FFLCH in the house. Acho muito bonito isso de dar flores pros PMs, sessenta e oito não morreu!
Agora, nesse período que estou afastada da faculdade, não estou entendendo a greve. Ao que sei, a reivindicação por autonomia deve-se aos decretos do Serra do começo do ano, de criar uma comissão para reger as universidades. Além disso, o governo reteve a verba das universidades no começo do ano. Tudo isso é muita mancada.
Mas, a meu ver, a situação da USP não mudará enquanto não arrumar outras fontes de financiamento. Tooodo mundo sabe que sou fefelechenta de coração e me dói ferir assim os meus princípios, mas é EVIDENTE que não tem nada a fazer senão arrumar dinheiro em outras fontes. Eu, particularmente, sou a favor de regulamenteção da participação das fundações, redirecionamento de parte da verba para o 1º e 2º graus, e cobrança de uma mensalidade, simbólica que fosse, dos alunos.
A gente vive num país em que é tudo trocado. O que acontece é que parte CONSIDERÁVEL dos alunos de universidade pública fez o EM na rede particular.
(É absurdo, convenhamos, que se diga que o uspiano estuda de "graça", porque os cerca de 10% do ICMS que minha família nuclear pagou sustenta, e com folga, a minha presença na universidade. Mas, ao mesmo tempo, foram eles que gastaram cem mil reais na minha educação básica. E quem coloca seus filhos na escola pública, pagando, também, através dos impostos, acaba mandando seus filhos pras uninoves da vida, e lá se vão cinquenta mil reais)
O fato é que SE houvesse ensino básico de qualidade, não haveria toda essa demanda por ensino universitário. Hoje em dia a gente vê exigirem que secretária tenha faculdade de administração, sabem. Todo mundo tem um causo desses pra contar. São todos gastos que a gente não precisava ter. Eu, pessoalmente, me transferiria pra PUC de livre e espontânea vontade, se o dinheiro gasto comigo fosse pra escola pública.
Enfim. Pelo que eu vejo, e falando desapaixonadamente, a USP não justifica a verba que recebe. É uma universidade que produz pouquíssimo, que não retorna o conhecimento que produz pra comunidade (agravado pela zona que as fundações fazem), que é depósito de pequeno-burguês.
Tem é que reformar TUDO, e os colegas lá acampando na reitoria não ajudam, ficam declamando os anacronismos românticos deles. Ninguém leva a sério, e até com razão, apesar de ser um assunto que devia mobilizar toda a população nacional.