Autor Tópico: Shopping de Curitiba barra jovens da periferia  (Lida 17468 vezes)

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Offline Unknown

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Re: Shopping de Curitiba barra jovens da periferia
« Resposta #50 Online: 06 de Junho de 2008, 16:25:08 »
o iguatemi e demais, em são paulo, suspeito que devam fazer a mesma coisa, porque nunca em nenhum deles vi um mano do capão redondo, nem mesmo passeando. ainda bem, diga-se.
Há mais de vinte anos o Iguatemi tem uma regra quanto a "pessoas suspeitas": ele é seguido do momento que entra até a hora em que sai. Mas o segurança nunca fica encostado na pessoa, mantém uma boa distância de modo que a pessoa não perceba. A idéia é evitar que a pessoa fique constrangida, caso não seja criminosa, mas também permitir uma ação rápida caso realmente venha a ser criminosa. Isso me foi dito há muitos anos por uma amiga do chefe de segurança de lá. Eu particularmente prefiro esse tipo de atitude (investir em segurança) do que simplesmente barrar qualquer um.

Quanto a "mano do capão redondo", eu moro relativamente perto do Capão Redondo e já fui lá algumas vezes sem problema algum. Mas faz muito tempo que não vou, até porque há outros mais próximos. Eu tinha um conhecido, que era metido a "mano" e morava em Taboão da Serra, que foi uma vez lá para conhecer. Segundo ele, não houve problema algum para entrar ou permanecer lá, e ninguém olhou feio ou coisa assim, mas ele não gostou de lá porque a diferença social entre ele e os outros freqüentadores era tão abissal que ele se sentiu deslocado naquele ambiente.

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Offline Unknown

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Re: Shopping de Curitiba barra jovens da periferia
« Resposta #51 Online: 06 de Junho de 2008, 16:40:20 »
Mas é fato que as pessoas vão pensar que você é um moleque arruaceiro se você se veste, fala e age como a média dos moleques arruaceiros.

Se eu "agir" como um arruaceiro, obviamente que eu sou um, até porque não consigo imaginar alguém "agindo como arruaceiro" sem fazer arruaça.

Citar
Nada mais sensato por parte da gerência do shopping do que dar atenção especial a quem se parece com eles.

Ok, vamos supor que todos os arruaceiros se vestem de maneira semelhante. Nesse caso admito que seria sensato dar mais atenção aos que se vestem desse jeito. A questão é: de que jeito isso será feito? Eu proponho colocar umas câmeras nos corredores e deixar alguns seguranças andando livremente pelo shopping.

Citar
Pensemos assim: você está na parada de ônibus de noite, rua deserta. 1) você vê se aproximando da parada um grupo de "manos". 2) você vê se aproximando da parada um grupo de executivos vestindo terno. Em qual das duas situações você pensaria em tomar mais cuidado?

A experiência já me mostrou que não faz diferença.

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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Shopping de Curitiba barra jovens da periferia
« Resposta #52 Online: 06 de Junho de 2008, 17:00:57 »
Acho errado. O certo é a segurança não agir por "pacote". Até porque se a vestimenta é um "proxy" fiel de potencial ameaça, isso funciona a favor deles. Se proibem, basta os marginais ou os proibidos usarem outras roupas, como todo mundo e aí só ficaria mais difícil saber quem é quem.

Está longe de ser algo comum, mas de qualqeur forma:

Imagens mostram furtos praticados por idosas em Fortaleza
Polícia investiga senhoras suspeitas de praticar furtos em grupo.
Segundo as investigações, elas já fizeram vítimas em igrejas e shoppings.


A gangue das vovós...


Offline Orbe

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Re: Shopping de Curitiba barra jovens da periferia
« Resposta #53 Online: 06 de Junho de 2008, 17:02:32 »
E ainda querem discutir/defender moral e ética... :histeria:
Se você se importasse não estaria discutindo e sim agindo...

