Autor Tópico: USP - Alunos decidem em assembléia manter a ocupação  (Lida 13144 vezes)

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Offline Rodion

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Re: USP - Alunos decidem em assembléia manter a ocupação
« Resposta #75 Online: 04 de Junho de 2007, 17:03:38 »
sei lá. eu ainda acho que o certo é não deixar nem ninguém nem NADA entrar, além de cortar a energia e a água. eles saem fácil, fácil.
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Offline Nina

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Re: USP - Alunos decidem em assembléia manter a ocupação
« Resposta #76 Online: 04 de Junho de 2007, 17:56:33 »
Direito de ir e vir? Engraçado usarem este argumento... amanhã prometem fechar os portões da USP. Ou seja, estão se lixando para o MEU direito de ir e vir.

:no:
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Offline Diegojaf

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Re: USP - Alunos decidem em assembléia manter a ocupação
« Resposta #77 Online: 04 de Junho de 2007, 18:04:11 »
Direito de ir e vir? Engraçado usarem este argumento… amanhã prometem fechar os portões da USP. Ou seja, estão se lixando para o MEU direito de ir e vir.

:no:

CS neles...
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Offline Worf

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Re: USP - Alunos decidem em assembléia manter a ocupação
« Resposta #78 Online: 04 de Junho de 2007, 18:22:38 »
E nos próximos episódios:

"Soldado da PM me deu um chute no **..."
:lol:


Esse negócio de fechar os portões: já fizeram algo assim numa unidade no interior. O SINTUSP é uma quadrilha, nada mais, nada menos.

Offline Herf

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Re: USP - Alunos decidem em assembléia manter a ocupação
« Resposta #79 Online: 04 de Junho de 2007, 21:01:36 »

Frases clássicas:

Tia da Greve: "A POLÍCIA PODE BATÊ!"
"e o meu direito de irrr e virrrr?!!"
Emogreveboy: "O PM CHUTOU MEU SACO!!!! SNIF SNIF SNIF"

Eu não sei se rio ou se choro quando vejo esse vídeo.

Estou cada vez mais convicto de que esse pessoal gosta mesmo de apanhar da polícia. Percebe-se um brilho que não era só das lágrimas nos olhos daquele carinha no final quando ele fala o quanto apanhou. Provavelmente porque pediu, não?

Offline Nina

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Re: USP - Alunos decidem em assembléia manter a ocupação
« Resposta #80 Online: 04 de Junho de 2007, 21:25:06 »
Ai, ai... meu olho tá ardendo!!!

:histeria:
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Atheist

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Re: USP - Alunos decidem em assembléia manter a ocupação
« Resposta #81 Online: 04 de Junho de 2007, 23:20:12 »

Frases clássicas:

Tia da Greve: "A POLÍCIA PODE BATÊ!"
"e o meu direito de irrr e virrrr?!!"
Emogreveboy: "O PM CHUTOU MEU SACO!!!! SNIF SNIF SNIF"

Eu não sei se rio ou se choro quando vejo esse vídeo.

Estou cada vez mais convicto de que esse pessoal gosta mesmo de apanhar da polícia. Percebe-se um brilho que não era só das lágrimas nos olhos daquele carinha no final quando ele fala o quanto apanhou. Provavelmente porque pediu, não?

Eles querem algo para contar para os netos... Aventuras da época da faculdade. O que nos falta é ritual de passagem, isso sim.

Offline Nina

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Re: USP - Alunos decidem em assembléia manter a ocupação
« Resposta #82 Online: 06 de Junho de 2007, 21:41:00 »
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Offline Nina

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Re: USP - Alunos decidem em assembléia manter a ocupação
« Resposta #83 Online: 22 de Junho de 2007, 03:11:29 »
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Assembléia

Desde o início a assembléia realizada na quinta-feira foi tumultuada e tensa. As discussões entre as várias tendências diferentes de estudantes, entre eles alguns ligados aos partidos políticos PSTU, PSOL e PCO, chegaram até a um empurra-empurra a respeito do uso do microfone. Panfletos acusando o uso político foram distribuídos aos alunos presentes.

Durante a apresentação por parte dos professores --que durou quase uma hora-- alguns alunos chegaram a gritar "pelegos". Os docentes não se importaram e continuaram a ler a carta. Eles saíram sem dar entrevistas a pedido dos alunos.

Depois de muito tumulto e bate-boca sobre como seria votado o texto enviado pela reitoria, os alunos fizeram votação do documento às 23h04 desta quinta-feira. Logo após a decisão de saída do prédio, alguns alunos já começaram a entrar no prédio e pegar seus pertences para ir embora.

Um grupo de cerca de 100 alunos insistiu em continuar a assembléia e tentar reverter o resultado até às 23h30, no entanto, como já havia sido votada a aceitação do documento, até o equipamento de som chegou a ser desligado.

Alguns alunos favoráveis à desocupação, se abraçaram e sorriam. Outros gritavam "pelegos" e perguntavam aos demais quanto haviam recebido da reitoria da USP para votar a favor do documento, o que significou na prática, a desocupação que já completava 50 dias.

Mas no fim, acaba amanhã a ocupação.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u306343.shtml
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Offline Thufir Hawat

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Re: USP - Alunos decidem em assembléia manter a ocupação
« Resposta #84 Online: 22 de Junho de 2007, 03:36:46 »
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A decisão foi tomada após a direção da universidade enviar uma carta aos alunos por intermédio de um grupo de notáveis da USP, aceitando praticamente todos os pontos estipulados por eles para a desocupação do prédio e que já estava em discussão havia mais de uma semana.

Citar
O texto contempla os principais pontos elencados pelos alunos nas condicionantes impostas por eles para deixarem o prédio e formulada no dia 12 de junho.

Os alunos não queriam ser punidos --assim como os funcionários-- pelo que consideram atividades políticas e de greve na ocupação; manutenção de todos os pontos da última contraproposta apresentada pela reitora; audiência pública para discutir o Inclusp (Programa de Inclusão Social da USP), já aprovado pelo CO (Conselho Universitário), e, por fim, eles querem o reconhecimento da legitimidade do 5º Congresso Geral da USP para discutir a estatuinte --alusivo à Constituinte, só que no caso da USP a intenção é reformular o estatuto vigente.

