Mas essa política do mérito não funciona, essa é a questão. Não adianta justificar uma política numa crença.
Não funciona? Você disse que não estava encucado com a questão da herança, mas é só esse encucamento o responsável por dizer uma coisa dessas!
Você pensa que a sociedade não é meritocrática porque uns têm a seu favor o acaso de nascerem em famílias ricas, enquanto outros não. Obsrvando este fato, você conclui que a riqueza é uma questão mais de acaso do que de mérito.
Mas perceba que simplesmente não importa a fonte de educação da pessoa, se foi educada por uma família abastada ou pelo estado, ou por quem quer que seja. Isso simplesmente não diz respeito à política da meritocracia.
Não importando a fonte de educação, se a pessoa tiver mérito em produzir bens e serviços desejáveis a preços baixos ela vai enriquecer mais do que outros que não o possuiram. Sendo de berço rico, médio ou pobre, se a pessoa não tiver o mérito da produção ela não irá enriquecer.
Crença? Hahaha!
Tremendo engano pensar que o fato de todos pagarem impostos faz com que esse sistema seja justo. O que importa é para onde é direcionado esse imposto. O miserável do outro lado do país recebe muito mais de volta do que a pequeníssima quantidade de imposto que paga, como através do bolsa família e demais políticas paternalistas. O meu imposto não é retornado integralmente para mim, pelo contrário, ele vai todo para outras pessoas mais pobres, por meio de políticas paternalistas, e assim por diante. Podemos dizer que há uma regra geral que diz que quanto mais rico és, menos serviços recebes do estado.
A transferencia de renda possibilita desenvolvimento econômico. É um fato mostrado pela pesquisa.
É claro que a transferência de renda possibilita o desenvolvimento econômico, nunca neguei isso. A questão é como se dará essa circulação. Você defende que é por meio da força do estado em tirar em impostos de uns e fornecer a outros em forma de serviços e distribuição de renda. Uma circulação que além de forçada e ineficiente é injusta. Como tentei mostrar, defendo que o livre mercado é a mais eficiente forma de fazer tal distribuição.
Ou seja, há um fluxo constante, praticado pelo estado paternalista, de riquezas dos mais ricos para os mais pobres. Que há esse fluxo é inegável. Você pode chamar esse fluxo de "agente redutor de desigualdades". Eu chamo de tomada de riquezas.
Mas acontece o contrário, o desenvolvimento econômico e social.
Mas acontece o contrário
do que você disse, menos desenvolvimento econômico e social a longo prazo. A curto prazo, políticas de distribuição de renda parecem fazer efeito, parecem reduzir as desigualdades (ainda que por uma forma injusta para com os mais ricos). A longo prazo, só o que se gera é dependência e atraso.
Se há algum desenvolvimento econômico com tais políticas, ele é mínimo comparado ao desenvolvimento gerado pelo livre mercado. Havendo um estado que tenta agir como "transferidor de riquezas e redutor de desigualdades" os impostos tornam os preços dos produtos altos (MESMO com a melhor reforma tributária, vide a questão do intermediário desnecessário), dificultando principalmente a vida dos mais pobres. A criação de novas empresas é enormemente dificultada por tais impostos e a alta regulação estatal. A livre iniciativa é amassada! Em conseqüencia, menos empregos são criados, menos riquezas circulam de maneira natural. Menos desenvolvimento, mais atraso, mais dependência.
Para mim a realidade é a mostrada pela pesquisa da FGV que indica que os impostos são necessários. É um institudo sério e conceituado no Brasil. Além da metodologia estar disponível para análise.
Para um estado paternalista como o Brasil, os impostos são altamente necessários, não tenha dúvidas...

Você disse sim que justifica, a pergunta foi "é justo que se tire dos ricos [mesmo que por meio de impostos legais] só porque são ricos e que demos aos pobres só porque são pobres? É isso justo com os ricos?" E a resposta foi que o que vem em primeiro plano é a necessidade da sociedade. Os direitos individuais parecem ficar em segundo plano!
A necessidade da sociedade é o desenvolvimento econômico e social. E em nada o governo interfere em liberdade individual ou da propriedade privada. Pelo contrário, é dever do governo zelar por ambas.
"Quanto mais o Estado planeja para a sociedade, mais difícil se torna o planejar para o indivíduo."Políticas sociais não impedem a busca do crescimento financeiro. Um exemplo é que a pesquisa das religiões que aponta que os mais podres contribuem com as religiões que acabam atuando onde o estado falta. As religiões atendem são só ao desejo de crescimento finaneiro, mas também ao de inserção social e participação em um grupo.
Impedem, na medida em que o estado é um obstáculo ao crescimento econômico e desenvolvimento, como tentei mostrar.
Se é acaso, qual o problema da tributação? O miserável também é podre devido ao acaso.
