Autor Tópico: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal  (Lida 10023 vezes)

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Offline Rodion

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #25 Online: 26 de Outubro de 2007, 19:43:18 »
eu acho que não. cada um deveria ter domínio absoluto de si e o que faz ou não faz não diz respeito a ninguém.
mas o direito de país nenhum pensa assim. paciência...
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Herf

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #26 Online: 26 de Outubro de 2007, 19:52:40 »
Insensato ou não do ponto de vista alheio, o desejo de morrer é algo que diz respeito apenas à própria pessoa, algo cuja conseqüência não pode ser encarada como uma afronta ao resto do mundo (exceto em circunstãncias muito especiais, como um homem-bomba, hehe). Privar uma pessoa do direito de acabar com sua própria vida é privá-la do controle sobre esta.

Offline Adriano

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #27 Online: 26 de Outubro de 2007, 19:52:57 »
Nem o direito, nem a psiquiatria e nem a psicologia. E os valores modernos estão centrados na família. Seria como compactuar com um ente querido que quisesse a morte. Ninguém gostaria disso. O mais sensato hoje é buscar tratamento médico, pois não é uma situação normal, é algo que desvia do padrão normal da vida humana.

Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Herf

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #28 Online: 26 de Outubro de 2007, 19:55:32 »
é algo que desvia do padrão normal da vida humana.
E? Desde que deixe o resto do mundo em paz, que faça o que quiser com sua vida!

Offline Adriano

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #29 Online: 26 de Outubro de 2007, 20:04:02 »
é algo que desvia do padrão normal da vida humana.
E? Desde que deixe o resto do mundo em paz, que faça o que quiser com sua vida!
E quem disse que isso deixa o mundo em paz? Pode ser que para você não importe uma pessoa qualquer se matar, mas no contexto dos valores modernos de valores familiares, você aceitaria um ente querido se suicidar?

A maioria das pessoas não, e mesmo muitas pessoas que já pensaram em se matar ou até mesmo tentaram se arrependeram depois. É mais uma questão de saúde mental e não um questionamento lógico e sadio. Embora tenha muita cultura lixo nesse sentido.
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Offline Herf

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #30 Online: 26 de Outubro de 2007, 20:13:16 »
Quando eu disse "deixar o resto do mundo em paz" eu quis dizer "não machucar outros/causar estragos ao findar com a própria vida"...

A tristeza e choque alheios provocados pela decisão de uma pessoa de acabar com sua a própria vida não podem ser considerados como uma afronta ao resto do mundo.

Offline Adriano

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #31 Online: 26 de Outubro de 2007, 20:20:01 »
Não vejo como isso pode ser um argumento racional, o maior valor existente é o da vida humana. Esse se sobrepõe a qualquer outro. Por isso mesmo Sartre diz que estamos condenados a ser livres no seu existencialismo.

Isso seria uma frieza e desprezo com a vida humana. A partir do momento que acaba a existência acaba a liberdade e entramos num paradoxo. Não se pode ser a favor de destruir a liberdade, pois esta é intrínseca a vida humana. O ser humano é livre para deixar de ser livre?
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Offline Rodion

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #32 Online: 26 de Outubro de 2007, 20:22:48 »
Nem o direito, nem a psiquiatria e nem a psicologia. E os valores modernos estão centrados na família. Seria como compactuar com um ente querido que quisesse a morte. Ninguém gostaria disso. O mais sensato hoje é buscar tratamento médico, pois não é uma situação normal, é algo que desvia do padrão normal da vida humana.



desviamo-nos do padrão normal o tempo todo. não há, pra falar a verdade, um padrão normal.
com a máxima liberdade vem a máxima responsabilidade. sou da opinião de que se deve dar às pessoas a máxima liberdade possível, mas que se deve esperar também a máxima responsabilidade possível. (a tendência é de dar o máximo de liberdade conciliando com o mínimo de responsabilidade. bem intencionados, os nossos humanistas não percebem que a equação não fecha. mas esse é outro assunto).

só cada um sabe o que passa na própria mente, só cada um pode saber o que quer e o que não quer e só cada um deveria poder calcular os custos das próprias ações e decidir se anui ou não com isso.
lembre-se daquele caso, 'mar adentro' acho que era o nome do filme. o sujeito ficou tetraplégico e queria morrer. o direito espanhol não o permitiu. não consigo pensar em tirania maior.
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Offline Adriano

