Eu não conheço muito dessa coisa de teoria "holonômica" do funcionamento do cérebro, mas é uma daquelas coisas que, justamente por não ser muito acessível, é distorcida por esotéricos para conclusões mais exóticas, com o agravante das pessoas envolvidas na concepção dessas idéias também serem meio tendentes a um certo esoterismo (ironicamente o Bohm tem uma das interpretações da MQ que, apesar de aparentemente falhas, seria uma das mais "pé no chão", no sentido "newtonióide" do termo).
Por exemplo, basicamente a idéia é que o cérebro armazenasse e processasse dados de forma mais distribuída, como alguns tipos de "memória holográfica" que estão desenvolvendo como alternativa às formas convencionais. Não tem nada a ver, como já vi sugerirem, que "o cérebro é um holograma" (pode se encontrar textos do próprio Pribram falando que isso é um engano), ou que o conteúdo cerebral não precisa do cérebro como suporte, e etc.
As idéias de Bohm de um "universo holográfico" também são algo que é meio próximo do solipsismo em termos de verificabilidade... sem falar que geralmente quando os "evangelistas" da idéia falam sobre o assunto, parecem se esquecer que hologramas são projeções de objetos reais, sugerindo coisas do estilo "what the bleep do we know", onde os nossos pensamentos influenciariam a realidade ou que poderíamos ter conhecimento praticamente infinto porque em cada pequena parte do universo haveria informação sobre o todo. Mas isso não faz mais sentido do que tirar uma foto de um canto qualquer do espaço e achar que se tirou uma foto do universo inteiro.
E tudo isso praticamente nem toca de leve no tópico, no que eu posso perceber.