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Shopping de Curitiba barra jovens da periferia
« Resposta #54 Online: 06 de Junho de 2008, 17:05:48 »
Se não quer ser confundido com marginal, não se vista como um marginal...

O que vale como dica para o marginal também: não quer ser reconhecido como marginal, não se vista como marginal...

Aí depois vamos ter que usar crachás, de não-marginal ou de marginal.

Offline Barata Tenno

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Re: Shopping de Curitiba barra jovens da periferia
« Resposta #55 Online: 06 de Junho de 2008, 17:09:23 »
Se não quer ser confundido com marginal, não se vista como um marginal...

O que vale como dica para o marginal também: não quer ser reconhecido como marginal, não se vista como marginal...

Aí depois vamos ter que usar crachás, de não-marginal ou de marginal.

O mais impressionante é que eles são tão burros que só uma minoria faz isso......
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Nightstalker

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Re: Shopping de Curitiba barra jovens da periferia
« Resposta #56 Online: 06 de Junho de 2008, 18:41:23 »
São os "revolucionários dialéticos da periferia"...

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"Sunrise in Sodoma, people wake with the fear in their eyes.
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Offline Donatello

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Re: Shopping de Curitiba barra jovens da periferia
« Resposta #57 Online: 07 de Junho de 2008, 10:13:02 »
 
Para vocês, que defendem a medida, parece moral, producente ou legal (qualquer um dos três, pelo menos) que se impeça negros de entrarem em lojas de conveniência ou bancos? Porque me parece muito óbvio que entre os assaltantes de tais estabelecimentos a maioria seja negra. Ou não?

E parece lógico, ético ou dentro da lei impedir que jovens de classe média, sobretudo aqueles vestidos com uniformes de times como São Paulo e Fluminense freqüentem shoppings, festas noturnas e faculdades particulares? Porque me parece muito explícito que é neste grupo que está a quase totalidade dos traficantes de ecstasy que, aliás, escolhem exatamente estes lugares para vender porque é onde encontram freguesia cativa. Ou me enganei?

Ou, será que não seria uma boa idéia impedir que brancos das classes A e B que vistam terno ascendessem a cargos públicos (eletivos ou não) visto que estes são indiscutivelmente os que causam os maiores rombos aos cofres públicos nos incontáveis casos de corrupção noticiados todos os dias. Não?

Ah! provavelmente não. Provavelmente nenhuma destas proposatas absurdas, estapafúrdias faz sentido. Refresco só se for no cú dos outros que no meu é pimenta e deve arder pra burro. :hmph:

Quanto ao shopping ser locar privado, eu tenho quase certeza de que a alegação não procede. Se não muito me engano há alguma norma jurídica que defina que é proibido impedir a alguém o acesso a lojas (quaisquer que sejam) utilizando-se de critérios não previstos em outra lei. Neste sentido shopiing é, sim, local público. Mas não encontro a porra da lei na internet e como disse: tenho só quase certeza, o que equivale a certeza nenhuma.

De qualquer modo, se tal argumento (o de que o local é privado e quem define quem pode ou não entrar é o dono) valesse para barrar jovens com cara de pobre, deveria valer também para que se barrasse a entrada de chineses em algum supermencado cujo proprietário fosse cinófobo. Bom quanto a isto existe
lei e ela diz que nem se a hipotética loja tivesse sido assaltada 27 vezes num espaço de dois anos por 27 quadrilhas diferentes de chineses seria permitido  impedir ou dificultar o acesso e a compra de chineses em tal estabelecimento.

