**marginalmente: acho muito curioso a manutenção ainda da palavra "vós" em igrejas católicas. Fui a dois casamentos recentemente em que os padres substituíam, quase sempre, "você" por "vós".
O pior não é só isso.
Nós até já nos acostumamos e nem questionamos quem é esse "vós" aí.
Nas orações Ave Maria e Pai Nosso, fica esquisito.
Por que são dirigidas à 2ª pessoa do singular, mas faz-se uso da 2ª pessoa do plural?
"Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é CONVOSCO;
bendita SOIS VÓS entre as mulheres, e bendito é o fruto do VOSSO ventre, Jesus".
Já que a oração é dirigida a Maria, uma única pessoa, deveria ser:
"Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é CONTIGO;
bendita ÉS TU entre as mulheres, e bendito é o fruto do TEU ventre, Jesus".
Ou:
"Pai nosso que ESTAIS no Céu, santificado seja o VOSSO nome;
venha a nós o VOSSO reino, seja feita a VOSSA vontade, assim na Terra como no Céu.
O pão nosso de cada dia nos DAI hoje;
PERDOAI as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido;
e não nos DEIXEIS cair em tentação, mas LIVRAI-nos do mal".
Deveria ser: "Pai nosso que ESTÁS no Céu, santificado seja o TEU nome;
venha a nós o TEU reino, seja feita a TUA vontade, assim na Terra como no Céu.
O pão nosso de cada dia nos DÁ hoje;
PERDOA as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido;
e não nos DEIXE cair em tentação, mas LIVRA-nos do mal".
Apesar de alegarem a Santíssima Trindade para justificar o "vós", as orações são personalizadas a cada um, Maria e o Deus Pai.
Acho que o uso do "vós" incute na liturgia um caráter mais solene e majestoso e, por isso, foi mantido sem esses questionamentos de céticos chatos com picuinhas com o idioma.