Autor Tópico: Alguém salve a juventude brasileira  (Lida 13041 vezes)

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Offline Herf

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Alguém salve a juventude brasileira
« Online: 22 de Agosto de 2008, 03:56:45 »
Prontos para o século XIX
Muitos professores e seus compêndios enxergam o mundo de hoje como ele era no tempo dos tílburis. Com a justificativa de "incentivar a cidadania", incutem ideologias anacrônicas e preconceitos esquerdistas nos alunos

Monica Weinberg e Camila Pereira



Tema para reflexão: vale a pena usar chocadeiras artificiais para acelerar a produção de frango? Deu-se com isso o início de uma das aulas de geografia no Colégio Ateneu Salesiano Dom Bosco, de Goiânia, escola particular que aparece entre as melhores do país em rankings oficiais. Da platéia, formada por alunos às vésperas do vestibular, alguém diz: "Com as chocadeiras, o homem altera o ritmo da vida pelo lucro". O professor Márcio Santos vibra. "Você disse tudo! O homem se perdeu na necessidade de fazer negócio, ter lucro, exportar." E põe-se a cantar freneticamente Homem Primata / Capitalismo Selvagem / Ôôô (dos Titãs), no que é acompanhado por um enérgico coro de estudantes. Cena muito parecida teve lugar em uma classe do Colégio Anchieta, de Porto Alegre, outro que figura entre os melhores do país. Lá, a aula de história era animada por um jogral. No comando, o professor Paulo Fiovaranti. Ele pergunta: "Quem provoca o desemprego dos trabalhadores, gurizada?". Respondem os alunos: "A máquina". Indaga, mais uma vez, o professor: "Quem são os donos das máquinas?" E os estudantes: "Os empresários!". É a deixa para Fiovaranti encerrar com a lição de casa: "Então, quem tem pai empresário aqui deve questionar se ele está fazendo isso". Fim de aula.

Os dois episódios, ambos presenciados por VEJA, não são raridade nas escolas brasileiras. Ao contrário. Eles exemplificam uma tendência prevalente entre os professores brasileiros de esquerdizar a cabeça das crianças. Parece bobagem, uma curiosidade até pitoresca num mundo em que a empregabilidade e o sucesso na vida profissional dependem cada vez mais do desempenho técnico, do rigor intelectual, da atualização do pensamento e do conhecimento. Não é bobagem. A doutrinação esquerdista é predominante em todo o sistema escolar privado e particular. É algo que os professores levam mais a sério do que o ensino das matérias em classe, conforme revela a pesquisa CNT/Sensus encomendada por VEJA. Pobres alunos.


"Capitalismo selvagem"
Colégio Dom Bosco, de Goiânia: Titãs e crítica às chocadeiras artificiais na aula de geografia


Eles estão sendo preparados para viver no fim do século XIX, quando o marxismo surgiu como uma ideologia modernizante, capaz não apenas de explicar mas de mudar o mundo para melhor, acelerando a marcha da história rumo a uma sociedade sem classes. Bem, estamos no século XXI, o comunismo destruiu a si próprio em miséria, assassinatos e injustiças durante suas experiências reais no século passado. É embaraçoso que o marxismo-leninismo sobreviva apenas em Cuba, na Coréia do Norte e nas salas de aula de escolas brasileiras. As chocadeiras produzem os frangos vendidos a menos de 5 reais nos supermercados brasileiros, e isso propicia a dose mínima de proteína a famílias que, de outra forma, estariam mal nutridas. A realidade não interessa nas aulas como a do professor Márcio Santos. O que interessa? Passar a idéia de que as máquinas tiram empregos. Elas tiram? Tiraram no começo dos processos de robotização e automação de fábricas nos anos 90. Hoje, sem robôs e máquinas, os empregos nem sequer seriam criados. Mas dizer isso pode desagradar ao espírito do velho barbudo enterrado no novo Cemitério de Highgate, em Londres. Os professores esquerdistas veneram muito aquele senhor que viveu à custa de um amigo industrial, fez um filho na empregada da casa e, atacado pela furunculose, sofreu como um mártir boa parte da existência. Gostam muito dele, fariam tudo por ele, menos, é claro, lê-lo – pois Karl Marx é um autor rigoroso, complexo, profundo que, mesmo tendo apenas uma de suas idéias ainda levada a sério hoje – a Teoria da Alienação –, exige muito esforço para ser compreendido. "A salada ideológica resulta da leitura de resumos dos grandes pensadores", diz o filósofo Roberto Romano. Gente que vê maldade em chocadeiras e mal em empresários que usam máquinas em suas fábricas no século XXI não pode ter lido Karl Marx. É de supor que não tenham lido muito, quase nada. Mas são esses senhores que ensinam nossos filhos nas melhores escolas brasileiras – sem, diga-se, que os pais se incomodem com isso.


