Mas, em tal situação eu estaria diante de uma única alternativa.
Não, você estaria diante de duas: a vida do cachorro e a da pessoa. É pelo mesmo motivo que você me criticou anteriromente que faria a escolha humana: o ser pelo ser.
A única diferença entre eu e você é que, como o comentado, o conjunto de situações em que eu considero justificada a dor animal em prol do bem estar humano é maior do que aquele que você considera. O ponto em que discordamos, novamente. Mas ambos fazemos uso do "ser pelo ser", em maior ou menor grau.
Prevalecem quando confrontados.
Seus interesses individuais não prevalecem se você invadir uma reserva florestal para matar ratos-do-mato.
Bem, conflito de interesses humanos e animais há a todo momento. O conflito entre o interesse do caçador em matar o rato, por qualquer motivo que seja, e o interesse do rato em não ser incomodado são conflitantes. O que devemos discutir é quando um deve ser privilegiado e outro não.
E aí chegamos na nossa discórdia denovo, hehe. Nós não concordamos totalmente quanto às situções em que haveria a prioridade para interesse humano. Ambos concordamos que entre o interesse de uma pessoa em dar pauladas gratuitamente em um cão na esquina e o interesse do cão em não ser espancado, deve prevalecer o interesse do cão. Por outro lado, quando os interesses conflitantes são o de o ser humano produzir alimento da maneira mais eficiente e barata possível e o interesse das galinhas de não serem espremidas em locais minúsculos do nascimento ao abate, eu penso que o interesse humano deve prevalecer e você pensa que não.
Até que ponto esses custos e essa burocracia impedem o progresso? Se determinado laboratório não consegue arcar com eles, certamente haverá outro que consiga.
Quando fizemos a dissecação de um rato no curso, foi injetada uma certa substância nele (não me lembro qual), esperamos um tempo e pronto. No caso de ratos também pode ser feito o abate sem injeção nenhuma: há um método de quebrar o pescoço dele que é "tiro e queda", dizem que ele nem sente. Usa-se também guilhotinas. Para animais maiores a coisa deve complicar bastante, hehe.
Mas então, lá no começo da conversa eu disse que achava o cúmulo a exisência de um método bioético de abate para ratos. Acho que é o fim da picada uma pessoa ser passível de sanções por matar de uma forma "não ética" um ratico de nada. (Na verdade eu estou supondo que há sanções para quem não executar o processo da maneira "ética". Se se prestaram a bolar um método bioético de abate de ratos provavelmente há alguma coisa prevista).
Se não se tiver ética na pesquisa científica, como se pode esperar que se tenha ética na derrubada de árvores, na criação de porcos e aves (grandes poluidoras), nas plantações, no destino de lixo tóxico?Mas isso depende profundamente do que se considera ético ou não na pesquisa científica, e é isso que está sendo discutido.Direito e Ética se imbricam, não?
Sim, claro. Você disse anteriormente que se as pessoas não agem da maneira ética com os animais nas pesquisas, não podemos esperar que elas ajam eticamente ao derrubar árvores e descartar o lixo. O que depende do que se considera ético.
[...]
Bem, mas é outro ponto de discórdia a ser fixado.
Sim.