Estou discutindo com minha amiga umbandista-filósofa sobre o que é "finalidade" no universo. Ela esta dizendo que a gravidade tem uma "finalidade" que é "evitar que as coisas saiam voando por aí" e que "finalidade" é diferente de "intencionalidade". Que "intencionalidade" supõe um SUJEITO INTENCIONAL e "finalidade" não. Mas acho que está ERRADO dizer que a gravidade "tem uma finalidade", não??? A gravidade existe porque massa faz curvar o espaço-tempo e atrair mais massa, não é isso? Isso não é uma "finalidade", ora, é uma PROPRIEDADE da gravidade, propriedades não tem "finalidades" por si mesmas! Ela diz "o que interessa é que a gravidade tem uma RAZÃO DE SER", e eu pergunto "razão de ser como, como 'motivo pra que seja assim' ou como 'finalidade'? (porque na minha cabeça são duas coisas diferentes!!)
E eu digo "massa curva o espaço-tempo e atrai mais massa, o que chamamos de gravidade, é diferente de dizer que a massa curva o espaço-tempo PARA QUE EXISTA a gravidade", não é claro que existe uma grande diferença entre as duas coisas?? Como posso falar em "finalidade" sem ser como um "objetivo", um "PROPÓSITO", uma "INTENÇÃO"?? Enfim, ela diz que "o sistema solar, por exemplo, tem uma ordem, tem padrões, e eu falo que tem 'finalidade' tudo que concorre para manter esses padrões"... e que "dizer que há uma 'finalidade' significa dizer que existe uma ordem, que as coisas não são 'aleatórias'"...
Huuuuummmmm.
Não sei se isso tem a ver com filosofia da ciência ou o que seja, coisa da qual não entendo nada... mas vejam bem... ela está ERRADA, não está??? É ERRADO dizer que as coisas no universo tem uma "finalidade", não é?? E que "os cientistas inclusive reconhecem isso porque se preocupam em estudar qual é a do universo e para quê servem as coisas no mundo material"...
Não está errado colocar as coisas dessa forma?? Alguém sabe explicar melhor?
Outras pérolas: ela diz que pra ela SE CONVENCER de que alguém é ateu, essa pessoa tem que convencer ela que não acredita em nenhuma ordem no mundo e que o universo é aleatório, porque, segundo ela, a visão que ela tem de "deus" é "muito pouco religiosa", mas que diferença faz se a idéia dela de "deus" é religiosa ou não se ela iguala "deus" a "ordem, arranjo constante do universo"?? Que CONFUSÃO de conceitos que ela faz! Resumindo: pra ela, uma pessoa só é atéia de verdade se acredita que: não existe ordem no universo = o universo é aleatório. Eu SEI que isso é uma maluquice completa, mas como é que se responde a isso?? Eu não sei colocar em palavras (não me acho muito inteligente de uma forma geral, de qualquer forma, por isso precisava de ajuda).
E outra coisa, ela estava vindo com aquele VOMITÓRIO MÍSTICO IDIOTA de que tudo que o cientista faz é porque "acredita" em alguma coisa, que se ele "não ACREDITASSE, sua prática não faria sentido", que "o que faz um astrônomo adotar a teoria vetorial da gravidade ao invés da de partículas é a CRENÇA de que ela corresponde melhor ao que ele estuda" (algo assim), que "podem haver critérios mas a crença é o que conta no final, se você vai ser racional em suas crenças isso já outra coisa". Vocês podem me indicar aqueles artigos que falam porque nesses casos é errado falar em "crença", em "acreditar" e comparar essa "crença" com as religiosas e místicas??
(Tem hora que eu desisto de minha hospedagem grátis pra ver Madonna no Rio por causa dessas conversas idiotas que ela tem, dá vontade de cortar a amizade!!!)