Propostas dos pré-candidatos à Casa BrancaINTRODUÇÃOAlguns assuntos dominaram os debates que os pré-candidatos à Presidência dos Estados Unidos realizaram nos últimos meses e, segundo analistas, devem continuar sendo destaque nas campanhas até as eleições de 4 de novembro.
A BBC preparou este guia interativo com as opiniões de alguns dos principais candidatos democratas e republicanos em sete áreas: o envolvimento americano no Iraque; os problemas na economia; a segurança nacional; a imigração; a saúde pública; questões sociais (como o aborto e o casamento de homossexuais) e as mudanças climáticas.
Do lado democrata, incluímos as posições dos três candidatos que têm dominado as pesquisas: Hillary Clinton, John Edwards e Barack Obama.
Do lado republicano, incluímos as posições de Rudolph Giuliani, Mike Huckabee, John McCain e Mitt Romney.
IRAQUEEm março, irão se completar cinco anos da invasão do Iraque, liderada pelos Estados Unidos.
O governo americano diz que a estratégia adotada em 2007 de mandar um contingente extra de 30 mil soldados para o país está dando resultados e, nos últimos meses, a quantidade de atentados diminuiu.
Mas os americanos pagaram, e ainda pagam, um preço caro pelo seu envolvimento no país. Segundo dados da coalizão militar, até 27 de dezembro de 2007, 3,9 mil militares dos Estados Unidos haviam morrido em território iraquiano.
Segundo analistas, se a segurança no Iraque continuar a melhorar, a importância do tema deve diminuir nesta eleição, o que beneficiaria os republicanos.
Por outro lado, se mais americanos voltarem a morrer em grandes números, a pressão popular para retirar as tropas do Iraque deve aumentar, favorecendo os pré-candidatos democratas, que já prometeram fazer isso.
PROPOSTAS DE PRÉ-CANDIDATOS DEMOCRATAS PARA O IRAQUEHillary Clinton: Votou pela autorização da invasão em 2003. Ela não se desculpou pela decisão mas disse posteriormente que, se soubesse na época o que sabe agora, teria agido de maneira diferente. Opôs-se à estratégia de aumentar a presença militar em Bagdá em 2007 e disse que porá fim à ocupação se for eleita presidente.
John Edwards: Votou a favor da invasão em 2003, mas disse que hoje lamenta a decisão. Defende uma retirada completa das tropas americanas do Iraque em um período de 12 a 18 meses e disse que, como presidente, poria fim à ocupação. Também abriria diálogo com os países vizinhos do Iraque, inclusive Síria e Irã.
Barack Obama: Opôs-se à guerra do Iraque de imediato e disse que "não há solução militar" para a situação no país. Rejeitou a estratégia de aumento da presença militar, dizendo que é hora de uma mudança fundamental de política. Em janeiro de 2007, propôs um plano para uma retirada gradual de tropas, dizendo que é necessário definir um cronograma e alcançar uma solução política para o Iraque.
PROPOSTAS DE PRÉ-CANDIDATOS REPUBLICANOS PARA O IRAQUERudolph Giuliani: Apóia a guerra, dizendo que o Iraque tem que ser visto no contexto de uma ameaça mais ampla aos EUA. Apoiou a estratégia de aumento de tropas de George W. Bush, mas disse que é necessário achar uma forma de avaliar o progresso no Iraque. Opõe-se ao estabelecimento de um cronograma para a retirada.
Mike Huckabee: Retiraria as tropas americanas só depois de recomendação do comandante militar dos Estados Unidos no Iraque. Acredita que o aumento no número de soldados em Bagdá foi bem sucedido. Apóia ação da Turquia contra os separatistas curdos do PKK. É contrário ao estabelecimento de um cronograma para a retirada do Iraque.
