Não se deve interpretar o ceticismo aplicado ao ateu dogmático como a idéia de desmerecer ou relativizar a validade das descobertas científicas. A ciência é muito excelente, útil e real.
O que ocorre é que as demonstrações e postulados científicos - salvo raras exceções - foram provados empiricamente dentro do que conhecemos, que é a terra, a qual por sua vez é uma porção infinitamente pequena do universo conhecido.
A ciência é ótima para explicar a maioria dos fenômenos terrestres, mas não se pode dizer o mesmo sobre fenômenos que ocorrem fora da terra. Nós conhecemos cientificamente boa parte das leis naturais que regem a terra; mas conhecemos quase nada sobre o que ocorre fora daqui.
Se o foco for direcionado exclusivamente à terra, ótimo. Somos especialistas em terra; e ignorantes no resto. As leis naturais que têm incidência na terra nos são em grande parte conhecidas. A ciência atual nos dá instrumentos excelentes de compreensão do que se passa na terra; desta forma, rejeitar papai noel, fadas e duendes é compreender que mitos fazem parte da cultura humana, da fantasia humana, para entreter crianças; e não reais.
A idéia de algo que seja superior a nós não se confunde com isso. A resposta do ateu dogmático não resolve a questão de como estamos aqui. Fica sem resposta, e isso ele aceita; aceita o nada, mas não aceita a possibilidade de que algo superior a nós exista e qualquer lugar que seja do universo. A ciência atual explica muito bem parte da terra e a explica essa parte excelentemente bem. Mas conhece um grão de areia, não resolvendo o todo (universo), que é desconhecido.
É nulo o conhecimento acerca do quê cria as leis naturais; o ateu dogmático encerra a questão com sua verdade, que é o nada. Não há como se ter essa certeza quanto a isso, e quem a afirmar está sendo desleal com a lógica e com o ceticismo.