Pensador,
Não há outro mecanismo determinante concebível além do Planejamento.
A seleção natural, como já comentado, é um mecânismo determinante sem planejamento. Isso é bem explicado no livro "O Relojoeiro Cego" de Dawkins. Verifique os primeiros parágrafos do seguinte texto, onde é explicado que um processo de "peneiragem" pode determinar as coisas.
http://www.ateusbrasil.hpg.ig.com.br/folhas/textos/cumulativa.htm"Caminhando por uma praia pedregosa, podemos notar que as pedras não estão dispostas a esmo.
As menores tendem a ser encontradas em zonas separadas, acompanhando a linha da praia, e as maiores em zonas ou faixas deferentes. Essas pedras foram classificadas, organizadas, selecionadas. Uma tribo que habita o litoral poderia refletir sobre esse indício de classificação ou organização no mundo e desenvolver um mito para explicá-la; talvez atribuíssem a um Grande Espírito celeste metódico e organizado. É possível que sorríssemos com superioridade diante dessa idéia supersticiosa e explicássemos que a disposição das pedras na verdade foi produto das forças cegas da física – neste caso, da ação das ondas.
As ondas não têm propósitos nem intenções, não têm mente metódica, não têm mente nenhuma. Simplesmente jogaram as pedras com força na praia, e, como pedras grandes e pedras pequenas sofrem efeitos diferentes com esse tratamento, acabaram parando em níveis diferentes na areia. Um pouquinho de ordem surgiu da desordem sem que alguma mente houvesse planejado esse resultado.As ondas e as pedras constituem, juntas, um
exemplo simples de um sistema que gera automaticamente uma não-aleatoriedade. O mundo está repleto de sistemas assim.
O exemplo mais simples que me ocorre é um buraco. Apenas objetos menores que o buraco podem passar por ele. Isso significa que, se começarmos com um agrupamento aleatório de objetos sobre o buraco e alguma força sacudir e deslocar aleatoriamente esses objetos, depois de algum tempo os objetos que estiverem em cima do buraco e os que estiverem embaixo terão sido
classificados de maneira não aleatória. O espaço abaixo do buraco tenderá a conter objetos menores do que ele, e o espaço acima, objetos maiores. Obviamente,. Os homens há muito tempo exploram esse princípio simples de
geração de não-aleatoriedade no útil invento conhecido como
peneira.
O Sistema Solar é um arranjo estável de planetas, cometas e fragmentos de rocha orbitando o Sol, sendo, presumivelmente, um dentre muitos sistemas orbitantes similares no universo. Quanto mais um satélite está próximo de seu sol, mais rápido precisa mover-se para compensar a gravidade do sol e permanecer em uma órbita estável. Para cada órbita específica existe apenas uma velocidade de deslocamento do satélite que lhe permite permanecer nessa órbita. Se ele estivesse se movendo em qualquer outra velocidade, poderia ocorrer uma destas três coisas: ele se desgarraria e se perderia no espaço, colidiria com o sol ou passaria a descrever outra órbita. E, se repararmos nos
planetas de nosso sistema solar – vejam só! –
cada um deles está se deslocando exatamente à velocidade que o mantém em uma órbita estável ao redor do Sol. Um afortunado milagre ou um desígnio previdente? Não,
apenas mais uma “peneira” natural. É claro que todos os planetas que vemos orbitar o Sol têm de estar se deslocando exatamente na velocidade certa, pois do contrário não estariam lá para serem vistos! Mas, também obviamente,
isso não indica um desígnio consciente. Trata-se apenas de mais um tipo de peneira.
..."
até mais,
Juliano.