John McCain: Votou pela invasão em 2003 e disse que as forças americanas devem permanecer no Iraque até que o país possa se defender sozinho. Vem sendo um defensor proeminente da estratégia de Bush para o aumento de tropas no país, embora tenha criticado outros aspectos da condução da ocupação. Advertiu que os planos de retirada de soldados pode provocar um genocídio na região. O senador não acha que conversar com o Irã e a Síria atenda aos interesses dos EUA.
Mitt Romney: Apoiou a decisão inicial de ir à guerra, mas criticou sua condução. Defendeu a estratégia de aumento de tropas de Bush e disse que manteria a atual presença militar no Iraque. Defende também o diálogo com os vizinhos do Iraque. De maneira geral, vê o conflito como parte de uma luta mais ampla, em que "jihadistas radicais violentos" desejam substituir governos árabes moderados por um califado e destruir os EUA.
ECONOMIAEm agosto de 2007, a crise do mercado de crédito imobiliário americano derrubou bolsas de valores em todo o mundo e fez aumentar os temores de uma desaceleração econômica nos Estados Unidos.
No final do ano, muitos economistas acreditavam que a taxa de crescimento de 4% registrada no terceiro semestre de 2007 despencaria para algo entre 1% e 1,5% no quarto semestre do ano e no primeiro semestre de 2008. Os mais pessimistas falavam até mesmo na possibilidade de recessão.
Para muitos democratas, o governo Bush cometeu um erro ao não agir mais cedo ou tomar medidas mais significativas para resolver a questão.
Mas a crise imobiliária não é o único problema a afetar a economia americana. O preço do barril do petróleo bateu sucessivos recordes e, no fim de 2007, se aproximava dos US$ 100.
Por outro lado, as exportações americanas vivem um bom momento, impulsionadas pela seqüência de desvalorizações do dólar.
Os democratas dizem que os republicanos não conseguiram garantir que os frutos do crescimento econômico dos últimos anos beneficiassem as pessoas comuns. Eles também são críticos das atuais regras do comércio mundial, que supostamente prejudicariam os trabalhadores americanos.
Os pré-candidatos republicanos dizem que os Estados Unidos se beneficiaram dos incentivos concedidos às empresas do país nos últimos anos, e a maioria quer estender os cortes nos impostos aprovados por Bush, que expiram em 2010.
PROPOSTAS DE PRÉ-CANDIDATOS DEMOCRATAS PARA A ECONOMIAHillary Clinton: Disse que a crescente diferença de renda entre ricos e pobres está minando as classes média e trabalhadora nos Estados Unidos. Quer reduzir os benefícios dados às grandes empresas e investir em educação e criação de novos empregos. Formulou um plano para reformar o governo reduzindo o desperdício e melhorando a transparência. Apóia movimentos de mulheres para igualdade salarial com os homens.
John Edwards: Culpa as políticas fiscais de Bush pelo aumento da carga tributária sobre a classe média americana e prometeu tentar reduzir custos para as famílias, enquanto recompensa o trabalho. Fala em criar um milhão de empregos ao fazer dos Estados Unidos o líder mundial na geração de energia limpa. Pediu metas nacionais para acabar com a pobreza em 30 anos.
Barack Obama: Assim como Edwards, prometeu ajudar as famílias de classe média que enfrentam custos crescentes e salários estagnados. Pediu a Washington que coloque os interesses de grandes empresas de lado e se concentre na reforma dos setores de saúde e educação. Disse ainda que os Estados Unidos precisam reformular sua economia para competir na era digital. Recomenda maior investimento em pesquisa científica.
PROPOSTAS DE PRÉ-CANDIDATOS REPUBLICANOS PARA A ECONOMIARudolph Giuliani: Enfatizou os cortes que fez no orçamento quando era prefeito de Nova York e prometeu fazer o mesmo na Presidência. Defende a redução de impostos, para estimular o crescimento econômico.
Mike Huckabee: Quer substituir o imposto de renda federal por um imposto nacional sobre vendas que chama de "imposto justo", e que seria de 23%. Rivais republicanos dizem que ele gastou muito quando governador do Arkansas, mas Huckabee afirma que equilibrou o orçamento.
