Vitor, ainda quanto ao caso em si:
Modificado, o inicio da proxima linha estava errado
Se ela não tem o conhecimento médico advindo da incorporação (pois não foi incorporada) e ela não é médica, quer dizer que o diagnóstico dado por ela aos espíritos desencarnados, reputado pelos analisadores como preciso, na verdade foi o diagnóstico de um amador, possivelmente que já teve interesse algum dia em medicina.
Os diagnósticos não são de forma alguma amadores. Eis outro exemplo de acerto extraordinário, em que a médium não teve absolutamente nenhuma informação, confirmado apenas posteriormente pelos médicos (numa fase em que o controle NÃO era mais Phinuit):
UM CASO DE APARENTE COMUNICAÇÃO DE UMA PESSOA VIVA ATRAVÉS DE UM MÉDIUM, MAS SOFRENDO DE DEMÊNCIA SENIL.
Recebemos do Dr. F. C. S. Schiller o seguinte relatório de um caso que foi trazido a seu conhecimento. Os nomes de todos os envolvidos são conhecidos à Sociedade. Foi sugerido a nós por um de nossos membros que seria um plano conveniente imprimir pseudônimos em itálico, de modo que o fato de serem pseudônimos fosse imediatamente aparente ao leitor. Este plano foi adotado abaixo. O RELATÓRIO DO DR. SCHILLER.
Os materiais deste caso foram bondosamente postos nas minhas mãos por uma velha amiga que sempre teve um interesse em Pesquisa Psíquica, e cuja boa fé eu posso absolutamente bem garantir. Como, por razões óbvias ao leitor, os nomes não podem ser publicados, me referirei a ela como Sra. G. Tarrant. Além da Sra. Tarrant, as pessoas envolvidas são a Sra. Piper, com quem a Sra. Tarrant teve muitas sessões muito bem sucedidas anos atrás, e com quem ela ainda corresponde; Sra. F. B. Robertson, uma meio-irmã mais velha da Sra. Tarrant; seu pai, Sr. A. Young, que morreu em 1899; e seu parente próximo, Sr. B. Westerham, que ainda está vivo. A conduta do Sr. Westerham o tinha seriamente alienado de sua família, e a Sra. Robertson especialmente ficara tão ressentida que ela nunca tinha se sentido capaz de perdoá-lo. Em 1919 o marido da Sra. Robertson morreu, e como sua filha era casada, ela viveu só por um tempo. Em anos passados (dezesseis a dezessetes anos atrás) os Robertsons tiveram sessões com a Sra. Piper, e obtiveram mensagens que os deixaram convencidos de terem vindo de seu filho morto.
Doravante não surpreendia que a Sra. Robertson realizasse as experiências com uma tábua ouija e a escrita automática. Ela obteve mensagens que considerou serem verídicas, e vindas de seu padrasto, Sr. A. Young, a quem ela tinha sido dedicada. Advertiram-na contra continuar suas experiências, especialmente quando sozinha. Além do mais, seus efeitos físicos pareciam ser desastrosos. Ela "quase entrou em transe" e teve "um esgotamento nervoso muito ruim". Seu médico lhe disse que ela "deveria abandonar isto tudo". Assim ela fez, e foi viver com sua filha. Em 1920 ela veio visitar sua irmã, Sra. Tarrant, e se queixou a ela de ouvir "vozes todo o tempo" que diziam coisas desagradáveis e a deixavam preocupada. Isto levou a Sra. Tarrant a temer que ela estivesse se tornando demente. Suas cartas subseqüentes, no entanto, não confirmam este temor. Então por um tempo a Sra. Tarrant não recebeu nenhuma notícia. Mas no dia 30 de outubro de 1921, a filha da Sra. Robertson escreveu a sua tia, Sra. Tarrant, que sua mãe "ficara inteiramente demente" há mais de quatro semanas e teve que ser posta num sanatório. Sua condição normal assemelhava-se a um transe profundo, e o prognóstico médico não deu nenhuma esperança de recuperação, já que a condição foi atribuída à deterioração senil do cérebro. Na luz deste diagnóstico torna-se claro que o colapso em 1920 foi já devido à doença, e não às experiências com escrita automática.
Enquanto isso, a Sra. Tarrant, que teve um arranjo com a Sra. Piper por meio do qual todas as mensagens ou escritas automáticas que parecessem se referir a ela ou a sua família fossem enviadas a ela antes que os registros da Sra. Piper fossem enviados ao Senhor Oliver Lodge, recebera algumas mensagens curiosas que confundiram completamente a Sra. Piper. Deve ser notado que a data da primeira mensagem concorda proximamente com a dada pela filha da Sra. Robertson como a data da doença de sua mãe.
