Na verdade, não há conservação total das capacidades nesses casos, como a literatura médica atesta. O caso menciondo do qual o Julio Siqueira apenas debocha como se isso provasse qualquer coisa sobre na verdade haverem espíritos, não era de perda de um hemisfério, apenas da comunicação entre eles. Aí é como se houvessem dois cérebros independentes.
E como eu disse, apesar do deboche, a situação é muito mais problemática para a idéia de espíritos do que de um um "processador duplo" (dois hemisférios cerebrais ligados) para o resultado, e ele não parece dar a explicação espírita para o caso. Vem mais um espíritos quando a conexão entre os hemisférios é perdida? Ou o espírito é dividido, fica metade em cada hemisfério?
Já se supomos que o cérebro é um "processador duplo", o resultado da separação dos dois processadores parece ser bem condizente com o que se esperaria de algo assim. A razão do deboche é simplesmente incompreensível.
Bom vi um caso em que uma criança tinha ataques epiléticos causado exclusivamente por um hemisferio do cerebro. A criança foi cirurgiada, e foi retirado todo um hemisferio dela.
E houve 100% de consevação do que ela era antes. Apenas sumiu a epilepicia.
Como ficamos neste caso?
Como foi exatamente medido que houve 100% de conservação do que ela era antes?
É de qualquer forma, um problema muito mais grave para a hipótese de sinais fantasmagóricos captados pela antena cerebral do que pelo que se "supõe" ocorrer com o cérebro, produzindo ele mesmo a mente.
Não se sabe exatamente (ou eu ao menos não sei) o que é que determina a lateralização das funções (há umas diferenças anatômicas nos hemisférios, que acho que precedem a lateralização das funções), mas ela não é tida como algo absolutamente rígido e imutável, porque os hemisférios são, fora essa difernça menor, praticamente o "espelho" um do outro, ou seja, a mesma coisa. Canhotos e ambidestros algumas vezes (raras) apresentam inversão ou alguma "bagunça" dos padrões de lateralização (apenas quanto a funções como pensamento verbal, matemático, etc, nunca quanto ao lado do corpo controlado). Isso se dá por plasticidade, pelo fato de não ser uma coisa rigidamente determinada, mas que é desenvolvida no decorrer da vida.
Pode imaginar que é meio como um HD, dividido em duas partições (ou dois HDs) , e que geralmente por algum motivo as pessoas tendam a instalar partes do sistema em uma partição ou em um dos dois HDs, mas que de vez em quando isso pode ser invertido ou distribuido de forma diferente.
Ou para algo mais "humano" e até mais relacionado, é meio como pessoas que perderam as mãos ou nasceram sem elas, e ainda assim conseguem aprender a escrever com um dos pés, com caligrafia normal.
(Na extração de um hemisfério, de qualquer forma, há geralmente algumas seqüelas como falta de controle ou visão de um lado do corpo e diferenças de capacidade, de qualquer forma, menores se for feito em crianças, porque elas tem maior plasticidade cerebral, seus cérebros tem maior facilidade natural em aprender coisas novas)
No decorrer da evolução "materialista", há diversas restrições ao que é ou não é preservado nas espécies, além da função meramente. Nesse caso especificamente, cérebros menores talvez pudessem até ser explorados a um potencial comparável ao da variação normal dos tamanhos de cérebros, mas não seria tão "fácil" - mais ou menos como há pessoas com maior tendência a um desenvolvimento muscular natural, que podem até serem alcançadas em força e desenvolvimento muscular por pessoas com a tendência natural de serem mais franzinas, mas essas tem que se esforçar muito mais. Então cérebros maiores tem uma vantagem evolutiva se comparado a cérebros menores, mesmo que o potencial dos cérebros menores possa até alcançar a média dos cérebros normais.Também há problemas diversos para evolução de uma assimetria cerebral tão drástica, como haver só um hemisfério e nada do outro lado - "supondo" que as capacidades mentais sejam produto do cérebro, e não apenas captadas por ele.
Já se supomos que o cérebro é apenas uma antena, e que metade não faz falta, não temos os problemas análogos. Esse comentário volta a ser uma afirmação implícita de que o cérebro é praticamente inútil (apesar do alto consumo de energia), o que deveria logicamente levar a conclusão de que ele não tem razão para existir do tamanho que é em humanos.
Isso vale tanto se supomos que a evolução foi natural, e que essa captação do sinal da alma é natural, e tanto mais se supomos que o corpo humano (ou os seres em geral) é um projeto inteligente. Se a evolução biológica é natural, a "antena" até tem maior possibilidade de ter chegado a um tamanho desnecessário, porque a seleção natural é um "inventor", cego e compulsivo.
Se é proposto que há fenômenos como poltergeist, onde os fantasmas controlariam objetos que não tem cérebro nenhum, é de se perguntar se haveria necessidade de existir
qualquer cérebro ou sistema nervoso.