Autor Tópico: Para que serve o curso de Teologia?  (Lida 29907 vezes)

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Offline uiliníli

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Re: Para que serve o curso de Teologia?
« Resposta #50 Online: 18 de Setembro de 2008, 23:25:03 »
Esta é a aula de Auto-flagelação, matéria opcional ou obrigatória?



 :histeria: :histeria: :histeria:

Dependendo da professora...





Ele disse auto-flagelação :P

Offline COACERVADO

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Re: Para que serve o curso de Teologia?
« Resposta #51 Online: 19 de Setembro de 2008, 15:58:01 »
Esta é a aula de Auto-flagelação, matéria opcional ou obrigatória?



 :histeria: :histeria: :histeria:

Dependendo da professora...





Ele disse auto-flagelação :P

Mas não deixe de ser um curso e nem todo mundo é autodidata.  :hihi:

« Última modificação: 19 de Setembro de 2008, 16:18:13 por COACERVADO »

Offline COACERVADO

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Re: Para que serve o curso de Teologia?
« Resposta #52 Online: 19 de Setembro de 2008, 16:17:15 »
DEPARTAMENTO DE TEOLOGIA
EMENTAS

 
Ementas das Disciplinas
... TEO 1234 Monografia - (4-0-0) 4
Apresentação de um trabalho científico sobre um tema teológico, sob a orientação de um professor. ...



Apresentação de trabalho científico !?!?! Essa é boa, agora a estratégia é mesmo usar linguagem científica  em temas místicos para uma melhor justificativa, confundir ainda mais os confusos e aumentar o nicho da freguesia.

Leiam: artigo muito bom escrito por Widson Porto Reis, na Conferência Latino Americana de setembro de 2005, com o título "PSEUDOCIÊNCIA NAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS". LINK:http://homepage.mac.com/widson/FileSharing7.html

O curso de teologia serve para ampliar os argumentos e conceitos místicos e ainda polir a estrutura de linguagem mística dos cursandos, preparando-os, como qualquer outro curso, para o sucesso no mercado de trabalho. |(

Offline Tupac

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Re: Para que serve o curso de Teologia?
« Resposta #53 Online: 19 de Setembro de 2008, 19:32:56 »
Já li esse artigo do Widson, e alias, frequentava o blog dele (Dragão na Garagem), muito bom...
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida."
 - Carl Sagan

"O que é afirmado sem argumentos, pode ser descartado sem argumentos." - Navalha de Hitchens

Offline Luiz Souto

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Re: Para que serve o curso de Teologia?
« Resposta #54 Online: 08 de Novembro de 2008, 17:29:09 »
Achei este texto interessante por ser a critica de um Teólogo à Teologia acadêmica ( ou a um tipo dela)

Citar
O que é, afinal, Teologia?
Osvaldo Luiz Ribeiro
03/05/2007

A pergunta-título parece impaciente. Mas é mais do que impaciência. É a constatação de que se tem levado pouco a sério a crise constitutiva da Teologia. Em termos da questão posta no Brasil, é até curioso dizê-lo, uma vez que a Teologia foi recentemente acolhida como disciplina universitária, compondo, desde 1996, uma das especializações do Sistema Federal de Ensino. Não foi, contudo, graças à superação de sua crise interna que a Teologia chegou onde chegou, mas apesar dela, e por gestões propriamente políticas da bancada evangélica. Teologia, agora, senta-se ao lado de Filosofia e Física, Biologia e Oceanografia. Mas não sabe quem é.

Quer dizer, diz saber. Mas é um dizer saber que carrega em si ares não suficientemente ventilados, e questões não suficientemente esgotadas. Por conta disso, faz-se alguma coisa, em classes de Teologia, que ali se chama Teologia. E pronto.

O estatuto constitutivo da Teologia, contudo, precisa ser enfrentado. E com uma certa urgência. Não, o mundo não depende disso, e pode, razoavelmente, tolerar o auto-desconhecimento estatutário que caracteriza, hoje, a Teologia. Quem não pode esperar, quem não pode tolerar esse estado de coisas, somos nós, os teólogos.

Naturalmente que dizer que a Teologia não sabe quem é não significa dizer que não haja definições de Teologia. Há. E podem ser resumidas em duas. Todas as definições com que se trabalhar, em qualquer instituição, seja a igreja, seja a faculdade, seja o espaço privado-pessoal, podem ser resumidas nessas duas, reciprocamente interditantes:

 
a) ou a Teologia é o estudo sobre o Sagrado (= Deus);

 
b) ou a Teologia é o estudo sobre o pensamento humano sobre o Sagrado.

 
Teologia como estudo sobre Deus
 
Esse tipo de definição pressupõe que a Teologia disponha de informações sobre Deus. Sua existência é pressuposta dogmaticamente, e seus atributos são dados a conhecer. Teologia é estudo sobre Deus porque é conhecimento de Deus. Não importa se a Teologia pretende saber tudo de Deus, e tudo sobre Deus inteiro, ou se considera que saiba apenas alguma coisa, muita coisa, pouca coisa, não importa, sobre Deus. O que quer que a Teologia fale sobre Deus, ela o fala em tom de saber, de conhecimento. A Teologia fala porque sabe do que fala, e o que fala sobre do que fala.

Também é pouco relevante considerar que essa forma de definir Teologia entenda logicamente seu discurso-conhecimento sobre Deus, ou o trate analogicamente. Lógica ou analogicamente, denotativa ou conotativamente, objetiva ou subjetivamente, o que a Teologia diz saber ela considerar saber.

Algumas conseqüências são incontornáveis. Primeira, o teólogo é um sujeito que conhece Deus. Conhecendo Deus, o teólogo sabe que ele existe, sabe quem ele é, sabe o que ele quer, sabe como ele quer as coisas que ele quer. O teólogo é, portanto, um sujeito que sabe. Claro, lógica ou analogicamente. Mas, viu-se, tanto faz.

