O pós modernismo não pode ser "traduzido" ou expresso de maneira mais simples. Parte do significado é algo que trascende as normas de claridade expressiva padrão da linguagem cotidiana neo-burguesa, criando um significado que engloba, e não exclui, o "não-significado", ainda assim significativo, onipresente de forma não-verbal em todo discurso, mas geralmente omitido, perdido, quando se opta por uma abordagem mais primitiva acerca de um objeto de discurso. A complexidade do discurso é ruído, mas ruído é também informação, e o melhor modo de transmití-la em sua quase-totalidade será inevitavelmente aquele que acarretar em menor entropia. Isso se dará inexoravelmente através do abandono de uma clareza enganosa, que obscurece, que empobrece a informação. Reduzindo assim a própria matéria-prima do pensamento que chega à mente do interlocutor, do outro, ou mesmo do próprio remetente. Não usando desses filtros, abandonamos qualquer viés que pudesse haver, se dá uma reciclagem semântica, um estado constante de reavaliação conceitual e de adogmatismo discursivo.