Autor Tópico: Lingüística  (Lida 69053 vezes)

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Offline Wolfischer

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Re:Lingüística
« Resposta #400 Online: 08 de Setembro de 2012, 00:03:52 »
"É tudo a lesma lerda"

Offline Fernando Silva

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Re:Lingüística
« Resposta #401 Online: 08 de Setembro de 2012, 09:47:29 »
O próprio "caramba", que já é um eufemismo, também é suavizado por "caçamba".

"Ponte que partiu" (de uma música do Chico Buarque)

poxa (porra), puxa (puta)


Algum para "foda", "fodeu"? "Fedeu"?

Algum para "merda"?
Para 'foda' tem "flórida" ou "soda" ("aí é flórida...").
Também tem 'mifu' ou 'sifu'.
Para 'merda', basta trocar por 'bosta', 'josta' ou 'titica'.

Lembrei do "cambuta de fedapada!"

Offline Rocky Joe

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Re:Lingüística
« Resposta #402 Online: 08 de Setembro de 2012, 10:34:23 »
"Pucha" é puta em espanhol, acho. Daí o "puxa vida".

Homossexualismo isso de eufemismo.

Offline Muad'Dib

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Re:Lingüística
« Resposta #403 Online: 08 de Setembro de 2012, 10:57:46 »
"Pucha" é puta em espanhol, acho. Daí o "puxa vida".

Homossexualismo isso de eufemismo.


 :lol:

Viadagem do caralho!.


Offline Muad'Dib

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Re:Lingüística
« Resposta #404 Online: 08 de Setembro de 2012, 11:00:01 »
Isso seria mais um neologismo do que um eufemismo não seria?

Offline Fernando Silva

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Re:Lingüística
« Resposta #405 Online: 09 de Setembro de 2012, 09:36:23 »
Isso seria mais um neologismo do que um eufemismo não seria?
Neologismo é inventar uma palavra, em geral para um conceito novo, mas esses exemplos são apenas modificações de palavras existentes.

Offline Muad'Dib

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Re:Lingüística
« Resposta #406 Online: 09 de Setembro de 2012, 10:54:35 »
Não conhecia eufemismo fonético.




Offline Rocky Joe

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Re:Lingüística
« Resposta #407 Online: 09 de Setembro de 2012, 20:23:15 »
"Pucha" é puta em espanhol, acho. Daí o "puxa vida".

Homossexualismo isso de eufemismo.


 :lol:

Viadagem do caralho!.



É isso aí, porra! Já imaginou seu filho chegar em casa e falar "é tudo a lesma lerda"? Você vai ficar se perguntando o resto do dia onde errou na educação do menino.

Falar palavrão é uma coisa tão boa. Lembro de uma pesquisa - não lembro se era séria - que dizia que palavrão ajuda a aliviar a dor. :P

Offline 3libras

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Re:Lingüística
« Resposta #408 Online: 10 de Setembro de 2012, 12:06:10 »
O próprio "caramba", que já é um eufemismo, também é suavizado por "caçamba".

"Ponte que partiu" (de uma música do Chico Buarque)

poxa (porra), puxa (puta)


Algum para "foda", "fodeu"? "Fedeu"?

Algum para "merda"?

filho da truta
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Lingüística
« Resposta #409 Online: 26 de Novembro de 2012, 22:53:10 »
Acho que não é tão lingüística mas esse é o tópico que mais se aproxima depois do "perguntas idiotas":

- O inglês é o idioma não-latino lexicamente mais próximo aos idiomas latinos?

- se sim, quais períodos de contato histórico dão conta disso?

Tem até uma data: 14 de outubro de 1066. Foi quando houve a Batalha de Hastings e os Normandos tomaram conta do país. Antes disso não havia o idioma inglês, havia o anglo-saxão. Os invasores normandos falavam francês e na mistura fala do senhor feudal francês com a fala do servo anglo-saxão  surgiu um novo dialeto que se tornou o inglês. Por isso possui uma grande base lexical românica e uma gramática germânica, além de algumas coisas bem interessantes como animais que possuem um nome vivo e outro morto (quando servido), como exemplo tem-se o boi (ox) que vira beef.

<a href="http://www.youtube.com/v/H3r9bOkYW9s" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/H3r9bOkYW9s</a>

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Lingüística
« Resposta #410 Online: 12 de Dezembro de 2012, 12:44:09 »
Novamente aproveitando o tópico para algo apenas relacionado a idiomas, não exatamente lingüística (se é que isso foi alguma vez realmente o caso)...