Fonte: Folha Online, 22/06/2007 - 00h03
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Offline Herf

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Re: USP - Alunos decidem em assembléia manter a ocupação
« Resposta #85 Online: 22 de Junho de 2007, 18:05:59 »
Os alunos não queriam ser punidos --assim como os funcionários-- pelo que consideram atividades políticas e de greve na ocupação;

Vou sair por aí e fazer umas "ativdades políticas" nas propriedades dessas figuras.
« Última modificação: 22 de Junho de 2007, 18:19:27 por Procedure »

Offline Worf

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Re: USP - Alunos decidem em assembléia manter a ocupação
« Resposta #86 Online: 23 de Junho de 2007, 00:42:05 »
briga na desocupação:

(janaína lepri esteve lá *_*)

Offline Thufir Hawat

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Re: USP - Alunos decidem em assembléia manter a ocupação
« Resposta #87 Online: 23 de Junho de 2007, 03:38:05 »
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Em meio a brigas, invasores deixam a USP

Estudantes e servidores saíram da reitoria, ocupada havia 50 dias, depois que a reitora assinou a carta de propostas

Houve conflitos entre os próprios estudantes e agressões a jornalistas que tentavam registrar a situação no interior do prédio

ROGÉRIO PAGNAN
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os estudantes e servidores da USP desocuparam ontem o prédio da reitoria da universidade, na zona oeste de São Paulo, invadido havia 50 dias. A ordem judicial para reintegração de posse, determinada pela Justiça em 16 de maio, não foi cumprida pela Polícia Militar.
Ao contrário da festa que os manifestantes planejavam no auge do movimento, a desocupação foi marcada por protestos, brigas entre manifestantes e agressões a jornalistas.
A confusão começou logo após as 18h05, quando foi iniciada a desocupação. Repórteres que tentaram registrar a situação do interior da reitoria deixada pelos invasores foram expulsos a empurrões. Do lado externo, os invasores também jogaram água nos jornalistas.
Os conflitos também envolveram os próprios estudantes, que se agrediram com socos e chutes. Na briga estavam alunos contrários e favoráveis à desocupação. Os derrotados na assembléia de anteontem, que aprovou a saída, carregavam faixas acusando de traição e manobras os integrantes de partidos políticos.
A saída dos manifestantes estava prevista inicialmente para as 16h, mas só começou duas horas depois, quando eles receberam um documento assinado pela reitora, Suely Vilela, com as propostas oferecidas pela reitoria e aceitas na assembléia realizada anteontem.
No documento, intermediado por um grupo de professores, Suely atende praticamente a todos os pedidos dos alunos, mas faz algumas ressalvas.
Sobre a não-punição, que nas duas últimas semanas se tornou um das principais solicitações de alunos e servidores, ela garantiu que não haverá expulsões nem demissões quanto às manifestações estudantis e sindicais (incluindo a ocupação).
Mas, sobre os "excessos" -como ameaças-, eventuais furtos e depredações, a reitora diz que haverá apuração interna e punição dos responsáveis.
Em relação a um dos temas mais importantes, a criação de um congresso para discutir reformas no estatuto da USP, Suely disse que a universidade dará ajuda "na medida das suas possibilidades".
A desocupação do prédio pelos alunos estava condicionada, além da assinatura do documento pela reitora, à aprovação pelos servidores que participam da invasão. A assembléia terminou minutos antes do prazo máximo para saída, 17h, quando a proposta da reitoria perderia o valor. Participaram cerca de 200 pessoas.
O horário inicial era 16h, mas foi estendido ao longo do dia pela reitora após atraso na entrega da proposta à categoria.
Em suma, os servidores aceitaram os mesmos termos de não-punição oferecidos aos estudantes, o não-desconto dos dias parados e um reajuste de 3,37%. Outros pontos serão discutidos depois.
Além da desocupação, os trabalhadores concordaram em suspender a greve, iniciada havia um mês. Os alunos ainda continuam em greve.
Suely foi procurada ontem para comentar o assunto, mas a assessoria da universidade informou que ela só falaria por meio de nota. Nesse documento, a reitora diz que "apesar das dificuldades encontradas, conseguiu superar os entraves por meio do diálogo".
De acordo com a universidade, a expectativa é que a normalidade dos trabalhos na reitoria não ocorra em menos de seis meses. Além disso, prazos de processo judiciais e de licitações foram perdidos.
A desocupação terminou por volta das 19h, quando seguranças assumiram o prédio. Eles também não autorizaram a entrada da imprensa no local. Por volta das 21h, a procuradora-chefe da USP, Ana Maria Cruz, esteve no prédio da reitoria para analisar a situação. Ela acionou o Instituto de Criminalística para fazer uma perícia.

Fonte: Folha de são Paulo, 23 de junho de 2007
Obs: Para acessar a notícia no site é necessário ser assinante.

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Re: USP - Alunos decidem em assembléia manter a ocupação
« Resposta #88 Online: 23 de Junho de 2007, 11:35:22 »
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Em meio a brigas, invasores deixam a USP
Houve conflitos entre os próprios estudantes e agressões a jornalistas que tentavam registrar a situação no interior do prédio

Imagina o puta fedor lá dentro…
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Offline Rodion

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Re: USP - Alunos decidem em assembléia manter a ocupação
« Resposta #89 Online: 23 de Junho de 2007, 11:44:55 »
falei com uns contatos durante a ocupação e consta que, pelo menos LÁ DENTRO, não se fumava maconha. mas vai ver ficaram bravos por terem de ir embora e acenderam uns baseados de despedida, vai saber.
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Offline Shaman

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Re: USP - Alunos decidem em assembléia manter a ocupação
« Resposta #90 Online: 24 de Junho de 2007, 02:44:58 »
Vou tentar expressar aqui a minha opinião, um pouco diferente da que tenho verificado pelos usuários do fórum. Entretanto é a visão de um estudante da USP que apóia e participa do movimento e que discorda da visão que a mídia vem demonstrando de forma sensacionalista e parcial.

Primeiramente, posto abaixo as resoluções do movimento de greve estudantil da USP de São Carlos, incluindo a pauta de reivindições completa, muito importante que TODOS leiam.


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Sobre o movimento e suas causas:

   1. Somos estudantes da Universidade de São Paulo do Campus de São Carlos que se mobilizam em defesa da Universidade Pública, gratuita e de qualidade e da Educação enquanto um direito de todas e todos.
   2. Lutamos pela valorização do ensino público em todos os níveis, no intuito de se reverter o sucateamento dos ensinos fundamental e médio e de se impedir que tal processo avance sobre o ensino superior.
   3. Reivindicamos a indissociabilidade entre o Ensino, a Pesquisa e a Extensão na universidade e sua Autonomia – nos sentidos político-pedagógico, científico, administrativo e financeiro –, pressupostos básicos para construção do conhecimento livre e a concretização dos fins da universidade.
   4. Essa autonomia, porém, se mostra incompleta se a Universidade não é realmente pública e gratuita – promovendo, como hoje, a permeabilidade entre interesses públicos e privados ou a expansão de cursos pagos –, e se não for radicalmente transparente – para dentro e para fora de si mesma – e democrática nas formas de se organizar e se gerir internamente.
   5. Democratização que, por sua vez, também deve atingir as formas de acesso à universidade – com expansão contínua e planejada de vagas e garantia de financiamento e infra-estrutura – e as condições de permanência dos estudantes na mesma – com uma política clara, estruturada e democraticamente construída.
   6. Tudo isso, por fim, pressupõe a valorização do ensino crítico e da pesquisa livre de interesses de governo e de mercado, e ainda a melhoria das condições de trabalho docente e não docente, o que implica no fim das terceirizações e de qualquer tipo de contrato precário de trabalho na universidade.