John McCain: Colocou a preservação do liberalismo econômico americano no centro de sua campanha. Fala da necessidade de controlar os gastos federais antes de realizar corte de impostos, mas também prometeu manter os impostos baixos e simplificar o sistema fiscal. Relaciona a perda do controle dos gastos federais à derrota republicana nas eleições legislativas de 2006.
Mitt Romney: Pretende estimular o crescimento econômico pela manutenção dos impostos baixos e simplificação do sistema fiscal. Pede maior responsabilidade nos gastos federais. Foi aplaudido por assumir a organização dos Jogos Olímpicos de Salt Lake City em 2002 quando o planejamento estava em vias de fracassar, realizando um evento bem sucedido e lucrativo.
SEGURANÇA NACIONALUm dos principais motivos de debate entre os pré-candidatos tem sido preservar ou suspender algumas leis controversas aprovadas por George W. Bush após o 11 de Setembro com o objetivo de zelar pela segurança dos Estados Unidos.
Entre elas está a Lei Patriota, que dá às agências de segurança poderes extraordinários para interceptar comunicações e investigar supostos terroristas.
A prisão de Guantánamo, em Cuba, também é foco de discussões, por guardar suspeitos de atividades extremistas por longos períodos sem que eles tenham direito a um julgamento ou mesmo um indiciamento.
Os pré-candidatos republicanos estão se concentrando mais nos temas relacionados à Segurança Nacional.
Rudolph Giuliani, que era o prefeito de Nova York nos atentados de 2001, diz que sua capacidade de liderança naquele momento mostra seu potencial como bom presidente. Mitt Romney, por sua vez, prometeu duplicar o tamanho de Guantánamo se eleito.
Por outro lado, todos os pré-candidatos democratas manifestaram preocupação com as violações dos direitos civis que dizem estar associadas às leis aprovadas por Bush.
PROPOSTAS DE PRÉ-CANDIDATOS DEMOCRATAS PARA A SEGURANÇA NACIONALHillary Clinton: Deixou claro no debate democrata na Carolina do Sul que se os EUA forem atacados, não se esquivará de "uma resposta militar" se apropriado. Pressionou por mais recursos para o combate ao terrorismo no Estado de Nova York e em outras áreas consideradas sob risco de ataque. Apoiou a chamada Lei Patriota de 2001, que garantiu ao governo poderes sem precedentes para investigar suspeitos de extremismo após os ataques de 11 de setembro aos EUA, e votou a favor de sua renovação em 2006.
John Edwards: Seus planos para a segurança nacional se concentram no reforço do controle das fronteiras e na melhor identificação e proteção de potenciais alvos para ataques de extremistas. Quer um melhor aparelhamento das Forças Armadas e planos mais eficazes para responder a emergências. Votou a favor da Lei Patriota em 2001. Rejeitou a idéia de uma "guerra global contra o terrorismo", dizendo se tratar de uma ideologia usada pelo governo Bush para justificar políticas fracassadas.
Barack Obama: Participa da Comissão do Senado para Segurança Interna e Assuntos Governamentais e argumentou que os recursos para a segurança nacional deveriam ser alocados de acordo com os riscos potenciais de cada área. Pediu ainda cooperação entre os partidos sobre o assunto. Criticou a Lei Patriota mas votou por sua renovação em 2006.
PROPOSTAS DE PRÉ-CANDIDATOS REPUBLICANOS PARA A SEGURANÇA NACIONALRudolph Giuliani: Na campanha e em debates, Giuliani fez várias referências à sua experiência à frente da prefeitura de Nova York depois dos ataques de 11 de setembro de 2001. Ele disse que o fracasso no Iraque trará mais riscos de ataques extremistas nos EUA.
Mike Huckabee: Quer lugar uma "guerra inteligente" usando armas políticas, económicas e diplomáticas. Rejeita a "mentalidade de bunker" de Bush, classificando-a como contraproducente. Quer perseguir "terroristas" no Paquistão, passando por cima do presidente paquistanês, Pervez Musharraf.