Atualmente as pessoas costumam escrever textos com frases relativamente curtas, e parágrafos com umas poucas frases, três ou quatro. Lembro de alguma vez ter lido uma recomendação de que o ideal é que um parágrafo tivesse não mais do que quarenta palavras. Mas textos mais antigos (me lembro agora de John Stuart Mill, Thomas Malthus, Herbert Spencer, etc) tinham uns parágrafos que deveriam ser pelo menos o dobro disso, e frases que também se prolongavam muito mais.

Esse tipo de diferença tem alguma espécie de "classificação" e descrições mais precisas do que esta?

Offline Fernando Silva

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Re:Lingüística
« Resposta #411 Online: 26 de Fevereiro de 2013, 10:17:20 »
Estava olhando um texto latino impresso em 1470 e reparei que o "m" final de várias palavras era substituído por um "~" sobre a vogal anterior.

meum --> meũ
naturam --> naturã

Talvez seja daí que venha nosso "til".

Offline Dr. Manhattan

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Re:Lingüística
« Resposta #412 Online: 26 de Fevereiro de 2013, 10:25:24 »
Estava olhando um texto latino impresso em 1470 e reparei que o "m" final de várias palavras era substituído por um "~" sobre a vogal anterior.

meum --> meũ
naturam --> naturã

Talvez seja daí que venha nosso "til".

E ainda tem gente que reclama quando os adolescentes usam naum em lugar de nao.*


*Com til. Estou usando uma merda de computador com teclado AZERTY. Tenho que sair procurando az letrqs:
You and I are all as much continuous with the physical universe as a wave is continuous with the ocean.

Alan Watts

Offline Christiano

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Re:Lingüística
« Resposta #413 Online: 21 de Julho de 2014, 22:33:36 »
Desde que comecei a aprender esperanto, eu particularmente nunca me interessei em buscar saber de outros idiomas parecidos. Depois que falaram do lojban no Fórum Realidade, eu até fui pesquisar um pouco, mas não gostei. A interlíngua lembra o esperanto e parece com o português, pelo que eu vi. Mas acho que, nessa altura do campeonato, eu não trocaria o esperanto por outros idiomas artificiais. Com certeza vou voltar a estudar o esperanto e vou continuar divulgando ele. Até falei sobre o esperanto para a namorada de uma amiga minha algumas semanas atrás. Minha esposa também está interessada em aprender. Acho que depois que ela terminar a faculdade, vou ensinar para ela.
"A ridícula situação de alguém que critica o que confessa nunca ter lido ou estudado, já é suficiente para desqualificar a sua crítica."
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Offline SnowRaptor

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Re:Lingüística
« Resposta #414 Online: 21 de Julho de 2014, 22:46:49 »
O problema do esperanto é um de que nenhuma língua artificial com o objetivo de ser uma "língua franca" reconhecível ou facilmente aprendivel por falantes de qualquer lingua: simplesmente não dá pra haver uma língua assim.

Pros chineses, por exemplo, a dificuldade e aprender esperando deve ser semelhante à de aprender inglês por exemplo. Sem contar o favorecimento às línguas eslavas tanto na fonética quanto na estrutura.
Elton Carvalho

Antes de me apresentar sua teoria científica revolucionária, clique AQUI

“Na fase inicial do processo [...] o cientista trabalha através da
imaginação, assim como o artista. Somente depois, quando testes
críticos e experimentação entram em jogo, é que a ciência diverge da
arte.”

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Offline Derfel

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Re:Lingüística
« Resposta #415 Online: 10 de Maio de 2015, 08:01:49 »
Citar
Em 200 anos, português "brasileiro" pode se tornar língua autônoma; entenda
Estudo de textos antigos e de entrevistas expõe as marcas próprias do idioma no país, o alcance do R caipira e os lugares que preservam modos antigos de falar no Brasil
Agência Fapesp | 09/05/2015 06:00:41


A possibilidade de ser simples, dispensar elementos gramaticais teoricamente essenciais e responder “sim, comprei”, quando alguém pergunta “você comprou o carro?”, é uma das características que conferem flexibilidade e identidade ao português brasileiro. A análise de documentos antigos e de entrevistas de campo ao longo dos últimos 30 anos está mostrando que o português brasileiro já pode ser considerado único, diferente do português europeu. O português brasileiro ainda não é, porém, uma língua autônoma: talvez seja – na previsão de especialistas, em cerca de 200 anos – quando acumular peculiaridades que nos impeçam de entender inteiramente o que um nativo de Portugal diz.