Segunda, isso que o teólogo sabe sobre Deus e as coisas de Deus, sendo conhecimento, torna-se critério de verificação, aplicado a tudo quanto se diga de Deus. E nos seguintes termos: se o teólogo sabe quem Deus é, é Deus tudo aquilo que ele o considere como sendo Deus, e apenas isso, de tal modo que alguma coisa que qualquer pessoa diga de Deus, não coincidindo ou concordando, sob certos limites internamente razoáveis, com o conhecimento que o teólogo tem de Deus, não é verdadeiro conhecimento de Deus. Ou seja: o conhecimento do teólogo torna-se critério para o conhecimento de Deus.

Terceira, a Teologia torna-se, necessariamente, fechada. Não tem mais a mínima possibilidade de diálogo. Qualquer aproximação de terceiros dá-se por instrumento da catequese, do proselitismo, do convencimento racionalizador. Uma vez que o teólogo sabe, torna-se, imediatamente, professor, confessor, catequista.

É pertinente considerar que essa seja uma definição de Teologia que carrega a atmosfera epistemológica do período pré-romântico. Não seria sistematicamente atacado nos séculos XVIII, XVII e daí até suas origens. Trata-se de uma definição propriamente medieval, com o que se quer dizer, apenas, que ela passa ao largo, muito ao largo, o mais ao largo possível, das teses romântico-humanistas, kantianas e pós-kantianas. A noção de “céu de chumbo”, kantiana, é-lhe desconhecida, e, se conhecida, como no caso da teologia neo-ortodoxa do final do século XIX e século XX, é contornada através de um argumento válido apenas internamente ao círculo racionalizador, que é o que se pode dizer de um argumento que tem a coragem de afirmar que, sim, o “céu é de chumbo”, mas que Deus se revela ao homem. A Teologia neo-ortodoxa não o quer dizer, nem gosta que seja dito, mas o que ela faz, na prática, é tornar Teologia revelação.

Para uma tal definição, teses romântico-humanistas como as de Kant, Schopenhauer e Feuerbach são ou sombra de ateísmo, e coerentemente, já que Deus é o que a Teologia diz que ele é, ou o próprio. Sim, tudo é histórico e historicamente condicionado, mas o conhecimento que o teólogo tem de Deus, esse não, esse é supra-histórico, a-histórico, porque não tem nada de fundamentalmente histórico, posto ser revelação. Ora, considerar-se revelação um tema teológico é uma coisa. Raciocinar e agir a partir da identificação, inconsciente ou não, por ingenuidade-ignorância epistemológica ou má fé político-religiosa, entre revelação e Teologia, revelação e doutrina, revelação e dogma, revelação e verdade, isso constitui improcedência teológica.

Sim, o homem lida com o mundo real, por assim dizer, mediante interfaces representativas, como bem o viu Schopenhauer, assume a Teologia. Mas o que o teólogo sabe de Deus, não, isso é conhecimento mesmo, imediato, para cuja comprovação estão, aí, se não os dogmas inexoráveis, certamente a experiência pessoal do fiel.

Sim, que as religiões não passam de projeções da vaidade humana é a coisa mais clara do mundo, e Feuerbach não fez mais do que confessar uma verdade conhecida até do mundo mineral. Não é o caso, contudo, da Teologia, que homem algum pode projetar-se em Deus, tanto é que a Teologia é, antes, projeção do próprio Deus na forma de conhecimento humano.

Para esse tipo de Teologia, permita-se-me ousar dizê-lo, é imperiosa, para a saúde da civilização, a República e o Estado de Direito. Como evento didático, seja estabelecido a Revolução Francesa. Para o bem e para o mal, a mim quer-me parecer mais para o bem do que para o mal, a República, não-religiosa, o Estado, não-religioso, funcionam como moderador das verdades conflitantes das Teologias medievais e pré-medievais. Sim, porque trava-se, entre elas, uma batalha cósmica, mística, carismática, ciclópica. Fosse ainda permitido – e não o é justamente por conta da constituição político-social da República –, como muito genialmente o diz Edgar Morin, não apenas os homens se matariam, ainda hoje, em nome de Deus, mas cada Deus, igualmente verdadeiro aos olhos de seus exércitos, levaria à hecatombe santa multidões excitadas e embriagadas de sangue.

Considero legítimo o direito de um cidadão da República considerar que conhece Deus, que sabe dele, das coisas dele. Considero, também, contudo, que a República deve me dar o direito de não dar a mínima atenção ao que esse cidadão pretende dizer, sem que, por conta disso, possa fazer-me algum mal concreto. Que ele me possa endereçar sete vezes aos infernos de sua teologia, vá lá, é uma incoerência própria desse tipo de Teologia que o amor, fronteiriço ao ódio, confunda-se com ele. A República, contudo, tratará de manter os maus sentimentos desse teólogo reclusos à sua cabeça de teólogo e ao seu quarto fechado. Quanto a mim, defenderei o direito dele pensar o que pensar saber, e viver assim, ao mesmo tempo em que não abrirei mão de meu direito de considerar muito engraçada a sua condição, protegido pelas garantias constitucionais do Estado de Direito republicano.

Como Hans Küng já afirmou, essa Teologia não tem condições de estar na Universidade. Está. Em cursos de pós-graduação, Mestrado e Doutorado, ela até procura mostrar feições próprias das Humanidades, mas são só feições, máscaras mal colocadas, que não permitem a folia no salão, que caem depois de dois pulinhos mais felizes. O dogma nuclear, mais ou menos dilatado, lá está, misturado a discursos pretensamente antropológico-culturais, mas, no fundo, apenas medindo forças, fazendo contas e concessões, dispondo do que é propriamente periférico, mas só do que é propriamente periférico.

Ora, se já aí, no topo da cadeia alimentar, a Teologia, universitária, conhece Deus, ensina-o, e ainda pretende comunicá-lo aos ignaros, o que não se imaginar, esperar e ver nas classes da Graduação? Catequeses inflamadas, mitigadas, apenas, pela aparente atmosfera de livre-pensamento. Mas se sabe, e muito bem, que essa história de livre-alguma coisa, no Protestantismo não é séria, como penso poder dizer do princípio do livre-exame das Escrituras. No catolicismo, então, não passa de sonhos de tantos Luteros quanto aquele.