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #33 Online: 26 de Outubro de 2007, 20:39:10 »
Nem o direito, nem a psiquiatria e nem a psicologia. E os valores modernos estão centrados na família. Seria como compactuar com um ente querido que quisesse a morte. Ninguém gostaria disso. O mais sensato hoje é buscar tratamento médico, pois não é uma situação normal, é algo que desvia do padrão normal da vida humana.



desviamo-nos do padrão normal o tempo todo. não há, pra falar a verdade, um padrão normal.
com a máxima liberdade vem a máxima responsabilidade. sou da opinião de que se deve dar às pessoas a máxima liberdade possível, mas que se deve esperar também a máxima responsabilidade possível. (a tendência é de dar o máximo de liberdade conciliando com o mínimo de responsabilidade. bem intencionados, os nossos humanistas não percebem que a equação não fecha. mas esse é outro assunto).

só cada um sabe o que passa na própria mente, só cada um pode saber o que quer e o que não quer e só cada um deveria poder calcular os custos das próprias ações e decidir se anui ou não com isso.
lembre-se daquele caso, 'mar adentro' acho que era o nome do filme. o sujeito ficou tetraplégico e queria morrer. o direito espanhol não o permitiu. não consigo pensar em tirania maior.

O padrão normal é normalmente definido pela psiquiatria  ( :o ). Não se pode falar em liberdade sem vida humana. E entrando nesse ponto da responsabilidade viver é exercer a sua liberdade se ser livre. É ter a responsabilidade de viver e poder contribuir para a sociedade.

Ser tetraplégico não é motivo para querer morrer. Não existe nenhum motivo aceitável, dado que não sempre excessões. Queria saber como acontece o suicídio no mundo animal. Mas ser a favor disso é ser contra a responsabilidade humana do ser social que se sensibiliza pelo outro. Não vi o filme do tetraplégico, mas ele poderia mudar isso com uma ajuda senão de amigos e familiares de psicólogos e psiquiatras. Um dado sabido é que essas alterações de humor, no caso depressiva (não querer viver é o estado máximo de desestímulo vital) são ocasionadas no cérebro. Não problemas cerebrais decorrentes de alguns fatores externos e de causas orgânicas. Os pensamentos suicídas são alguns dentro de uma longa série de pensamentos doentíos.

Se tem uma área que a ciência atual avançou muito é na psiquiatria. Muitos potenciais suicidas se curaram desse mal e olham para traz e pensam no absurdo de ter pensado nisso. E digo isso pois já passei pelo sofrimento de não querer mais viver e perceber que isso é apenas uma alteração cerebral mudou minha maneira de ver o mundo.
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Offline Herf

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #34 Online: 26 de Outubro de 2007, 20:39:40 »
Não vejo como isso pode ser um argumento racional, o maior valor existente é o da vida humana. Esse se sobrepõe a qualquer outro. Por isso mesmo Sartre diz que estamos condenados a ser livres no seu existencialismo.

Isso seria uma frieza e desprezo com a vida humana.
Não há desprezo algum. Muito pelo contrário, estaria sendo respeitado o direito que uma pessoa tem de decidir sobre a sua vida, o que inclui decidir sobre o fim dela.

Se o maior valor é a vida humana, isso significa apenas que devemos respeitar a dos outros. Não significa que não possamos fazer com a nossa própria o que quisermos.

Citar
A partir do momento que acaba a existência acaba a liberdade e entramos num paradoxo. Não se pode ser a favor de destruir a liberdade, pois esta é intrínseca a vida humana. O ser humano é livre para deixar de ser livre?
Putz...

Offline Adriano

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #35 Online: 27 de Outubro de 2007, 03:16:08 »
Não vejo como isso pode ser um argumento racional, o maior valor existente é o da vida humana. Esse se sobrepõe a qualquer outro. Por isso mesmo Sartre diz que estamos condenados a ser livres no seu existencialismo.

Isso seria uma frieza e desprezo com a vida humana.
Não há desprezo algum. Muito pelo contrário, estaria sendo respeitado o direito que uma pessoa tem de decidir sobre a sua vida, o que inclui decidir sobre o fim dela.

Se o maior valor é a vida humana, isso significa apenas que devemos respeitar a dos outros. Não significa que não possamos fazer com a nossa própria o que quisermos.