Lição de casa
Colégio Anchieta, em Porto Alegre: o professor pede aos alunos que questionem os "pais empresários"


A pesquisa CNT/Sensus ouviu 3 000 pessoas de 24 estados brasileiros, entre pais, alunos e professores de escolas públicas e particulares. Sua conclusão nesse particular é espantosa. Os pais (61%) sabem que os professores fazem discursos politicamente engajados em sala de aula e acham isso normal. Os professores, em maior proporção, reconhecem que doutrinam mesmo as crianças e acham que isso é sua missão principal – algo muito mais vital do que ensinar a interpretar um texto ou ser um bamba em matemática. Para 78% dos professores, o discurso engajado faz sentido, uma vez que atribuem à escola, antes de tudo, a função de "formar cidadãos" – à frente de "ensinar a matéria" ou "preparar as crianças para o futuro". Muito bonito se não estivessem nesse processo preparando os alunos para um mundo que acabou e diminuindo suas chances de enfrentar a realidade da vida depois que saírem do ambiente escolar. Para atacar um problema, o primeiro passo é reconhecer sua existência. Esse é o mérito da pesquisa CNT/Sensus.


Ódio às máquinas
Na sala de aula e nos livros, a tecnologia recebe a culpa pelo aumento do desemprego no mundo


 Adversária do exercício intelectual, a ideologização do ensino pode ser resultado em parte também do despreparo dos professores para o desempenho da função. No ensino básico, 52% lecionam matérias para as quais não receberam formação específica – 22% deles nunca freqüentaram faculdade. Para esses, os chavões de esquerda servem como uma espécie de muleta, um recurso a que se recorre na falta de informação. "Repetir meia dúzia de slogans é muito mais fácil do que estudar e ler grandes obras. Por isso, a ideologização é mais comum onde impera a ignorância", diz o historiador Marco Antonio Villa. A questão não é exatamente nova na educação. Meio século atrás, a filósofa alemã Hannah Arendt já alertava para o equívoco de fazer das aulas um lugar para a doutrinação ideológica, qualquer que fosse o matiz. Em A Crise na Educação, ela dizia: "Em vez de (o professor) juntar-se a seus iguais, assumindo o esforço da persuasão e correndo o risco do fracasso, há a intervenção ditatorial, baseada na absoluta superioridade do adulto". Ao refletirem sobre o atual cenário, os especialistas concordam com a idéia central da filósofa. Está claro, e a própria experiência mostra isso, que o viés político retira da escola aquilo que deveria, afinal, ser seu atributo número 1: ensinar a pensar – verbo cuja origem, do latim, significa justamente pesar. Diz o sociólogo Simon Schwartzman: "O verdadeiro exercício intelectual se faz ao colocar as idéias e os juízos numa balança, algo que só é possível com uma ampla liberdade de investigação e de crítica".


Consumo, esse vilão
Na cartilha, as sociedades de consumo se prestam a estimular a futilidade e poluir o ambiente


Não é o caso na maioria das salas de aula. Muitos professores brasileiros se encantam com personagens que em classe mereceriam um tratamento mais crítico, como o guerrilheiro argentino Che Guevara, que na pesquisa aparece com 86% de citações positivas, 14% de neutras e zero, nenhum ponto negativo. Ou idolatram personagens arcanos sem contribuição efetiva à civilização ocidental, como o educador Paulo Freire, autor de um método de doutrinação esquerdista disfarçado de alfabetização. Entre os professores brasileiros ouvidos na pesquisa, Freire goleia o físico teórico alemão Albert Einstein, talvez o maior gênio da história da humanidade. Paulo Freire 29 x 6 Einstein. Só isso já seria evidência suficiente de que se está diante de uma distorção gigantesca das prioridades educacionais dos senhores docentes, de uma deformação no espaço-tempo tão poderosa que talvez ajude a explicar o fato de eles viverem no passado.