 

Sobre os decretos do governador José Serra e suas conseqüências para a universidade:

   1. No início deste ano o governador José Serra baixou uma série de decretos que instituem uma reforma administrativa no âmbito da gestão pública estadual, no sentido de ampliar os poderes e o controle do Executivo sobre todos os setores dessa administração, inclusive as Universidades.
   2. Nesse sentido, entendemos que os decretos 51.460 e 51.461, de 1º/01/07, 51.471, de 02/01/07, 51.636, de 09/03/07, e 51.660, de 14/03/07, interferem na autonomia universitária e apontam para o aprofundamento do processo de sucateamento das universidades estaduais paulistas e de mercantilização do ensino superior.
   3. Tais decretos contingenciaram verbas – fato inédito nas universidades públicas estaduais desde 1989 –, proibiram a contratação de servidores por tempo indeterminado, ampliaram o poder de interferência do executivo sobre os recursos financeiros das universidades e fragmentaram ainda mais o sistema educacional estadual – com as universidades públicas e privadas se vinculando à obscura Secretaria de Ensino Superior, o ensino técnico/tecnológico, os institutos de pesquisa e a FAPESP permanecendo na renomeada Secretaria de Desenvolvimento, e a educação básica permanecendo na Secretaria de Educação.
   4. Além disso, tais medidas foram tomadas de forma apressada e autoritária, o que demonstra uma maneira de governar e de se relacionar com a universidade que ferem os princípios do convívio democrático e do debate construtivo, apontando para intenções futuras de ampliar ainda mais os referidos controles e interfências.
   5. Assim, nos posicionamos contrários a esses decretos e nos mobilizamos no sentido de exigir do governo sua revogação.

 

Sobre as reivindicações da Greve Estudantil

Por tudo isso, apresentamos como pauta de reivindicações da greve dos estudantes da USP de São Carlos os seguintes itens:

   1. Revogação imediata dos Decretos 51.460, 51.461, 51.471, 51.636 e 51.660 do Governador José Serra.
   2. Posição pública contrária aos decretos por parte da reitora da USP, tendo em vista o posicionamento das Assembléias Gerais dos estudantes, servidores não docentes e docentes desta universidade.
   3. Realização de uma Estatuinte democrática na USP, com paridade de participação entre estudantes, servidores não docentes e docentes.
   4. Estabelecimento de uma política de contratação de todos os servidores docentes e não docentes necessários às unidades, com a revisão dos métodos e critérios pelos quais a Comissão de Claros aprova o preenchimento das vagas abertas.
   5. Atendimento às reivindicações específicas dos estudantes do Campus da USP de São Carlos:
         1. Instituição de uma Comissão Mista Permanente e Paritária (com estudantes, servidores não-docentes e docentes) para levantar, encaminhar e acompanhar as questões relativas à infra-estrutura, permanência estudantil e contratação de servidores docentes e não-docentes necessários.
         2. Expansão do número de vagas do Alojamento Estudantil de acordo com as suas reivindicações específicas.
         3. Melhoria das condições do Restaurante Universitário.
         4. Restabelecimento do cronograma de obras da área 2 do campus de São Carlos, com a definição de um espaço no Plano Diretor para o Alojamento Estudantil e para o Centro de Convivência Estudantil, além da disponibilização de mais um ônibus com o respectivo motorista para realizar a interligação entre as áreas 1 e 2.
   6. Definição, por parte da Pró-Reitoria de Graduação, de um calendário de reposição integral de aulas, trabalhos e provas, que deve ser respeitado pelas unidades, docentes e estudantes.
   7. Nenhuma punição – sindicância ou demais processos administrativos e/ou repressivos – seja tomada contra os estudantes com relação a ocupações ou quaisquer mobilizações legítimas no campus.

 

Assembléia Geral dos Estudantes da USP de São Carlos

São Carlos, 29 de maio de 2007


Citação de: Procedure
Há muita gente nesse Brasil cujos sonhos são apanhar da polícia e a volta da ditadura militar, só para ter motivo pra fazer baderna.

Acho questionável a utilização de decretos, sejam estes inconstitucionais ou não, para se governar um Estado ou País. Particularente, o fato de se decretar e mudar a estrutura do ensino superior sem haver uma consulta aos órgãos pertinentes é um agravante, mesmo que estes concordem ou aceitem postumamente.
Essa "baderna" nem de longe indica que estamos querendo apanhar de policiais ou a volta da ditadura, muito pelo contrário, lutamos contra essa repressão de tentar usar a força policial ao invés do diálogo entre as partes, mesmo frente a um episódio como este de ocupação de um prédio público. Iquestionavelmente, querer a volta da ditadura militar é concordar que atitudes de protesto como esta sejam resolvidas com a força policial.


Citação de: Atheist
Vamos falar sério, a faculdade gratuita já não é suficiente?

Não para todos. Ao contrário do que muitos pensam nem só "filhinhos de papai" estudam na USP, há aqueles que necessitam de asistência estudantil para poderem se manter fora de casa e concluir o curso de forma satisfatória, seja com alimentação subsidiada, moradia, transporte, etc.
O que acontece é que ampliam o número de vagas e de cursos sem ampliar número de vagas em alojamento, funcionários do restaurante universitário, docentes e demais funcionários necessários a não diminuição da qualidade existente. Em São Carlos por exemplo em 2003 foi criada uma área nova (Campus II) para abrigar inicialmente três cursos criados no mesmo ano (40 vagas cada) sem que para isso se criassem alojamentos ou aumentassem o número de funcionários do restaurante, e mais cursos estão sendo criados desde então. A criação dos cursos é totalemnte aceitável, mas deve vir seguida de condições reais de implantação, o que no entanto não é verificado. Meu curso mesmo que é um desses criados em 2003 faltam docentes para algumas disciplinas até hoje.


Citação de: Atheist
Aí está uma prova de que o governo está gastando errado nosso dinheiro. Isso é burrice. O decreto do governdo de SP só exige que seja feita a prestação de contas, não mexe na autonomia. Isso foi esclarecido até pela associação dos reitores das universidades públicas paulistas.

Por que eles não querem que a universidade preste contas, isso eu não sei.

Agora, os alunos atualmente são mesmo massa de manobra do sindicato dos funcionários, como o Gabriel escreveu. O movimento estudantil no Brasil já não é mais o mesmo, não tem mais foco, não tem objetivo. E o pior, não está mais pensando. Era uma vez a "elite pensante do Brasil"…

Isso não é burrice. E daí que "isso foi esclarecido até pela associação dos reitores das universidades públicas paulistas"? Essa é a visão dos reitores, assim como é a do governador, questionáveis sobre qualquer circunstância. Inclusive um dos reitores a princípio tinha posição contrária, mudou depois, não sei por qual motivo.
Um grande, GIGANTESCO equívoco é achar que não queremos prestação de contas. Queremos sim, prestação de contas e com muito mais transparência, aliás, pra toda população, não só para o próprio governo, que é como acontece mesmo depois dos decretos. Mas isso é questão de desinformação e não de burrice.
É fato que o movimento estudantil no Brasil já não é mais o mesmo, entretanto a conjuntura nacional também não é. Não faz o menor sentido, portanto, querer associar e comparar o movimento das décadas passadas ao do Brasil atual. Mas não tenha dúvidas de que ele está e estará sempre presente, independentemente de qualquer sindicato ou partido que se divulgue nas manifestações, e que a cada novo assunto polêmico como os decretos ele estará aí pelas ruas protestando.