Como, pelo pouco que entendo de Direito, na falta de uma lei específica, os tribunais costumam usar uma correlata eu acho que esta vale. Não consigo ver relação maior do que a existente entre impedir chineses de comprarem em um supermercado porque os últimos 4000 assaltos a tal supermercado foram realizados por chineses e impedir jovens vestidos à moda pobretona de entrar em um shopping porque outros jovens que usavam o mesmo estilo tocaram o terror no tal estabelecimento mês passado.
« Última modificação: 07 de Junho de 2008, 11:12:27 por Donatello van Dijck »

Offline SnowRaptor

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Re: Shopping de Curitiba barra jovens da periferia
« Resposta #58 Online: 07 de Junho de 2008, 12:15:45 »
Exsitem duas coisas aí:

O proprietário de um edifício tem o direito de escolher quem entra ou não lá, mas o código de defesa do consumidor veda as empresas de se recusar a prestar serviço, vender produto a quem esteja disposto a pagar por ele. O Shopping não vende nada nem presta serviço (pago) nenhum, a não ser o estacionamento. Então esse argumento cai por terra.

Pergunta: eles barrariam os mesmos moleques se eles entrassem de carro pelo estacionamento? Isso eles são explicitamente proibidos de fazer.

Resumo: o dono do shopping age dentro de seu direito, mas se os jovens barrados realmente forem de boa índole, eles saberão conversar com os seguranças (pedindo para falar com a supervisão, por exemplo) e ter "uma chance" de mostrar que não vào fazer o que as roupas deles parecem mostrar que farão.

Chamar o segurança (que nada mais é que um peão) de filho da puta não vai ajudar. Entrar com bebida, menos -- aliás, taí uma boa: proibido o consumo de bebidas alcoólicas no interior do shopping. Aí eles teriam uma desculpa melhor fundamentada e menos polêmica.
Elton Carvalho

Antes de me apresentar sua teoria científica revolucionária, clique AQUI

“Na fase inicial do processo [...] o cientista trabalha através da
imaginação, assim como o artista. Somente depois, quando testes
críticos e experimentação entram em jogo, é que a ciência diverge da
arte.”

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Offline Herf

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Re: Shopping de Curitiba barra jovens da periferia
« Resposta #59 Online: 07 de Junho de 2008, 12:16:28 »
Porque me parece muito óbvio que entre os assaltantes de tais estabelecimentos a maioria seja negra. Ou não?
Para mim isso está longe de ser óbvio.

Se eu fosse assaltado 27 vezes por chineses no espaço de dois anos, bem, seria lógico eu olhar torto para todo chinês que entrasse em minha loja. Mas isso por si só não seria suficiente para barrar a entrada de chineses. Deveria, para isso, ser constatado que todos (ou a maioria) dos chineses que entraram em minha loja o fizeram com a intenção de assaltá-la.

E a direção do shopping barra esses grupos de jovens por eles sempre causarem constrangimento, fazerem arruaça, etc. E, conforme diz a notícia, isso não foi registrado apenas naquele shopping.
« Última modificação: 07 de Junho de 2008, 12:18:45 por Herf »

Offline FxF

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Re: Shopping de Curitiba barra jovens da periferia
« Resposta #60 Online: 07 de Junho de 2008, 12:31:51 »
Para vocês, que defendem a medida, parece moral, producente ou legal (qualquer um dos três, pelo menos) que se impeça negros de entrarem em lojas de conveniência ou bancos? Porque me parece muito óbvio que entre os assaltantes de tais estabelecimentos a maioria seja negra. Ou não?

E parece lógico, ético ou dentro da lei impedir que jovens de classe média, sobretudo aqueles vestidos com uniformes de times como São Paulo e Fluminense freqüentem shoppings, festas noturnas e faculdades particulares? Porque me parece muito explícito que é neste grupo que está a quase totalidade dos traficantes de ecstasy que, aliás, escolhem exatamente estes lugares para vender porque é onde encontram freguesia cativa. Ou me enganei?

Ou, será que não seria uma boa idéia impedir que brancos das classes A e B que vistam terno ascendessem a cargos públicos (eletivos ou não) visto que estes são indiscutivelmente os que causam os maiores rombos aos cofres públicos nos incontáveis casos de corrupção noticiados todos os dias. Não?