MENSAGENS RECEBIDAS PELA SRA. PIPER
(1) + + R.[1] Uma senhora comunica que ela enviou à G. [Sra. Tarrant] uma mensagem por meio de alguém a quem ela amou, mas que se opôs às próprias atividades dela por este caminho.[2]
Eu perdôo B. [W.][3] Eu vejo suas fraquezas agora. Eu não U.D. [entendia, 'understand' em inglês] tão bem antes. Não deixe isto te incomodar mais. Estou feliz, imensamente feliz, mas devo falar cegamente aqui para os presentes. Você irá U.D.
Tudo está bem, não mudaria nem teria isto de outro modo, para você entender. Assino isto desta forma [R] B.F.
Com amor, mais depois F. 27 de Setembro. [1921].[4]
(2) F.B. [R]. Diga a G. que estou bem e feliz. Ela recebeu minha mensagem? Tenho tanto a dizer. Fale comigo, G. Cheguei até você muitas vezes, às vezes conscientemente a você mesmo, e às vezes inconscientemente. Entendo bem melhor agora.
(Sra. Piper. Você irá dar seu nome completo?) Eu prefiro não. G. entenderá por quê.
(3) Para G. [T.] de A. [Y.] e Rector.[5]
Estamos tendo um olhar cuidadoso nela. Ela está feliz, não duvide disto, e quando ela vier, a encontraremos e lhe mostraremos o caminho. Ela pensa que está aqui agora. Não tema, está tudo bem. J.[6] assim diz, e ele sabe.
Beijos de seu pai e mãe [A.] e C. [Y.]. Não tinha nada a ver conosco ou com isto. Que pessoas em seu mundo não desejem nos perturbar. Entendemos bem as condições...[7] Feliz, sim, eu sou, e serei libertada de meu corpo moribundo e continuarei por conta própria. Então posso perdoar e esquecer. Dê lembranças, lembranças a todo o mundo.
(4)[8] Diga a G. [T.] que o Sr. [Y.] diz que tem havido alguma confusão em receber tudo claramente. A condição da senhora muito próxima e cara a ele que sofre grandemente, é senil e os delírios devidos a uma condição cancerosa do sangue, da qual o cavalheiro diz que ele próprio morreu. Em seus delírios ela diz, "Eu perdôo, perdôo e tento ser feliz"; embora ela ainda esteja no corpo, seu padrasto por aqui recebe seus pensamentos reais, e quando vier a nós ela entenderá e tudo ficará claro.
Sua condição é o resultado de uma condição sangüínea e idade, talvez não possa ser atribuída a qualquer outra causa. Nós a aliviaremos e a traremos aqui logo. Tanto pai como mãe enviam beijos. Vigilância carinhosa e cuidado em tempo integral. Diga a G. para ser feliz e receber da vida tudo de bom que puder. Todos os pequeninos serão cuidados se você tiver fé. Quando os vemos em perigo, nós mesmos podemos interferir e prevenir todos os tipos de calamidades. Tenha fé e ache paz em oração.
Para completar a declaração do caso, o certificado, datado de 19 de setembro de 1922, do médico hospitalar assistindo a Sra. Robertson deve ser dado. Escrevendo para a filha dela, ele diz:
"Nosso diagnóstico no caso da Sra. Robertson é demência senil devido a arteriosclerose. Em nossa opinião isto é devido totalmente a sua idade, e o fato dela ter tendência ao câncer exerce uma parte muito sem importância em sua condição. Seu apetite é bom. Dorme claramente bem. Tem poucos transes. Gasta algum tempo todo dia ao ar livre. Parece contente".