E de que adianta falar em respeito aos outros se não respeitamos a vida de uma pessoa doente com pensamentos claramente deturpados da realidade. Aqui é necessário entrar no campo da psiquiatria que responde bem essa questão. Caso contrário não podemos considerar também a classificação de psicopata ou sociopata, pois é um termo que vem da psiquiatria.

Essas pessoas são normais em suas vidas cotidianas mas com a diferença que não dão valor a vida alheia. Elas matam por que acham que é o melhor a fazer, tem seus motivos pessoais para fazer isso e fazem o que for preciso para fazer valer essa liberdade de matar outras pessoas de forma fria e calculada. Muitos tem alto QI.

Se estamos considerando a liberdade filosófica, sem as leis jurídicas, então não tem como dizer que essas pessoas estão erradas. Como querer inserir um valor de respeito a vida humana nessa pessoa? Diremos que ela é doida, mas com critérios não muito diferentes da psiquiatria, com certeza piores.

Como você diz sobre o valor da vida de alguém que ignora o ser próprio valor, qual o motivo nesse contexto que impediria um assassinato em série? Para que ligar para os sentimento dos demais quanto o valor das outras vidas? Para que respeitar a liberdade das outras pessoas viverem? Não serão esses valores apenas sentimentais em relação a racionalidade desse indivíduo?

A depressão também tem alta racionalidade, mas despreza, na visão psiquiátrica os valores principais da vida. O mesmo ocorre com os psicopatas e sociopatas. Descartar esses valores colhidos com o melhor da ciência nessa área é dar um tiro no escuro.
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Offline Worf

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #36 Online: 27 de Outubro de 2007, 03:33:46 »
"Dr., o senhor pode me avaliar e me dar uma receita? É que eu quero me suicidar, o senhor permite?"

Offline Adriano

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #37 Online: 27 de Outubro de 2007, 03:42:42 »
"Dr., o senhor pode me avaliar e me dar uma receita? É que eu quero me suicidar, o senhor permite?"
Na prática qualquer um pode se matar, não precisa de ato legal para isso. Nem é preciso em termos de liberdade filosófica respeitar a lei, e portanto qualquer um pode fazer o que quiser, mesmo que seja um crime. E assim são cometidos os crimes, ignorando as leis independente dos resultados jurídicos disso.

Estou deixando a minha opinião valorativa sobre a vida num contexto do conhecimento psiquiátrico produzido. Sei que pode ser difícil entender isso, mas a psiquiatria tem uma grande quantidade de estudos, principalmente estatísticos sobre o comportamento humanos e os seus desvios. É uma área de saúde e que se preocupa com o bem estar mental das pessoas e da sociedade.

Não deveria ignorar isso e reduzir a uma simples experiência clínica. E mesmo numa experiência clínica isso seria possível ser resolvido, pois o psiquiatra está apto para resolver e explicar cientificamente, através da sua formação médica e amplo conhecimento da estrutura cerebral e de suas patologias, como esse sintoma da vontade de se matar está relacionado com alguma doença. E numa consulta pode  diagnosticar o melhor tratamento ou encaminhar para a psicologia.

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Offline Copelli

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #38 Online: 27 de Outubro de 2007, 04:50:50 »
Se tem uma área que a ciência atual avançou muito é na psiquiatria. Muitos potenciais suicidas se curaram desse mal e olham para traz e pensam no absurdo de ter pensado nisso. E digo isso pois já passei pelo sofrimento de não querer mais viver e perceber que isso é apenas uma alteração cerebral mudou minha maneira de ver o mundo.
Adriano não concordo com você não, e também posso dizer com propriedade. Posso não pensar hoje em fazer algo contra mim mesmo, mas quero ter, e acho que ninguém pode tirar, meu direito de ao menos morrer quando quiser.

Acho que beira o ridículo alguem tentar "obrigar" outrem a viver. Sei que a depressão e a vontede de morrer são causadas por alterações quimicas no cérebro, mas eu te pergunto:

Existe cura com margem de 100 % para essa doença?

Não, e se sabemos que não podemos curar todo mundo, seria desumano demais prender alguém a vida e ao inferno desse doença. E você pelo que escreveu deve saber que não nada bom. Deve-se tentar é logico, mas a alguns que vem nisso a saida, devem ter o direito e autonomia sobre o proprio corpo e suas escolhas.