Teologia como estudo de Deus é possível, mas somente para quem concorde em viver ou no mundo pré-medieval, ou como se estivesse nele, e que, além disso, queira que todos os ouvintes de boa-vontade se mudem pra lá. Se os séculos XIX e XX não tivessem acontecido, essa Teologia estaria feliz.

 
Teologia como estudo sobre o pensamento humano sobre Deus
 
Uma definição como essa é claramente romântico-humanista. Ela reconhece as teses de Kant, de Schopenhauer e de Feuerbach. Reconhece e enamora-se delas. Não é possível reconhecê-las e apenas tolerá-las. Ou elas são reconhecidas, e apaixonadamente recebidas, ou são reconhecidas, e contornadas. Não há apatias aqui, mas somente ou ódio, ou paixão. Pois essa Teologia romântico-humanista é apaixonadamente romântico-humanista.

Ela não diz saber qualquer coisa sobre Deus, porque ouviu dizer, e creu, que os teólogos são homens comuns, que sabem o que os outros homens comuns sabem e podem saber. E o que romântico-humanisticamente todos os homens podem saber é o que é propriamente histórico e humano. Logo, o que os homens dizem saber de Deus, o teólogo – desse tipo – trata como doxa, opinião, cultura. Respeitosamente. Mas doxa, opinião, cultura.

Um teólogo – desse tipo – não dirá que não se sabe nada sobre Deus. Sua coerência epistemológica interna permite apenas a coerência de dizer que, se há Deus, não se pode saber que o que se pensa ser sabido dele seja real sabedoria dele, e que, além disso, saiba-se o que se souber, isto é, se pense e diga saber, seja o que for, chegou-se a isso pelas vias da representação mediadora, como o disse Schopenhauer. Logo, não, não se pode dizer que não se sabe nada de Deus, mas apenas que não se pode saber que o que se pensa saber de Deus é, de fato, sabedoria, também sendo epistemologicamente coerente, ao lado disso, reconhecer que, seja o conhecimento que for, é, sempre, construído histórico-culturalmente, por meio de interfaces hermenêuticas bio-psicológicas.

Logo, o teólogo desse tipo aproxima-se do fiel que pensa saber de Deus e até o ouve de bom grado, mas não assume nem que seja nem que não seja, porque ele, o teólogo, não tem como saber. Assume, apenas, como  que é, na superfície: discurso humano sobre Deus. E não importa se esse fiel seja um camponês do Pantanal, um teólogo de Harvard ou um bispo católico ou protestante. O fiel pode dizer o que quiser, e crer no que quiser, e sentir o que quiser, e respaldar-se nos argumentos que quiser – em todas e quaisquer situações, o teólogo – desse tipo – ouvirá todos os discursos como o que são romântico-humanisticamente falando: representações humanas (Schopenhauer), projeções humanas (Feuerbach), cultura (Kant).

Conseqüências? Muitas. Primeira, o teólogo não pode dizer que saiba alguma coisa de Deus. Se pensa saber, não é um teólogo romântico-humanista. Ah, aquelas tentativas no final do século XIX de, atravessando o vale romântico do silêncio e da angústia, sair com a fé do outro lado. Nostalgia medieval. O vale romântico-humanista do século XIX é vale de solidão, é ermo angustiante, do qual não se pode sair pelas mesmas saídas medievais. Karl Barth nunca entrou nele. Olhou-o desde a entrada, pôs a mão côncava sobre as sobrancelhas, firmou as vistas, temeu o que viu, ou pensou ter visto, e contornou-o. A simples sensação do seu calor escaldante fez com que, rapidamente, corresse dali, e aquela Teologia medieval foi salva. Entrar no vale, contudo, e tomá-lo como a casa do homem e da mulher românticos, é uma coragem tremenda, um risco não pouco significativo, cujo epitáfio são as primeiras palavras de Assim Falou Zaratustra. Não há mais metas, mas só pontes, na condição de serem, sempre, pontes. Não se pode, aí, voltar, nem seguir em frente. Mas, ai de nós, não se pode, aí, nem tão-pouco, parar de andar.

Não, o teólogo não tem a mínima idéia de que, se o que ele sabe, é alguma coisa relacionada a Deus. Ele só sabe que o que pensa sobre Deus é pura noologia, pura idéia, pura imaginação e fantasia, as virtudes propriamente humanas. Ir além disso, ele não pode. Daí que a segunda conseqüência é seu interesse sincero pelas teologias de terceiros, porque são, todas, igualmente humanas. Todas as teologias são equivalentes. Não é por outra razão que o MEC tenha autorizado Faculdades de Teologia de diferentes tradições: cristãs, tanto católicas quanto evangélico-protestantes, e, também, kardecistas e umbandistas. E virão mais. Enquanto nos templos, teólogos do primeiro tipo chamam de demônios os deuses dos outros, nas Faculdades de Teologia, protegidas pelo Estado de Direito, esses mesmos demônios são cridos e ensinados como deuses. É divertidíssimo o espetáculo.

Um teólogo do segundo tipo, contudo, seja ele cristão, kardecista ou umbandista, para falar em termos de MEC, ou de qualquer outra tradição, saberá, primeiro, que sua teologia é pura construção romântica, enquanto ele mesmo tratará como construções também românticas as demais teologias do planeta. Caso ele seja do primeiro tipo, contudo, e ainda que esteja vinculado a IES credenciadas pelo Sistema Federal de Ensino, esse teólogo terá, no mínimo, enormes dificuldades de sentar à mesa com um colega umbandista, e, olho no olho, reconhecer que ali vão dois românticos, namorando opiniões culturais sobre um possível Sagrado além-noológico. O próprio conceito de fé desse teólogo exercerá tão profunda pressão sobre sua epistemologia, que a simples consideração civil do colega teólogo umbandista já aparecerá como pré-apostasia, pré-heresia, pré-concessão, e, finalmente, como provação da verdade. Nesse contexto, o segundo teólogo, o de tipo romântico, aprenderá, sem sursis, a lidar com seu chão romântico.