Ora! Qual o problema da tributação?? O que apontei o tempo todo: a tomada de riquezas dos mais ricos e sua distribuição aos mais pobres! É sim um atentado, pois é tomada injusta de propriedade privada. Sem contar a tremenda ineficiência disso para acbar com a pobreza.
Falar de atentado a liberdade individual devido a políticas sociais num pais como o Brasil é hediondo.
Partindo da sua premissa de que as políticas sociais são benéficas...
Mas onde existe livre concorrencia com uma concentração de renda como a do nosso país?
Há!
Mas onde existe livre mercado no nosso país com um estado que fode tanto a livre iniciativa e, conseqüentemente, a livre concorrência?A alta concentração de renda? Seria desfeita rapidamente com o livre mercado, como tentei demonstrar.
As políticas sociais tem o intuito de oferecer o básico, nada além disso.
O problema é que nem todos tem o mesmo entendimento de "básico", hehe...
Mas não deixa de ser uma política social, pois é uma iniciativa governamental.
Sim. Sou contra a tomada de riquezas por meio de impostos para a burra distribuição delas. Bancos que oferecem microcrédito não fazem nada disso, são um incentivo à livre iniciativa, como disse.
E quando a economia tem alta concentração de renda, com os 10% mais ricos da população querendo defender o seu rico dinheirinho, em detrimento de políticas sociais que tendem a eliminar a miséria (fonte FGV), vamos chamar do que?
Quanto à alta concentração de renda no país, você já sabe a minha posição e a relação do estado nisso.
E nada contra uma pessoa defender seu rico dinheirinho.
Mas
"defender o dinheirinho em detrimento de políticas sociais"??? Hahaha! É ótimo fazer caridade com o dinheiro dos outros, não?
E a pesquisa da FGV que você tanto cita não corrobora nem a metade das coisas que você diz corroborar. Você estende os resultados obtidos lá e tira conclusões precipitadas.
E os mais ricos não só concentram a riquesa monetária, mas também a riqueza informacional.
E a riqueza informacional também está sujeita às leis do livre mercado, por poder ser considerada uma mercadoria. Em conseqüência, está sujeita à desconcentração.
Manteram sim, pois detém a concentração de capital financeiro e informacional, mesmo que sejam incompetentes, sem méritos. O que pode acontecer é um fenômeno excepcional deste perder a riqueza, mas com a mesma propabilidade de um pobre enriquecer. São fatos isolados e viram até notícia.
Se são incompetentes e sem méritos não vão manter concentração nenhuma. A livre concorrência leva uma pessoa assim à falência. O espaço deixado por um menos competente é rapidamente ocupado por poutro mais competente.
O fato da economia ser liberal em nada impede políticas sociais. Veja o exemplo dos EUA que são protecionistas na agricultura prejudicando o Brasil.O comercío internacional é bom para a economia mundial e para todos os países. Mas valem pesar as regras do complexo mercado internacional, onde as economias desenvolvidas mantem certo nível de protecionismo para com os países em desenvolvimento, sendo muito negativa para estes.
Ruim para os americanos, ruim para todo mundo que pratica protecionismo. Protecionismo é simplesmente ridículo: o estado coloca altos impostos em um determinado produto estrangeiro só para dificultar sua entrada no país e desencorajar o consumidor a comprá-lo, obrigando-o a comprar o nacional, com o objetivo de fortalecer a indústria do país.
A categoria em questão vai se sair extremamente beneficiada, mas a sociedade em geral acaba perdendo: poderia consumir algo que, além de ter uma qualidade melhor, custaria mais barato, mesmo sendo estrangeiro. O povo está pouco cagando para a "indústria nacional": não há patriotismo, o povo quer consumir o melhor e mais barato. Uma ou outra categoria acaba ganhando, a sociedade toda acaba perdendo.
Pobre do país que pratica essa política, não dos que não praticam, estes só têm a ganhar em não se fechar para o mundo.
O seu exemplo é baseado numa ineficiência total do estado, sendo este apenas intermediário. Com o estado sendo eficiente haveria uma utilização adequada do dinheiro público, o que não deixaria ninguém descontente. E já tem muitas ongs começando a atuar na fiscalização do governo. Mas a reforma é necessária para impor melhoras na estrutura política que está ineficiente.
Você entendeu perfeitamente que também independe da eficiência do estado. Eu pago imposto, o estado recebe, usa uma parcela, por menor que seja, para suas despesas, e por fim gasta no produto/serviço em questão. O estado é sim um intermediário desnecessário na maioria dos serviços. De outro modo, eu gastaria meu dinheiro diretamente, gastaria bem menos, com menos burocracia, e com satisfação muito maior por ser um serviço/produto muito mais personalizado. A compreensão é bastante simples!