Citação de: Worf
Acham que é democrática a decisão tomada em uma assembléia com 2 mil pessoas (a usp tem 80 mil alunos), acham que é justo impedir que os outros tenham aulas, acham que é pacífico invadir um prédio público e ocupá-lo por 20 dias, acham que é lógico fazer exigências completamente estúpidas (já estão querendo até mexer no Estatuto da USP - isso é típico pensamento de golpista).

Não consegui ter aula na sexta, hoje lacraram a porta da minha sala. Amiga minha está há 1 semana sem poder ver aula, pois os autoritários-democratas não permitem.

2 mil pessoas só numa assembléia de SP, cujo campus tem bem menos de 80 mil, que é a totalidade dos estudantes de todos os campi. Toda assembléia é aberta a TODOS os estudantes, estes podem e devem participar, contando como voto no final. É uma atitude pouco coerente alunos não aparecerem, seja para opinar ou votar, e depois questionar a legitimidade de uma assembléia com número de participantes acima do quorum minimo.
Saiba que mexer no estatuto da USP não é uma "exigência completamente estúpida" de nenhum "golpista", é, entre os demais objetivos, a tentativa de democratizar mais a escolha dos altos cargos dentro da universidade, que atualmente é decidido entre os próprios dirigentes com certas dedadas de governo.
Oficialmente sua classe (estudantil) se encontra em greve, portanto não deveria ter a preocupação de ir pra aula. De certa forma, ir pra aula pode prejudicar bastante quem não está indo e participando do movimento.
?????? ?? ???????? ?????.

Offline Thufir Hawat

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Re: USP - Alunos decidem em assembléia manter a ocupação
« Resposta #91 Online: 24 de Junho de 2007, 03:04:10 »
Citação de: Shaman
Isso não é burrice. E daí que "isso foi esclarecido até pela associação dos reitores das universidades públicas paulistas"? Essa é a visão dos reitores, assim como é a do governador, questionáveis sobre qualquer circunstância. Inclusive um dos reitores a princípio tinha posição contrária, mudou depois, não sei por qual motivo.
Tão questionável quanto a dos alunos que apoiaram ou participaram da ocupação.
E, se não me engano desde antes da reformulação os decretos já traziam a informação de que não se aplicavam às universidades (o que os tornava um tanto ambíguos), posição reforçada mais recentemente pelo governo. Não nego que os decretos pudessem dar margem à interpretação de que a autonomia estivesse sendo ferida, mas, ainda que fosse verdade, havia formas mais dignas de se lidar com isso, afinal, mexer na autonomia teria sido inconstitucional.

Aliás para citar alguns pontos referentes à questão dos decretos: o contingenciamento de verbas não foi feito visando atacar às universidades, mas foi conseqüência do fato de que a assembléia legislativa ainda não havia aprovado o orçamento para 2007, devido à decisões de ordem tributária tomadas por Cláudio Lembo no fim de 2006. Quando da invasão da reitoria em São Paulo o contingenciamento já fora suspenso e as universidades já haviam recebido o que lhes era devido. Contratações, segundo carta escrita pelos três reitores estão sendo feitas normalmente.

A respeito das reivindicações, não posso concordar com a parte da não punição. Cabe aos alunos que participaram da ocupação assumir suas atitudes e arcar com as conseqüências delas, especialmente em vista do que foi publicado a respeito da situação da reitoria da USP na Folha deste domingo (obs:é preciso ser assinante):
Citação de: Folha de são Paulo, 24/06/2007
Cadeiras empilhadas, mesas reviradas, um portão destruído, uma cratera no forro, computador jogado no chão do banheiro e sinais de um pequeno incêndio na tampa da caixa de força do prédio. Próximo à porta, foi pichado "voltaremos".

Entre os danos evidentes, uma fotocopiadora quebrada, tirada pela guarda universitária de uma laje -suspeita-se de furto.
No térreo, a área mais danificada é a vice-reitoria: nenhum material de trabalho nas mesas, só sujeira. Várias computadores sumiram das mesas, segundo a perícia. Como vários foram encontrados empilhados numa sala, fará uma contagem para ver se são os mesmos, mas podem ter sido levados para outras salas.

"A reitoria está "estourada", com janelas quebradas, muito lixo no chão, garrafas de bebidas jogadas, louças sujas, panos de prato usados", diz Lourdes Fadul, fotógrafa que acompanha a Polícia Científica.

Os três peritos presentes no local tiveram dificuldades para circular pelo prédio, já que muitas portas estavam interditadas por cadeados e correntes. "Acreditamos que os alunos [as trancaram], mas não sabemos por quê", afirma Fadul.

Segundo Marcos Henrique, coordenador de segurança da guarda universitária, várias portas foram arrombadas.

Citação de: Shaman
2 mil pessoas só numa assembléia de SP, cujo campus tem bem menos de 80 mil, que é a totalidade dos estudantes de todos os campi. Toda assembléia é aberta a TODOS os estudantes, estes podem e devem participar, contando como voto no final. É uma atitude pouco coerente alunos não aparecerem, seja para opinar ou votar, e depois questionar a legitimidade de uma assembléia com número de participantes acima do quorum minimo.
DEVEM participar? Por quê? Participa quem quiser, e principalmente, se tiver tempo de aturar as intermináveis discussões-que-nunca-levam-a-lugar-algum antes das votaçãoes. Como você mesmo colocou, nem todos que estudam em universidades públicas são filhinhos de papai. Alguns (e eu sou um deles) trabalham, estudam (!), estagiam; em resumo: têm horários a cumprir que, em geral, as assembléias não respeitam. Pouco coerente é exigir que todos participem quando nem todos têm a disponibilidade para fazê-lo e, acima de tudo, nem todos consideram-se representados pela assembléia ou pelo movimento estudantil.
TODOS podem participar também é um tanto discutível. É palpável nas assembléias, pelo menos onde estudo, a hostilidade dos organizadores e dos que os apoiam pelos que lá aparecem para discordar.

Citação de: Shaman
Oficialmente sua classe (estudantil) se encontra em greve, portanto não deveria ter a preocupação de ir pra aula. De certa forma, ir pra aula pode prejudicar bastante quem não está indo e participando do movimento.
De certa forma, impedir que os alunos que desejam assistir à aula o façam pode prejudicar muito a quem pretende estudar.
Além disso, dizer que alguém não deveria se preocupar em ir a aula por que sua "classe" está em greve é absurdo. Vou a aula se quiser, independente do que decidir minha "classe": Ninguém além de mim fala em meu nome.