Ah! provavelmente não. Provavelmente nenhuma destas proposatas absurdas, estapafúrdias faz sentido. Refresco só se for no cú dos outros que no meu é pimenta e deve arder pra burro. :hmph:

Quanto ao shopping ser locar privado, eu tenho quase certeza de que a alegação não procede. Se não muito me engano há alguma norma jurídica que defina que é proibido impedir a alguém o acesso a lojas (quaisquer que sejam) utilizando-se de critérios não previstos em outra lei. Neste sentido shopiing é, sim, local público. Mas não encontro a porra da lei na internet e como disse: tenho só quase certeza, o que equivale a certeza nenhuma.

De qualquer modo, se tal argumento (o de que o local é privado e quem define quem pode ou não entrar é o dono) valesse para barrar jovens com cara de pobre, deveria valer também para que se barrasse a entrada de chineses em algum supermencado cujo proprietário fosse cinófobo. Bom quanto a isto existe
lei e ela diz que nem se a hipotética loja tivesse sido assaltada 27 vezes num espaço de dois anos por 27 quadrilhas diferentes de chineses seria permitido  impedir ou dificultar o acesso e a compra de chineses em tal estabelecimento.

Como, pelo pouco que entendo de Direito, na falta de uma lei específica, os tribunais costumam usar uma correlata eu acho que esta vale. Não consigo ver relação maior do que a existente entre impedir chineses de comprarem em um supermercado porque os últimos 4000 assaltos a tal supermercado foram realizados por chineses e impedir jovens vestidos à moda pobretona de entrar em um shopping porque outros jovens que usavam o mesmo estilo tocaram o terror no tal estabelecimento mês passado.
E qual o problema? Se o Shopping barra negros ou quem tem cara de pobre, que barre. Se estes não são bandidos, e são consumidores como qualquer outro, o Shopping que sai perdendo, então é azar do Shopping.

Offline Donatello

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Re: Shopping de Curitiba barra jovens da periferia
« Resposta #61 Online: 07 de Junho de 2008, 12:49:03 »
Citação de: SnowRaptor
O proprietário de um edifício tem o direito de escolher quem entra ou não lá, mas o código de defesa do consumidor veda as empresas de se recusar a prestar serviço, vender produto a quem esteja disposto a pagar por ele. O Shopping não vende nada nem presta serviço (pago) nenhum, a não ser o estacionamento. Então esse argumento cai por terra.

Pergunta: eles barrariam os mesmos moleques se eles entrassem de carro pelo estacionamento? Isso eles são explicitamente proibidos de fazer.
É, esta lei eu tinha achado e preferi não postar exatamente por achar que daria no seu contra-argumento. Embora uma coisa implique necessariamente na outra, não? Impedir o acesso não impede (obrigatoriamente) a compra? Em uma das matérias que li sobre a babaquice um dos moleques declarava ter ido ao shopping com R$150,00 para comprar roupas. Mas foi barrado na porta.

Aliás, muito embora muita gente (não só pobres) tenha costume de ir a shopping "só pra bater perna" (nunca entendi a graça deste ritual, mas isto não vem ao caso)  a sua função tácita (shopping) é vender serviços e produtos, sim. Então não tenho dúvidas de que o tal artigo do CDC se aplica.  

De qualquer modo, a Lei Caó (que eu tenho certeza que pode ser alegada neste caso, muito embora não nomine discriminação por trajes) fala explicitamente sobre proibir o acesso ao estabelecimento.

Citação de: Herf
Para mim isso está longe de ser óbvio.
Bom, então deve ser de sacanagem que os jornais "populares" publicam aquelas fotos de vários negros enfileirados com a cabeça baixa atrás de uma mesa de delegacia, todos os dias.
Disclaimer desnecessário (ou não): isto não deve ser levado como uma declaração racista, até porque eu sou negro e se fosse para ser racista eu deveria ser contra os brancos, os índios, os nordestinos, ou contra qualquer outra raça que não a minha. Acontece que há crimes que são mais acessíveis aos pobres ( que, por um acaso, por aqui são pretos): um deles é o assalto a mão armada. Outros tantos crimes, como já falei no post atrás, são mais fáceis aos ricos (que em geral são brancos, neste país): sonegação de impostos, uso indevido do cartão corporativo da União, superfaturamento de contratos em licitação...