Entre as figuras históricas e da atualidade mais citadas em classe está, como não poderia deixar de ser, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As referências a Lula são contidas. O presidente brasileiro obtém aprovação menor entre os professores, segundo relatam os estudantes, do que aquela com que a sociedade brasileira em geral o brinda. Ele tem 70% de avaliação positiva dos brasileiros, mas na boca dos professores esse índice cai para 30% – com 27% de citações negativas e 43% de neutras. Ressalte-se aqui que é um ponto louvável para os mestres o fato de, como mostram os números relativos a Lula, eles não fazerem proselitismo eleitoral em classe – mesmo que seja preciso relevar o fato de o ditador venezuelano Hugo Chávez ter merecido 51% de citações positivas. A neutralidade e o comedimento em relação a Lula desautorizam a interpretação de que os professores tentam direcionar o voto dos alunos, o que seria desastroso. É sinal de que sua pregação, mesmo equivocada, se mantém no nível das idéias – o que é excelente.


Contrários à doutrinação
O advogado Miguel Nagib (sentado) fundou a ONG Escola Sem Partido, junto com outros pais: todos acharam na cartilha dos filhos exemplos de ideologia


"Eu e todos os meus colegas professores temos, sim, uma visão de esquerda – e seria impossível isso não aparecer em nossos livros. Faço esforço para mostrar o outro lado", diz a geógrafa Sonia Castellar, que há vinte anos dá aulas na faculdade de pedagogia da Universidade de São Paulo (USP) e escreveu Geografia, um dos best-sellers nas escolas particulares (livro que tem dois de seus trechos comentados por VEJA na reportagem seguinte). "Reconheço o viés esquerdista nos livros e apostilas, fruto da formação marxista dos professores. Mas não temos nenhuma intenção de formar uma geração de jovens socialistas", diz Miguel Cerezo, responsável pelo conteúdo publicado nas apostilas do COC (de onde foram extraídos quatro trechos comentados pela revista). À luz de outra pesquisa em profundidade feita pelo Ibope em colaboração com a revista Nova Escola, editada pela Fundação Victor Civita, os professores da rede pública revelam que, para eles, o principal problema da sala de aula é, de longe (77%), a ausência dos pais no processo educativo. Repousam na colaboração entre pais e professores a correção dos rumos do ensino no país e a aceleração da curva de melhora de desempenho que começa a se desenhar. A questão do excesso de ideologização é um desses problemas que podem ser abordados em conjunto por pais e professores. Demanda para o diálogo existe. O advogado Miguel Nagib fundou, há quatro anos, em Brasília, a ONG Escola Sem Partido, com o objetivo de chamar atenção para a ideologização do ensino na sala de aula. Nagib se incomodou com os sinais do problema na escola particular de sua filha, então com 15 anos, onde o professor de história gostava de comparar Che Guevara a São Francisco de Assis. Foi ao colégio reclamar. Diz Nagib: "As escolas precisam ficar sabendo que muitos pais não concordam com essa visão".

Offline Herf

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Re: Alguém salve a juventude brasileira
« Resposta #1 Online: 22 de Agosto de 2008, 03:58:14 »





Offline Herf

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Re: Alguém salve a juventude brasileira
« Resposta #2 Online: 22 de Agosto de 2008, 03:58:36 »
Fonte: http://veja.abril.com.br/200808/p_076.shtml
VEJA - Edição 2073 - 13 de agosto de 2008

Offline Andre

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Re: Alguém salve a juventude brasileira
« Resposta #3 Online: 22 de Agosto de 2008, 13:11:24 »
É só nessas horas que eu fico feliz de ver que ninguém leva muito a sério o que os professores falam.
Se Jesus era judeu, então por que ele tinha um nome porto-riquenho?

Offline Týr

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Re: Alguém salve a juventude brasileira
« Resposta #4 Online: 22 de Agosto de 2008, 13:27:54 »
É só nessas horas que eu fico feliz de ver que ninguém leva muito a sério o que os professores falam.
Deviam levar a sério sim, mas em compensação os professores em geral são uns idiotas e ignorantes. São geralmente de esquerda, têm tendências revolucionárias, são preguiçosos. Tudo o dito acima é verdade. O Brasil nunca deixará de ser um país de ignorantes, isso é fato, por mais que alguns sejam muito inteligentes, 90% são analfabetos funcionais.