Isso dito, gostaria de deixar claro que não simpatizo com o governo Serra, nem concordaria com qualquer decreto que efetivamente retirasse a autonomia das universidades públicas, estaduais ou federais. 
« Última modificação: 24 de Junho de 2007, 03:49:00 por Thufir Hawat »
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Re: USP - Alunos decidem em assembléia manter a ocupação
« Resposta #92 Online: 24 de Junho de 2007, 03:50:43 »
Citação de: Thufir Hawat
Devem participar? Por quê? Participa quem quiser, e principalmente, se tiver tempo de aturar as intermináveis discussões que não levam a lugar nenhum antes das votaçãoes. como você mesmo disse, nem todos que estudam em universidades públicas são filhinhos de papai. Alguns trabalham, estudam (!), estagiam, em resumo: têm horários a cumprir que, em geral, as assembléias não respeitam (e eu sou um deles). 
TODOS podem participar também é um tanto discutível. É palpável nas assembléias, pelo menos onde estudo, a hostilidade dos organizadores e dos que os apóiam pelos que lá aparecem para discordar.

Para depois não ficar dizendo que não decidiu por nada e que a decisão não é legítima. Discussões que não levam a lugar nenhum? Discordo profundamente. Toda discussão leva a algum lugar, mesmo ficar discutindo com um teísta sobre religião leva a algum lugar, essa nossa discussão leva a algum lugar.
O horário das assembléias não pode satisfazer a todos simultaneamente, pra atender a todos deveria ser depois das 18-19 horas, mas aí poderia se estender até muito tarde.
É triste saber que onde você estuda exista tamanha hostilidade contra quem discorda. Mas deve-se tentar passar por cima disso, afinal se muitos dos que discordam se manifestassem e mostrassem com bons argumentos que estão certos, certamente seriam ouvidos.


Citação de: Thufir Hawat
De certa forma, impedir que os alunos que desejam ir assistir à aula o façam pode prejudicar muito a quem pretende estudar.
Além disso, dizer que alguém não deveria se preocupar em ir a aula por que sua classe está em greve é absurdo. Vou a aula se quiser, independente do que decidir minha classe: Ninguém além de mim mesmo fala em meu nome.

Se ninguem vai a aula é fato que as aulas serão repostas. Se alguem quer realmente estudar durante um período de greve estuda sozinho em casa ou em grupo com amigos, não precisa de professor pra ficar cuspindo tudo mastigado dentro de uma sala de aula. Entretanto em greve de docentes ninguem tem a escolha de ir ou não ir, quem decide é o docente, e duvido que a maioria destas pessoas que furam greve estudantil moveriam um dedo pra trazê-los de volta a sala de aula (visão pessoal).
Pra mim não é nem um pouco absurdo, mas concordo que pode parecer muito absurdo para aquelas pessoas que estão muito preocupadas em frequentar todas as aulas, engolir tudo o que o professor passa sem deixar passar uma vírgula, não reprovar em nada, se formar e arrumar o primeiro emprego com salário a altura que aparecer e pouco se preocupam com os destinos que estão sendo dados para a  universidade.


Citação de: Atheist
Assembléias com um número ínfimo de estudantes que são inflados pelo SINTUSP. Quem manda é o sindicato. É massa de manobra pura e desapontadora.

Argumento muito fraco este de dizer que quem manda é o sindicato e que somos massa de manobra. Teria o mesmo valor eu dizer que quem manda em quem está contra é a mídia que só mostra o que acontece de ruim no movimento e assim o caracteriza.
Eu posso lhe afirmar que no campus de São Carlos o que ocorre é totalmente inverso, nós estudantes começamos e temos muito mais força do que qualquer sindicato de funcionários, que entraram no movimento de certa forma até carregados por nós. Podem dizer que foi apenas interesse por parte deles se aproveitar do nosso movimento, mas aí já é outra questão menos pertinente.
Nós temos o nosso movimento estudantil independe de sindicatos e de partidos políticos, é fato que alguns partidos de extrema esquerda sempre aparecem nas manifestações com suas bandeiras, mas isso não é argumento que justifique que o movimento possui ideologia partidária ou é massa de manobra de algum.
« Última modificação: 24 de Junho de 2007, 03:53:18 por Shaman »
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Re: USP - Alunos decidem em assembléia manter a ocupação
« Resposta #93 Online: 24 de Junho de 2007, 04:36:17 »
Citação de: Shaman
Para depois não ficar dizendo que não decidiu por nada e que a decisão não é legítima. Discussões que não levam a lugar nenhum? Discordo profundamente. Toda discussão leva a algum lugar, mesmo ficar discutindo com um teísta sobre religião leva a algum lugar, essa nossa discussão leva a algum lugar.
O horário das assembléias não pode satisfazer a todos simultaneamente, pra atender a todos deveria ser depois das 18-19 horas, mas aí poderia se estender até muito tarde.

A questão da legitimidade vai além do número de pessoas que freqüenta uma assembléia. Não passa pela cabeça dos que as organizam que há alunos que não se consideram representados pelas assembléias, pelos mais variados motivos, independentemente do número de participantes. Minha experiência com a participação em assembléias durante a greve de 2004 me levou a não comparecer à elas como protesto silencioso: não vou à assembléias e não acato decisões com as quais não concordo, pois como disse antes, só eu falo por mim. É com a mesma experiência que afirmo que se toda discussão leva a algum lugar então não são discussões que ocorrem durante as assembléias, mas mera retórica e repetição de frases feitas.
E se o horário das assembléias não pode satisfazer a todos, que não se cobre a presença dos que como eu não podem participar por que têm que trabalhar.

Citação de: Shaman
É triste saber que onde você estuda exista tamanha hostilidade contra quem discorda. Mas deve-se tentar passar por cima disso, afinal se muitos dos que discordam se manifestassem e mostrassem com bons argumentos que estão certos, certamente seriam ouvidos.

O fato é que não é só na Unesp que há hostilidade, e quem tenta passar por cima dela é interrompido antes que seu argumentos possam sequer ser avaliados. Parece-me que quem enxerga as assembléias do lado que as organiza tem uma visão um tanto ingênua a esse respeito.

Citação de: Shaman
Se ninguem vai a aula é fato que as aulas serão repostas. Se alguem quer realmente estudar durante um período de greve estuda sozinho em casa ou em grupo com amigos, não precisa de professor pra ficar cuspindo tudo mastigado dentro de uma sala de aula. Entretanto em greve de docentes ninguem tem a escolha de ir ou não ir, quem decide é o docente, e duvido que a maioria destas pessoas que furam greve estudantil moveriam um dedo pra trazê-los de volta a sala de aula (visão pessoal).