Citação de: Herf
Se eu fosse assaltado 27 vezes por chineses no espaço de dois anos, bem, seria lógico eu olhar torto para todo chinês que entrasse em minha loja. Mas isso por si só não seria suficiente para barrar a entrada de chineses, deveria-se, para isso, ser constatado que todos (ou a maioria) dos chineses que entraram em minha loja o fizeram com a intenção de assaltá-la.

E a direção do shopping barra esses grupos de jovens por eles sempre causarem constrangimento, fazerem arruaça, etc. E, conforme diz a notícia, isso não foi registrado apenas naquele shopping.
Então ficou confirmado que a totalidade (ou a maioria) dos jovens que usam jaquetas largas, bermudas abaixo do joelho e uniformes do time popular (que eu não sei qual é, mas acredito que o Paraná também tenha times de rico e times de pobre, como Rio e Sampa) de Curitiba só vão ao shopping para fazer arruaças? Ah, então tá bom... então retire tudo o que eu disse. É que eu pensei que fosse só uma generalização a partir de alguns casos isolados de jovens pobres fazendo arruaça. (Que talvez sejam mais freqüentes do que casos parecidos com jovens ricos e bem trajados, mas que ainda são casos isolados.)


« Última modificação: 07 de Junho de 2008, 13:01:59 por Donatello van Dijck »

Offline SnowRaptor

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Re: Shopping de Curitiba barra jovens da periferia
« Resposta #62 Online: 07 de Junho de 2008, 13:06:51 »
É, esta lei eu tinha achado e preferi não postar exatamente por achar que daria no seu contra-argumento. Embora uma coisa implique necessariamente na outra, não? Impedir o acesso não impede (obrigatoriamente) a compra? Em uma das matérias que li sobre a babaquice um dos moleques declarava ter ido ao shopping com R$150,00 para comprar roupas. Mas foi barrado na porta.

Aí entram os meandros legais e toda a retórica e µµµ que me fez nunca querer fazer direito: não foi a loja que impediu o acesso, foi o shopping. São empresas diferentes. Então não sei no que daria um eventual processo. Deve-se, entretanto, lembrar que no CDC a balança pende pro lado do consumidor, entào tem dois efeitos aí e eu não sei mesmo como eles se relacionam.
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Offline Herf

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Re: Shopping de Curitiba barra jovens da periferia
« Resposta #63 Online: 07 de Junho de 2008, 14:03:52 »
Bom, então deve ser de sacanagem que os jornais "populares" publicam aquelas fotos de vários negros enfileirados com a cabeça baixa atrás de uma mesa de delegacia, todos os dias.
Se não é sacanagem mesmo, a realidade dos nossos estados é diferente.

Citar
Então ficou confirmado que a totalidade (ou a maioria) dos jovens que usam jaquetas largas, bermudas abaixo do joelho e uniformes do time popular (que eu não sei qual é, mas acredito que o Paraná também tenha times de rico e times de pobre, como Rio e Sampa) de Curitiba só vão ao shopping para fazer arruaças? Ah, então tá bom... então retire tudo o que eu disse. É que eu pensei que fosse só uma generalização a partir de alguns casos isolados de jovens pobres fazendo arruaça. (Que talvez sejam mais freqüentes do que casos parecidos com jovens ricos e bem trajados, mas que ainda são casos isolados.)
Olha, eu não acho que a gerência do shopping iria tomar uma medida tão uma polêmica como essa se não tivessem motivo real para tanto. Mas se foi uma generalização a partir de alguns casos isolados então o azar é deles.