John McCain: Ex-piloto militar capturado durante a Guerra do Vietnã, McCain foi o expoente republicano nos esforços para proibir a CIA de recorrer ao "tratamento cruel, desumano e degradante de prisioneiros", apoiando com sucesso uma lei que proíbe tais práticas. Apoiou a Lei Patriota em 2001 e 2006.
Mitt Romney: Sua experiência com segurança inclui o envolvimento na organização das Olimpíadas de Inverno de Salt Lake City em 2002. É membro do Conselho de Segurança Interna. Prometeu localizar Osama bin Laden como parte dos esforços globais contra uma ameaça jihadista mais ampla aos EUA.
IMIGRAÇÃOAcredita-se que os Estados Unidos tenham hoje cerca de 10 milhões de imigrantes ilegais, e a reforma das leis de imigração promete ser um dos temais mais delicados da campanha eleitoral.
O presidente Bush tentou, mas não conseguiu aprovar uma tentativa de reforma em que defendia a anistia para alguns ilegais. A proposta foi rejeitada tanto por democratas quanto por alguns republicanos que defendem uma linha dura contra os imigrantes.
A maioria dos republicanos defende a construção de uma barreira de US$ 7 bilhões na fronteira entre os Estados Unidos e o México para deter os ilegais, e todos os pré-candidatos do partido prometem ser duros com esses imigrantes.
Por outro lado, os democratas esperam lucrar com a percepção de que os republicanos têm aversão aos hispânicos, uma minoria que é crucial em alguns Estados-chave.
Muitas empresas nos Estados Unidos dependem da mão-de-obra dos imigrantes e vêm lutando pelo relaxamento das leis. Mas, com os temores crescentes de desaquecimento econômico, alguns americanos têm acusado os imigrantes de roubar os seus empregos.
PROPOSTAS DE PRÉ-CANDIDATOS DEMOCRATAS PARA A IMIGRAÇÃOHillary Clinton: Ela diz ser favorável a uma reforma ampla das leis de imigração, inclusive reforçando a segurança nas fronteiras, impondo punição mais rigorosa a empregadores que contratam trabalhadores sem documentos e adotando um sistema para "tirar das sombras" o que se estima serem 12 milhões de imigrantes ilegais. Destacou as implicações para a segurança, após 11 de setembro, de não se saber quem entra nos EUA através de sua fronteira com o México.
John Edwards: Falou da necessidade de conciliar controles de fronteira mais rigorosos com uma política que reforça a tradição americana de ser uma nação de imigrantes. Qualificou a situação na fronteira entre os EUA e o México como "uma bagunça" e disse que os EUA precisam canalizar mais dinheiro, tecnologia e pessoal para policiá-la. Propõe que se permita que imigrantes ilegais "ganhem" a cidadania americana depois de pagar uma multa e aprender a falar inglês.
Barack Obama: Ele disse que a fronteira entre os EUA e o México precisa ser melhor policiada e destacou o drama de centenas de imigrantes ilegais que morrem todos os anos ao tentar entrar no país através do deserto. Defende punições mais rigorosas para empregadores que contratarem trabalhadores sem documentos. Argumenta que as propostas de dar aos imigrantes ilegais já nos EUA um caminho mais rápido para adquirir a cidadania não são uma anistia se eles tiverem que pagar uma multa e aprender inglês.
PROPOSTAS DE PRÉ-CANDIDATOS REPUBLICANOS PARA A IMIGRAÇÃORudolph Giuliani: Endureceu sua posição sobre a imigração desde o tempo em que era prefeito de Nova York. Opôs-se à legislação defendida por McCain e falou da necessidade de carteiras de identidade à prova de falsificação para imigrantes e uma barreira na fronteira com alta tecnologia. Disse que imigrantes ilegais deveriam ser multados, aprender inglês e não receber nenhum tipo de facilitação para adquirir a cidadania americana.
