Outra vantagem seria eliminar a notação de raiz, que é um dos símbolos mais feios e desengonçados da matemática. Em vez de escrever escreveríamos
Se você quiser inventar uma notação matemática sem super e subscritos, nem o
de raiz, tem o meu apoio desde já. Aaaargh, algo que dê para tacar em texto simples, por favor. Gosto p.ex. da gambiarra de x
5 = x^5, mas isso tende a usar parêntesis demais.
Nunca entendi por que se opta por continuar com notações com super- e sub- escritos, como na Química, ou em log
ab; tinham sua conveniência quando se escrevia somente a mão, passaram a ser um incômodo com as máquinas de escrever e a impressão de larga escala, e se tornaram um terror nos computadores.
Todos os manuais e livros que propoem a ensinar linguas deveriam distinguir sons tais como o:
"t" de tio, que soa meio como "tchio" do
"t" de tela, mas em palavras onde aparece um grupo "ti"
Este "ti" se pronunciaria como em "tio" ou como em "tela", tirando o "e"
e substituindo por "i" em "tela", sem o "ch" da pronuncia do portugues
e
"d" de dia, que soa meio como "djio" do
"d" de dado, mas em palavras onde aparece um grupo "di"
Este "di" se pronunciaria como em "dia" ou como em "dado", tirando o "a"
e substituindo por "i" em "dia", sem o "j" da pronuncia do portugues
ou mais ou menos como o "dia" na fala cantada dos nordestinos, sem
o timbre cantado.
O nome disso é alofonia. Pode ser alofonia ambiental (o modo de pronunciar o fonema muda de acordo com os fonemas ao redor) ou alofonia dialetal (muda de acordo com o dialeto). Dos alófonos do português, a africação das oclusivas alveolares é mais marcante.
Alofonia ocorre em todos os idiomas, mesmo os construídos. Vide, no esperanto, /akvo/ versus /akwo/ (água).
(Africada: oclusiva+fricativa. Africação: ato de transformar uma consoante em africada.
Oclusiva: consoante que faz o ar ser impedido de correr, como /b p t d/ etc.
Fricativa: consoante que faz o ar sair da boca com fricção, como /f v s z/ etc.
Alveolar: a ponta da língua encosta um pouco atrás dos dentes no céu da boca, como /s z t d n/ etc.)Além disso, <rr> é pronunciado bastante "catarrado" (fricativa uvular) em alguns dialetos, trrrrrinado em outros e como o /h/ do inglês em outros.
(O que estiver escrito <entre maior-que e menor-que> se refere à ortografia; /entre barras/, aos fonemas; [entre colchetes], aos fonos, mas eu vou substituir por parêntesis por causa das tags do fórum.
Fonos são como os sons são pronunciados; fonemas, como são interpretados. Os <t>s de <tio> e de <tatu> correspondem aos fonos diferentes (tʃ) e (t), pois são pronunciados diferentes, mas são o mesmo fonema /t/, pois a diferença entre eles é ignorada pelos falantes. Dá pra sacar pelo exemplo? rsrsrs)Mas isso não importa, a gente já sabe falar português. Certo? Errado, importa. Alofonias mudam de idioma para idioma, e uma das coisas mais difíceis, ao se aprender outro idioma, é lembrar de fazer as distinções que você foi treinado desde a infância a ignorar. Os casos acima (dj-d, tch-t, r-h) fazem diferença no inglês, e se você os ignora, acaba criando confusões como rat-hat, tin-chin, etc.
Ou seja: manuais, idealmente, não devem explicar
apenas as alofonias do idioma-alvo, mas também do primeiro idioma. Mas a maioria simplesmente pula isso porque dá trabalho de explicar, e o povão quer aprender um idioma em duas semanas.
Isto fora os diversos sons das vogais a,e,i,o,u que nem sempre sao
definidos com precisao.
O sistema das vogais do português é estranho. Sério. Veja pelos erros de ortografia:
*<iscrever> ao invés de <escrever>;
*<mininu> ao invés de <menino>; etc.
Quando não se está em sílaba tônica, na prática o português não distingue entre /é ê i/, nem entre /ó ô u/. É como se tivéssemos três vogais orais para sílabas não-tônicas - /a i u/, e sete para as tônicas /a é ê i ó ô u/.
(Quando uma ortografia tiver *<un azterisko> na frente, é um erro proposital.
Vogal oral: português diferencia entre vogais orais e nasais, compare <pais> /pajs/ com <pães> /pãjs/. Esse /j/ é a semivogal que a gente escreve usando < e> ou < i>, e deveria levar til no segundo exemplo.
Os símbolos certos para /é ê ó ô/ são /ɛ e ɔ o/, mas mapa de caracteres é um saco.) Pra complicar as coisas, isso muda de acordo com o dialeto. Lusitanos reduzem /e o/ de um modo que, para brasileiros, "p'rece qu'eles 'stão a c'mer as v'gais"; pernambucanos usam muito /é/ em sílabas não-tônicas ("Eu moro em Pérnambuco"); lusitanos fazem isso também, mas nas vogais <tónicas> antes de nasais (e isso se reflete na ortografia).
E, já que você se interessa por grego, houve um tempo no grego antigo em que oclusivas aspiradas e fricativas dos mesmos pontos de articulação eram alófonos, o que volta ao ponto de como pronunciar as consoantes <φθχ>: em grego mais antigo, seria os alófonos /pʰ tʰ kʰ/, parecidos com no inglês <pill till kill>; em grego um pouco mais puxando pro koiné, seriam /f th ch/ (onde "th" é o do inglês, e "ch" é do alemão).
E saindo completamente do assunto, essa evolução de aspiradas para fricativas é bastante comum. Aconteceu no inglês, inclusive: <thunder> era pronunciado /tʰundar/. E provavelmente vai ocorrer novamente, especialmente no inglês britânico.
Há algumas mudanças fonéticas que se repetem. Essa é uma.
A africação de consoantes à frente do /i/, é outra, que não só ocorreu no romanche medieval como ainda ocorre nas neolatinas.
Palatização (/k/>/ts/) das neolatinas ocorre nas línguas eslavas, mas com direito a sinais ortográficos indicando "palatize essa consoante".
Redução de vogais para vogal central (também chamada de schwa) ocorre no português, ocorreu no proto-eslavo (aonde o schwa é marcado por <ы> no russo ), e é uma das coisas que zoneia com a ortografia do inglês.
Se der tudo certo, vou estudar isso aí minha vida inteira, entre um livro e outros de poesias