Lusitano
De certa maneira nós criamos o universo que vivemos.
Por exemplo, eu posso viver em um universo onde o sol é um deus. Se eu tenho isso como verdadeiro, é factível, temos histórico da ocorrência e do fato de que nossa mente pode criar um conjunto de argumentos e ad hocs para embasar a afirmação: O Sol é um deus.
Para essa pessoa, ele terá uma série de experiências, intuições e evidências que corroborarão esse fato.
E a pessoa criou para si um universo, com regras, etc.. Isso é possível porque podemos facilmente viver nossa vida tendo como pilares de sustentação a nossa razão apenas. É, se quiser, uma espécie de autismo, com interações controladas com o mundo exterior.
Então, temos vários universos que são sustentados da mesma maneira que o seu:
- O universo dos ETs, o universo dos cristais, o universo dos deuses abraamicos carniceiros, o universo dos espíritas e etc..
O que cada habitante desse universo tem em comum? A certeza de que está correto, a certeza de que há evidências que sustentam o seu univeso, e muitas vezes, a certeza de que o habitante do universo vizinho está equivocado.
Uma hora, algumas pessoas tomam a decisão de questionar a sua intuição, de questionar o que pode ser aceito como evidência.
E veja, é uma apostura humilde desacreditar em si mesmo. A partir disso, e muitas vezes após muito sofrimento, a pessoa adota uma epistemologia, começa a aceitar como evidência apenas o que pode ser comprovado, visto, por outras pessoas. Começam a identificar falácias em seu próprio raciocinio, e entende algo que poucas pessoas realmente compreende: o que é um ad hoc.
A partir disso o universo autista se destrói e a pessoa é obrigada a confrontar sua experiência e pontos de vista com outras pessoas, obrigando a se expor a um processo contínuo de mudanças em si mesmo.
Enfim, podemos escolher o universo em que vivemos. Sempre vai fazer sentido