Minha psiquiatra mesmo me disse uma vez, que em seus 30 anos de psiquiatria, ela teve um pacientes que se matou e que ela de certa forma sentiu um sentimento de alivio por ele. Ela falou que tratou ele durante seis anos de esquizofrenia, depressão, (maniaco alguma coisa) e não houve efeito nenhum, ela tentou na epoca varios remedios, o garoto a pedido dela começou a fazer tratamento conjunto com outro excelente psiquiatra, alem do psicólogo. Ela falou que esse menino viveu num inferno de tentativas frustadas de suicídio e de internação por surtos psicóticos. Ela me disse que ao contrario de outros com ele ela não se sentiu "culpada", pois quem foi fraco e impotente segundo as palavras dela, foi a ciencia.
Ela falou que como medica tinha que lutar até o fim, mas no caso dele via a doença dele como um cancer terminal, e só esperava que ele se livrasse disso de uma vez. Ela me disse que se estivesse em outro pais numa das tentativas dele teria acatado ao pedido dele e não feito a intervenção, que acho que era uma lavagem gastro-intestinal, por causa de cacos de vidro e remédio se não me engano. Mas disse que não teve coragem pela sua carreira.
Ela falou que o pior era que ele num era um louco, alguém que poderia ficar internado sempre numa clinica vegetando, ele era super inteligente, lucido e em pouco tempo sempre saia.

É isso, acho que cada individuo deve ter o direito de fazer aquilo que bem entender com sigo mesmo, como o cara ai que se deu pro canibal comer, o canibal viveu muito tempo e nunca fez nada a quem não quisesse. Ele precisa de tratamento lógico, mas prisão perpetua, não concordo. E não vejo necessidade. O maximo que vai acontecer é ele continuar encontrando outros na NET querendo ser comidos, como ele mesmo disse são muitos.

E mesmo que ele possa matar alguem "normal", acho que a simples possibilidade não se caracteriza crime.

Temma

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #39 Online: 27 de Outubro de 2007, 05:53:15 »
aos que consideram que o canibalismo seja aceitável desde que ambas as partes estejam de acordo.




gostaria de saber o que acham desse exemplo hipotético



um milionário excêntrico oferece a um pai de família uma farta quantia em dinheiro em troca de poder devorá-lo nos mesmos moldes do canibal do tópico, esse dinheiro não seria útil ao prato principal, claro, mas colocaria a sua família em condições muito melhores do que as atuais, que não são o que se poderia chamar de boas. Isso não é exatamente tão difícil de se imaginar, pois miseráveis nessas condições existem aos montes



acham isso moralmente aceitável? ou que não deve ter nenhum impedimento legal contra isso?  :|

Offline Alegra

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #40 Online: 27 de Outubro de 2007, 08:26:10 »
desviamo-nos do padrão normal o tempo todo. não há, pra falar a verdade, um padrão normal.
com a máxima liberdade vem a máxima responsabilidade. sou da opinião de que se deve dar às pessoas a máxima liberdade possível, mas que se deve esperar também a máxima responsabilidade possível. (a tendência é de dar o máximo de liberdade conciliando com o mínimo de responsabilidade. bem intencionados, os nossos humanistas não percebem que a equação não fecha. mas esse é outro assunto).

só cada um sabe o que passa na própria mente, só cada um pode saber o que quer e o que não quer e só cada um deveria poder calcular os custos das próprias ações e decidir se anui ou não com isso.
lembre-se daquele caso, 'mar adentro' acho que era o nome do filme. o sujeito ficou tetraplégico e queria morrer. o direito espanhol não o permitiu. não consigo pensar em tirania maior.

Concordo com isso. Foi completamente arbitrário.

Ser tetraplégico não é motivo para querer morrer.
 

Adriano, acho que NINGUÉM pode medir o motivo aceitável de uma pessoa querer viver ou morrer. Nem mesmo a psiquiatria mais avançada do mundo. É MUITO pessoal. Se alguém tentou suicídio e depois arrependeu foi porque no fundo não queria realmente morrer. Quem o salvou da morte foi ele mesmo e não o psiquiatra.

Já sinto sua falta. Vá em paz meu lindo!

Offline Adriano

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #41 Online: 27 de Outubro de 2007, 11:16:15 »
Ser tetraplégico não é motivo para querer morrer.
 

Adriano, acho que NINGUÉM pode medir o motivo aceitável de uma pessoa querer viver ou morrer. Nem mesmo a psiquiatria mais avançada do mundo. É MUITO pessoal. Se alguém tentou suicídio e depois arrependeu foi porque no fundo não queria realmente morrer. Quem o salvou da morte foi ele mesmo e não o psiquiatra.