Antes de tudo, se há greve de alunos não é fato que as aulas serão repostas, a não ser que assim decida a congregação (onde os alunos são minoria) e em geral aulas repostas não são boas aulas. Assistir às aulas é direito de quem foi aprovado numa universidade, independente de serem boas ou ruins ou de se querer tudo mastigado dentro da sala de aula.
Particularmente estudo sozinho até quando as aulas são dadas normalmente (sabe como é, tenho essa coisa de gostar de aprender) e gosto de freqüentá-las para tirar dúvidas e discutir possibilidades com colegas e professores.
Quando são os docentes a entrar em greve em geral os primeiros a apoiá-las (ou seja, a mover mais que um dedo para manter professores fora da sala de aula) são os "assemblistas", assim sendo realmente fica difícil fazer alguma coisa.

Citar
Pra mim não é nem um pouco absurdo, mas concordo que pode parecer muito absurdo para aquelas pessoas que estão muito preocupadas em frequentar todas as aulas, engolir tudo o que o professor passa sem deixar passar uma vírgula, não reprovar em nada, se formar e arrumar o primeiro emprego com salário a altura que aparecer e pouco se preocupam com os destinos que estão sendo dados para a  universidade.

Isso é falácia, e das grandes: Comparecer a aulas às quais tenho o direito de assistir não quer dizer que não me preocupo com o destinos que está sendo dado à universidade. Esse tipo de argumento faz parte da hostilidade à que me referi, a polarização da discussão por parte dos "assemblistas" torna os que são contra greves automaticamente em inimigos da universidade pública.
Comparecer às aulas é uma questão de respeito da nossa parte aos cidadãos que com seus impostos bancam a universidade pública, muitos dos quais não puderam e cujos filhos muito provavelmente não poderão freqüentar tal universidade. 


« Última modificação: 24 de Junho de 2007, 04:39:33 por Thufir Hawat »
Archimedes will be remembered when Aeschylus is forgotten, because languages die and mathematical ideas do not. "Immortality" may be a silly word, but probably a mathematician has the best chance of whatever it may mean.
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Re: USP - Alunos decidem em assembléia manter a ocupação
« Resposta #94 Online: 24 de Junho de 2007, 04:38:38 »
Citação de: Thufir Hawat
Tão questionável quanto a dos alunos que apoiaram ou participaram da ocupação.
E, se não me engano desde antes da reformulação os decretos já traziam a informação de que não se aplicavam às universidades (o que os tornava um tanto ambíguos), posição reforçada mais recentemente pelo governo. Não nego que os decretos pudessem dar margem à interpretação de que a autonomia estivesse sendo ferida, mas, ainda que fosse verdade, havia formas mais dignas de se lidar com isso, afinal, mexer na autonomia teria sido inconstitucional. Aliás para citar alguns pontos referentes à questão dos decretos: o contingenciamento de verbas não foi feito visando atacar às universidades, mas foi conseqüência do fato de que a assembléia legislativa ainda não havia aprovado o orçamento para 2007, devido à decisões de ordem tributária tomadas por Cláudio Lembo no fim de 2006. Quando da invasão da reitoria em São Paulo o contingenciamento já fora suspenso e as universidades já haviam recebido o que lhes era devido. Contratações, segundo carta escrita pelos três reitores estão sendo feitas normalmente.

Sim, é um meio questionável, porém ao meu ver justificável. E que fique claro: a ocupação não foi motivada unicamente pelos decretos.
Engano seu, a criação da Secretaria de Ensino Superior e de seu representante, o secretário de Ensino Superior, bem como a definição de seu funcionamento se aplica as universidades. E é muito vago simplesmente dizer que um decreto não fere a autonomia universitária, sendo que os próprios decretos por si só abrem caminho para que parte das decisões saiam das mão da universidade e passem para uma Secretaria de Estado.


Citação de: Thufir Hawat
A respeito das reivindicações, não posso concordar com a parte da não punição. Cabe aos alunos que participaram da ocupação assumir suas atitudes e arcar com as conseqüências delas, especialmente em vista do que foi publicado a respeito da situação da reitoria da USP na Folha deste domingo (obs:é preciso ser assinante):

Citar
Cadeiras empilhadas, mesas reviradas, um portão destruído, uma cratera no forro, computador jogado no chão do banheiro e sinais de um pequeno incêndio na tampa da caixa de força do prédio. Próximo à porta, foi pichado "voltaremos".

Entre os danos evidentes, uma fotocopiadora quebrada, tirada pela guarda universitária de uma laje -suspeita-se de furto.
No térreo, a área mais danificada é a vice-reitoria: nenhum material de trabalho nas mesas, só sujeira. Várias computadores sumiram das mesas, segundo a perícia. Como vários foram encontrados empilhados numa sala, fará uma contagem para ver se são os mesmos, mas podem ter sido levados para outras salas.

"A reitoria está "estourada", com janelas quebradas, muito lixo no chão, garrafas de bebidas jogadas, louças sujas, panos de prato usados", diz Lourdes Fadul, fotógrafa que acompanha a Polícia Científica.

Os três peritos presentes no local tiveram dificuldades para circular pelo prédio, já que muitas portas estavam interditadas por cadeados e correntes. "Acreditamos que os alunos [as trancaram], mas não sabemos por quê", afirma Fadul.

Segundo Marcos Henrique, coordenador de segurança da guarda universitária, várias portas foram arrombadas.

Claro, quem danificou algum bem público será punido, isso consta do termo de compromisso que conduziu a desocupação. A não punição se refere aos atos de manifestação, incluindo aí o ato de ocupar um local.
Quanto a reportagem, dá uma visão muito caótica de como estava o local. Posso lhe afirmar com a certeza de quem esteve lá que a visão que tive é um pouco diferente da que a mídia anda passando.
Primeiramente, o prédio possui vários andares e somente o térreo foi ocupado. A única coisa visível quebrada é o portão de entrada, juntamente com o teto bem acima, que é de gesso, o que não se compara a nenhuma cratera. As mesas e cadeiras foram empilhadas, assim como os documentos e computadores, não fosse isso poderia ter muita coisa quebrada. A reitoria não está estourada, não vi janela quebrada nem porta arrombada, pode ser que tenha ALGUMAS mas isso não justifica o termo "estourada". Enfim, simples palavras podem enfatizar algumas meias verdades denegrindo fatos.
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Re: USP - Alunos decidem em assembléia manter a ocupação
« Resposta #95 Online: 24 de Junho de 2007, 04:49:48 »
Citação de: Shaman
Sim, é um meio questionável, porém ao meu ver justificável. E que fique claro: a ocupação não foi motivada unicamente pelos decretos.
Mas foi esse o pretexto dado, apesar do fato de que algumas das questões mais urgentes como o contingenciamento de verbas e a contratação de professores já haviam sido resolvidas quando do advento da ocupação.

