Oi Jetro,
Quanto tempo! Eu já tentei te explicar isso, mas vejo que não adiantou em nada.
Pessoal, como você podem ver, a proposta do Jetro não faz sentido. Ele sugere que algo que não surgiu por "planejamento" obrigatoriamente deve ter surgido por "acaso" e vice-versa, como se só existissem essas duas possibilidades. A falsa dicotomia proposta pelo tópico é uma pergunta feita de modo enganoso. Por isso as 8.000 mensagens no outro fórum sobre o assunto.
Vejam como o Jetro diz, se a vida não veio de Deus, então "vem de um fantástico acaso". A ciência nunca afirmou e nem defendeu um absurdo desses, ou seja, de que a vida surgiu por mero acaso e nem que a evolução ocorre por mero acaso.
Sei que talvez não adiante de nada tentar explicar isso novamente pro Jetro, mas disponibilizo algumas explicações claras sobre isso.
VERIFIQUE AS PARTES EM NEGRITO, PELO MENOS!!!1)
http://www.biociencia.org/option=com_content&task=view&id=92&Itemid=83Equívoco: "A teoria da evolução diz que a vida surgiu, e prosseguiu evoluindo por acaso”.
Provavelmente não há outra declaração que seja melhor indicação que o argumentador não compreende evolução.
A sorte certamente tem seu lugar na evolução, mas esse argumento ignora completamente a participação da seleção natural, e seleção é extremamente oposto à aleatoriedade. A aleatoriedade, na forma de mutações, gera variação genética, o que é o material bruto sobre o qual trabalha a seleção natural. Daí, a seleção natural separa determinadas variações. Aquelas que conferem maior sucesso reprodutivo ao seus portadores (e a aleatoriede assegura que algumas mutações benéficas serão inevitáveis) são mantidas, e as variações menos bem sucedidas são removidas. Quando o ambiente muda, ou quando os organismos mudam para um ambiente diferente, diferentes variações são selecionadas, levando eventualmente a diferentes espécies. Mutações nocivas usualmente desaparecem rapidamente, então elas não interferem no processo de acúmulo de mutações benéficas.
A abiogênese (a origem da vida) também não é devida puramente ao acaso. Átomos e moléculas arranjam-se não de maneira aleatória, mas de acordo com suas propriedades químicas. No caso de átomos de carbono especialmente, isso significa que moléculas complexas certamente formam-se espontaneamente, e elas podem influenciar umas às outras a criar ainda mais moléculas complexas. Uma vez que se forma uma molécula que é aproximadamente auto-replicante, a seleção natural irá guiar a formação de replicadores cada vez mais eficientes. O primeiro objeto auto-replicante não precisa ser tão complexo quanto a célula moderna ou mesmo uma estrutura de DNA. Algumas moléculas auto-replicantes realmente não tem toda essa complexidade (como as moléculas orgânicas).
Algumas pessoas ainda argumentam que é tremendamente improvável para uma determinada molécula auto-replicante formar-se em determinado ponto (apesar deles não declararem essas especificidades, elas estão implícitas nos cálculos). Isso é verdade, mas havia oceanos de moléculas trabalhando no problema, e ninguém sabe quantas possíveis moléculas auto-replicantes poderiam ter sido a primeira, Um cálculo das improbabilidades da abiogênese é insignificante a menos que reconheça a imensa amplitude de materiais iniciais da qual o primeiro replicador pode ter se formado, as inúmeras prováveis formas diferentes que o primeiro replicador poderia ter tido, e o fato de muito da construção da molécula auto-replicante ter sido não-aleatório para começar.
(Também se deve notar que a teoria da evolução não depende de como a vida começou. A verdade ou falsidade de qualquer teoria da abiogênese não afetará nem minimamente a evolução.).
2) Entrevista com Richard Dawkins para a revista VEJA:
VEJA - Pode-se dizer que o darwinismo é hoje uma teoria bem compreendida e assimilada?
Dawkins - Infelizmente, não.
As pessoas pensam que o darwinismo é uma teoria do acaso, quando é na verdade a teoria que nos permite escapar ao acaso na biologia. Darwin
não diz que orgânismos tão formidavelmente complexos quanto aqueles que vemos sobre a Terra
surgiram de maneira fortuita.
A seleção natural não opera cegamente: de geração em geração, ela preserva os genes que trazem vantagens e elimina aqueles que trazem desvantagens aos orgânismos. É assim, dessa forma gradual, que a evolução acontece. Muitos argumentam que a beleza e a complexidade da vida só podem significar que por trás dela há um projeto deliberado, um "desenho inteligente" feito por Deus. Não é assim:
a alternativa para o acaso não é um "projeto", mas a seleção natural.VEJA - Hoje há um embate entre evolucionistas, como o senhor, e os criacionistas. Por que o senhor considera inaceitável a idéia de que a vida foi criada por Deus?
Dawkins - Postular a existência de um Deus que criou a vida é o tipo de idéia que só complica as coisas. É um raciocínio contraprodutivo, pois traz a necessidade adicional de explicar a existência desse ser. A partir de elementos muito simples, a seleção natural mostra como e por que a natureza abriga a imensa complexidade, a imensa variedade dos seres vivos existentes. Esse é o poder desse conceito. Com ou sem um ser divino no início de tudo, a seleção natural ainda teria a mesma capacidade de explicar o funcionamento da natureza.
Jetro, por favor entenda, a Seleção Natural
NÃO É ACASO, e também
NÃO É INTENCIONAL.
até mais,
Juliano.