espero não ir muito além do tema.
Eu estava dormindo e me acordaram
E me encontrei, assim, num mundo estranho e louco…
E quando eu começava a compreendê-lo
Um pouco,
Já eram horas de dormir de novo!
quintana
. . .
viemos ao mundo folha em branco. se ainda não tínhamos convicções, não tínhamos como julgar e só nos restava absorver tudo o que houvesse ao redor. e aí mimetizamos. passamos a acreditar e julgar como nossos pais, amigos, professores, enfim…
Nessa proposição, eu acho que a palavra
julgar deve ser mais pesquisada, o que é julgar ? É possível julgar imparcialmente ? Se é possível, então o julgamente foi oriúndo de onde? Se não tiver origem o julgamento, eu não posso dizer que ele veio do acaso ? Ou que veio de um ser capaz de
criar que reside dentro de nós ?
Agora, se não somos capaz de julgar, se isso é um mecanismo de pensamentos, então como é que funciona esse mecanismo ?
julgamos afirmações alheias baseando-nos nestes valores primários. de repente pode acontecer de mudarmo-los, por algum motivo aleatório
Isso sugere que o julgamento é aleatório, como pode existir um julgamento aleatório, como uma roleta, quem é o "ponteiro" da roleta que escolhe - e julga - os valores ?
e mudarmos de novo, e de novo, ou pode acontecer de ficarmos desde o começo com eles. fato é que, destituídos deles, nada podemos fazer nem falar, nada que nosso corpo não nos ordene, ao menos. precisamos dos pilares, das raízes.
É esse o objeto da minha investigação, quais são os pilares ? Esses pilares existem ?
Dizer que os pilares
não existem, por sí só não é uma afirmação e uma proposição ? Não seria então um pilar também ? Como é que é possível
não-existir e existir pilar ?
não se pode nem pensar na crítica racional aos valores; o uso preferencial da lógica ou da razão na análise de qualquer afirmação vem com eles. daí afirmo ser conseqüência lógica desta linha que valores não se discute; se aprova, desaprova, mas não há muito o que fazer.
Isso também é uma proposição, quer dizer, é bastante dificil construir um pensamento sem antes fazer essas proposições que aparecem a todo momento, mas então o objeto de estudo não pode por exemplo agora passar a ser a aparição dessas proposições em todos os pensamentos ? A frequência com que eles ocorrem, se é possível existir um pensamento sem uma afirmação junta, coligada.
Porque se fixar então no ceticísmo, se o conhecimento é tão vasto assim ? E dogmátizalar a lógico ou a linguística, não é errado pra esses céticos porque ? Porque parar a investigação nesses pontos ?
pois bem, então encontramo-nos nesta situação. ao mesmo tempo em que percebemos o quão frágeis são nossos pontos de vista sabemos que precisamos ter algum, é necessidade vital.
Pra mim a necessidade é maior do que adotar um ponto de vista, mas a todo momento tentar superalo.
mas a mudança de ponto de vista é dolorosa; implica abdicar de uns valores por outros, e não há critério para se saber se um é, de fato, melhor do que o outro, daí a mudança de valores sempre vir por meios misteriosos, quando não claramente irracionais.
Como você pode sustentar essa proposição também ?
Você diz que não ha um ponto de vista melhor, mas então como se explica a diferença entre o ponto de vista de um cético e a de um crente ? Por sí só ja são diferentes.
O que impede de descobrir-mos que um ponto de vista pode ser melhor do que o outro ?
a questão de ser cético ou ter fé vai muito além do debate lógico; a segunda opção, ela mesmo, pode negá-lo em algum ponto e implica uma raiz muito mais profunda, não só uma questão de valores mas mesmo de percepção do mundo, mesmo estética. daí não ser questão passível de discussão. ninguém quer trocar de valores sem ter absoluta certeza (coisa, talvez, impossível) de que o novo conjunto deles seja melhor do que o anterior. importa preservar a sanidade e individualidade.
Pra mim... O que deve ir além do debate lógico é a vontade de cada um se superar, e não o estagnar-se, não vivo em função de acreditar que o conhecimento é inalcançavel e por isso digo que isso deve ser do além, eu simplismente tento encontralo.