Mas é como na justiça, todos devem ter o direito a se defender, No caso da saude mental existem muitas evidências científicas de que este comportamento é doentio. E como você disse ninguém tem o direito de dizer se uma pessoa pode ou não morrer sem saber se ela esta doente ou não. Na minha citação sobre suicídio me refiro a pessoas que pensavam ser o suicídio mas depois de um tratamento viram que não era a melhor situação. Normalmente não há quase nada que convença uma pessoa de que ela está errada nessa situação. E um simples medicamento pode lhe dar a sua saúde novamente.

Adriano não concordo com você não, e também posso dizer com propriedade. Posso não pensar hoje em fazer algo contra mim mesmo, mas quero ter, e acho que ninguém pode tirar, meu direito de ao menos morrer quando quiser.
Não vejo a morte como um direito. Querer isso na minha opinião sempre vai ser uma atitude doentia. Mas de qualquer maneira não é preciso de lei para permitir o suicídio, se alguém bem intencionado quer mesmo fazer isso faz de qualquer maneira. Tem maneiras simples e práticas, mas os casos de suicídio não demonstram isso acontecer. As pessoas querem se livrar da dor, da angústia e nem sempre a morte é o melhor remédio. Muito pelo contrário.

Acho que beira o ridículo alguem tentar "obrigar" outrem a viver. Sei que a depressão e a vontede de morrer são causadas por alterações quimicas no cérebro, mas eu te pergunto:

Existe cura com margem de 100 % para essa doença?

Não, e se sabemos que não podemos curar todo mundo, seria desumano demais prender alguém a vida e ao inferno desse doença. E você pelo que escreveu deve saber que não nada bom. Deve-se tentar é logico, mas a alguns que vem nisso a saida, devem ter o direito e autonomia sobre o proprio corpo e suas escolhas.
A maioria dos casos tem um bom resultado, com o controle da doença e uma vida normal, não só sem a vontade de se matar, mas com a disposição normal de uma pessoa saudável.

Minha psiquiatra mesmo me disse uma vez, que em seus 30 anos de psiquiatria, ela teve um pacientes que se matou e que ela de certa forma sentiu um sentimento de alivio por ele. Ela falou que tratou ele durante seis anos de esquizofrenia, depressão, (maniaco alguma coisa) e não houve efeito nenhum, ela tentou na epoca varios remedios, o garoto a pedido dela começou a fazer tratamento conjunto com outro excelente psiquiatra, alem do psicólogo. Ela falou que esse menino viveu num inferno de tentativas frustadas de suicídio e de internação por surtos psicóticos. Ela me disse que ao contrario de outros com ele ela não se sentiu "culpada", pois quem foi fraco e impotente segundo as palavras dela, foi a ciencia.
Ela falou que como medica tinha que lutar até o fim, mas no caso dele via a doença dele como um cancer terminal, e só esperava que ele se livrasse disso de uma vez. Ela me disse que se estivesse em outro pais numa das tentativas dele teria acatado ao pedido dele e não feito a intervenção, que acho que era uma lavagem gastro-intestinal, por causa de cacos de vidro e remédio se não me engano. Mas disse que não teve coragem pela sua carreira.
Ela falou que o pior era que ele num era um louco, alguém que poderia ficar internado sempre numa clinica vegetando, ele era super inteligente, lucido e em pouco tempo sempre saia.
O sofrimento existencial é um dos piores sentimentos. Mas não é por não se ter cura totalmente para esses casos que se deva retroceder. Nem seria contra algo nesse sentido, mas que tivesse um aval científico e após esgotar essas possibilidades.

Mas é só minha opinião que se baseia da idéia desse pensamento ser um sintoma de um problema psiquiátrico. Partindo da premissa de que é uma atitude "racional" ou "normal", entendo a defesa dessa situação.

Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Luz

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #42 Online: 27 de Outubro de 2007, 12:29:47 »

Acho que estou entendendo seu ponto, Adriano. O desejo de morrer deve ser considerado como sintoma de um estado de consciência que requer ajuda. É uma doença e como qualquer uma deve ser antes tratada. Como se a conivência com o desejo de alguém de morrer fosse uma espécie de omissão da nossa parte. É isso?