Offline Unknown

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Re: Alguém salve a juventude brasileira
« Resposta #5 Online: 22 de Agosto de 2008, 15:05:17 »
O duro é que boa parte dos comentários sobre os erros de cartilha também mereceriam correções. Do jeito que está, fica parecendo o roto falando do esfarrapado.

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Offline Eremita

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Re: Alguém salve a juventude brasileira
« Resposta #6 Online: 22 de Agosto de 2008, 16:00:11 »
O duro é que boa parte dos comentários sobre os erros de cartilha também mereceriam correções. Do jeito que está, fica parecendo o roto falando do esfarrapado.
2.

Doutrinação existe de todos os lados. Tanto pela Igreja Revolucionária do Reino de Marx quanto pela O Burguês é Meu Pastor e Capital não Faltará. Falo sério.

Entretanto, doutrinação de nenhum lado é interessante. Tanto verdades quanto mentiras, quando doutrinadas, tornam-se meras falsidades.

Um exemplo religioso, já que estamos no Clube Cético e não no Clube Conservador. Ateísmo é OK? Sim, é Ok. Agora, doutrine ateísmo e ele se torna dogmaticamente equivalente aos monoteísmos, e perde seus trunfos, o de questionar e de racionalizar.

Voltando à política, acho tão ridículos e dignos de escárnio aquele povão que baba ovo pra Che como aqueles que babam ovo pra Lincoln. Marx e Rand. Ei, peraí... são pessoas, seres humanos.

Concordo em criticar a forma de proselitismo político; apenas
a)Acho que o texto não soube separar anti-proselitismo de anti-esquerda, e
b)Vou me manter um pouco cético quanto à extensão que esse anti-proselitismo ocorre nas escolas, por falta de dados. Tá me parecendo que eles tão pintando tempestades em copos d'água.
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Offline Dodo

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Re: Alguém salve a juventude brasileira
« Resposta #7 Online: 22 de Agosto de 2008, 16:36:31 »
O duro é que boa parte dos comentários sobre os erros de cartilha também mereceriam correções. Do jeito que está, fica parecendo o roto falando do esfarrapado.
2.
3

Só faltou a Veja soltar foguetes no momento em que a maioria dos professores demonstraram não apoiarem o governo Lula.
Também gostei do frango a menos de cinco reais. Vou encomendar uma carreta e encher os freezers aqui em casa.
Agora eu gostaria de ver quais as questões foram corrigidas por cada um dos especialistas.

Mailson da Nóbrega? O cara que participou dos planos Bresser e Verão?

Fala sério.
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Offline Luiz Souto

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Re: Alguém salve a juventude brasileira
« Resposta #8 Online: 22 de Agosto de 2008, 21:58:21 »
O duro é que boa parte dos comentários sobre os erros de cartilha também mereceriam correções. Do jeito que está, fica parecendo o roto falando do esfarrapado.

4

E esta frase merecia ir para o Pérolas da Veja:

Citar
Ou idolatram personagens arcanos sem contribuição efetiva à civilização ocidental, como o educador Paulo Freire, autor de um método de doutrinação esquerdista disfarçado de alfabetização
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

A liberdade só para os que apóiam o governo,só para os membros de um partido (por mais numeroso que este seja) não é liberdade em absoluto.A liberdade é sempre e exclusivamente liberdade para quem pensa de maneira diferente. - Rosa Luxemburgo

Conheça a seção em português do Marxists Internet Archive

Offline Herf

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Re: Alguém salve a juventude brasileira
« Resposta #9 Online: 23 de Agosto de 2008, 15:15:57 »
O que são os eventuais exageros nos comentários da Veja diante da declaração feita por um professor de que as chocadeiras artificiais são a evidência da perversidade do sistema capitalista.

Offline JUS EST ARS

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Re: Alguém salve a juventude brasileira
« Resposta #10 Online: 23 de Agosto de 2008, 15:22:56 »


Pois é cara, quando eu era novo ficava fascinado com as lições que meus professores (os de boa oratória) davam sob a perversidade do Capitalismo e a doutrina "vamos todos dar as mãos e ser feliz" que eles faziam passar do Socialismo.

