Coreia do Norte qualifica como êxito lançamento de seu satéliteA Coreia do Norte qualificou como "um êxito" o lançamento de um satélite de comunicações que, de acordo com informações oficiais, entrou em órbita, segundo a agência estatal norte-coreana "KCNA".
O regime comunista de Pyongyang disse que o foguete Unha-2 foi capaz de pôr em órbita o satélite Kwangmyongsong-2, como parte do desenvolvimento de seu programa espacial.
ConfirmaçãoO governo japonês anunciou que Pyongyang lançou o foguete às 11h30 (23h30h de Brasília de sábado), segundo informou a agência local "Kyodo".
A notícia foi confirmada minutos depois por um porta-voz do governo da Coreia do Sul à agência local de notícias "Yonhap".
O Ministério da Defesa japonês anunciou que o foguete de longo alcance passou acima e deixou para trás o Japão sem que tenha sido necessário interceptá-lo, segundo a "Kyodo".
As fontes governamentais acham que a primeira fase do foguete caiu no Mar do Japão (Mar do Leste), cerca de 280 quilômetros a oeste do litoral japonês, e se prevê que a segunda caia cerca de 1.280 quilômetros do litoral, do outro lado do país.
Resposta firmeO governo de Seul manifestou sua decepção pelo lançamento do foguete norte-coreano e disse que responderá "firmemente perante a provocação", segundo o porta-voz presidencial, Lee Dong-kwan.
Reunião de emergênciaO Japão solicitou a convocação de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas após o lançamento do foguete, informou a agência japonesa "Kyodo".
O porta-voz do Governo japonês, Takeo Kawamura, denunciou que o lançamento viola as resoluções da ONU, assegurou que responderá com um "forte protesto" e disse que colaborará com os países mais afetados por esta ação, sem especificar de quais se trata.
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Conselho de Segurança não obtém acordo sobre Coreia do NorteO Conselho de Segurança das Nações Unidas concluiu sua sessão deste domingo sem chegar a um acordo sobre um texto condenando o lançamento de um míssil de longo alcance por parte da Coreia do Norte, mas decidiu prosseguir com as negociações, segundo fontes diplomáticas.
"Os membros do Conselho de Segurança concordaram em prosseguir com as consultas sobre que ações tomar", disse o embaixador do México, Claude Heller, que preside o órgão da ONU no mês de abril, ao final de três horas de discussões a portas fechadas.
Reação internacionalA mídia oficial do regime comunista norte-coreano afirmou que um satélite havia sido colocado em órbita, e que ele agora circulava o planeta transmitindo músicas revolucionárias. Contudo, os
Estados Unidos e a Coreia do Sul disseram que nada havia entrado em órbita.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou que o Conselho de Segurança deveria enviar uma mensagem enfática à Coreia do Norte por conta do que analistas acreditam que foi, de fato, o teste de um míssil desenvolvido para transportar uma ogiva a uma distância equivalente a até o Alasca.
O lançamento do foguete é o primeiro grande desafio de Obama relacionado à Coreia do Norte. Os esforços norte-coreanos para ter armas nucleares há tempos preocupam Washington. O regime comunista testou um dispositivo nuclear em 2006.
"Com esse ato de provocação, a
Coreia do Norte ignorou as suas obrigações internacionais, rejeitou os pedidos por moderação e se isolou ainda mais da comunidade de nações", disse em comunicado Obama, num giro pela Europa.
Mais tarde, o presidente dos Estados Unidos afirmou que a Coreia do Norte deve ser forçada a mudar. "A Coreia do Norte quebrou as regras novamente. Esta violação deve ser punida e receber uma resposta enérgica da comunidade internacional", disse o presidente americano.
Menos arsenal nuclearFalando para milhares de pessoas em Praga, Obama se comprometeu a reduzir o arsenal nuclear norte-americano e declarou que Washington procuraria negociar com todos os países detentores de armas nucleares a redução de arsenais. A Casa Branca afirmou que o presidente continuava comprometido com as negociações para "desnuclearizar" a Coreia do Norte.
Diplomatas das Nações Unidas afirmaram à Reuters que os países do Conselho de Segurança não pensam em impor novas sanções, mas podem discutir uma resolução para garantir o cumprimento das medidas anteriores. Rússia e China já deixaram claro que vetariam novas sanções.
A Coreia do Sul classificou o lançamento do foguete como um ato "irresponsável." Segundo o Japão, foi "extremamente lamentável." A União Européia "condenou com o ênfase" a ação. A China e a Rússia pediram calma e moderação a todos os lados.
Poder de negociaçãoA Coreia do Sul inicialmente afirmara que o foguete parecia levar um satélite, mas o ministro da Defesa mais tarde disse ao Parlamento que o objeto não havia conseguido entrar em órbita, segundo relatou a Kyodo, agência de notícias japonesa.
"A Coreia do Norte deve avaliar agora que a sua posição na mesa de negociações fortaleceu, pois ela tem as cartas nuclear e também a do míssil", afirmou Shunji Hiraiwa, analista com base no Japão.