A expansão do português no Brasil, as variações regionais com suas possíveis explicações, que fazem o urubu de São Paulo ser chamado de corvo no Sul do país, e as raízes das inovações da linguagem estão emergindo por meio do trabalho de cerca de 200 linguistas. De acordo com estudos da Universidade de São Paulo (USP), uma inovação do português brasileiro, por enquanto sem equivalente em Portugal, é o R caipira, às vezes tão intenso que parece valer por dois ou três, como em porrrta ou carrrne.

As rotas do português paulista
Foto: Agência Fapesp
As rotas do português paulista
Associar o R caipira apenas ao interior paulista, porém, é uma imprecisão geográfica e histórica, embora o R desavergonhado tenha sido uma das marcas do estilo matuto do ator Amácio Mazzaropi em seus 32 filmes, produzidos de 1952 a 1980. Seguindo as rotas dos bandeirantes paulistas em busca de ouro, os linguistas encontraram o R supostamente típico de São Paulo em cidades de Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e oeste de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, formando um modo de falar similar ao português do século XVIII.

Quem tiver paciência e ouvido apurado poderá encontrar também na região central do Brasil – e em cidades do litoral – o S chiado, uma característica hoje típica do falar carioca que veio com os portugueses em 1808 e era um sinal de prestígio por representar o falar da Corte. Mesmo os portugueses não eram originais: os especialistas argumentam que o Schiado, que faz da esquina uma shquina, veio dos nobres franceses, que os portugueses admiravam.

A história da língua portuguesa no Brasil está trazendo à tona as características preservadas do português, como a troca do L pelo R, resultando em pranta em vez de planta. Camões registrou essa troca em Os lusíadas – lá está um frautas no lugar deflautas – e o cantor e compositor paulista Adoniran Barbosa a deixou registrada em diversas composições, em frases como “frechada do teu olhar”, do samba Tiro ao Álvaro.

Em levantamentos de campo, pesquisadores da USP observaram que moradores do interior tanto do Brasil quanto de Portugal, principalmente os menos escolarizados, ainda falam desse modo. Outro sinal de preservação da língua identificado por especialistas do Rio de Janeiro e de São Paulo, dessa vez em documentos antigos, foi a gente ou as gentes como sinônimo de “nós” e hoje uma das marcas próprias do português brasileiro.

Célia Lopes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), encontrou registros de a gente em documentos do século XVI e, com mais frequência, a partir do século XIX. Era uma forma de indicar a primeira pessoa do plural, no sentido de todo mundo com a inclusão necessária do eu. Segundo ela, o emprego de a gente pode passar descompromisso e indefinição: quem diz a gente em geral não deixa claro se pretende se comprometer com o que está falando ou se se vê como parte do grupo, como em “a gente precisa fazer”. Já o pronome nós, como em “nós precisamos fazer”, expressa responsabilidade e compromisso.

De vossa mercê para cê

Os documentos antigos evidenciam que o português falado no Brasil começou a se diferenciar do europeu há pelo menos quatro séculos. Uma indicação dessa separação é o Memórias para a história da capitania de São Vicente, de 1793, escrito por frei Gaspar da Madre de Deus, nascido em São Vicente, e depois reescrito pelo português Marcelino Pereira Cleto, que foi juiz em Santos. Comparando as duas versões, José Simões, da USP, encontrou 30 diferenças entre o português brasileiro e o europeu. Uma delas é encontrada ainda hoje: como usuários do português brasileiro, preferimos explicitar os sujeitos das frases, como em “o rapaz me vendeu o carro, depois ele saiu correndo e ao atravessar a rua ele foi atropelado”. Em português europeu, seria mais natural omitir o sujeito, já definido pelo tempo verbal – “o rapaz vendeu-me o carro, depois saiu a correr…” –, resultando em uma construção gramaticalmente impecável, embora nos soe um pouco estranha.

Um morador de Portugal, se lhe perguntarem se comprou um carro, responderá com naturalidade “sim, comprei-o”, explicitando o complemento do verbo, “mesmo entre falantes pouco escolarizados”, observa Simões. Outra diferença é a distância entre a língua falada e a escrita no Brasil. Ninguém fala muito, mas muinto. O pronome você, que já é uma redução de vossa mercê e devosmecê, encolheu ainda mais, para cê, e grudou no verbo: cevai?