Parece que não mudou muito desde então.

E a assinatuar do Herf aí acima explica um pouco do porquê.


Offline Dodo

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Re: Alguém salve a juventude brasileira
« Resposta #11 Online: 23 de Agosto de 2008, 17:26:24 »
O que são os eventuais exageros nos comentários da Veja diante da declaração feita por um professor de que as chocadeiras artificiais são a evidência da perversidade do sistema capitalista.

Muita coisa. Os comentários de um professor, ou mesmo de vários, não são o único, e nem o maior, problema do ensino brasileiro, como a Veja pretende demonstrar. A grande maioria dos estudantes não vai chegar nem perto de ser influenciado pela "doutrinação esquerdista", pois não irão cursar o ensino médio, mesmo os que chegam a cursá-lo, estarão a léguas de distância de incorporar um hopotético exército vermelho. Existem problemas mais graves ainda no ensino básico, estes sim, um dos verdadeiros culpados por termos um povo tão afeito a seguir políticas populistas, independentes do rótulo partidário, e não apenas petistas, como quer demonstrar a Veja.
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Offline JUS EST ARS

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Re: Alguém salve a juventude brasileira
« Resposta #12 Online: 23 de Agosto de 2008, 17:35:43 »


Isso é muito verdade, na medida em que somente o ensino fundamental é obrigatório.


Offline Q

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Re: Alguém salve a juventude brasileira
« Resposta #13 Online: 23 de Agosto de 2008, 19:45:09 »
Não é atoa que o ensino brasileiro é um dos piores ne ...

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Offline Andre

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Re: Alguém salve a juventude brasileira
« Resposta #14 Online: 24 de Agosto de 2008, 12:09:43 »
Isso é muito verdade, na medida em que somente o ensino fundamental é obrigatório.
E que quem está no colégio não o leva muito a sério.
Se Jesus era judeu, então por que ele tinha um nome porto-riquenho?

Offline Q

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Re: Alguém salve a juventude brasileira
« Resposta #15 Online: 24 de Agosto de 2008, 12:24:04 »
Isso é muito verdade, na medida em que somente o ensino fundamental é obrigatório.
E que quem está no colégio não o leva muito a sério.

Pra que levar os estudos a sério quando se tem sexo a vontade, bebidas e drogas com livre acesso?

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Offline FxF

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Re: Alguém salve a juventude brasileira
« Resposta #16 Online: 24 de Agosto de 2008, 13:19:51 »
Citar
Com a justificativa de "incentivar a cidadania"
Essa é a mais velha... descrição romântica para o ensino, para se poder ensinar qualquer coisa.

Offline Eremita

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Re: Alguém salve a juventude brasileira
« Resposta #17 Online: 25 de Agosto de 2008, 04:15:12 »
Eu normalmente digo o seguinte,
"O comunismo não ocorre porque todas as pessoas são cooperativase gostam umas das outras. Ocorre porque são sedentas de poder e cobiça; e, para tal, são capazes de qualquer coisa. Até mesmo cooperar umas com as outras."

Isso não é nem um pouco romântico, nem faz ver-nos como super-heróis. Tampouco aponta a algo podre - exceto a nós mesmos, e mesmo assim, tampouco fala que devemos combater a podridão. Ensina sem inspirar, etc., etc.

Vocês se esquecem que, segundo Marx, eu mesmo e mais uma porrarada de gente que nos auto-denominamos comunistas, o comunismo é montado sobre os escombros do capitalismo. Não se faz um calhambeque sem aço. Não se faz capitalismo sem feudalismo. Não se faz comunismo sem capitalismo. O que faz a maior parte do blablablá anti-comunismo 1. guerrinha de definições, e 2.espantalho.

E olha, se eu fosse defender um sistema por razões emotivas, não seria o comunismo: mas sim, a anarquia.
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Offline Herf

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Re: Alguém salve a juventude brasileira
« Resposta #18 Online: 25 de Agosto de 2008, 12:20:05 »
Citar
Vocês se esquecem que, segundo Marx, eu mesmo e mais uma porrarada de gente que nos auto-denominamos comunistas, o comunismo é montado sobre os escombros do capitalismo. Não se faz um calhambeque sem aço. Não se faz capitalismo sem feudalismo. Não se faz comunismo sem capitalismo. O que faz a maior parte do blablablá anti-comunismo 1. guerrinha de definições, e 2.espantalho.
O próprio texto da Veja trata de apontar essa disparidade entre o que escreveu Marx e o que os próprios auto-denominados comunistas afirmam que é comunismo/marxismo.