Park jong-Kyu, economista em Seul, opinou que os impactos do lançamento nos mercados não serão consideráveis.
"Quando a Coreia do Norte fez testes nucleares anos atrás, os mercados de Seul caíram no dia, mas se recuperaram no dia seguinte. O tema não é mais um fator que abale mercados", declarou Park.
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Uma corrida militar que começou há meio séculoO lançamento do último foguete norte-coreano é uma nova passagem de uma corrida armamentista que o regime comunista de Pyongyang iniciou após o fim da Guerra da Coreia em 1953 para dissuadir seu vizinho do Sul e seu aliado americano.
A opaca e empobrecida Coreia do Norte orientou sua economia a alimentar o maior Exército do mundo em número de soldados, com 1,2 milhão de soldados prontos para o combate e uma despesa militar que o Departamento de Estado americano situa em 20% do Produto Interno Bruto (PIB).
Apesar de que a tecnologia utilizada por Pyongyang na maioria dos casos não supere os padrões dos anos da Guerra Fria, seu arsenal é o dobro da Coreia do Sul em aspectos como artilharia, tanques ou veículos de transporte de tropas.
No entanto, como no caso do satélite de comunicações Kwangmyongsong-2 que a Coreia do Norte diz ter posto em órbita agora, o país comunista carece de um Exército moderno como o de seus vizinhos.
Desde os anos 60 Pyongyang se centrou na consecução de capacidade nuclear e balística com o principal objetivo de dissuadir e pressionar os Estados Unidos e a Coreia do Sul e evitar, segundo o regime comunista, uma invasão.
Com a intenção de se transformar em uma potência militar, a Coreia do Norte passou por vários períodos e crise diplomáticas e inclusive chegou a enfrentamentos armados pontuais com Seul, após assinar em 1953 um armistício e não um tratado de paz na península.
Em meados dos anos 60, pouco depois do fim da guerra, a Coreia do Norte já começou a investigar e desenvolver sua capacidade para enriquecer plutônio e com ajuda soviética abriu o reator de Yongbyon, que em 1987 começou a operar com uma potência de cinco megawatts.
Nesta central, a Coreia do Norte obteve o combustível nuclear que posteriormente utilizou no primeiro teste atômico de sua história, em outubro de 2006, que o Conselho de Segurança da ONU penalizou com duras sanções.
Desde que o líder norte-coreano, Kim Jong-il, chegou ao poder em 1994, deu concessões e estendeu as relações com Seul, Washington e Japão no tema nuclear para conseguir benefícios com o consentimento de seus aliados chineses e russos.
O ano de 2003 marcou um momento crítico, quando a Coreia do Norte expulsou os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e se transformou no primeiro país a abandonar o Tratado de Não Proliferação Nuclear.
O outro ponto de atrito com a comunidade internacional é o desenvolvimento de mísseis que permitiu a Coreia do Norte obter projéteis intercontinentais capazes de levar armas nucleares.
O Taepodong-2, que outorgou ao regime norte-coreano a capacidade teórica de atingir os EUA, começou a ser desenvolvido em meados dos anos 90, justamente quando as relações com Washington e AIEA estavam em seu pior momento.
As versões civis dos Taepodong, que em coreano significa "grande canhão", serviram a Pyongyang para reivindicar, como nesta ocasião, seu direito a uma corrida espacial com fins pacíficos.
A Coreia do Sul e seus aliados acham que o desenvolvimento científico é um pretexto para ocultar seu desenvolvimento armamentístico limitado desde 2006 pela resolução 1718 do Conselho de Segurança da ONU.
Em 1998, uma variante do Taepodong-1, conhecida como Baekdusan-1, tentou pôr a primeira versão de seu satélite de comunicações na órbita terrestre, embora o foguete, que atravessou previamente o céu japonês, tenha caído no Pacífico.
O Japão criticou duramente a Coreia do Norte e decidiu desenvolver um sistema antimísseis de última geração, algo que também fez a Coreia do Sul em uma corrida armamentista à qual nenhum parece querer renunciar.
Segundo a CIA (agência de inteligência americana), o Taepodong-2 não é confiável já que nenhum teste foi bem-sucedido, mas se continuar pesquisando e testando o sistema, o míssil poderia chegar a 10 mil quilômetros desde o ponto de lançamento e impactar no centro dos EUA.
Em julho de 2006, Pyongyang de novo quis demonstrar à comunidade internacional seu poderio militar com o lançamento da segunda versão de seu míssil Taepodong, mas o projétil caiu no mar em poucos segundos.
No entanto, os países mais críticos a Pyongyang (Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos) voltaram a temer pela estabilidade na região com o teste nuclear que o regime comunista levou a cabo com sucesso apenas quatro meses depois.
Três anos mais tarde e apesar das tentativas de aproximação de Seul e Washington, Pyongyang voltou a testar essa tecnologia que lhe permitiria ameaçar o território americano.