Citação de: Shaman
Engano seu, a criação da Secretaria de Ensino Superior e de seu representante, o secretário de Ensino Superior, bem como a definição de seu funcionamento se aplica as universidades.
E antes da secretaria de ensino Superior havia a Secretária de Ciência e Tecnologia, mas nem por isso se aventou em momento algum a possibilidade de que isso ferisse a autonomia. Quanto à questão da presidência do Cruesp é outra que já se havia resolvido antes da ocupação.

Citação de: Shaman
E é muito vago simplesmente dizer que um decreto não fere a autonomia universitária, sendo que os próprios decretos por si só abrem caminho para que parte das decisões saiam das mão da universidade e passem para uma Secretaria de Estado.
Como disse antes, de fato os decretos davam margem à interpretação de que se feria a autonomia universitária. Mas essa questão foi exagerada além de suas proporções, até por quê se de fato a autonomia tivesse sido ferida os decretos seriam inconstitucionais e a coisa toda poderia ter sido resolvida sem se criar o caos que se passou.

Citar
Quanto a reportagem, dá uma visão muito caótica de como estava o local. Posso lhe afirmar com a certeza de quem esteve lá que a visão que tive é um pouco diferente da que a mídia anda passando.
...
Enfim, simples palavras podem enfatizar algumas meias verdades denegrindo fatos.
Vale lembrar que essa é uma via de mão dupla, vale tanto para a mídia quanto para os invasores.

 
« Última modificação: 24 de Junho de 2007, 04:52:08 por Thufir Hawat »
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Re: USP - Alunos decidem em assembléia manter a ocupação
« Resposta #96 Online: 24 de Junho de 2007, 05:07:31 »
Citação de: Atheist
Vamos falar sério, a faculdade gratuita já não é suficiente?
Não para todos. Ao contrário do que muitos pensam nem só "filhinhos de papai" estudam na USP, há aqueles que necessitam de asistência estudantil para poderem se manter fora de casa e concluir o curso de forma satisfatória, seja com alimentação subsidiada, moradia, transporte, etc.
O que acontece é que ampliam o número de vagas e de cursos sem ampliar número de vagas em alojamento, funcionários do restaurante universitário, docentes e demais funcionários necessários a não diminuição da qualidade existente. Em São Carlos por exemplo em 2003 foi criada uma área nova (Campus II) para abrigar inicialmente três cursos criados no mesmo ano (40 vagas cada) sem que para isso se criassem alojamentos ou aumentassem o número de funcionários do restaurante, e mais cursos estão sendo criados desde então. A criação dos cursos é totalemnte aceitável, mas deve vir seguida de condições reais de implantação, o que no entanto não é verificado. Meu curso mesmo que é um desses criados em 2003 faltam docentes para algumas disciplinas até hoje.
Deixa eu ver se eu entendi direito, existe aqueles "coitadinhos" que não podem concluir o curso porque não tem o que comer, não tem como pagar ônibus e nem onde morar é isso?

Agora escute e fale isso para os seus amiguinhos do movimento: A maioria dos ex-estudantes das escolas públicas que estão fazendo faculdade atualmente fazem numa faculdade particular, e trabalham para pagar a faculdade. Ou seja aqueles que não tiveram condições de estudar numa escola particular e de pagar um estudo atualmente estão gastando de 300 reais a 3 mil por mês de mensalidade, e tem que pagar alimentação e transporte para poder estudar. Queriam estar no lugar dessas pessoas? Não né.. pois deviam estar muito satisfeitos de estudar sem pagar nada, isso já é uma grande coisa.

Enquanto vocês estão reinvidicando "bobagens" o governo poderia estar gastando dinheiro melhorando o ensino fundamental e médio, e ainda ampliando os cursos e financiando pesquisas.

A vocês não tem onde morar porque a faculdade cria mais vagas? Pois saiba que tem muita gente pagando pra estudar que teve que mudar de cidade e hoje pagam aluguel, alimentação e etc para poderem concluir o curso numa faculdade particular da capital.

Agora os estudantes que ficaram mais de 50 dias na reitoria da USP depredaram o prédio e agora além de tudo o governo (leia-se pessoas que pagam impostos) vai ter que gastar dinheiro para arrumar aquilo.

Não é desse jeito que se consegue apoio da opnião pública.
Difficulter reciduntur vitia quae nobiscum creverunt.

“Deus me dê a serenidadecapacidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar o que posso, e a sabedoria para saber a diferença” (Desconhecido)

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Re: USP - Alunos decidem em assembléia manter a ocupação
« Resposta #97 Online: 24 de Junho de 2007, 17:21:22 »
Citação de: Thufir Hawat
A questão da legitimidade vai além do número de pessoas que freqüenta uma assembléia. Não passa pela cabeça dos que as organizam que há alunos que não se consideram representados pelas assembléias, pelos mais variados motivos, independentemente do número de participantes. Minha experiência com a participação em assembléias durante a greve de 2004 me levou a não comparecer à elas como protesto silencioso: não vou à assembléias e não acato decisões com as quais não concordo, pois como disse antes, só eu falo por mim. É com a mesma experiência que afirmo que se toda discussão leva a algum lugar então não são discussões que ocorrem durante as assembléias, mas mera retórica e repetição de frases feitas.
E se o horário das assembléias não pode satisfazer a todos, que não se cobre a presença dos que como eu não podem participar por que têm que trabalhar.

Faz parte do estatuto de cada diretório acadêmico que os membros devem acatar as decisões de assembléias com quorum satisfatório, quem não quer ser representado pelo D.A. tem o direito de se desassociar. Mas a princípio todos os estudantes são associados.
Quanto a legitimidade, concordo, pode ser questionável, assim como uma eleição pra cargo público. Mesmo que o voto seja obrigatório, os brancos e nulos podem alterar resultados.


Citação de: Thufir Hawat
O fato é que não é só na Unesp que há hostilidade, e quem tenta passar por cima dela é interrompido antes que seu argumentos possam sequer ser avaliados. Parece-me que quem enxerga as assembléias do lado que as organiza tem uma visão um tanto ingênua a esse respeito.

Bom, no meu campus não há tamanha hostilidade, pode haver sim uma discordância, mas quem é contra consegue se expressar. Aliás tem acontecido bastante isso.
E não vejo as assembléias do lado de quem organiza pois não organizo-as, somente estou presente na maior parte delas.


Citação de: Thufir Hawat
Antes de tudo, se há greve de alunos não é fato que as aulas serão repostas, a não ser que assim decida a congregação (onde os alunos são minoria) e em geral aulas repostas não são boas aulas. Assistir às aulas é direito de quem foi aprovado numa universidade, independente de serem boas ou ruins ou de se querer tudo mastigado dentro da sala de aula.
Particularmente estudo sozinho até quando as aulas são dadas normalmente (sabe como é, tenho essa coisa de gostar de aprender) e gosto de freqüentá-las para tirar dúvidas e discutir possibilidades com colegas e professores.
Quando são os docentes a entrar em greve em geral os primeiros a apoiá-las (ou seja, a mover mais que um dedo para manter professores fora da sala de aula) são os "assemblistas", assim sendo realmente fica difícil fazer alguma coisa.