Offline Fernando Silva

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Re: Shopping de Curitiba barra jovens da periferia
« Resposta #64 Online: 07 de Junho de 2008, 14:06:24 »
Quanto a "mano do capão redondo", eu moro relativamente perto do Capão Redondo e já fui lá algumas vezes sem problema algum. Mas faz muito tempo que não vou, até porque há outros mais próximos. Eu tinha um conhecido, que era metido a "mano" e morava em Taboão da Serra, que foi uma vez lá para conhecer. Segundo ele, não houve problema algum para entrar ou permanecer lá, e ninguém olhou feio ou coisa assim, mas ele não gostou de lá porque a diferença social entre ele e os outros freqüentadores era tão abissal que ele se sentiu deslocado naquele ambiente.
As pessoas podem ser pacíficas em seu ambiente e virar bicho fora dele quando em grupo. Isto é típico de torcidas organizadas, excursões de estudantes etc.
É como se elas se sentissem autorizadas a barbarizar fora da vista de sua comunidade.

Offline SnowRaptor

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Re: Shopping de Curitiba barra jovens da periferia
« Resposta #65 Online: 07 de Junho de 2008, 14:13:35 »
Há mais de vinte anos o Iguatemi tem uma regra quanto a "pessoas suspeitas": ele é seguido do momento que entra até a hora em que sai. Mas o segurança nunca fica encostado na pessoa, mantém uma boa distância de modo que a pessoa não perceba. A idéia é evitar que a pessoa fique constrangida, caso não seja criminosa, mas também permitir uma ação rápida caso realmente venha a ser criminosa. Isso me foi dito há muitos anos por uma amiga do chefe de segurança de lá. Eu particularmente prefiro esse tipo de atitude (investir em segurança) do que simplesmente barrar qualquer um.

A maioria dos shoppings em São Paulo é assim. Eu não vejo problema algum com essa abordagem.
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Offline Fernando Silva

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Re: Shopping de Curitiba barra jovens da periferia
« Resposta #66 Online: 07 de Junho de 2008, 14:15:15 »
Vou fazer uma pergunta diferente:
Você gostaria de comer na praça de alimentação de um shopping com crianças esfarrapadas e fedorentas olhando para sua comida e fazendo cara de coitadinhas?
Você gostaria de ter que se desviar de mendigos sentados nos corredores?
Você acha certo barrar essa gente?

Offline SnowRaptor

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Re: Shopping de Curitiba barra jovens da periferia
« Resposta #67 Online: 07 de Junho de 2008, 14:23:39 »
Então, Fernando, essas situações constrangedoras podem ser evitadas sem barrar a pessoa na entrada. Se uma criança esfarrapada e fedorenta quiser entrar no shopping para comprar um chinelo, por exemplo, não tem nada de errado. Como não tem nada de errado um segurança ficar de olho nela, de longe e tem muito de errado se o lojista se recusar a vender mesmo depois de ver que a criança esfarrapada e fedorenta tem dinheiro pra pagar pelo chinelo. A partir do momento que a criança esfarrapada e fedorenta ficar na praça de alimentação interagindo com outros usuários, ela pode perfeitamente ser convidada a se retirar.

Normalmente os shoppings proíbem qualquer pessoa de sentar no chão. Experimente.

Quanto a barrar as pessoas na entrada, o gerente/dono do shopping está em seu pleno direito (levando em conta a discussão sobre o CDC, acima). Mas há alternativas menos "confrontacionais" e polêmicas como a que o Unknown mencionou e eu sublinhei.

Se eu fosse barrado na entrada de um shopping*, eu pediria para falar com um supervisor e deixaria clara minha intenção de consumir lá dentro.

* é claro que levo em conta o fato de eu não entrar num shopping pra badernar/mendigar.
Elton Carvalho

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Offline Donatello

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Re: Shopping de Curitiba barra jovens da periferia
« Resposta #68 Online: 07 de Junho de 2008, 14:31:01 »
Citação de: Herf
Se não é sacanagem mesmo, a realidade dos nossos estados é diferente.

É, pensei que pudesse ser isso. Eu sou do Rio e por aqui a predominância de negros entre os pobres e (por conseguinte entre os assaltantes a mão armada) deve ser maior mesmo.

