Porque o estado idealmente não deveria interferir nesse tipo de escolha (e no que fosse fazer, seria argumentável que o melhor seria "a favor", não "contra"). É meio como se só permitissem vender ou distribuir preservativos para maiores de 25 com pelo menos 2 filhos.
Preservativos não são métodos irreversíveis de controle de natalidade, a comparação não procede.
São diferentes quanto a "reversibilidade" (e a irreversibilidade não é total, é possível na maior parte dos casos - 98% segundo a wikipédia em inglês (mas sem referência) quanto à laqueadura), mas seria igual quanto ao estado estipular um número "ideal" de filhos que as pessoas "devem" ter.
Na pior das hipóteses, é uma medida burra visando estabilidade demográfica
Impedindo a esterilização ? Isso não faz qualquer sentido.
Faz todo sentido; se cada casal tem ao menos dois filhos, a população se mantém; não sei se é essa a motivação original desse número, em vez de só um, ou três, mas não me surpreenderia que fosse.
na melhor delas, uma medida paternalista que visa prevenir o arrependimento de adultos ao fazer algo que não tem 100% de chance de possibilidade de reversão.
A idéia é essa mesmo.
Bem, são inúmeras as decisões equiparavelmente "irreversíveis" que uma pessoa pode fazer
Por exemplo ?
Quase qualquer coisa, uma vez que de modo geral não se pode fazer duas coisas ao mesmo tempo. Comprar uma casa, um carro, ter um filho, são coisas que não podem ser revertidas com a mesma facilidade (podendo ser até impossíveis) que de se tirar um preservativo ou deixar de tomar pílulas, e talvez mais dificilmente do que uma reversão de ligação nas trompas ou vasectomia, mas no entanto o estado não fornece aconselhamento e restrições paternalistas para essas e tantas outras coisas que podem ser tão ou mais significativas na vida das pessoas do que a decisão "definitiva" de não ter filhos biológicos.
(O fato de não haver a mesma preocupação com ter filhos, versus não-ter, também é outro ponto que fortalece a suspeita da motivação de evitar a redução demográfica, e não algo "pensando na possibilidade de arrependimento")