Uma terceira conseqüência, coerente com a episteme romântica, que a tudo transforma em interface hermenêutica e processamento histórico-cultural, é que a Teologia tornar-se-á investigativa. É por isso que Hans Küng afirmou que a única Teologia que tem direito a estar na Universidade é a histórico-crítica. Nesse sentido, concordo, uma vez que a Teologia, se universitária, se coerentemente universitária, se não é uma catequese de luxo, disfarçada em saber universal, só pode ser conhecimento universalmente falseável. Logo, deve reduzir-se às expressões historicamente verificáveis. Um teólogo do segundo tipo, por exemplo, jamais poderia, enquanto teólogo do segundo tipo, afirmar alguma coisa sobre a divindade de Jesus. Se Jesus era ou não era Deus, não se trata de uma informação verificável, investigável. O que o teólogo pode, e deve fazer, é verificar se os textos, por exemplo, do Novo Testamento afirmam alguma coisa sobre o tema. Para tanto, não se trata, agora, de fazer alguma coisa chamada Teologia, porque, se a questão é a interpretação de texto, que sabe disso a Teologia, senão aquilo que a ensinarem fazer a Exegese, a Crítica Literária, a História? Além disso, se o teólogo vier a se convencer, enquanto teólogo do segundo tipo, que, sim, o Novo Testamento, não no todo, pelo contrário, mas aqui e ali, considera a divindade de Jesus, essa conclusão jamais poderá ser tratada, por ele, teólogo do seguindo tipo, como conhecimento que não conhecimento histórico-social, o que significa dizer que ele terá a hipótese, própria das Ciências Humanas, de que um sujeito x, há dois mil anos, dizia crer e ensinava que Jesus era divino, e só. O salto que eventualmente esse teólogo faça entre essa hipótese e a adesão fideísta voluntarista a ela transforma-o, automaticamente, em teólogo do primeiro tipo. Um teólogo do segundo tipo não pode mais crer, senão sabendo que crê que crê. As investigações teológicas são o que são: investigações. E o teólogo é investigador, não juiz. Se tornar-se juiz, tornou-se teólogo do primeiro tipo, porque todos os teólogos do primeiro tipo fazem-se, automaticamente, juízes. O de segundo tipo, não. Se o fizer, muda de tipo.

 
Risco da Teologia romântico-humanista
 
Sendo essa a Teologia que abraço e defendo, importa-me a lucidez epistemológica. Se a Teologia não é mais conhecimento de Deus, logo, legitimada por apologias de revelação e retóricas de iluminação privilegiadas, mas, antes, operações epistemológicas internas às Ciências Humanas, se a Teologia é, agora, uma operação noológica kantiana (do primeiro Kant), schopenhaueriana e feuerbachiana, o que é que essa Teologia faz, ou diz fazer, que, eventualmente, outras disciplinas das Ciências Humanas já não o fazem? O que é, afinal, essa Teologia?

Recupera-se, aqui, a questão da relação concorrente entre Teologia e Ciências da Religião. Deixando de lado a Teologia de primeiro tipo, que aqui não se considera mais, o que diferiria a Teologia das Ciências da Religião? Por exemplo, o que difere a Teologia da Fenomenologia da Religião? Quando eu disse, certa vez, que meu acesso aos textos bíblicos não se faz mais senão mediante a Fenomenologia da Religião, o que estava eu, de verdade dizendo? Que eu faço Teologia, utilizando-me da Fenomenologia da Religião? Ou que eu faço, na verdade, Fenomenologia da Religião, mas que ali, porque se usa a Bíblia, a Fenomenologia da Religião é chamada de Teologia? Ou o que se faz ali, de fato, é, apenas, Exegese?

Se a Teologia é o estudo do que os homens pensam sobre o sagrado, o objeto de estudo está claramente delimitado. Ora, mas a Psicologia da Religião não lida com o mesmo objeto? Não estão a Antropologia da Religião, a Sociologia da Religião, a Filosofia da Religião, todas, igualmente, interessadas nele? Ah, claro que cada uma dessas ciências da religião tem um interesse específico, a psique do ser religioso, a cultura, as relações inter-sociais, os fundamentos da religião. Mas cada uma dessas especializações humanistas tem, contudo, muito razoavelmente claro o seu estatuto. Quando se fala de Psicologia, sabe-se do que se está falando, e se ele concorre, algumas vezes, com a Antropologia, trata-se, somente, de interposição circunstancial de temas, mas não de foco. A Filosofia, mal ou bem, vá lá, sabe-se do que se trata, haja ou não boa-vontade. Da Sociologia, ainda que se diga consistir, as mais das vezes, em teorias de sociólogos, ainda assim está claro o que seja. Mas e a Teologia? O que é ela? Nem quando se rouba dela, e justamente por isso até, sua pretensão de privilégio ontológico, tornando-a uma mera investigação humana acerca de fenômenos humanos, pode-se precisar em que consista.

Na prática, ou a Teologia se comporta como ontologia, descarada ou dissimuladamente, ou confunde-se com Ciências da Religião. E, enquanto não se descartar definitivamente a pretensão ontológica da Teologia, e enquanto não se puder dizer, em termos romântico-humanísticos, qual sua especificidade, a Teologia está em dívida com os teólogos, ou eles, com ela.

Talvez a Teologia romântico-humanista não seja uma disciplina, mas um congresso, uma abóbada temática, no interior da qual se moveriam disciplinas circunstancialmente instrumentais, sem que a Teologia em si, se tornasse, não obstante, alguma outra coisa, de um outro tipo ou qualidade. No interior da Câmara de Teologia, dando-lhe sustentação epistemológico-metodológica, estariam as Ciências Humanas operativas: Exegese, Antropologia, Sociológica, Psicologia, Filosofia, Epistemologia, as Neurociências, a Pragmática, a Lingüística, a Literatura, as Artes, a Geografia, a História, a Arqueologia, a Biologia, a Ecologia, a Política etc. O foco temático, instrumentalizado pelas operações pertinentes dessa imensa massa de metodologias, consistiria no discurso humano sobre o sagrado. Teologia, então, consistiria num olhar focado, e seria levada à efetividade mediante a operação, sob esse olhar específico, das demais especificidades humanistas.