Mike Huckabee: Ele se opõe à anistia para imigrantes ilegais. Afirma que eles não deveriam ter nem carteira de motorista. Apóia plano para um controle mais rigoroso das fronteiras, com a destinação de US$ 7 bilhões para uma nova barreira fronteiriça numa medida para reforçar a segurança nacional.
John McCain: Foi criticado por vários outros republicanos por defender uma proposta bipartidária que, eles dizem, oferece uma anistia para imigrantes ilegais. Ele argumentou que é necessário um programa para trabalhadores temporários, além de medidas para colocar os trabalhadores em situação irregular já em território americano no caminho da aquisição da cidadania. Defende o reforço das fronteiras para garantir a segurança nacional.
Mitt Romney: Ele disse que a legislação bipartidária proposta por McCain e Edward Kennedy é "um presente incrível" aos imigrantes ilegais, qualificando-a como uma forma de anistia. Ele ressaltou que as pessoas em situação irregular no país não deveriam ter um caminho mais rápido para uma residência permanente do que os que entram legalmente. Defende a introdução de carteiras de identidade biométricas indicando o status de trabalho das pessoas.
SAÚDEOs Estados Unidos não têm um sistema público de saúde gratuito e universal.
Há iniciativas financiadas pelo Estado que garantem o atendimento médico para pessoas de baixa renda e para aqueles com mais de 65 anos, mas estima-se que um em cada seis americanos, ou cerca de 40 milhões de pessoas, não tenha qualquer tipo de cobertura.
A questão aparece com freqüencia como uma das que mais preocupam os eleitores, e os candidatos tem idéias distintas sobre como garantir saúde para mais americanos.
Outro tema de debate é como controlar os gastos com saúde, um problema que atinge tanto o governo quanto empresas que atuam no setor.
Nos últimos 30 anos, os custos associados ao setor cresceram a um ritmo duas vezes maior do que o do crescimento econômico do país. Hoje, os Estados Unidos gastam US$ 2 trilhões por dia com saúde, ou o equivalente a 15% de cada dólar na economia.
PROPOSTAS DE PRÉ-CANDIDATOS DEMOCRATAS PARA A SAÚDEHillary Clinton: Ela disse que deseja dar cobertura universal à assistência médica. Quando primeira-dama, supervisionou um gigantesco projeto para dar esse direito a todos os americanos, mas a proposta não teve sucesso. Afirmou que espera fazer da assistência médica "a questão mais importante na eleição de 2008". De acordo com seu plano, seguradoras terão que oferecer seguro para todos, e reformas e esforços para a prevenção de doenças levariam a uma redução de custos.
John Edwards: Com um amplo plano de reformas, Edwards tem como objetivo ver todos os americanos com seguro até 2012. Afirmou que quer que empresas, governo e indivíduos compartilhem dessa responsabilidade, tornando o seguro mais acessível e reformando o mercado para melhorar as opções e a qualidade. Disse que reverteria a medida de Bush de reduzir impostos para os americanos mais ricos, a expirar em 2010, para ajudar a financiar as mudanças que propõe.
Barack Obama: Cobertura universal de assistência médica também está no centro dos planos de Obama. Ele propõe manter o sistema de seguro privado mas com uma injeção de recursos para expandí-lo a fim de dar cobertura a todos. Seguradoras não poderiam recusar cobertura por doenças pré-existentes. Prevê que o usuário típico economizaria US$ 2,5 mil. Assessores de campanha estimam um custo de US$ 50 a 65 bilhões por ano, financiado em grande parte pelo fim da redução dos impostos para os ricos.
PROPOSTAS DE PRÉ-CANDIDATOS REPUBLICANOS PARA A SAÚDERudolph Giuliani: Ele disse que o governo precisa trabalhar com os mercados privados para dar às pessoas maior escolha a fim de melhorar a qualidade e reduzir os custos. Ele disse que o sistema é falho mas deveria ser reparado a partir de seus pontos fortes. "Nós não deveríamos transformá-lo em medicina socializada", afirmou.
