Me mandaram com um Sargento pra um debate junto na FAFICH (Letras, Filosofia e História) na UFMG hoje na parte da tarde. Fardado. Com representantes de comunidades de risco. E líderes estudantis.
Tô tentando sair fora disso a qualquer custo. Não tenho cara e nem disposição pra ser mártir e chegar em um local onde minha opinião não é desejada ou sequer vai ter oportunidade de ser exposta. Eles querem ter alguém com quem gritar e depois sair dizendo que "massacrou".
Há alguns meses, eu fui fazer uma prova de proficiência nesse mesmo prédio. Cara, é um ambiente completamente hostil a qualquer força de segurança do Estado. Pichações por toda a extensão dos corredores com ofensas à PM, ao Estado de forma geral e com aquela retórica de extrema esquerda. Sujeira pra todo lado, gente fumando maconha às 9 da manhã de um sábado nos corredores, banheiros com portas arrancadas e com frases do tipo "não à separação por gêneros. Homens e mulheres são iguais!" "viva a palestina".
Eu sou a favor de praticamente todas as discussões que os esquerdistas tomaram de refém como sendo exclusivas deles (descriminalização de drogas, aborto, casamento homoafetivo, etc, etc...), mas percebe-se fácil que aquele ambiente não é destinado ao debate ou a discussão de ideias, mas sim à imposição do que eles querem, da maneira como querem e que se foda se você tem opiniões diferentes. É um ambiente pra desmoralizar qualquer oposição e desqualificá-la só pela condição de oposição.
Sinceramente, eu senti nojo. Minha cara era de nojo. Não dava nem pra esconder. A sujeira, a desorganização, o vandalismo, as coisas quebradas (caixas eletrônicos, portas, bancos, placas de informação), tudo devidamente acompanhado de frases de ordem e a ojeriza pelo Estado, sendo que a educação que recebem ali é graças a este.
Mas mais paradoxal ainda é eu reconhecer que a existência dessa gente é necessária numa democracia, ainda que eles não tenham a mesma simpatia pela existência do meu "tipo" de gente.