Nesse caso, em outros salões temáticos, essas mesmas disciplinas estarão trabalhando em função de outros projetos investigativos, como o tema do belo, por exemplo, ou da ética. Porque tais disciplinas não seriam, absolutamente, em nenhuma hipótese, servas da Teologia, Deus nos livre. Seriam apenas, nesse sentido, imprescindíveis, operações sine qua non para qualquer – absolutamente qualquer – investigação romântico-humanista, que é como aqui se faz referência ao conjunto das Ciências Humanas.

Além disso, em torno da Teologia, e acima dela, circunscrevendo-a enquanto teoria, uma metateoria igualmente romântico-humanista a vigiaria. Essa metateoria seria constituída pelas mesmas disciplinas que, internamente à Teologia, por ela são operadas. Nesse complexo do anel metateórico, contudo, seria a vez delas controlarem as operações da Câmara de Teologia. Não se pode fazer Teologia sem Epistemologia, mas tão-pouco se pode pensar Teologia sem Epistemologia, de modo que uma recobre a outra, num complexo teórico e metateórico, nos moldes que Edgar Morin defende em O Método 4 – as Idéias, quando reflete sobre o teorema de Gödel aplicado à insuficiência crítico-epistemológica das teorias.

Teologia não seria, nesse sentido, operação de crentes. Mas de profissionais. O que crentes fizessem, ainda que imprecisamente, se chamasse teologia, como quando se fala de estilos de vida como sendo filosofias de vida, efetivamente corresponderia à racionalização doutrinária, que, a seu tempo, e a depender do seu interesse, a Teologia, aquela câmara multi, inter e transdisciplinar, poderia, eventualmente, investigar, mais ou menos como a Filosofia poderia fazer, nesse caso, investigando a filosofia hippie.

Se, em sua caminhada crítico-investigativa, por acaso, um teólogo romântico-humanista fosse surpreendido com o discurso catequético de um teólogo ontológico, e este pusesse sob risco, sob seus próprios critérios teológicos, a fé do primeiro, seria ocasião para se ouvir o seguinte: “Se Deus é como você diz que é, não posso saber, e, conseqüentemente, se valem para mim as suas advertências teológicas, também não o posso saber. O que posso dizer, razoavelmente, que se pode descobrir, é de onde se tirou essa idéia, quando ela nasceu, quem é seu pai, quem são seus patronos ancestrais e patrocinadores contemporâneos, a quem, politicamente, ela interessa, quem, economicamente, ela sustenta, de quem, socialmente, ela se nutre. Chegando a esse ponto, somente de má vontade você não reconheceria a razoabilidade da descoberta. E então a questão se altera: o que você diz ser ontologia, pode ser mostrado a você tratar-se de cultura. Agora, o que eu digo a você tratar-se de cultura, você me impõe considerar ontologia. Quem exige mais de quem? E quem tem má vontade nesse jogo? Eventualmente, se Deus é como você diz, as coisas são o que são, porque ele teria querido. Sendo elas, portando, de tal consistência, que eu não posso ir além da constatação de que idéias são idéias, e doutrinas, também idéias, esse Deus, eventualmente real, não poderia exigir de mim saltar não no escuro, que saltar no escuro o romântico faz, mas saltar para dentro das doutrinas como se elas fossem o escuro, e para os dogmas, como se ele fosse o mistério. E o são, mas só sob a condição da cegueira espontânea do teólogo, desde que a fé virou sacrifício”.

© Osvaldo Luiz Ribeiro
Possui graduação em Teologia - Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil/Faculdade Batista do Rio de Janeiro (1992), com validação pela Faculdade Teológica Batista do Paraná (2007) -, mestrado em Teologia - Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (2002) - e doutorado em Teologia Bíblica - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-Rio (2008). Tem experiência na área de docência teológica, com ênfase em Introdução, Exegese e Teologia do Antigo Testamento, Teologia e Metodologia Teológica, Hermenêutica, Epistemologia, Fenomenologia da Religião e Metodologia da Pesquisa. Concentra suas pesquisas em torno do tema da funcionalidade histórico-social das narrativas de criação e dilúvio da Bíblia Hebraica. É signatário da Carta da Transdisciplinaridade. Possui página de trabalho: www.ouviroevento.pro.br.


– autorizado uso pessoal, desde que com citação da fonte e sem alterações no texto –
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Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

A liberdade só para os que apóiam o governo,só para os membros de um partido (por mais numeroso que este seja) não é liberdade em absoluto.A liberdade é sempre e exclusivamente liberdade para quem pensa de maneira diferente. - Rosa Luxemburgo

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Offline Gaúcho

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Re: Para que serve o curso de Teologia?
« Resposta #55 Online: 09 de Novembro de 2008, 11:39:42 »
Pra mim não interessa se é Teologia sobre deus ou Teologia sobre o pensamento humano sobre deus. É tão útil quanto uma graduação sobre Harry Potter. E novamente não me interessaria se a graduação seria sobre Harry Potter ou sobre o pensamento humano sobre Harry Potter pois, no final, é somente fantasia, completa e inútil fantasia.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Luis Dantas

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Re: Para que serve o curso de Teologia?
« Resposta #56 Online: 09 de Novembro de 2008, 14:25:29 »
Fantasia ou não, o pensamento humano sobre Deus tem inegável influência cultural.
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The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Gaúcho

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Re: Para que serve o curso de Teologia?
« Resposta #57 Online: 09 de Novembro de 2008, 18:35:55 »
O futebol e o samba tem uma inegável influencia cultural...

