Entendi esses dias por que índio fala "mim faz":
Podemos dividir os verbos em dois tipos: transitivos, que exigem dois argumentos: um sujeito e um (ou mais) objeto, e intransitivos, que exigem exatamente um argumento. Na maioria das línguas europeias, o argumento do verbo intransitivo é o sujeito e é declinado da mesma forma que o sujeito do verbo transitivo: no caso nominativo (ou caso reto, dependendo do idioma): Eu, tu, ele etc.
Em vários idiomas indígenas americanos (em particular tupi, tupi-guarani, guarani e dakota), o argumento do verbo intransitivo pode ser declinado tanto como o sujeito do transitivo (eu, tu ele) como o objeto do transitivo (mim, ti, si). A escolha de qual forma usar depende do idioma. Em Tupi e tupi-guarani, por exemplo, existem verbos que pedem o "mim" e existem verbos que pedem "eu". Depende, principalmente, se o verbo denota uma ação proposital, sobre a qual o sujeito tem controle: "eu ando, eu nado", ou se o sujeito é normalmente "paciente" da ação: "mim caiu, mim sonhou". Em outros casos, (Guarani, por exemplo), quem escolhe qual forma usar é quem fala: se a ação foi realmente proposital, por exemplo, se eu peguei uma furta e engoli, "eu engoli", se eu tava correndo de boca aberta, entrou uma mosca na minha boca e eu engoli, sem querer, "mim engoliu". Pode ser usado como sinal de empatia também: eu vejo você tomar um tombo: "tu caíste?" dá a ideia de que eu não tou nem aí por você ter caído. Já "ti caíste?" dá uma conotação mais empática, é o que se falaria enquanto se ajuda a pessoa a levantar, por exemplo.
Quando os falantes nativos desses idiomas tentam aprender português ou inglês, podem ter dificuldade de saber que só "eu" conjugo verbo.
An active–stative language (active language for short), also commonly called a split intransitive language, is a language in which the sole argument ("subject") of an intransitive clause (often symbolized as S) is sometimes marked in the same way as an agent of a transitive verb (that is, like a subject such as "I" or "she" in English), and sometimes in the same way as a direct object (such as "me" or "her" in English). The case or agreement of this intransitive argument (S) depends on semantic or lexical criteria particular to each language. These criteria tend to be based on the degree of volition or control over the verbal action exercised by the participant. For example, if one tripped and fell, an active–stative language might require them to say the equivalent of "fell me"; saying "I fell" would mean that they had done it on purpose, such as taking a fall in boxing. Another possibility is empathy; for example, if someone's dog was run over by a car, they might say the equivalent of "died her"; to say "she died" would imply that they were not affected emotionally.
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Examples:
- In Brazil, Bolivia, French Guiana, Paraguay, Peru: Tupì-Guaranì languages - Tupinambà (fluid-S, †), Tupi (†), northern Argentina, eastern Bolivia and southwestern Brazil by 7 million people), Siriono (eastern Bolivia), Camaiura or Kamayura (Split-S, Brazil);
- Guaraní, a language spoken mainly in Paraguay, has been analyzed as a close-to-ideal active language of the fluid-S type. In Mesoamerica the Oto-Manguean languages Chocho and Amuzgo are active languages of the split-S type, with some verbs showing fluid-S alignment.
- In Brazil(Upper Rio Negro): Arawak language Baniwa do Içana (fluid-S)
- In South America and the Caribbean: many Arawakan languages (also Arahuacan, Arawakanas, Arahuacano, Maipurean, Maipuran, Maipureano, Maipúrean) are active languages of Split-S type, such as Waurá (Split-S, spoken in Brazil)
- Central region of the US - Siouan languages, Omaha, Biloxi (†), Ofo (†), Osage, Winnebago, Crow (fluid-S), Ioway (split-S), Hidatsa, Dakota (split-S), Ponca, Tutelo, Assiniboine, Mandan (split-S); among a Sioux language Lakhota (split-S)