Offline Eremita

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Re: Alguém salve a juventude brasileira
« Resposta #19 Online: 25 de Agosto de 2008, 16:14:54 »
O próprio texto da Veja trata de apontar essa disparidade entre o que escreveu Marx e o que os próprios auto-denominados comunistas afirmam que é comunismo/marxismo.
Tanto que muitos vêem a Cuba, URSS e China como comunismo* - entretanto, nenhum dos três surgiu de um capitalismo maduro, estabelecido e com as classes sociais já simplificadas.

*No sentido de "sistema econômico pós-capitalismo", e não de "toda e qualquer propriedade estatal".

EDIT

Para evitar trollagens (Herf, não se preocupe, não é contigo :lol: ) quanto à expressão "comunismo surge dos escombros do capitalismo", vou refrasear o que eu disse. Só não vou editar o tópico diretamente pra deixar as coisas claras.

Aonde escrevi
Citar
Vocês se esquecem que, segundo Marx, eu mesmo e mais uma porrarada de gente que nos auto-denominamos comunistas, o comunismo é montado sobre os escombros do capitalismo.

Leia-se
Citar
Vocês se esquecem que, segundo Marx, eu mesmo e mais uma porrarada de gente que nos auto-denominamos comunistas, o comunismo surge a partir de capitalismo já desenvolvido.

OK?
« Última modificação: 25 de Agosto de 2008, 17:03:42 por Eremita »
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Offline Dr. Manhattan

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Re: Alguém salve a juventude brasileira
« Resposta #20 Online: 25 de Agosto de 2008, 17:12:27 »
Muita coisa. Os comentários de um professor, ou mesmo de vários,não são o único, e nem o maior, problema do ensino brasileiro, como a Veja pretende demonstrar.

Pelo que vi, nao é bem isso que a reportagem pretende demonstrar. O dado mais importante e preocupante da reportagem é o que informa
que nao só o ensino é ruim, mas que também é pior do que os pais pensam. Além disso, preocupa também saber que os professores
tenham como prioridade "conscientizar" politicamente os alunos[1] em detrimento do ensino das matérias. Isso já foi discutido antes aqui,
mas a minha posiçao, repito, é que o problema nao é que os professores tragam idéias de esquerda ou de direita para a sala de aula.
O problema é que na imensa maioria das vezes, trata-se de idéias simplistas, falaciosas, ou simplesmente de inverdades que sao apresentadas
como fatos por pessoas que mal conhecem o assunto.

A reportagem também teve o mérito de me fazer questionar a idéia de que o papel da escola é formar cidadaos. Mas afinal de contas, o que
significa formar um cidadao? O conhecimento prático das matérias já nao faria isso? E se nao fizer, nao seria esse o papel da família?


E sobre os livros de história, acho que deve haver um problema sério quando um livro contém frases do tipo: "a globalizaçao aumentou a
miséria no mundo". Isso simplesmente nao é verdade. Isso também já foi discutido aqui: ../forum/topic=13544.0.html

Antes que alguem pergunte: Nao, nao estou afirmando que foi a globalizaçao que diminuiu a miséria. Pode ser que sim, pode ser que nao.


[1] Conscientizar, nesse caso, significa: "eu, professor, sou mais velho e mais sábio, ipso facto sou detentor da verdade e você vai ter que
aceitá-la". Ou alguem espera que uma criança de 10 anos vá reconhecer uma alegaçao do consequente ou um argumentum ad lazarum, ou
que vá ser imune a pressao dos pares?

You and I are all as much continuous with the physical universe as a wave is continuous with the ocean.

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Offline Andre

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Re: Alguém salve a juventude brasileira
« Resposta #21 Online: 25 de Agosto de 2008, 19:03:48 »
Eremita, o que você considera um "capitalismo já desenvolvido"? No meu entender, num capitalismo bem desenvolvido a idéia socialista sequer tem muito apelo, pois todos estão bem (vide países do norte da Europa).
Se Jesus era judeu, então por que ele tinha um nome porto-riquenho?