E o melhor, eu consigo ver/ouvir o futebol e o samba.
« Última modificação: 09 de Novembro de 2008, 18:41:41 por Di »
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Lordakner

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Re: Para que serve o curso de Teologia?
« Resposta #58 Online: 09 de Novembro de 2008, 18:37:46 »
O futebol e o samba tem uma inegável influencia cultural...

Cabines de sex shop e churrasco grego também...
“Ante a imagem de Augusto César Sandino e Ernesto Che Guevara, ante a recordação dos heróis e mártires da Nicarágua, da América Latina e de toda a humanidade, ante a história, coloco minha mão sobre a bandeira vermelha e negra, o que significa Pátria Livre ou Morrer."

Offline calvino

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Re: Para que serve o curso de Teologia?
« Resposta #59 Online: 10 de Novembro de 2008, 09:57:13 »
Eu tenho curso de teologia.

Quais são as dúvidas?
"Se a moralidade representa o modo como gostaríamos que o mundo funcionasse, a economia representa o modo como ele realmente funciona" Freakonomics.

Offline Lordakner

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Re: Para que serve o curso de Teologia?
« Resposta #60 Online: 10 de Novembro de 2008, 11:40:00 »
Eu tenho curso de teologia.

Quais são as dúvidas?

Como passatempo, é melhor que palavras cruzadas?? :biglol:
“Ante a imagem de Augusto César Sandino e Ernesto Che Guevara, ante a recordação dos heróis e mártires da Nicarágua, da América Latina e de toda a humanidade, ante a história, coloco minha mão sobre a bandeira vermelha e negra, o que significa Pátria Livre ou Morrer."

Offline Fenrir

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Re: Para que serve o curso de Teologia?
« Resposta #61 Online: 10 de Novembro de 2008, 17:56:25 »
DEPARTAMENTO DE TEOLOGIA
EMENTAS

 
Ementas das Disciplinas
... TEO 1234 Monografia - (4-0-0) 4
Apresentação de um trabalho científico sobre um tema teológico, sob a orientação de um professor. ...



Apresentação de trabalho científico !?!?! Essa é boa, agora a estratégia é mesmo usar linguagem científica  em temas místicos para uma melhor justificativa, confundir ainda mais os confusos e aumentar o nicho da freguesia.

Leiam: artigo muito bom escrito por Widson Porto Reis, na Conferência Latino Americana de setembro de 2005, com o título "PSEUDOCIÊNCIA NAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS". LINK:http://homepage.mac.com/widson/FileSharing7.html

O curso de teologia serve para ampliar os argumentos e conceitos místicos e ainda polir a estrutura de linguagem mística dos cursandos, preparando-os, como qualquer outro curso, para o sucesso no mercado de trabalho. |(


Li o pdf...

Pelas barbas do ZZ top! Avança Brasil!!!

E o pior, o pior, é que tem gente de exatas envolvida nestas iniciativas "mutidisciplinares"
(ate Phd em física).

Alguem, por favor, lobotomize estas criaturas.

Eis uma perola do phd em fisica:
“Se podemos melhorar nossa oratória, também podemos dominar a bioenergia e usá-la para nos teletransportar ou curar doenças”.

Uma puta logica do c*ralho!
Inspirado nela, eu descobri este argumento:

"Se podemos melhorar nosso conhecimentos, tambem podemos aprender a concentrar o qi e usa-lo para soltar kamehamehas"

O sonho dourado de todos os nerds e otakus fas de DB e DBz!!!
« Última modificação: 10 de Novembro de 2008, 17:59:54 por Fenrir »
"Nobody exists on purpose. Nobody belongs anywhere. Everybody's gonna die. Come watch TV" (Morty Smith)

"The universe is basically an animal. It grazes on the ordinary. It creates infinite idiots just to eat them." (Rick Sanchez)

Offline Fabulous

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Re: Para que serve o curso de Teologia?
« Resposta #62 Online: 10 de Novembro de 2008, 18:09:58 »
Pra mim não interessa se é Teologia sobre deus ou Teologia sobre o pensamento humano sobre deus. É tão útil quanto uma graduação sobre Harry Potter. E novamente não me interessaria se a graduação seria sobre Harry Potter ou sobre o pensamento humano sobre Harry Potter pois, no final, é somente fantasia, completa e inútil fantasia.

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Offline Lordakner

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Re: Para que serve o curso de Teologia?
« Resposta #63 Online: 10 de Novembro de 2008, 18:50:18 »
DEPARTAMENTO DE TEOLOGIA
EMENTAS

 
Ementas das Disciplinas
... TEO 1234 Monografia - (4-0-0) 4
Apresentação de um trabalho científico sobre um tema teológico, sob a orientação de um professor. ...



Apresentação de trabalho científico !?!?! Essa é boa, agora a estratégia é mesmo usar linguagem científica  em temas místicos para uma melhor justificativa, confundir ainda mais os confusos e aumentar o nicho da freguesia.

Leiam: artigo muito bom escrito por Widson Porto Reis, na Conferência Latino Americana de setembro de 2005, com o título "PSEUDOCIÊNCIA NAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS". LINK:http://homepage.mac.com/widson/FileSharing7.html

O curso de teologia serve para ampliar os argumentos e conceitos místicos e ainda polir a estrutura de linguagem mística dos cursandos, preparando-os, como qualquer outro curso, para o sucesso no mercado de trabalho. |(


Li o pdf...

Pelas barbas do ZZ top! Avança Brasil!!!

E o pior, o pior, é que tem gente de exatas envolvida nestas iniciativas "mutidisciplinares"
(ate Phd em física).

Alguem, por favor, lobotomize estas criaturas.

Eis uma perola do phd em fisica:
“Se podemos melhorar nossa oratória, também podemos dominar a bioenergia e usá-la para nos teletransportar ou curar doenças”.

Uma puta logica do c*ralho!
Inspirado nela, eu descobri este argumento:

"Se podemos melhorar nosso conhecimentos, tambem podemos aprender a concentrar o qi e usa-lo para soltar kamehamehas"

O sonho dourado de todos os nerds e otakus fas de DB e DBz!!!

Fenrir,

Velho lobo de Odim...