É evidente que em face disto este caso apresenta várias características muito notáveis. Não somente
os detalhes muito exatos da condição física da Sra. Robertson exibidos em mensagens da Sra. Piper envolvem conhecimento paranormal de uma ordem alta, se (como a Sra. Tarrant acredita)
não havia ninguém que a pudesse ter informado, como a filha da Sra. Robertson e seu genro não estavam cientes de sua natureza e não estavam em comunicação com a Sra. Piper sobre sua doença; existe uma
coincidência muito exata entre a data das primeiras mensagens de Piper e o lapso do Sra. Robertson de "sanidade", mas o caso tem implicações teóricas de uma espécie muito importante. Pareceria que nossa personalidade ciente, i.e. o que tradicionalmente é chamado nossa "alma," não é tão estritamente amarrada em suas manifestações a seu "corpo", nem tão completa e adequadamente representada por seu comportamento, como é natural, e doravante cientificamente "ortodoxo", supor. A máquina corpórea pode tornar-se desordenada de maneiras que irresistivelmente sugerem que a "alma" está destruída ou demente: mas elas não provam isto, e todo o tempo ela pode estar levando uma vida própria em outra "esfera," ou em outro "plano", embora ela não possa expressar esta vida por um corpo que não é mais sua posse em qualquer sentido eficiente. Agora isto é precisamente o que, como alguns filósofos, notavelmente William James, há muito sugeriram, devia ser o esperado. Pois os fatos sobre a correlação de processos corpóreos e mentais eram sempre ambíguos, e havia sempre uma alternativa a sua interpretação materialista. Era sempre uma possibilidade que o funcionamento corpóreo não produzia as atividades mentais mas só condicionava suas manifestações, formando o veículo ou máquina pela qual eles eram transmitidos. Como uma possibilidade lógica esta sugestão tinha grandes méritos—não podia, p.ex.., concebivelmente ser liquidada por quaisquer dos fatos a que materialismo era costume apelar; mas tinha que permanecer meramente uma possibilidade teórica na falta de evidência positiva em favor de sua interpretação. Agora parecemos ter recebido a evidência necessária. Pois neste caso parecemos não só perceber por um instante a correção real da teoria de "transmissão" da mente, mas também dos agentes espirituais reais que estão operando atrás e pelo véu de mecanismos materiais. Em todo o caso, parece a mim que por divulgar este caso muito interessante a Sra. Tarrant tem (não pela primeira vez) posto os pesquisadores psíquicos sob uma obrigação profunda.[/i]
F. C. S. SCHILLER.
Publicado no Journal of the Society for Psychical Research, nº 21, maio de 1923, págs. 87-92
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[1] Estes símbolos representam os "controles do transe" da Sra. Piper, Imperator e Rector.
[2] Uma referência ao Sr. A. Young, que tinha proibido sua enteada de praticar escrita automática.
[3] A Sra. Robertson sempre tinha recusado a fazê-lo quando a Sra. Tarrant lhe pedia.
[4] As outras mensagens eram sem data.
[5] Recebido pela Sra. Tarrant em 5 de março, 1921.
[6] Presumivelmente o marido falecido da Sra. Robertson.
[7] Uma porção da mensagem, muito pessoal, e não relevante ao caso, é aqui omitida.
[8] Subseqüentemente recebido e enviado a mim numa carta datada de 14 de março, 1921.Em outro caso, desta vez COM Phinuit:
Em 1888, a srta. Pitman, membro do ramo americano da Sociedade para Pesquisas Psíquicas, teve duas reuniões com a sra. Piper. Numa delas, Phinuit contou-lhe que ela ficaria muito doente e que ela iria a Paris, deu ênfase à enfermidade, dizendo-lhe que seria uma grande fraqueza de estômago e da cabeça. A srta. Pitman insistiu em detalhes, mas Phinuit dava respostas evasivas. Inclusive, pediu a intermediação do dr. Hodgson. Pouco tempo depois a srta. Pitman tornou-se muito enferma e foi atendida pelo dr. Hubert, que diagnosticou uma inflamação do estômago. A srta. Pitman chegou a pensar que Phinuit havia cometido uma injustiça ou se enganado. Depois de algum tempo ela foi a Paris, acabou ficando doente outra vez e foi atendida pelo dr. Charcot de um sério problema mental e num espaço curto de tempo acabou falecendo. Outro ponto: Mrs Pipper citou uma série de dados sobre o Dr Phinuit. Claro que não iriam encontra-lo (mesmo depois de muitas tentativas), pois se tratava de uma invenção de Pipper.
É "Piper", não "Pipper". Na verdade a invenção seria de Cocke, que tinha como guia um médico francês chamado "Finny". Piper o teria plagiado inconscientemente. Porém a possibilidade de Phinuit ser de fato um espírito não pode ser descartada. Ele poderia ser um espírito desequilibrado, alguém que esqueceu a própria identidade, inventando uma fictícia para si.
Todavia os dados foram citados, morreu de lepra, locais, pessoas, etc..
Vejo isso como sendo uma estratégia de diversionismo de Pipper, uma estratégia que por exemplo John Edwards não utiliza. Ele afirma que ele vê e se expõe aos outros. Por exemplo, JE não pode se desculpar dos críticos dizendo que o espírito estava com problemas, etc..[ ]s
O que você chama de "estratégia de diversionismo"? Algo consciente? Inconsciente?
O que você chama de "se expor aos outros"? Vc acha que Piper não se expunha aos outros?
O que você chama de "se desculpar dos críticos"? Você acha que Piper precisava se desculpar pelo quê?