Offline Eremita

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Re: Alguém salve a juventude brasileira
« Resposta #22 Online: 25 de Agosto de 2008, 22:12:27 »
Eremita, o que você considera um "capitalismo já desenvolvido"? No meu entender, num capitalismo bem desenvolvido a idéia socialista sequer tem muito apelo, pois todos estão bem (vide países do norte da Europa).
Desenvolvido, no sentido que usei, não significa com alto IDH, feliz, etc.

Significa um capitalismo no qual as classes econômicas campesinato, nobreza, clero e pequena burguesia se encontram em vias de extinção ou extintas. A maior parte da população passa a pertencer à classe proletariado, com uns poucos porcento pertencendo à burguesia. A população é essencialmente urbana; máquinas substituem e reduzem o trabalho humano na obtenção primária de alimentos. Devido à bipolarização em duas classes (proletário e burguesia), a luta de classes se enfoca em cada uma das duas tentando obter mais poder, com o Estado servindo de um dos cabos-de-guerra para ambas.

Isso me obriga a tacar mais um monte de definições :) Dá pra pular, se você quiser.

Campesinato - classe com propriedade de subsistência, rural, cujos meios de sobrevivência derivam principalmente do trabalho familiar. De origem feudal, normalmente descendentes de vilões e nobres de baixa classe.
Nobreza - no feudalismo, classe "detentora" de feudos que utiliza o trabalho de servos para a realização da produção. No capitalismo, classe apenas residual (p.ex. aquele povão de Petrópolis).
Clero - difícil definir se é uma classe em todo seu direito ou apenas uma parte da nobreza. Constituída de sacerdotes que utilizam uma suposta "ligação com deus ou com os deuses" como forma de "serviço" à comunidade, e disto retiram seu sustento. Tem seu poder econômico e político bastante reduzido no percurso do capitalismo
Burguesia - origem feudal. Iniciada por clãs de pequenos artesãos, cujo aprendizado na manufatura é passado familiarmente. Durante o fim do feudalismo e o início do capitalismo, passam a acumular considerável poder econômico e, mais tarde, político. No capitalismo, terceirizam o trabalho manual e mais tarde industrial nas mãos de outra classe, o proletariado.
Pequena-burguesia - tem raiz feudal comum com a burguesia; é detentora de meios de produção de subsistência, normalmente familiar. Pode-se dizer que, sob o capitalismo, é o equivalente urbano do campesinato.
Proletariado - de origem essencialmente capitalista, vinda principalmente dos servos feudais, da deterioração de outras classes. Essencialmente urbana, devido ao êxodo rural. Não possui propriedades que sirvam como meios de produção, e são os terceiros na produção da burguesia. Durante o capitalismo, tende a crescer em população rapidamente.

Isso aí são as definições do Marx, nas quais eu taquei meu dedo em um ou outro ponto que não concordo.

Se quiser mais, ou discordar das acima, manda bala :)
Latebra optima insania est.

Offline Moro

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Re: Alguém salve a juventude brasileira
« Resposta #23 Online: 26 de Agosto de 2008, 01:18:12 »
Muita coisa. Os comentários de um professor, ou mesmo de vários,não são o único, e nem o maior, problema do ensino brasileiro, como a Veja pretende demonstrar.

Pelo que vi, nao é bem isso que a reportagem pretende demonstrar. O dado mais importante e preocupante da reportagem é o que informa
que nao só o ensino é ruim, mas que também é pior do que os pais pensam. Além disso, preocupa também saber que os professores
tenham como prioridade "conscientizar" politicamente os alunos[1] em detrimento do ensino das matérias. Isso já foi discutido antes aqui,
mas a minha posiçao, repito, é que o problema nao é que os professores tragam idéias de esquerda ou de direita para a sala de aula.
O problema é que na imensa maioria das vezes, trata-se de idéias simplistas, falaciosas, ou simplesmente de inverdades que sao apresentadas
como fatos por pessoas que mal conhecem o assunto.

A reportagem também teve o mérito de me fazer questionar a idéia de que o papel da escola é formar cidadaos. Mas afinal de contas, o que
significa formar um cidadao? O conhecimento prático das matérias já nao faria isso? E se nao fizer, nao seria esse o papel da família?