Mike Huckabee: É contrário ao plano de cobertura universal federal para a assistência à saúde. Trabalharia com Estados e empresas para partir de um sistema baseado nos empregadores para um baseado nos consumidores, a fim de controlar custos.
John McCain: Ressaltou seu trabalho de apoio à assistência médica a veteranos das Forças Armadas. Ele disse que está disposto a tomar decisões duras para reformar a assistência médica e os programas de seguridade social, e adverte que sem uma ação bipartidária os custos serão insustentáveis.
Mitt Romney: Como governador de Massachusetts, Romney apoiou legislação que prevê que todos no Estado tenham seguro de saúde ou sofram alguma sanção legal. Ele disse que as reformas de mercado, e não aumento de impostos ou programas do governo, são a forma de ampliar a cobertura de saúde para todos os americanos. Romney insiste que os indivíduos têm responsabilidade pelos cuidados com a própria saúde.
QUESTÕES SOCIAISTemas como o aborto ou o casamento de homossexuais têm freqüentemente motivado protestos nos Estados Unidos, um país em que é forte a influência da religião sobre a política - apesar de a Constituição estabelecer o secularismo do Estado.
O presidente George W. Bush, alinhado com o eleitorado evangélico que domina Estados do sul, do centro e do norte do país, defendeu publicamente a aprovação de uma emenda constitucional definindo o casamento como uma união entre um homem ou mulher, mas a idéia acabou não vingando.
Em vários Estados americanos, já vigoram leis que estabelecem a união civil de homossexuais.
A prática do aborto também está sujeita a restrições estaduais, mas o presidente sofre pressão de grupos conservadores, sobretudo evangélicos, para impor restrições.
Esse é um tópico especialmente indigesto para o pré-candidato republicano Rudolph Giuliani, que defende que a mãe tenha o direito de decidir o destino do feto. Tal posição o afasta do eleitorado evangélico que apoiou George W. Bush nas suas duas candidaturas à Casa Branca.
POSIÇÕES DE PRÉ-CANDIDATOS DEMOCRATAS QUANTO A QUESTÕES SOCIAISHillary Clinton: Sobre o aborto, considera a escolha das mulheres como um direito fundamental da Constituição. Mas também fala sobre o papel de religião, valores morais e educação na prevenção de gravidez indesejada. No passado, apoiou "legislação sensata para o controle de armas" e é defensora ferrenha de pesquisas com células-tronco.
John Edwards: Manifestou-se radicalmente contra decisão da Suprema Corte em abril de 2007 de manter a proibição do aborto em estágios avançados de gravidez, num procedimento que ficou conhecido como "aborto de nascimento parcial". É favorável ao aumento do financiamento federal de pesquisas com células-tronco embrionárias.
Barack Obama: No debate democrata em abril de 2007, disse que confiava nas mulheres para fazer sua própria escolha em relação ao aborto "juntamente com seus médicos, famílias e sacerdotes". Afirmou acreditar que casamento é entre um homem e uma mulher, mas apóia a união civil de casais gays.
POSIÇÕES DE PRÉ-CANDIDATOS REPUBLICANOS QUANTO A QUESTÕES SOCIAISRudolph Giuliani: Disse que acredita no direito de escolha das mulheres mas, pessoalmente, odeia o aborto. Destacou que, quando prefeito de Nova York, o número de adoções aumentou entre 65 e 70% e o de abortos, diminuiu 16%. Apóia a decisão da Suprema Corte de proibir o aborto em estágios avançados de gravidez. Sobre casamento de gays, disse que apóia o direito legal a parcerias domésticas mas acredita que casamento é entre um homem e uma mulher.
Mike Huckabee: Defensor ferrenho do movimento de direito à vida. Quer que a decisão de 1973 que aprovou o aborto seja revertida e a introdução de uma emenda constitucional para proteger o direito dos embriões à vida.