Na USP sempre foi assim. Não é do interesse de ninguém que uma sala inteira ou grande parte dela reprove.
Cabe aos alunos cobrarem do professor uma reposição satisfatória do conteúdo faltante, dentro dos limites de data atribuídos a reposição. É claro que não será a mesma coisa que ter aulas normais.


Citação de: Thufir Hawat
Isso é falácia, e das grandes: Comparecer a aulas às quais tenho o direito de assistir não quer dizer que não me preocupo com o destinos que está sendo dado à universidade. Esse tipo de argumento faz parte da hostilidade à que me referi, a polarização da discussão por parte dos "assemblistas" torna os que são contra greves automaticamente em inimigos da universidade pública.
Comparecer às aulas é uma questão de respeito da nossa parte aos cidadãos que com seus impostos bancam a universidade pública, muitos dos quais não puderam e cujos filhos muito provavelmente não poderão freqüentar tal universidade.

Realmente, da forma generalizada que escrevi se torna uma falácia. Corrigindo, existem aquelas pessoas que estão muito preocupadas em frequentar todas as aulas, engolir tudo o que o professor passa sem deixar passar uma vírgula, não reprovar em nada, se formar e arrumar o primeiro emprego com salário a altura que aparecer, aquelas que pouco se preocupam com os destinos que estão sendo dados para a  universidade, aquelas que utilizam o direito de ir a aula mesmo na greve e combinações das anteriores.
Lutar por um ensino melhor, maiores condições de acesso, etc. me parece muito mais respeitoso aos cidadãos que sustentam a universidade do que comparecer a aulas e considerar que já fez sua parte.


Citação de: Fabi
Deixa eu ver se eu entendi direito, existe aqueles "coitadinhos" que não podem concluir o curso porque não tem o que comer, não tem como pagar ônibus e nem onde morar é isso?

Exatamente.


Citação de: Fabi
Agora escute e fale isso para os seus amiguinhos do movimento: A maioria dos ex-estudantes das escolas públicas que estão fazendo faculdade atualmente fazem numa faculdade particular, e trabalham para pagar a faculdade. Ou seja aqueles que não tiveram condições de estudar numa escola particular e de pagar um estudo atualmente estão gastando de 300 reais a 3 mil por mês de mensalidade, e tem que pagar alimentação e transporte para poder estudar. Queriam estar no lugar dessas pessoas? Não né… pois deviam estar muito satisfeitos de estudar sem pagar nada, isso já é uma grande coisa.

Falácia.
Que existem estudantes em condições muito piores que os da USP é fato. Mas isso não justifica abaixar a cabeça e se conformar  com a situação. Devemos sim é cobrar do governo que ao invés de ficar investindo em Prouni invista na ampliação de vagas nas universidades públicas, juntamente com o investimento nas condições de permanência de quem tem renda menor.
Eu sou um dos que estudou todo o ensino fundamental e médio em escola pública.


Citação de: Fabi
Enquanto vocês estão reinvidicando "bobagens" o governo poderia estar gastando dinheiro melhorando o ensino fundamental e médio, e ainda ampliando os cursos e financiando pesquisas.

O governo poderia estar gastando dinheiro melhorando o ensino fundamental e médio e ainda ampliando os cursos e financiando pesquisas independentemente de estarmos reivindicando "bobagens".


Citação de: Fabi
A vocês não tem onde morar porque a faculdade cria mais vagas? Pois saiba que tem muita gente pagando pra estudar que teve que mudar de cidade e hoje pagam aluguel, alimentação e etc para poderem concluir o curso numa faculdade particular da capital.

E acha isso ideal?
Os alojamentos dos campi estão cada vez mais lotados, quartos que são para 2 pessoas estão sendo ocupados por 5.
Na USP São Carlos a grande maioria dos cursos é integral, ou seja, parte de manha e parte a tarde. Acha que é possível trabalhar e conseguir se sustentar e ainda conseguir levar o curso satisfatoriamente? Impossível. E são muito poucos os cursos noturnos na USP, e isso é uma coisa que eu questiono muito, deveria haver mais, e isso de certa forma viabiliza um pouco mais o trabalho.


Citação de: Fabi
Agora os estudantes que ficaram mais de 50 dias na reitoria da USP depredaram o prédio e agora além de tudo o governo (leia-se pessoas que pagam impostos) vai ter que gastar dinheiro para arrumar aquilo.

"Depredaram" não é a palavra que melhor descreve o que foi danificado. E quem danificou deverá ser punido e pagará pelos danos. A não punição constante do termo de compromisso que conduziu a desocupação se refere a atos de manifestação e ocupação onde não se generalizam os danos a bem público.
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Offline Shaman

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Re: USP - Alunos decidem em assembléia manter a ocupação
« Resposta #98 Online: 24 de Junho de 2007, 17:27:08 »
No meio da semana tento responder os demais posts que forem surgindo.

Até mais e boas discussões!
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Offline Herf

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Re: USP - Alunos decidem em assembléia manter a ocupação
« Resposta #99 Online: 24 de Junho de 2007, 17:50:13 »
Citação de: Thufir Hawat
De certa forma, impedir que os alunos que desejam ir assistir à aula o façam pode prejudicar muito a quem pretende estudar.
Além disso, dizer que alguém não deveria se preocupar em ir a aula por que sua classe está em greve é absurdo. Vou a aula se quiser, independente do que decidir minha classe: Ninguém além de mim mesmo fala em meu nome.

Se ninguem vai a aula é fato que as aulas serão repostas. Se alguem quer realmente estudar durante um período de greve estuda sozinho em casa ou em grupo com amigos, não precisa de professor pra ficar cuspindo tudo mastigado dentro de uma sala de aula. Entretanto em greve de docentes ninguem tem a escolha de ir ou não ir, quem decide é o docente, e duvido que a maioria destas pessoas que furam greve estudantil moveriam um dedo pra trazê-los de volta a sala de aula (visão pessoal).
Pra mim não é nem um pouco absurdo, mas concordo que pode parecer muito absurdo para aquelas pessoas que estão muito preocupadas em frequentar todas as aulas, engolir tudo o que o professor passa sem deixar passar uma vírgula, não reprovar em nada, se formar e arrumar o primeiro emprego com salário a altura que aparecer e pouco se preocupam com os destinos que estão sendo dados para a  universidade.

Ah bonzão! Pra que universidade, não é mesmo? Estuda sozinho, pra que professor para cuspir tudo mastigado... Se manda daí e deixa a vaga livre para os que precisam dela, quem sabe?

Esse trecho resume todo modo coletivista de pensar típico desse tipo de baderneiro: "você DEVE aderir à maioria, não tem poder sobre si próprio. Do contrário não passa de um playboizinho alienado que só está interessado em ESTUDAR e SE FORMAR." Estranho... Não é esse o objetivo do aluno ao entrar em uma universidade?

 

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