Agnóstico:
Lusitano
De certa maneira nós criamos o universo que vivemos.
Estou absolutamente de acordo Por exemplo, eu posso viver em um universo onde o sol é um deus. Se eu tenho isso como verdadeiro, é factível, temos histórico da ocorrência e do fato de que nossa mente pode criar um conjunto de argumentos e ad hocs para embasar a afirmação: O Sol é um deus.
Em termos de religião comparada, não há a mínima dúvida que o sol é um deus. Do que eu conheço de história das religiões, foi um faraó egípcio que o propôs, para deus propriamente dito, proposição essa que eu considero legítima.
Para essa pessoa, ele terá uma série de experiências, intuições e evidências que corroborarão esse fato.
Pela análise do conceito de deus, em termos de paralogismo comparado, isso é inteiramente certo.
E a pessoa criou para si um universo, com regras, etc.. Isso é possível porque podemos facilmente viver nossa vida tendo como pilares de sustentação a nossa razão apenas. É, se quiser, uma espécie de autismo, com interações controladas com o mundo exterior.
Em termos de realismo fantástico, também considero essa atitude consistente. Mas na discussão presente,
“o sol é deus”, eu sou de opinião que o autismo, não se enquadraria bem nesta situação, por que seria uma forma de solipsimo.
(se bem que eu, considero o solipsismo como uma filosofia mais ou menos religiosa bastante aceitável) Uma vez que o Sol quando nasce é para todos.Então, temos vários universos que são sustentados da mesma maneira que o seu:
- O universo dos ETs, o universo dos cristais, o universo dos deuses abraamicos carniceiros, o universo dos espíritas e etc..
O que cada habitante desse universo tem em comum? A certeza de que está correto, a certeza de que há evidências que sustentam o seu univeso, e muitas vezes, a certeza de que o habitante do universo vizinho está equivocado.
Certo! Na mente humana cabe
quase tudo.
Uma hora, algumas pessoas tomam a decisão de questionar a sua intuição, de questionar o que pode ser aceito como evidência. E veja, é uma apostura humilde desacreditar em si mesmo. A partir disso, e muitas vezes após muito sofrimento, a pessoa adota uma epistemologia, começa a aceitar como evidência apenas o que pode ser comprovado, visto, por outras pessoas. Começam a identificar falácias em seu próprio raciocinio, e entende algo que poucas pessoas realmente compreende: o que é um ad hoc.
Concordo inteiramente!!!
A partir disso o universo autista se destrói e a pessoa é obrigada a confrontar sua experiência e pontos de vista com outras pessoas, obrigando a se expor a um processo contínuo de mudanças em si mesmo.
A meu ver, você está utilizando o conceito de autismo, de uma forma pouco comum… Como eu já lhe disse antes: bate bem com solipsismo, em que só você existe, e todos nós somos projecções mais ou menos inconscientes da sua mente. Mas em relação a uma religião universal como o cristianismo, por exemplo, já não encaixa tão bem…
Enfim, podemos escolher o universo em que vivemos. Sempre vai fazer sentido.
Evidentemente, que podemos escolher o referencial, filosófico, científico ou religioso, na sociedade em que nos situamos... (pessoalmente agradeço à divina democracia essa possibilidade) Podemos viver em universos paralelos, e adaptarmo-nos perfeitamente à sua existência, desde que isso não prejudique a eficácia da nossa sobrevivência e bem-estar pessoais.
___________________________________________________________
_______
Especulando realismo fantástico, em termos de paralogismo comparado – Artur.