E sobre os livros de história, acho que deve haver um problema sério quando um livro contém frases do tipo: "a globalizaçao aumentou a
miséria no mundo". Isso simplesmente nao é verdade. Isso também já foi discutido aqui: ../forum/topic=13544.0.html

Antes que alguem pergunte: Nao, nao estou afirmando que foi a globalizaçao que diminuiu a miséria. Pode ser que sim, pode ser que nao.


[1] Conscientizar, nesse caso, significa: "eu, professor, sou mais velho e mais sábio, ipso facto sou detentor da verdade e você vai ter que
aceitá-la". Ou alguem espera que uma criança de 10 anos vá reconhecer uma alegaçao do consequente ou um argumentum ad lazarum, ou
que vá ser imune a pressao dos pares?

2

Dr manhatan, a 100%.

Veja é muitas vezes estúpida, mas a reportagem é boa.
E tem umas coisas estúpidas como a China alcançou o desenvolvimento sobre Mao, e Cuba independente dos EUA ou da URSS e outras groselhas realmente incríveis
« Última modificação: 26 de Agosto de 2008, 01:24:43 por Agnostico »
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

Peter Boghossian

Sacred cows make the best hamburgers

I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

Offline Dodo

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Re: Alguém salve a juventude brasileira
« Resposta #24 Online: 26 de Agosto de 2008, 02:46:07 »
Muita coisa. Os comentários de um professor, ou mesmo de vários,não são o único, e nem o maior, problema do ensino brasileiro, como a Veja pretende demonstrar.

Pelo que vi, nao é bem isso que a reportagem pretende demonstrar. O dado mais importante e preocupante da reportagem é o que informa
que nao só o ensino é ruim, mas que também é pior do que os pais pensam. Além disso, preocupa também saber que os professores
tenham como prioridade "conscientizar" politicamente os alunos[1] em detrimento do ensino das matérias. Isso já foi discutido antes aqui,
mas a minha posiçao, repito, é que o problema nao é que os professores tragam idéias de esquerda ou de direita para a sala de aula.
O problema é que na imensa maioria das vezes, trata-se de idéias simplistas, falaciosas, ou simplesmente de inverdades que sao apresentadas
como fatos por pessoas que mal conhecem o assunto.


Trechos da reportagem:

Citar
Os dois episódios, ambos presenciados por VEJA, não são raridade nas escolas brasileiras. Ao contrário. Eles exemplificam uma tendência prevalente entre os professores brasileiros de esquerdizar a cabeça das crianças.

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Gente que vê maldade em chocadeiras e mal em empresários que usam máquinas em suas fábricas no século XXI não pode ter lido Karl Marx. É de supor que não tenham lido muito, quase nada. Mas são esses senhores que ensinam nossos filhos nas melhores escolas brasileiras – sem, diga-se, que os pais se incomodem com isso.

Citar
Para 78% dos professores, o discurso engajado faz sentido, uma vez que atribuem à escola, antes de tudo, a função de "formar cidadãos" – à frente de "ensinar a matéria" ou "preparar as crianças para o futuro". Muito bonito se não estivessem nesse processo preparando os alunos para um mundo que acabou e diminuindo suas chances de enfrentar a realidade da vida depois que saírem do ambiente escolar.

Citar
Não é o caso na maioria das salas de aula. Muitos professores brasileiros se encantam com personagens que em classe mereceriam um tratamento mais crítico, como o guerrilheiro argentino Che Guevara, que na pesquisa aparece com 86% de citações positivas, 14% de neutras e zero, nenhum ponto negativo. Ou idolatram personagens arcanos sem contribuição efetiva à civilização ocidental, como o educador Paulo Freire, autor de um método de doutrinação esquerdista disfarçado de alfabetização.

Citar
Ressalte-se aqui que é um ponto louvável para os mestres o fato de, como mostram os números relativos a Lula, eles não fazerem proselitismo eleitoral em classe – mesmo que seja preciso relevar o fato de o ditador venezuelano Hugo Chávez ter merecido 51% de citações positivas. A neutralidade e o comedimento em relação a Lula desautorizam a interpretação de que os professores tentam direcionar o voto dos alunos, o que seria desastroso. É sinal de que sua pregação, mesmo equivocada, se mantém no nível das idéias – o que é excelente.







Você é único, assim como todos os outros.
Alfred E. Newman

 

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