EDIT: OK. Li. Mas o que ainda nao entrou na minha cabeca e eu gostaria de saber se tem como ser explicado para alguem que nao eh fisico, eh o seguinte: Porque se eu viajar quase na velocidade da luz por um dia, pra quem nao viajou se passaram anos? Como eu posso perder apenas 1 dia de vida e na terra as pessoas perderem anos, simplesmente porque eu viajei quase na velocidade da luz?
Tem como explicar isso para "nao-fisicos", de maneira relativamente SIMPLES?
Vamos tentar:
Imagine que você lança uma bola verticalmente para cima. Ela sai da sua mão com uma determinada velocidade, que vai sendo diminuída pelo puxão da gravidade, até que a velocidade se anule no ponto mais alto da trajetória e a bola começa a sair. OK até aí, certo?
Imagine agora que você lança uma bola de basquete do garrafão na direção da cesta, como num lance-livre. Repare que você pode
decompor a velocidade da bola em duas partes: uma vertical, que governa o sobe-e-desce da bola e uma
horizontal, que determina como a bola cobre a distância horizontal entre a sua mão e a cesta. Embora a velocidade vetorial da bola varie a cada instante (ou seja, em cada instante de tempo a flechinha que representa a direção, sentido e módulo do vetor velocidade da bola muda), Galileu descobriu que os movimentos horizontais e verticais podem ser calculados independentemente um do outro. Isso é o que a gente chama de
lançamento. Guarde esta idéia.
Na Relatividade, o tempo é apenas mais uma coordenada. Para localizar um
evento no espaço-tempo, você precisa definir a posição dele e o instante em que ele ocorre -- tudo isso com relação a um determinado
referencial.
Guarde esta idéia também.
Einstein descobriu que a
quadrivelocidade de um corpo; ou seja, a velocidade em três dimensões de espaço e uma de tempo de qualquer objeto é
invariante e igual a
c. Em outras palavras, o módulo da quadrivelocidade de qualquer corpo é sempre o mesmo. Se o corpo estiver em repouso com respeito a algum referencial, ele se "moverá no eixo do tempo" com quadrivelocidade
c. É análogo ao arremesso da bola para cima. Se o corpo estiver em movimento naquele referencial, poderemos decompor sua quadrivelocidade numa parte temporal e noutra espacial. É análogo ao lance-livre do basquete. Só que, em vez de um eixo vertical, temos um "eixo temporal".
Assim, sempre que um corpo está em movimento com respeito a algum referencial, a percepção do tempo para ele será diferente do que a de outro corpo que esteja em repouso com respeito ao mesmo referencial.