A arte vai muito além de uma pintura ou escultura. No fim do século 19 a arte sofreu uma evolução.... "brusca". Hoje em dia o que difere arte de uma coisa qualquer é a intenção de fazer arte, e é tudo isso que torna as coisas interessantes. Atualmente se pode fazer arte por meio de pinturas e esculturas, mas também por meio de performances, estalagens, objetos já prontos (readymade), etc. Existem vários meios de se fazer arte e é essa diversidade que torna tudo tão embasbacante.
Eu particularmente achei a idéia do cachorro do cara fantástica, não porque a obra em si foi genial, mas porque a coisa cresceu numa magnitude que acho que nem o próprio artista esperava, e algumas coisas acabaram fazendo sentido. A frase "Você é o que você lê" caiu como uma luva na história toda, e a obra se ampliou muito mais do que a intenção inicial aparente. Sobre o sentido inicial da estalagem do cara, eu só arriscaria comentar se eu tivesse visitado de fato. Sem estar lá nem arrisco comentários, assim como não vou ficar aqui discutindo algo idiota como se o cachorro morreu ou não.
E pra ser artista desse modo "alternativo" é necessário muito mais inteligência e estudo do que se imagina. Concordo que hoje em dia a definição de arte é meio estranha, aliás, absolutamente estranha. Eu mesmo já fui poeta e fazia poesias sem sentido algum (feitas para não ter sentido algum, de fato. O sentido delas era exatamente não ter sentido e as pessoas atribuírem sentido à obra) e as pessoas achavam magníficas as poesias e ficavam atribuindo mil sentidos diferentes, dizendo coisas como "ele quis expressar sua tristeza e mimimimi" quando eu só quis mostrar pra mim mesmo que uma obra uma vez mostrada ao público foge das rédeas do artista e toma o rumo que as pessoas quiserem dar praquilo que elas estão vendo, visto que arte não é matemática, é algo subjetivo, não objetivo e exato. A questão é: será que se eu dissesse pra pessoas que aquilo que elas liam não tinha sentido algum, aliás, havia sido feito pra não ter sentido, eu iria atingir o objetivo da minha obra, as pessoas atribuiriam sentido praquilo? Eu provaria pra mim mesmo o que eu queria?
Acho que o artista e o cachorro estão no mesmo patamar indagatório.