Gostei muito de: "Pelas barbas do ZZ top! Avança Brasil!!!" :biglol:

Abraço
 
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Offline Fenrir

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Re: Para que serve o curso de Teologia?
« Resposta #64 Online: 11 de Novembro de 2008, 11:35:39 »

Fenrir,

Velho lobo de Odim...

Gostei muito de: "Pelas barbas do ZZ top! Avança Brasil!!!" :biglol:

Abraço
 

Eu ia teclar "pelas barbas do profeta", mas me lembrei que ceticos nao acreditam em profetas  :hihi:
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Offline Memphis Belle

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Re: Para que serve o curso de Teologia?
« Resposta #65 Online: 11 de Novembro de 2008, 12:58:43 »
Caro Lord,e demais colegas que aqui têm postado, é um tópico interessante, sem dúvida...Mas a intenção aqui é só  falar sem escutar? pois  lá atrás um colega nosso  ousou dizer que fez o curso de teologia e ninguém, nem mesmo por educação, entre os colaboradores das discussões , fez algum esforço para integra-lo a discussão.Isso só pode remeter a  uma coisa, à mariquinhas chics e diplomadas que se acham...rs...Mil desculpas, mas para um tópico de discussão, creio que todos merecem ser ouvidos, mesmo que este seja do desacordo ideológico de todos os demais.Mas antipaticamente a prepotencia e a brincadeira por brincadeira tomam espaço ao que poderia ser algo  mais elucidativo sob o ponto de vista de um teólogo, até agora , único que aqui neste tópico teve a coragem( pois já está precisando haver coragem para encarar as piadinhas de você a quem pensa difertente).
Abraços,
Memphis Belle.
"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele ou por sua origem, ou sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender.
E se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto.
A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta."
(Nelson Mandela)

Offline Sklogw

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Re: Para que serve o curso de Teologia?
« Resposta #66 Online: 11 de Novembro de 2008, 13:18:29 »
Tudo depende de como se encara o ensino superior: se imaginamos a Universidade como um centro de discussões abertas, livres e não-dogmáticas, plenamente abertas a contestações e verificações empíricas, então naturalmente um curso de Teologia (ou outro nome similar) não tem realmente sentido. MAS... se imaginarmos a Universidade como um mero "colegião", onde o que vale é o diplome no final do curso, Teologia cai no mesmo balaio de outras enganações ainda maiores. È por essas coisas que eu admiro o Judaismo: que eu saiba (posso estar enganado), eles não misturam alhos com bugalhos, e não conheço curso de Teologia Judaica em Universidades, eles o fazem no lugar de direito, que é a Sinagoga.
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"I venture to think that the people who talk most about it are the people who do least about it. Scientific method is what working scientists do, not what other people or even they themselves may say about it." [Percy W. Bridgman, "Reflections of a Physicist"]

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Offline Wolfischer

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Re: Para que serve o curso de Teologia?
« Resposta #67 Online: 11 de Novembro de 2008, 14:02:36 »
Como as

Fenrir,

Velho lobo de Odim...

Gostei muito de: "Pelas barbas do ZZ top! Avança Brasil!!!" :biglol:

Abraço
 

Eu ia teclar "pelas barbas do profeta", mas me lembrei que ceticos nao acreditam em profetas  :hihi:


Como assim, não acreditamos em profetas?
Profeta não é, etimologicamente, um vidente ou um lunático religioso. Profeta é quem professa uma mensagem, quem traz uma verdade superior para os ouvintes.
Desta forma, considero Carl Sagan e Stephen Jay Gould grandes profetas da ciência, por trazê-la ao alcance de todos.

Offline Lordakner

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Re: Para que serve o curso de Teologia?
« Resposta #68 Online: 11 de Novembro de 2008, 14:05:35 »
Caro Lord,e demais colegas que aqui têm postado, é um tópico interessante, sem dúvida...Mas a intenção aqui é só  falar sem escutar? pois  lá atrás um colega nosso  ousou dizer que fez o curso de teologia e ninguém, nem mesmo por educação, entre os colaboradores das discussões , fez algum esforço para integra-lo a discussão.Isso só pode remeter a  uma coisa, à mariquinhas chics e diplomadas que se acham...rs...Mil desculpas, mas para um tópico de discussão, creio que todos merecem ser ouvidos, mesmo que este seja do desacordo ideológico de todos os demais.Mas antipaticamente a prepotencia e a brincadeira por brincadeira tomam espaço ao que poderia ser algo  mais elucidativo sob o ponto de vista de um teólogo, até agora , único que aqui neste tópico teve a coragem( pois já está precisando haver coragem para encarar as piadinhas de você a quem pensa difertente).
Abraços,
Memphis Belle.


   Minha Senhora,

   Em fórum Cético curso de teologia tera o valorr que o bacharel souber demonstrar!

  
Eu tenho curso de teologia.

Quais são as dúvidas?

Como passatempo, é melhor que palavras cruzadas?? :biglol:

  Achei que ele desistiu um pouco rápido da brinacdeiar!

   Abraço
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Offline Lordakner

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Re: Para que serve o curso de Teologia?
« Resposta #69 Online: 11 de Novembro de 2008, 14:06:54 »

Como assim, não acreditamos em profetas?
Profeta não é, etimologicamente, um vidente ou um lunático religioso. Profeta é quem professa uma mensagem, quem traz uma verdade superior para os ouvintes.
Desta forma, considero Carl Sagan e Stephen Jay Gould grandes profetas da ciência, por trazê-la ao alcance de todos.

  Mestre E.

Mestre E. coloca todos no Bolso!
“Ante a imagem de Augusto César Sandino e Ernesto Che Guevara, ante a recordação dos heróis e mártires da Nicarágua, da América Latina e de toda a humanidade, ante a história, coloco minha mão sobre a bandeira vermelha e negra, o que significa Pátria Livre ou Morrer."