“A língua que falamos não é a que escrevemos”, diz Simões, com base em exemplos como esses. “O português escrito e o falado em Portugal são mais próximos, embora também existam diferenças regionais.” Simões complementa as análises textuais com suas andanças por Portugal. “Há 10 anos meus parentes de Portugal diziam que não entendiam o que eu dizia”, ele observa. “Hoje, provavelmente por causa da influência das novelas brasileiras na televisão, dizem que já estou falando um português mais correto.”

“Conservamos o ritmo da fala, enquanto os europeus começaram a falar mais rápido a partir do século XVIII”, observa Ataliba Castilho, professor emérito da USP, que, nos últimos 40 anos, planejou e coordenou vários projetos de pesquisa sobre o português falado e a história do português do Brasil. “Até o século XVI”, diz ele, “o português brasileiro e o europeu eram como o espanhol, com um corte silábico duro. A palavra falada era muito próxima da escrita”. Célia Lopes acrescenta outra diferença: o português brasileiro conserva a maioria das vogais, enquanto os europeus em geral as omitem, ressaltando as consoantes, e diriam tulfón para se referir ao telefone.

Mensalidade ou propina? Depende de quem está falando
Foto: Polícia Civil do Piauí
Mensalidade ou propina? Depende de quem está falando
Há também muitas palavras com sentidos diferentes de um lado e de outro do Atlântico. Os estudantes das universidades privadas não pagam mensalidade, mas propina. Bolsista é bolseiro. Como os europeus não adotaram algumas palavras usadas no Brasil, a exemplo de bunda, de origem africana, podem surgir situações embaraçosas. Vanderci Aguilera, professora sênior da Universidade Estadual de Londrina (Uel) e uma das linguistas empenhadas no resgate da história do português brasileiro, levou uma amiga portuguesa a uma loja. Para ver se um vestido que acabava de experimentar caía bem às costas, a amiga lhe perguntou: “O que achas do meu rabo?”.

Um sinal da evolução do português brasileiro são as construções híbridas, com um verbo que não concorda mais com o pronome, do tipo tu não sabe?, e a mistura dos pronomes de tratamento você e tu, como em “se você precisar, vou te ajudar”. Os portugueses europeus poderiam alegar que se trata de mais uma prova de nossa capacidade de desfigurar a língua lusitana, mas talvez não tenham tanta razão para se queixar. Célia Lopes encontrou a mistura de pronomes de tratamento, que ela e outros linguistas não consideram mais um erro, em cartas do marquês do Lavradio, que foi vice-rei do Brasil de 1769 a 1796, e, mais de dois séculos depois, em uma entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2015-05-09/em-200-anos-portugues-brasileiro-pode-se-tornar-lingua-autonoma-entenda.html

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Lingüística
« Resposta #416 Online: 10 de Maio de 2015, 21:29:56 »
Acho que não havia necessidade. Bastaria os portugueses aceitarem os seus erros (como "t" mudo onde não precisa), e os brasileiros admitirem os seus (como "enxadrista" em vez de "xadrezista"). Os catalões poderiam admitir derrota completa, e falar catalão só entre eles, meio como uma espécie de língua do pê, de brincadeira.

Acho que o idioma só fica mais rico com coisas como os portugueses falando "fantasma sagrado" em vez de "espírito santo", "borracha doce" em vez de "goma de mascar", etc.



Alguém sabe se por acaso o "fixe" dos portugueses é uma outra corruptela de "virgem [Maria]"?

[/não conhecendo o "google"]

Supostamente não:

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Etimologia

    A palavra fixe tem origem na palavra homófona inglesa fish (en) (que em português significa peixe).
    Durante o século 20, Portugal tornou-se cada vez mais um país com um influxo turístico elevado, especialmente de países de língua inglesa (principalmente Inglaterra).
    Desde então é frequente ver esplanadas e restaurantes portugueses cheios de turistas que se deliciam com a cozinha portuguesa, especialmente com os pratos de peixe.
    Estes demonstravam o seu agrado com o peixe que comiam repetindo a palavra "fish!" enquanto estendiam o polegar para cima, em sinal de satisfação e como que dizendo "este peixe é fantástico, muito bom".
    Desde então começou-se a utilizar em Portugal a palavra "fixe", que se pronuncia da mesma forma da inglesa "fish", para referir a algo bom, porreiro, excepcional.
    Confronte-se com a palavra e locução do galego-português medieval fis, e de fix.

http://pt.wiktionary.org/wiki/fixe

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Lingüística
« Resposta #417 Online: 10 de Maio de 2015, 21:39:24 »
O problema do esperanto é um de que nenhuma língua artificial com o objetivo de ser uma "língua franca" reconhecível ou facilmente aprendivel por falantes de qualquer lingua: simplesmente não dá pra haver uma língua assim.