Citação de: Herf
Olha, eu não acho que a gerência do shopping iria tomar uma medida tão uma polêmica como essa se não tivessem motivo real para tanto. Mas se foi uma generalização a partir de alguns casos isolados então o azar é deles.
Eu até entendo que quem nunca passou por uma situação destas (eu já passei por algumas parecidas) exclame: ué, compra em outro lugar! Problema de quem não quer vender!!!!

Talvez seja muito difícil (eu não estou ironizando) mensurar o tipo de humilhação que é ser barrado numa portaria ou ser revistado por leões-de-chácara numa saída de supermercado. Sim, eu acho que uma boa medida seria nunca mais comprar no tal shopping (aliás, eu já vou pesquisar se a administração do Palladium é responsável por algum shopping aqui no Rio também) mas isto não exclui o direito de protestar nem o quase-dever de se abrir um processo por danos morais (tanto é um quase-dever que o MP, que só age em situações nas quais o ajuizamento não é um mero direito da vítima, já entrou no caso). Pode parecer frescura a quem nunca sofreu ou sofreria algo do tipo; mas eu garanto que este tipo de situação é das mais humilhantes, agressivas e dolorosas pela qual um ser humano pode passar. Eu já passei por algumas e te garanto que certos tipos de ferimento físico doem menos.

Citação de: Fernando Silva
As pessoas podem ser pacíficas em seu ambiente e virar bicho fora dele quando em grupo. Isto é típico de torcidas organizadas, excursões de estudantes etc.
É como se elas se sentissem autorizadas a barbarizar fora da vista de sua comunidade.
Isto não justifica a medida do shopping assim como não justificaria a proibição de que estudantes escursionistas entrassem no referido shopping.





« Última modificação: 07 de Junho de 2008, 14:34:17 por Donatello van Dijck »

Offline Tupac

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Re: Shopping de Curitiba barra jovens da periferia
« Resposta #69 Online: 07 de Junho de 2008, 15:29:00 »
Citar
Se não quer ser confundido com marginal, não se vista como um marginal...

ÓÓÓÓÓhh, e quem define como alguem deve se vestir, você??

Eu tive um amigo de infancia que entrou pro crime, roubava carros, e fazia sequestro relampago (mas ele não gostava disso, então era raro, enfim), ele evitava falar girias, quando saia pra roubar carros ia sozinho, usava terno e gravata, ou apenas camisa e calça social, cabelo com gel, e um 38 cano curto (o bulldoguinho) na cintura, se ele parasse do seu lado é bem provavel que passasse despercebido por você, a menos que ele resolvesse te assaltar, mas caso não, você sentiria uma falsa segurança achando que ele era "bonzinho".

É no minimo irresponsavel apoiar essas ações discrimantorias.

Como disse, eles podem proibir a entrada daqueles que foram flagrados infringindo as regras, mas proibir indiscriminadamente apenas por que se vestem "assim ou assado"...
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida."
 - Carl Sagan

"O que é afirmado sem argumentos, pode ser descartado sem argumentos." - Navalha de Hitchens

Offline Donatello

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Re: Shopping de Curitiba barra jovens da periferia
« Resposta #70 Online: 07 de Junho de 2008, 16:29:00 »
O interessante é que alguns dos foristas que defendiam num outro tópico que o consumo de drogas não deveria ser usado como justificativa para penalizar alguém por antecipação não parecem ter esta mesma convicção neste caso. A mim não parece nem que um viciado nem um favelado vestido com roupas de favelado devesse ser tratado previamente como criminoso (leia-se: como alguém que provocará danos materiais ou físicos a outrem). Mas acredito mais fortemente ainda que se um dos dois devesse ser tratado deste modo não seria o favelado com cara de favelado. Pelo jeito alguns aqui acham o contrário.