John McCain: No debate presidencial no Estado da Carolina do Sul, McCain disse que a decisão da Suprema Corte de 1973 que legalizou o aborto deve ser revertida. No passado, havia manifestado postura diferente, dizendo que a proibição forçaria as mulheres a procurar aborto clandestino.
Mitt Romney: Apoiou o direito de aborto quando governador de Massachusetts, mas disse que mudou de idéia. Afirmou que pessoalmente sempre se opôs ao aborto mas mudou de posição sobre o papel do governo no caso depois de estudar avanços médicos como clonagem. Apóia a decisão da Suprema Corte de limitar a prática em estágios avançados de gravidez.
MUDANÇAS CLIMÁTICASO presidente George W. Bush se recusou a adotar o Protocolo de Kyoto para redução dos gases que provocam o efeito estufa, alegando que ratificar o tratado iria trazer prejuízos à economia americana e que era preferível buscar outras alternativas.
Mas, no ano passado, numa reunião na Indonésia que lançou as bases da discussão sobre um acordo que irá substituir Kyoto, os Estados Unidos acabaram cedendo e respaldaram um documento que prevê um esforço global para cortar emissões.
Os Estados Unidos são o maior emissor individual de dióxido de carbono, gás produzido pela queima de combustíveis fósseis e que provoca o efeito estufa.
Em 2007, Bush anunciou sua intenção de incentivar o uso do etanol, menos poluente, como combustível no país. Entretanto, o país ainda é dependente de combustíveis fósseis, como a gasolina, na sua rede de transportes.
É incerto até que ponto os americanos estariam dispostos a mudar seu estilo de vida para se adaptar às restrições impostas por um substituto do Protocolo de Kyoto, que expira em 2012. O futuro presidente provavelmente terá que decidir, como Bush decidiu, até que ponto vale à pena ceder.
PROPOSTAS DE PRÉ-CANDIDATOS DEMOCRATAS PARA O MEIO AMBIENTEHillary Clinton: Concordaria em limitar as emissões de CO2 dos EUA como parte de um acordo pós-Kyoto. Quer padrões mais rigorosos para a geração de energia e a eficiência de veículos, além de mais recursos para a pesquisa de fontes limpas com vistas à independência energética.
John Edwards: Buscaria um tratado sobre mudanças climáticas que incluiria os países em desenvolvimento. Rejeitaria subsídios às empresas de petróleo, estimularia a busca de tecnologia limpa e reduziria as emissões de gases do efeito estufa em 80% até 2050.
Barack Obama: Quer uma redução de 80% da emissão de gases do efeito estufa até 2050. Deseja que os EUA liderem os esforços globais para o combate às mudanças climáticas. Investiria US$ 150 bilhões nos próximos dez anos em energia limpa.
PROPOSTAS DE PRÉ-CANDIDATOS REPUBLICANOS PARA O MEIO AMBIENTERudolph Giuliani: Aceita a teoria de que as atividades humanas contribuiram para o aquecimento global. Quer buscar a independência energética por uma questão de segurança nacional. É favorável a um esforço liderado pelo governo para desenvolver nova tecnologia que preserve o meio ambiente.
Mike Huckabee: Quer conseguir a independência energética até o segundo mandato na Presidência. Defende o uso de todas as fontes de energia, inclusive nuclear, renovável e de biocombustíveis. Afirma que a energia é uma questão de segurança global.
John McCain: Diz que mudanças climáticas são reais e devastadoras. Afirma que os EUA deveriam pensar em se unir a todas as nações do mundo para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, se a China e a Índia participarem dos esforços.
Mitt Romney: Quer que os EUA ajam para se tornarem mais eficientes no uso de energia, atingindo a independência energética. Gostaria de ver um acordo global, mas só quando a China e a Índia aderirem.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/pop/080101_propostas2_pop.shtml