Pros chineses, por exemplo, a dificuldade e aprender esperando deve ser semelhante à de aprender inglês por exemplo. Sem contar o favorecimento às línguas eslavas tanto na fonética quanto na estrutura.

É meio como aprender klingon ou o idioma da Enya.

Muito mais útil aprender um pouco das línguas mais comuns de verdade em vez de línguas de brincadeira. Ou ao menos uma língua de computador.

Offline Fernando Silva

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Re:Lingüística
« Resposta #418 Online: 11 de Maio de 2015, 08:58:08 »
O problema do esperanto é um de que nenhuma língua artificial com o objetivo de ser uma "língua franca" reconhecível ou facilmente aprendivel por falantes de qualquer lingua: simplesmente não dá pra haver uma língua assim.
Várias vezes ao longo da história, quando um povo decidiu adotar uma escrita para sua língua, até então apenas oral, optou-se por uma versão arcaica, vista como mais nobre e correta que a língua falada.

O resultado foi o que é conhecido como "diglossia": uma língua falada e outra escrita. Em alguns casos, isto foi corrigido séculos depois, por decreto ou gradualmente, com a adoção da forma falada também por escrito.

Em outros casos, como o irlandês, a língua escrita correspondia inicialmente à falada, mas, com o tempo, a forma escrita, que se manteve inalterada, deixou de corresponder à falada a ponto de ser necessário, na prática, aprender duas línguas, a escrita e a falada.

Offline Derfel

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Re:Lingüística
« Resposta #419 Online: 11 de Maio de 2015, 11:04:35 »
Acho que não havia necessidade. Bastaria os portugueses aceitarem os seus erros (como "t" mudo onde não precisa), e os brasileiros admitirem os seus (como "enxadrista" em vez de "xadrezista"). Os catalões poderiam admitir derrota completa, e falar catalão só entre eles, meio como uma espécie de língua do pê, de brincadeira.

Acho que o idioma só fica mais rico com coisas como os portugueses falando "fantasma sagrado" em vez de "espírito santo", "borracha doce" em vez de "goma de mascar", etc.



Alguém sabe se por acaso o "fixe" dos portugueses é uma outra corruptela de "virgem [Maria]"?

[/não conhecendo o "google"]

Supostamente não:

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Etimologia

    A palavra fixe tem origem na palavra homófona inglesa fish (en) (que em português significa peixe).
    Durante o século 20, Portugal tornou-se cada vez mais um país com um influxo turístico elevado, especialmente de países de língua inglesa (principalmente Inglaterra).
    Desde então é frequente ver esplanadas e restaurantes portugueses cheios de turistas que se deliciam com a cozinha portuguesa, especialmente com os pratos de peixe.
    Estes demonstravam o seu agrado com o peixe que comiam repetindo a palavra "fish!" enquanto estendiam o polegar para cima, em sinal de satisfação e como que dizendo "este peixe é fantástico, muito bom".
    Desde então começou-se a utilizar em Portugal a palavra "fixe", que se pronuncia da mesma forma da inglesa "fish", para referir a algo bom, porreiro, excepcional.
    Confronte-se com a palavra e locução do galego-português medieval fis, e de fix.

http://pt.wiktionary.org/wiki/fixe


O catalão é já uma língua oficial reconhecida na Espanha, inclusive.  Acho que você está confundindo  com o galego, que possui uma intimidade maior com o português e existe uma discussão se seria uma língua independente ou um dialeto do português (o que é bem engraçado,  já que a origem do português é o galego-português e se originou no norte e se expandiu ao sul com a reconquista, ou seja, talvez o português é que deveria ser um dialeto do galego). Essas questões a parte, não é apenas uma questão de variedade lexical ou ortográfica entre os dois países, mas uma questão mesmo da fala, onde se observa uma variação entre fonemas e construções linguísticas que já hoje dificulta um pouco dois falantes se entenderem e que, segundo os autores, em 200 anos poderiam tornarem completamente  ininteligíveis.