Será que existe alguma situação na qual a idéia de "legítima defesa" prévia seja aceitável? :o Se eu estivesse com um pouco mais cool eu até criava um tópico.
« Última modificação: 07 de Junho de 2008, 16:34:26 por Donatello van Dijck »

Offline Herf

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Re: Shopping de Curitiba barra jovens da periferia
« Resposta #71 Online: 07 de Junho de 2008, 16:44:25 »
Toda a polêmica, no final das contas, é sobre aquela questão envolvendo a propriedade privada. Isto é, se um comerciante pode usar a sua propriedade como usa a sua casa: permitindo a entrada apenas das pessoas que bem entender.

A lei a que estamos submetidos diz que não. Mas na minha opinião pessoal, e imagino que na de outros aqui do fórum também, isso deveria ser permitido. Daí que se o shopping acha adequado barrar na entrada as pessoas que julgar suspeitas de acordo com seus próprios critérios, que o faça.

Outros entendem que não, as pessoas tem o direito de transitar pelo shopping, por mais que seja uma propriedade privada, da mesma forma que tem o direito de andar livremente pelas ruas. Daí entendem que barrar na porta do shopping pessoas suspeitas que andam em grupos é um atentado ao seu direitos, seria como barrar alguém na rua ou em um prédio público porque, de acordo com um critério subjetivo, foram considerados suspeitos.
« Última modificação: 07 de Junho de 2008, 16:47:12 por Herf »

Offline SnowRaptor

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Re: Shopping de Curitiba barra jovens da periferia
« Resposta #72 Online: 07 de Junho de 2008, 16:51:54 »
O shopping é uma propriedade privada. Ponto. As pessoas têm o direito de comprar o que quiserem (inclusive serviços) na loja que quiserem (que ofereça esses produtos ou serviços), desde que paguem para isso. A questão é que o shopping em si não presta serviços aos consumidores, apenas as lojas e estabelecimentos em seu interior.

Sintetizando minha opinião: O dono/gerente do shopping tem direito a impedir quem ele quiser de entrar no estabelecimento. Eu só não acho que seja uma boa idéia fazer isso. Acho também que se alguém for impedido de entrar no shopping por razão de preconceito  racial, essa pessoa tem todo o direito de processar o dono/gerente até as tripas.
Elton Carvalho

Antes de me apresentar sua teoria científica revolucionária, clique AQUI

“Na fase inicial do processo [...] o cientista trabalha através da
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-- François Jacob, 1997

Offline Tupac

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Re: Shopping de Curitiba barra jovens da periferia
« Resposta #73 Online: 07 de Junho de 2008, 16:55:03 »
Citar
Toda a polêmica, no final das contas, é sobre aquela questão envolvendo a propriedade privada. Isto é, se um comerciante pode usar a sua propriedade como usa a sua casa: permitindo a entrada apenas das pessoas que bem entender.

A lei a que estamos submetidos diz que não. Mas na minha opinião pessoal, e imagino que na de outros aqui do fórum também, isso deveria ser permitido. Daí que se o shopping acha adequado barrar na entrada as pessoas que julgar suspeitas de acordo com seus próprios critérios, que o faça.

Outros entendem que não, as pessoas tem o direito de transitar pelo shopping, por mais que seja uma propriedade privada, da mesma forma que tem o direito de andar livremente pelas ruas. Daí entendem que barrar na porta do shopping pessoas suspeitas que andam em grupos é um atentado ao seu direitos, seria como barrar alguém na rua ou em um prédio público porque, de acordo com um critério subjetivo, foram considerados suspeitos.
se fosse só por isso meu discurso seria outro.

Entrei nesse debate por ter presenciado opiniões preconceituosas e pejorativas por parte de alguns foristas.
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Offline SnowRaptor

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Re: Shopping de Curitiba barra jovens da periferia
« Resposta #74 Online: 07 de Junho de 2008, 16:56:28 »
Entrei nesse debate por ter presenciado opiniões preconceituosas e pejorativas por parte de alguns foristas.

Rebata-as e refute-as. Refutar argumento baseado em preconceito é fácil ;)
Elton Carvalho

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