Offline Adriano

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #43 Online: 27 de Outubro de 2007, 12:58:26 »

Acho que estou entendendo seu ponto, Adriano. O desejo de morrer deve ser considerado como sintoma de um estado de consciência que requer ajuda. É uma doença e como qualquer uma deve ser antes tratada. Como se a conivência com o desejo de alguém de morrer fosse uma espécie de omissão da nossa parte. É isso?
Exatamente  :ok:
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Offline Diego

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #44 Online: 27 de Outubro de 2007, 13:02:09 »

Offline Herf

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« Resposta #45 Online: 27 de Outubro de 2007, 14:39:02 »
Nesta tentativa de proteger as pessoas delas mesmas, acaba-se por suprimir muitos direitos individuais.

O estado deve servir para proteger as pessoas umas das outras, não para bancar o pai e protegê-las delas mesmas.

Offline Nyx

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #46 Online: 27 de Outubro de 2007, 14:39:57 »
 :o Mas não é possível que esse homem estivesse em seu juízo perfeito!

Luz

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #47 Online: 27 de Outubro de 2007, 15:16:54 »
Nesta tentativa de proteger as pessoas delas mesmas, acaba-se por suprimir muitos direitos individuais.

O estado deve servir para proteger as pessoas umas das outras, não para bancar o pai e protegê-las delas mesmas.

Isso não tem nada a ver com protegê-las de si mesmas. Se a vontade de morrer é uma doença, deve ser tratada como qualquer outra doença e não avaliada por sua peculiaridade. É um direito que cabe a pessoa, que não está em capacidade de avaliar por si mesma - então cabe ao governo o dever. Isso, claro, partindo do pressuposto que a vontade de morrer é sintoma de uma doença que torna a pessoa incapaz de decidir por si mesma. Entende?

Offline Rodion

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #48 Online: 27 de Outubro de 2007, 15:22:20 »
:o Mas não é possível que esse homem estivesse em seu juízo perfeito!

a maior parte dos pedidos de casamento devem ser feitos fora do juízo perfeito, a maior parte dos romances começam e terminam fora do juízo perfeito, a maior parte das empresas deve começar fora do juízo perfeito, a maior parte das obras de arte devem ter sido produzidas fora do juízo perfeito.
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Offline Copelli

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« Resposta #49 Online: 27 de Outubro de 2007, 15:28:38 »
Adriano eu entendi o que você quis dizer e de certa forma, concordo. Sim esse estado é uma doença e nós devemos tentar contorna-la com nossos meios.

Mas por outro lado como o Procedure falou, eu tenho um pouco de medo, de quando se começa a tentar "proteger" as pessoas inclusive delas mesmas. Podemos estar podando seus direitos individuais, já que estaremos usando de uma generalização, e pra mim toda generalização é perigosa. Mas é lógico que no caso do suicídio em especifico, nada muda, pois quem quer o faz e pronto.

Mas quando voltamos isso para o lado da eutanásia, por exemplo, como ficamos? Era nesses outros problemas que eu estava me baseando, e é ai que começa a complicar essa coisa de devemos "proteger" a vida a qualquer custo. Eu por exemplo dependendo da situação rejeitaria enfaticamente esse tipo de “ajuda”, ou “proteção”. E estou dizendo isso agora que estou são e não sofro de dores absurdas, por exemplo. Se eu penso assim agora acho que não pensaria diferente numa situação limite.

Acho que minha vida, não seja mais importante do que eu. Não acho que seja válido eu continuar “vivo”, se estiver num estado deplorável, torturador, ou vegetativo, por exemplo. Acho que a vida é sagrada, quando se VIVE realmente, aqueles que por algum motivo, não conseguem ou não desejam, devem ter o direito de abandona-la com o mínimo de dignidade, se assim o desejarem é obvio.


Adoro os filmes, unica sequencia de filme em que gosto de todos. Acho que por isso é que estou defendendo o alemão  :?  :hihi:

:o Mas não é possível que esse homem estivesse em seu juízo perfeito!
Lela eu não acho que ele tenha seu juizo perfeito, e por isso mesmo até, só achei a pena pesada demais. É óbvio que esse homem precisa de tratamento.

Só fico meio em dúvida se o homem que se deu a ele, não tinha esse direito. E tendo-se entregue de livre e espontanea vontade não tenha isentado o canibal da culpa do omicidio.

E também acho que uma pena perpétua para alguém que nunca matou ninguém que não quisesse voluntariamente morrer, é pesada demais ja que ele nunca impingiu risco para a sociedade. Polo menos para os normais e não para os que ficam se oferecendo em sites a canibais.  :biglol:

 

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