Offline SnowRaptor

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Re:Lingüística
« Resposta #420 Online: 11 de Maio de 2015, 11:12:24 »
Asturiano é miguxês! ;P
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Offline SnowRaptor

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Re:Lingüística
« Resposta #421 Online: 11 de Maio de 2015, 11:36:48 »
Entendi esses dias por que índio fala "mim faz":

Podemos dividir os verbos em dois tipos: transitivos, que exigem dois argumentos: um sujeito e um (ou mais) objeto, e intransitivos, que exigem exatamente um argumento. Na maioria das línguas europeias, o argumento do verbo intransitivo é o sujeito e é declinado da mesma forma que o sujeito do verbo transitivo: no caso nominativo (ou caso reto, dependendo do idioma): Eu, tu, ele etc.

Em vários idiomas indígenas americanos (em particular tupi, tupi-guarani, guarani e dakota), o argumento do verbo intransitivo pode ser declinado tanto como o sujeito do transitivo (eu, tu ele) como o objeto do transitivo (mim, ti, si). A escolha de qual forma usar depende do idioma. Em Tupi e tupi-guarani, por exemplo, existem verbos que pedem o "mim" e existem verbos que pedem "eu". Depende, principalmente, se o verbo denota uma ação proposital, sobre a qual o sujeito tem controle: "eu ando, eu nado", ou se o sujeito é normalmente "paciente" da ação: "mim caiu, mim sonhou". Em outros casos, (Guarani, por exemplo), quem escolhe qual forma usar é quem fala: se a ação foi realmente proposital, por exemplo, se eu peguei uma furta e engoli, "eu engoli", se eu tava correndo de boca aberta, entrou uma mosca na minha boca e eu engoli, sem querer, "mim engoliu". Pode ser usado como sinal de empatia também: eu vejo você tomar um tombo: "tu caíste?" dá a ideia de que eu não tou nem aí por você ter caído. Já "ti caíste?" dá uma conotação mais empática, é o que se falaria enquanto se ajuda a pessoa a levantar, por exemplo.

Quando os falantes nativos desses idiomas tentam aprender português ou inglês, podem ter dificuldade de saber que só "eu" conjugo verbo.

Citar
An active–stative language (active language for short), also commonly called a split intransitive language, is a language in which the sole argument ("subject") of an intransitive clause (often symbolized as S) is sometimes marked in the same way as an agent of a transitive verb (that is, like a subject such as "I" or "she" in English), and sometimes in the same way as a direct object (such as "me" or "her" in English). The case or agreement of this intransitive argument (S) depends on semantic or lexical criteria particular to each language. These criteria tend to be based on the degree of volition or control over the verbal action exercised by the participant. For example, if one tripped and fell, an active–stative language might require them to say the equivalent of "fell me"; saying "I fell" would mean that they had done it on purpose, such as taking a fall in boxing. Another possibility is empathy; for example, if someone's dog was run over by a car, they might say the equivalent of "died her"; to say "she died" would imply that they were not affected emotionally.

[...]

Examples:
  • In Brazil, Bolivia, French Guiana, Paraguay, Peru: Tupì-Guaranì languages - Tupinambà (fluid-S, †), Tupi (†), northern Argentina, eastern Bolivia and southwestern Brazil by 7 million people), Siriono (eastern Bolivia), Camaiura or Kamayura (Split-S, Brazil);
  • Guaraní, a language spoken mainly in Paraguay, has been analyzed as a close-to-ideal active language of the fluid-S type. In Mesoamerica the Oto-Manguean languages Chocho and Amuzgo are active languages of the split-S type, with some verbs showing fluid-S alignment.
  • In Brazil(Upper Rio Negro): Arawak language Baniwa do Içana (fluid-S)
  • In South America and the Caribbean: many Arawakan languages (also Arahuacan, Arawakanas, Arahuacano, Maipurean, Maipuran, Maipureano, Maipúrean) are active languages of Split-S type, such as Waurá (Split-S, spoken in Brazil)
  • Central region of the US - Siouan languages, Omaha, Biloxi (†), Ofo (†), Osage, Winnebago, Crow (fluid-S), Ioway (split-S), Hidatsa, Dakota (split-S), Ponca, Tutelo, Assiniboine, Mandan (split-S); among a Sioux language Lakhota (split-S)
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Offline Fernando Silva

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