737. Com que fim fere Deus a Humanidade por meio de flagelos destruidores?
“Para fazê-la progredir mais depressa. Já não dissemos ser a destruição uma necessidade para a regeneração moral dos Espíritos, que, em cada nova existência, sobem um degrau na escala do aperfeiçoamento? Preciso é que se veja o objetivo, para que os resultados possam ser apreciados. Somente do vosso ponto de vista pessoal os apreciais; daí vem que os qualificais de flagelos, por efeito do prejuízo que vos causam. Essas subversões, porém, são freqüentemente necessárias para que mais pronto se dê o advento de uma melhor ordem de coisas e para que se realize em alguns anos o que teria exigido muitos séculos.”
Conclusão: Deus manipula os acontecimentos para apressar a evolução moral da humanidade. Mais pessoas devem morrer para que se 'elevem moralmente' mais rápido.
É porque você a morte como uma grande tragédia. A morte é para nós apenas uma passagem para outra vida. Quando causada por agentes naturais, estimula o desenvolvimento da inteligência no sentido de evitar. Quando causada pelo próprio homem, estimula a reforma das instituições sob o ponto de vista moral. As grandes guerras que o digam...
Vamos então analistar o argumento e seus desdobramentos:
A morte então é a eliminação da possibilidade de continuar vivendo (e, moralmente falando, 'enrolando', 'fazendo hora extra no mundo' no dizer dos Racionais, hehehe). Nesse sentido é um castigo, como explicado no ponto 738.
E o pior é que para começar de novo, o espírito volta a encarnar... sem memória nem conclusões !
A eliminação do "continuar vivendo" é por sua conta, pois o espírito ainda viveria após a morte e poderia retornar a vida corpórea pela reencarnação. A morte não seria necessariamente uma punição, mas uma libertação. O que caracterizaria a punição são as mortes longamente dolorosas, as doenças crônicas, as deficiências, etc... Existem meios de se punir os espíritos pelos abusos de suas faculdades que não seja a morte. A morte propriamente dita é um relâmpago, quase sem importância moral a não ser para os que ficam.
Como poderia haver uma elevação da espiritualidade desse ser? Digamos então que o espírito 'sente' que errou, e tenta encarnar, já com essa 'consciência'.
Cada um sabe, intuitivamente, o que precisa fazer para ser melhor ou para reparar suas eventuais falhas.
E como poderia ser melhor deixar viúva e órfãos ? E como seria melhor se cada vez há mais pessoas no planeta (isto é, mais almas?)
Sem entrar no detalhe de ter que explicar isso para um(a) filho(a) de um dos falecidos, é claro...
Leia a questão 737 acima que você mesmo citou e estará respondido. As dificuldades estimulam o desenvolvimento da inteligência e da moral.
Eu só não entendi a relação entre a quantidade de almas no planeta com o "melhorar-se".
738. Para conseguir a melhora da Humanidade, não podia Deus empregar outros meios que não os flagelos destruidores?
“Pode e os emprega todos os dias, pois que deu a cada um os meios de progredir pelo conhecimento do bem e do mal. O homem, porém, não se aproveita desses meios. Necessário, portanto, se torna que seja castigado no seu orgulho e que se lhe faça sentir a sua fraqueza.”
Então, como disse, Deus pode castigar, e castiga matando.
Agora, será que faz o mesmo entre cupins e tamanduás, lobos, chacais, ovelhas, zebras e guepardos, etc ?
A gripe espanhola então foi provocada para o quê? Vamos então voltar à Idade Média, terra de Boccaccio, a peste dominando e nós tentando desfrutar de breves momentos de alegria num mundo de morte e sofrimento, que aliás, não devemos evitar, pois seria escapar dos desígnios divinos.
O Katrina então não foi descaso na manutenção dos diques, a National geographic mente, Deus tinha que zerar os pontos daqueles todos jazzeros pecadores...
Mais uma vez, segundo o Espiritismo, Deus não castiga matando. Deus castiga pelo sofrimento, o que é muito diferente.
Segundo o Espiritismo, devemos procurar ser o mais felizes que pudermos na Terra. O Espiritismo só diz que, em caso não tenhamos tudo aquilo que almejamos e lutamos, devemos nos resignar com a situação e não nos revoltarmos contra a Providência Divina, dizendo "não existe" ou "é injusta".
Permiti que um antigo dignitário da Táurida abençoe vossos dois filhos. Possam eles, sob a égide das respectivas mães, tornar-se inteligentes em tudo e ser para vós causa de reais satisfações! Desejo que sejam espíritos convictos, isto é, de tal modo se saturem da idéia de outras vidas, dos princípios de fraternidade, de caridade e de solidariedade, que os acontecimentos, que se precipitarão quando eles estiverem em idade de consciência e de razão, não os espantem, nem lhes enfraqueçam a confiança na justiça divina, em meio das provas por que tem a Humanidade de passar.
Fonte: Obras Póstumas - Precursores da Tempestade (1866).
Aliás, o homem é infeliz porque busca a felicidade nas coisas transitórias ou materiais: num carro comprado, numa faculdade terminada, num emprego conseguido, numa casinha adquirida, em bens modestos, no sucesso pessoal e profissional, nas diversões, no lazer, num projeto de vida, etc... Tudo coisas que lhe podem ser tiradas e que não estão sob o seu controle manter. O dia em que buscar a felicidade na sabedoria, na resignação, no trabalho e na fé, será feliz vivendo numa mansão ou no fogo cruzado de uma guerra.
Eu entendo, contudo, a sua revolta e melancolia, por tudo o que vê à sua volta, que lhe parece injusto e que não pode evitar. Mas não partilhamos dos seus sentimentos, pode estar certo.
Um abraço.