Buckaroo Banzai Ou seja, o corpo anula as capacidades do fantasma.
Queria saber como supõem que teria se dado a evolução dessa "simbiose" de fantasma "imaterial" e corpo biológico material, segundo os que aceitam a evolução biológica defendida pela ciência. Qual seria a vantagem reprodutiva em se ter cérebros que reduzissem as capacidades de um sistema sensorial-cognitivo hiper-avançado, ao mesmo tempo em que gradualmente evoluiram contrapartes materialistas frágeis e inferiores, para as mesmas funções executadas pelo fantasma com perfeição?
Ou será que essa "redução" não existe, o bloqueio das capacidades do fantasma seria na verdade uma necessidade mecânica da conexão dos fantasmas com o mundo material, ou seja, não haveria possibilidade física (ou talvez "afísica") para que fantasmas se conectassem a corpos materiais e ao mesmo tempo usufruissem de todas suas capacidades sensoriais e cognitivas de quando estão desencarnados? (acho que novamente é algo que conflita com a idéia de poltergeists, ectoplasma e "fenômenos físicos")
Talvez, do ponto de vista biológico os organismos tivessem alguma vantagem em de alguma forma criar receptáculos que capturassem os fantasmas; talvez eles confiram a eles capacidades que os sistemas meramente materiais não pudessem ter sozinhos, e que lhes seriam, do ponto de vista materialistas, vantajosas, mesmo que fossem uma redução extrema das capacidades dos fantasmas desencarnados.
Assim, a vida animal seria essencialmente uma forma de "parasitismo" da vida/material aos seres espirituais/imateriais, só que o explorado não é o "hospedeiro" (vida animal), mas o "hóspede". De alguma forma foi vantajosa às máquinas reprodutivas biológicas a evolução/"invenção" de sistemas materiais capazes de conter seres imateriais que de outra forma são praticamente deuses - "viajam" mais rápido que a luz, são teoricamente indestrutíveis, e não possíveis de se conter por qualquer outra coisa além de um cérebro vivo, podem atravessar paredes de chumbo, ou até planetas inteiros.
Por que haveria, então, a necessidade espiritual da vida material? Para a vida o espírito seria útil, mas para o espírito a vida não serve de nada, apenas lhes restringe. As almas acabaram sendo vítimas da evolução dos seres vivos e de repente se viram "presas" nessa situação em que alguns fantasmas valorizam esse período em que são parasitados pela biologia - talvez até uma adaptação dos parasitas biológicos. Alguns fantasmas foram "capturados" nesse ciclo de parasitismo que lhes é nocivo, e se vêem apegados a ele, pelas experiências proporcionadas pelos parasitas. A vida, e a reencarnação é um vício espiritual, glamurizado pelos espíritos viciados, que inventaram a necessidade de reencarnar, e as doutrinas reencarnacionistas seguidas pelos espíritos. Interessante.
Caríssimo - o seu questionamento - é muitíssimo pertinente e interessante.

Em termos espiritualistas da minha freguesia, afianço-lhe o seguinte: A palavra “deus”, é apenas o designativo, com que se nomeia o “homo-sapiens” ideal.
Quando se trata de realismo absoluto, aceito o que terá dito Espinosa: Só existe “deus”, em termos de consciência metafísica e corpo físico. A Natureza é una.
O Espírito absoluto, pode ser “omnisciente” ou não. Só ele é que sabe de si próprio. Mas as características naturais de omnipotência e omnipresença, são um facto. Na medida, em que o que se chama de realidade física, é a sua total objectivação.
Por alguma razão existe algo em vez de nada.
Pode-se comparar o estado espiritual, como o equivalente de espaço, ou vácuo.
Assim como temos os estados físicos, “sólido, líquido, gasoso, o plasma, etc, a luz”… E se fossemos mais além, seria o estado mais absoluto da substância real. O Eu auto-consciente, como algo absolutamente existente.
A matéria, é portanto um estado de espírito. Ou seja: o espírito, é o estado ideal da matéria. Portanto, não há propriamente dualidade. É como uma concertina, que se expande e contrai. Ou como um coração que pulsa em contracção e dilatação.
Ou até como um "big-bang e um big crunch".
Em antepenúltima instância, o espírito como divindade perfeita, é o estado em que a natureza material é consciente, ou “deus”.
Etc.. É mais ou menos assim, que actualmente eu compreendo o realismo fantástico, ou “metafísico”.