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Os fatos mais relevantes do conflito norte-coreanoO lançamento de um foguete efetuado hoje por Coreia do Norte é o último desafio ao mundo do regime comunista de Pyongyang, implicado em seu desenvolvimento armamentístico e nuclear há décadas.
Estes são os fatos mais relevantes relacionados com o conflito norte-coreano durante o último meio século: 1953 Termina a Guerra da Coreia com a assinatura de um armistício por isso que, tecnicamente, as duas Coreias continuam em guerra.
1962 - Coreia do Norte estabelece o Instituto de Energia Atômica.
1964 - Nasce o reator nuclear de Yongbyon.
Finais dos anos 70 - Coreia do Norte começa a desenvolver seu programa de armas nucleares e a ampliar a central de Yongbyon.
12 de dezembro de 1985: Coreia do Norte firma o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).
26 de dezembro: Coreia do Norte firma um acordo de ciência e tecnologia com a URSS pelo que esse país se compromete a construir uma usina nuclear em território norte-coreano.
1987 - Começa a operar o reator nuclear de Yongbyon, com capacidade teórica para produzir armas nucleares.
1989 - Coreia do Norte propõe negociações para a desnuclearização da península coreana.
Anos 90 - Coreia do Norte desenvolve o míssil Taepodong e começa a construir a zona de lançamento de Musudanri na província de Hamgyong (norte do país).
12 de março de 1993: Coreia do Norte anuncia sua retirada do TNP mas finalmente não leva a cabo sua ameaça.
2-11 de junho: Primeiras conversas oficiais Coreia do Norte-EUA.
14-19 de julho: Segunda reunião e Pyongyang se compromete ao diálogo com a AIEA se Washington ajuda a reconstruir seus reatores.
8 de julho de 1994: Morre o líder norte-coreano Kim Il-sung e é sucedido por seu filho Kim Jong-il.
21 de outubro: Assinatura do Acordo Marco com os EUA pelo qual Pyongyang se compromete a congelar seu programa nuclear.
31 de agosto de 1998: A Coreia do Norte testa um míssil de longo alcance que sobrevoa o Japão e cai no Pacífico, o que paralisa temporariamente a aplicação do acordo de 1994 para congelar seu desenvolvimento de armas nucleares.
15 de junho de 1999: Combate no Mar Ocidental (Mar Amarelo) entre uma embarcação sul-coreana e as patrulhas norte-coreanas, com sete feridos sul-coreanos e aparentemente 30 mortos norte-coreanos.
29 de janeiro de 2002: O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, inclui a Coreia do Norte no "eixo do mal" e exige dela que abandone seu programa nuclear.
29 de junho: Seis militares sul-coreanos morrem em um novo enfrentamento naval entre uma patrulha norte-coreana e uma embarcação sul-coreana.
10 de janeiro de 2003: A Coreia do Norte anuncia sua retirada do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).
27-29 de agosto: Primeira rodada em Pequim das negociações de seis lados (EUA, as duas Coreias, Japão, China e Rússia), sem resultados.
10 de fevereiro de 2005: Pyongyang anuncia oficialmente que possui um arsenal nuclear e suspende o diálogo.
13 de setembro: Retomada a quarta rodada de negociações de seis lados.
5 de julho de 2006: Pyongyang lança pelo menos sete mísseis balísticos de teste, entre eles um Taepodong-2, o que suscita outra grave crise internacional.
9 de outubro: Coreia do Norte efetua "com sucesso" um teste nuclear subterrâneo.
14 de outubro: A ONU aprova a resolução 1718 que impõe sanções comerciais e armamentísticas à Coreia do Norte, mas exclui a opção militar.
19-22 de dezembro: Reatamento em Pequim do diálogo de seis lados, embora sem avanços.
13 de fevereiro de 2007: As delegações das duas Coreias, EUA, Rússia, Japão e China assinam um acordo que implica o fechamento das instalações nucleares da Coreia do Norte em troca de ajuda energética e econômica.
17 de junho: Coreia do Norte convida os inspetores da AIEA.
26 de junho de 2008: Coreia do Norte entrega o inventário sobre atividades e instalações nucleares.
27 de junho: Coreia do Norte destrói a torre de refrigeração de Yongbyon.
11 de outubro: Os EUA anunciam a saída da Coreia do Norte da lista de países terroristas.
1º de dezembro: Coreia do Norte fecha parcialmente sua fronteira com Coreia do Sul e restringe o acesso ao complexo industrial norte-coreano dos trabalhadores sul-coreanos.
30 de janeiro de 2009: Pyongyang anula todos os acordos de não confronto militar assinados com Seul.
24 de fevereiro: Coreia do Norte revela que prepara o lançamento de um satélite de comunicações Kwangmyongsong-2 com fins pacíficos, mas os analistas acham que será um míssil balístico.
27 de março: O Ministério japonês de Defesa ordena às Forças de Autodefesa (Exército) que se preparem para interceptar o foguete norte-coreano ou alguma de suas partes em sua trajetória.
5 de abril: lançamento de um foguete de longo alcance.
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