles que têm procurado e têm dado explicações de possível utilidade, mas dos que não admitem discussão sobre as suas teorias. Se insinuardes delicadamente que talvez lhes falte conhecimento do assunto de que tratam, logo tomarão modos de dignidade ultrajada e vos dirão naturalmente que, se as teorias deles fossem convenientemente compreendidas, seriam imediatamente aceitas.
Os teoristas sabem o fim do fim e o porquê do como. Dão lições a Deus e lhe provam de um modo irrefutável que a sua obra é digna de lástima e que deveria ser recomeçada sobre novas bases, mais sólidas e mais científicas.
Em todas essas teorias há muita coisa que faz rir e que diverte.
Os ignorantes
É a pior espécie de incrédulos. Muitas vezes, mesmo, se vangloriam de o ser e aproveitam a situação especial em que se acham para fazerem perguntas ridículas sobre a Terra e o Céu.
Levar-vos-ão à parede a propósito de Deus e da criação, força-vos-ão a explicar-lhes de que se ocupa a gente na eternidade, e só se darão por satisfeitos se fizerdes a biografia de todos os habitantes do Céu, apresentando-lhes também um plano topográfico da localidade.
Os ignorantes vos perguntarão porque um médium é necessário nas experiências psíquicas; porque cada um não pode ser médium de si mesmo; porque, enfim, o fenômeno não pode se realizar desta ou daquela forma, e vos explicarão como tudo se deveria passar.
A tolice humana é incomensurável, e em profundidade o mar não se lhe pode comparar, porque em alguns lugares deste se encontra fundo, ao passo que a estupidez humana é insondável.
Os pedantes e os circunspectos
Existem em todas as corporações, quer literárias, quer científicas, quer de outras espécies. É a pior espécie de sábios. Vaidosos dos seus próprios conhecimentos, pairam acima do vulgo, pois têm a ciência infusa. São os Trissotins do mundo científico. Todo que não pensam como eles, têm – no seu dizer – cérebros de solidez, equilíbrio e qualidade medíocres.
Os imbecis
Imbecil! substantivo e adjetivo de dois gêneros - diz o dicionário, que acrescenta esta observação típica: Fraco de espírito.
Jules Norac, no seu livro “A tolice humana”, escreveu sobre os imbecis apreciações inteiramente satisfatórias (menos para eles). Aqueles que desejarem informações acerca dessa interessante categoria de contribuintes poderão ler com proveito Noriac, porque era forte de espírito.
O imbecil é naturalmente altivo de sua incredulidade e a considera grande honra.
E, realmente, os imbecis têm alguma razão para ser orgulhosos, pois os Evangelhos dizem: “Felizes os pobres de espírito, pois é deles o reino do céu”.
Qualquer pessoa ao corrente das coisas ocultas sabe perfeitamente que essas palavras foram pronunciadas no ponto de vista esotérico ou simbólico... para serem compreendidas pelo vulgo.
O sentido real ou esotérico (palavra que significa secreto) só era revelado aos discípulos.
De outro modo, se se tomassem essas palavras ao pé da letra, os infelizes ricos de espírito (embora pobres de dinheiro) não teriam outro refúgio senão o purgatório, pois o céu, em tal companhia, depressa se tornaria um inferno.
Os imbecis são as pessoas mais difíceis de contentar. Em uma sessão psíquica criticam as menores coisas, a torto e a direito. Nas experiências, acham tudo mau ou duvidoso, e ficam cada vez mais convencidos da sua superioridade.
Os indiferentes
Formam estes a enorme, a imensa maioria. São pessoas muito ocupadas, que lutam pela vida... ou pela fortuna. Desce pela manhã até a noite, trabalham sem descanso, e não dispõem dum minuto. Este mundo os absorve de tal sorte, que não têm um minuto para pensar no outro. Entretanto, muitos têm filhos, e os cuidados do futuro os preocupam tanto como os seus próprios negócios. Quer se trate de um grande banqueiro ou de um pobre operário, vivem lutando dia a dia: uns temendo ganhar menos ou esperando ganhar mais, e outros receando sempre não ganhar coisa alguma. Todos esses são indiferentes às coisas psíquicas, e não há motivo para nos admirarmos disso. É a caça ao dinheiro ou ao pedaço de pão.
Há ainda os egoístas, aos quais a sobrevivência da alma é tanto mais indiferente quanto só a vida lhes parece interessante.
Poderíamos estudar ainda numerosas categorias de indiferentes, mas todos vão ter o mesmo fim.
Em suma, os incrédulos de toda sorte representam uma quantidade que se não deve desprezar; mas, á medida que os fenômenos psíquicos se tornarem mais conhecidos, o número desses incrédulos irá sempre diminuindo.