E com que parâmetros considera os índios pobres? Apenas com o parâmetro ocidental de cultura. Se no mundo natural o relativismo é totalmente inadequado, nas culturas humanas é útil apesar de ressalva.
Bom, se não podemos considerar as tribos indígenas como sendo "pobres" relativamente a nós, então porque os índios ao provarem o primeiro copo de refrigerante e assistirem a primeira televisão não querem mais saber de ficar sem os mesmos?
Se é possível razoavelmente dizer que eles são tão ou mais ricos do que nós, como você afirma, fica difícil entender porque pessoas "ricas" procuram voluntariamente a "pobreza".
Me equivoquei nessa parte. Mas o que queria dizer é que entre eles a desigualdade é praticamente nula, portanto riqueza e pobreza não existiriam.
Nas culturas indígenas não existe pobreza nem riqueza, todos vivem de forma eqüitativa.
Não leve o que os livros de história de autores marxistas falam sobre as tribos primitivas tão a sério. Recomendo! 
Não sei sobre os livros de história, mas a teoria valor trabalho marxista atualizada é ótima. Mostra o trabalho como meio de integração entre o homem e a natureza, sem a alienação que o trabalho é visto e confundido até mesmo com a propriedade privada para alguns, sendo para esses o resultado "pleno" do trabalho. É uma visão individualista que se perde no contexto histórico dos sistemas econômicos.
Não faz sentido comparar culturas humanas para dizer que uma é pobre e outra é rica.
Por quê?
O que você especificamente quer dizer quando usa os termos "pobreza" e "riqueza"?
Como disse acima, me referia mais em termos de desigualdade econômica.
A pobreza surge em decorrência da riqueza. É reflexo da desigualdade social.
Do que você disse, das duas uma:
1- Você acha que para que haja alguém rico, necessariamente terá que haver um pobre; em outras palavras, se alguém adquire um determinado bem, alguém teve que perder esse bem para o primeiro. Nesse caso, você é adepto do "jogo de soma zero". É bem diferente dizer que isso ocorre às vezes, ou mesmo na maioria das vezes, de dizer que isso é uma regra, uma lei econômica, uma necessidade lógica inescapável.
Se você defende a teoria do jogo de soma zero, explique por quê.
O raciocínio de que para alguém ganhar outro tem que perder ficou por sua conta. O fato de alguém adquirir algum bem o torna mais rico em comparação a outro. Riqueza e pobreza são concebidos assim, através da distribuição de riqueza na sociedade, através do famoso coeficiente de gini.
E se existe um referencial maior de liberdade econômica, através da acumulação de riquezas, os mais pobres ficam com menor liberdade comparados a esses. Tanto é que o Eduardo Giannett em seu livro Felicidade mostra as estatísticas dos níveis de felicidade (não sei a metodologia) dos Estados Unidos e Japão e estes permaneciam os mesmo apesar de alto crescimento econômico. A justificativa era que a felicidade era comparada em relação a posição social, e como essa crescia igual para todos não houve mudança.
Não sou contra a desigualdade de resultados desde que haja a igualdade de oportunidades. E isso é muito questionável o sistema atual, embora caminhando nesse sentido.
2- Você acha que é a simples existência de uma determinada riqueza em uma sociedade que torna automaticamente todos os não possuidores da mesma um pouco mais "pobres", ou seja, para você a pobreza é apenas um estado relativo de possuir menos bens do que outros, o que implica que se esses outros deixarem de possuir esses bens a mais, automaticamente a "pobreza" acaba.
Baseado nessa definição de "pobreza", temos uma solução para a mesma muito mais fácil: destruir todos os bens existentes até que os antigos possuidores dos mesmos tenham apenas a quantidade de bens do indivíduo anteriormente mais pobre dessa sociedade. Dessa forma, até esse indivíduo deixa de ser pobre. Não existirá mais "pobreza"!
Essa é a forma que muitos enxergam o pensamento de esquerda. Mas não passa de um espantalho. Não há nenhuma necessidade de destruição de bens nem de riqueza. A mera distribuição visando propiciar a liberdade de oportunidades para uma maioria da sociedade já é muito mais vantajoso do que a sacralização da propriedade privada como sinônimo de liberdade. Se a liberdade de uns acaba quanto começa a de outros então o limite dessa riqueza se dá com a privação das liberdades individuais (igualdade de oportunidades) dos mais pobres. É a teoria da justiça que baliza o atual estado democrático de direito.
O ruim da comparação é dizer que a pobreza é natural e a riqueza construída pelo homem.
Excetuando os bens naturais, você acha que realmente não são?!
Mesmo os bens naturais dependem de alguma ação humana para estarem disponíveis e prontos para a utilização (com exceção do oxigênio).
Sim, mas só são considerados riqueza numa comparação com a pobreza, com a ausência da riqueza. Caso não existisse essa riqueza (diferença, desigualdade) não haveria a pobreza e vice-versa (intra social ou entre sociedades). Ou então se compara a riqueza através de forma intertemporal.