Offline Memphis Belle

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Re: Para que serve o curso de Teologia?
« Resposta #70 Online: 11 de Novembro de 2008, 14:37:36 »
É, como eu disse, se faz necessário um tanto de coragem a quem quiser expor aqui seus pensamentos de modo sério, pois a receptividade não tem sido das mais sérias.E não falo só vc meu querido Lord.Mas não ignoro, nem poderia, que ao ver de meus caros colegas de fórum, este assunto não mereça tais considerações, sendo entre céticos e ateus.Porém criado o tópico, aspiro à uma discussão coerente e amistosa.
Então vamos lá...Eu fiz um curso de teologia também.Não tenho , por conta dele um diploma de nível superior , apesar de ter sido feito  em 3 anos e meio e de maneira bem abrangente, com grade específica  do assunto, como  teologia moral, filosofia e história da igreja e religião entre outras.Meu intuito, então, como católica praticante era dar ensinamento da doutrina ( que me foi passada no referido curso ) ,e ainda através de outros cursos feitos durante alguns anos por mim.Porém a crediblidade nos palestrantes  é algo exigido no grupo em que eu compunha, de modo docente meus conhecimentos.
Aqui gostaria de enfatizar que no aspecto prático, o curso de teologia não teve influências  em minha vida que não fosse o do pensamento crítico.Por irônia, posso concluir , que foi em parte este mesmo curso que me proporcionou as primeiras e elementares dúvidas sobre a raíz dos dogmas e doutrina da igreja católica.Passando  deste momento em diante a  estudar de modo mais atento e livre sobre autores intra e extra igreja.Portanto , foi de grande  utilidade para mim, hoje uma cética das doutrinas da citada igreja.Tornei-me ao mesmo tempo avesssa a religiões todas e seus conceitos de castração ao pensamento e ainda a um modo imperativo de que crer em Deus, tenhamos que ser burros, seguidores sem questionamentos, meros  repetidores de massas conformistas.Posso concluir então que o grande mal da igraja tenha sido a reforma de Lutero.Fato que a Contra reforma, não abrangiu significativamente.A própria igreja se fragmenta a olhos vistos , caminhando à um fim, não como instituição( a meu ver , coisa ainda muito distante ), mas como início de determinadas  ações que podem finalizar com a unidade centralizadora  da igreja e suas Ordens doutrinais.Dadas as exigencias cada mais mais presentes no seio da igreja,por reformas de ordem livre e moral sobre dogmas ( que não podem ser discutidos à luz do entendimento humano [? ] ),realidade social e implementação  da voz leiga de modo  real, como , creio foi o idealizado No Cocílio Vaticano II.Que só permitiu uma tímida participação dos leigos na igreja e de forma controlável e  inexpressiva.Posto que tudo, TUDO ...Que é falado , pregado por qualquer  leigo engajado , tenha que  estar de acordo com o pensamento dogmatico e imperialisatsa da igraja mundial que não percebe as dimensões individuais  da fé dos povos do mundo.
Fica aqui a abertura democratica para comentarios sobre  a importancia que o curso de teologia teve para mim.
Paz e Bem,
Belle.
« Última modificação: 11 de Novembro de 2008, 15:13:09 por Memphis Belle »
"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele ou por sua origem, ou sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender.
E se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto.
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Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Re: Para que serve o curso de Teologia?
« Resposta #71 Online: 11 de Novembro de 2008, 16:47:46 »
Pra mim não interessa se é Teologia sobre deus ou Teologia sobre o pensamento humano sobre deus. É tão útil quanto uma graduação sobre Harry Potter. E novamente não me interessaria se a graduação seria sobre Harry Potter ou sobre o pensamento humano sobre Harry Potter pois, no final, é somente fantasia, completa e inútil fantasia.

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Offline Tupac

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Re: Para que serve o curso de Teologia?
« Resposta #72 Online: 11 de Novembro de 2008, 18:10:22 »
Pra mim não interessa se é Teologia sobre deus ou Teologia sobre o pensamento humano sobre deus. É tão útil quanto uma graduação sobre Harry Potter. E novamente não me interessaria se a graduação seria sobre Harry Potter ou sobre o pensamento humano sobre Harry Potter pois, no final, é somente fantasia, completa e inútil fantasia.

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ahuahuahuahuahauhauh... não sabia desenhar corujas hauahuah... agora eu sei... thank you Dante, the muthafuck wicked... hauahauh..
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida."
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"O que é afirmado sem argumentos, pode ser descartado sem argumentos." - Navalha de Hitchens

Offline Tupac

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Re: Para que serve o curso de Teologia?
« Resposta #73 Online: 11 de Novembro de 2008, 18:18:09 »
O que você aprendeu no curso de teologia Belle??? Por um acaso foi "como catequizar os indios do novo mundo"??

Você aprendeu sobre as diferentes culturas e seus deuses?? Ou o curso foi centrado apenas no Senhor dos Exercitos?

Enfim...

ahhh...

Teologia oferece uma perspectiva melhor sobre deus (deuses) que antropologia??? Pode justificar sua resposta em caso positivo??
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Offline Memphis Belle

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Re: Para que serve o curso de Teologia?
« Resposta #74 Online: 11 de Novembro de 2008, 19:18:24 »

O que você aprendeu no curso de teologia Belle??? Por um acaso foi "como catequizar os indios do novo mundo"??

Você aprendeu sobre as diferentes culturas e seus deuses?? Ou o curso foi centrado apenas no Senhor dos Exercitos?

Enfim...

ahhh...

Teologia oferece uma perspectiva melhor sobre deus (deuses) que antropologia??? Pode justificar sua resposta em caso positivo??

Aprendi o que eles ensinam lá e por mim já citado:História da igreja, filosofia, teologia moral e dogmática e ainda sobre outras religiões e crenças.
Em relação a antropologia, a teologia é mais centrada  na ideia de Deus, enquanto na antropologia , ocorre um estudo mais  aprofundado das tendências do homem e sua fé/crença em deuses conforme as diferentes culturas.Estuda  a necessidade que a maioria dos homens têm em cultuar um deus e os aspectos que envolve isso.
Paz e Bem.
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