Isso, você tem essa série, realmente no clima de intifada. Não me trouxe informação que eu não ler antes. Na verdade, no livro do Filkenstein eu pude ver, em termos de arqueologia, o melhor apresentado atualmente pelo pensamento minimalista, com nomes de alto gabarito (além de alguns artigos do L. Thompsom), muito além de textos sob medidas encomendados para "clube dos céticos". Que aliás, não tivera viés ou intenção alguma de escrever "a Bíblia não tinha razão", como no título brasileiro, visto que Filkenstein é judeu praticante (como William Dever, um dos maiores arqueólogos do mundo na área, medialista quase minimalista, que era agnóstico e se converteu ao judaísmo), mas intentou versar sobre uma das teses dentre as perspectivas para a História de Israel, que está inserida em divegências mesmo entre os minimalistas. Aqui tem uma ótica discussão da História de Israel a nível acadêmico, pela ótica medialista (a que eu adoto):http://israelantigo.blogspot.com/2006/04/as-origens-de-israel-contribuies-da.html
E eu tenho a recapitução e análises de todas as investigações feitas até o ano de 2002 por parte de Kenneth A.Kitchen, um dos maiores egiptologistas do mundo, em um livro. Aliás, depois de alguns disparates que já li, sobre o fato do sítio de Jericóser um vilarejo sem muralhas e sobre os camelos, eu vejo que realmente o tom panfletário predomina.
Além do livro de Kitchen, que se pode achar no link da resenha, no link onde faço uma análise da matéria do G1 tem os dois do Hoffmeyer que tratam a respeito das tradições do êxodo à luz da arqueologia egípcia. Mais a frente deixo a resenha lá.
Eu sou muito crítico com textos panfletários da direita religiosa fundamentalista estadunidense, eu realmente nunca fui de querer enganar a mim mesmo. Vocês deveriam ser críticos também igualmente com manifestos panfletários fundamentalsitas de sua ideologia cética. Eu poderia pegar um texto também de uma entidade arqueológica sobre os patriarcas, deixar, e ponto, ficaríamos brincando aqui.
O que começou com tudo? Eu deixei um texto em que analiso a matéria do G1, num tom alheio à apologética e mais ainda ao sectarismo panfletário, mas prudente. A matéria diz Moisés PODE não ter existido, SUGERE pesquisa arqueológica; eu postei um com o título provocativo, "Moisés PODE ter existido, SUGERE pesquisa arqueológica". E disuti o tratamento sensacionalista que a mídia dá a esses temas, fomentando aqueles que só apreciam o diálogo de surdos, sem intenção de investigar objetivamente e sem auto-indulgência, com sectarismo.
Aí começou-se a discutir algo que quem tivesse a mínima familiaridade com o assunto de História Antiga, que discute sobre o pano de fundo e narrativa geral, não sobre partículas, diálogos, coisas passiveis de submeter ao escrutínio historiográfico, e pesquisa arqueológica, iria querer debater, se não fosse o interesse de dar respostas de pátio de escola que visam mais a provocação gratuita e atingir o que o outro pensa com pirraça.
De forma alguma faz sentido discutir isso pensando em ser um gancho para falar de fé ou não-fé, em convencer alguém da possibilidade de ação supranatural no mundo, ou outras questões existenciais. Só os ingênuos levam para esse lado.
Ainda que fosse possível e ainda que eu cresse que narrativas como o êxodo fosse inteiramente factual nos detalhes e que fosse possível "provar" isso arqueologicamente, nunca que se pode provar que Deus agiu ou se comunicou, se a visão de mundo da pessoa exclui de antemão isso. Entraria em diversas questões prévias que fugiriam do escopo e intenção. A discussão minha sempre foi em relação ao pano de fundo e plausibildade contextual, sem querer entrar na religião. Mas só se confirmou minha visão sobre a inutilidade de fóruns assim, e as teses sociológicas de que ao invés da multiplicidade da informação na internet contribuir para o pluralismo ou intercâmbio, o que aoncete é as pessoas serem surdas a tudo o que foge às suas indissiocrasias e não lerem nada nesse sentido, querendo sempre mais serem sectárias e fundamentalistas. Isso não é só com vocês céticos, me deparo com isso igualmente nos fóruns religiosos.