Vou fazer umas perguntas que ja fiz no RV. Os espíritas de lá não reponderam a elas.
Começarei por esta:
Como trabalho com informática, ocorreu-me questionar em que tipo de "mídia" são armazenadas as experiências de vida de um indivíduo, ao longo de suas n encarnações...
Sabemos que as informações são armazenadas no cérebro e uma quantidade fantástica delas.
Tanto é que não haveria HD algum que fosse capaz de armazenar cada bit de informação que alguem acumulou desde o nascimento.
Pois bem, e quando nos desfazemos do cérebro?
Para onde estas informações vão?
Como são acessadas?
Quem ou o que acessa tais informações e as analisa?
Como estão representadas? Em binário? Em outra base numérica qualquer?
Como a alma do desencarnado e as outras almas de la "vêem" estas informações?
Para a lei do carma funcionar, seria necessário ter acesso não apenas aos dados da última encarnação, como tambem aos dados de todas as outras encarnações, sabe-se-la quantos PetaBytes, caso contrário as provas a que o indivíduo se submeteria seriam baseadas em que???
Fico impressionado de que ninguem pergunte coisas assim! Quando fui espírita nunca vi ou ouvi ninguem se questionando os COMO as coisas funcionavam por la e somente os PORQUES, os PARA QUE ou os QUES!
E de onde saiu esta ainda tem muitas outras...
Resposta padrão dos espíritas: é um ´´fluido´´, uma ´´matéria sutil´´, ´´quintessenciada´´, ´´depurada´´, que algum cientista da NASA teria estudado, etc. etc.
Interpretação: fluidos até poderiam ser um conceito aceitável em 1857, como o flogístico, o calórico, os miasmas pestilentos e o éter luminífero. Em 2008, é um conceito ridículo e ultrapassado, como a maioria das interpretações espíritas, aliás.
A propósito, lembrei deste texto do livro "Os Dragões do Éden" de Carl Sagan (Cap II - Genes e Cérebros):
"Os neurobiologistas, em sua maioria, acreditam que os neurônios sejam os elementos ativos na função cerebral, embora haja indícios de que algumas lembranças específicas e outras funções cognitivas estejam contidas em determi¬nadas moléculas do cérebro, tais como o ARN (ácido ribonucléico) ou proteínas pequenas. Para cada neurônio do cérebro existem aproximadamente 10 células gliais (originadas da palavra grega que quer dizer cola) que proporcionam a sustentação da arquitetura neuronal. Um neurônio em um cérebro humano faz entre mil e 10 mil sinapses ou ligações com neurônios adjacentes. (Muitos neurônios da medula espinhal parecem fazer cerca de 10 mil sinapses, e as chamadas células de Purkinje , do cerebelo, podem fazer até mais. O número de ligações dos neurônios no córtex é provavelmente inferior a 10 mil.) Se cada sinapse responde através de uma resposta sim-ou-não única a uma pergunta elementar, à semenlhança dos elementos contidos nos computadores eletrônicos, o número máximo de resposta sim/não ou bits de informação que o cérebro pode conter é aproximadamente 10^10 x 10^3 = 10^13, ou 10 trilhões de bits (ou 100 trilhões = 10^14 bits se tivéssemos considerado 10^4 sinapses para cada neurônio). Algumas dessas sinapses devem conter a mesma informação contida em outras sinapses; algumas devem estar relacionadas a funções motoras e outras funções não-cognitivas; e outras podem estar simplesmente vagas, esperando a informação de um novo dia para entrar em ação.
Se cada cérebro humano só fizesse uma sinapse - correspondente a uma estupidez monumental - seríamos capazes de apenas dois estados mentais. Se tivéssemos duas sinapses, 22 = 4 estados, três sinapses, 23 = 8 estados, e em geral, para N sinapses, 2^N estados. Mas o cérebro humano é caracterizado por umas 10^13 sinapses. Por conseguinte, o número de diferentes estados de um cérebro humano equivale a 2 elevado a essa potência - ou seja, multiplicado por ele mesmo 10 trilhões de vezes. Esse é um número inconcebivelmente grande, muito maior, por exemplo, do que o número total de partículas elementares (elétrons e prótons) em todo o universo, que é muito menor do que 2 elevado à potência 10^13. É em virtude desse imenso número de configurações funcionalmente diferentes do cérebro humano que dois seres humanos, mesmo que sejam idênticos, jamais poderão ser muito parecidos. Esses números enormes também podem explicar algo da imprevisibilidade do comportamento humano e daqueles momentos que surpreendem até a nós mesmos pelo que fizemos, De fato, em face desses números, o espantoso seria a existência de regularidade no comportamento humano. A resposta deve ser que de forma alguma estão ocupados todos os estados cerebrais possíveis; deve existir um número enorme de configurações mentais que jamais foram introduzidas ou sequer vislumbradas por qualquer ser humano na história da humanidade. Sob essa perspectiva, cada ser humano é realmente raro e diferente, sendo a santidade de cada vida humana uma conseqüência ética plausível.
Nos últimos anos, tem-se tornado clara a existência de microcircuitos no cérebro. Nesses microcircuítos, os neurônios constituintes são capazes de uma variedade muito maior de respostas do que o simples "sim" ou "não" dos elementos comutadores contidos nos computadores eletrônicos. Os microcircuitos têm dimensões muito reduzidas (as dimensões típicas são da ordem de 1/10 mil centímetro) e são portanto capazes de processar os dados muito rapidamente. Eles respondem a cerca de um centésimo da voltagem necessária para estimular os neurônios, comuns, sendo, por conseguinte, capazes de respostas muito mais elaboradas e sutis. Tais microcircuitos parecem aumentar em número de maneira compatível com nossas noções habituais a respeito da complexidade de um animal, atingindo sua máxima proliferação, tanto em termos absolutos quanto relativos, nos seres humanos.
Também se desenvolvem tardiamente na embriologia humana. A existência desses microcircuitos sugere que a inteligência pode ser o resultado não apenas da importância da relação entre as massas do cérebro e do corpo, mas também da abundância de elementos comutadores no cérebro. Os microcircuitos tomam o número de estados cerebrais possíveis ainda maior que o que calculamos no parágrafo anterior, e assim corroboram ainda mais a espantosa singularidade de cada cérebro humano.
Podemos abordar o tema do conteúdo de informação do cérebro humano de uma forma bastante diferente - introspectivamente. Tente imaginar alguma lembrança visual, por exemplo, de sua infância. Observe-a bem de perto com o "olho" de sua mente. Imagine-a composta de um conjunto de finos pontos como uma fotografia de jornal. Cada ponto possui certa cor e brilho. Agora você deve indagar quantos bits de informação são necessários para caracterizar a cor e o brilho de cada ponto; quantos pontos compõem a imagem rememorada; e quanto tempo leva para lembrar todos os pormenores da imagem. Nesta retrospectiva, você focaliza uma parte muito pequena da imagem em um determinado momento; seu campo visual é bastante restrito. Quando encontrar todos esses números, você chega ao índice de informação processado pelo cérebro em bits por segun-do. Quando faço um cálculo desse tipo, verifico um índice máximo de processa¬mento em torno de 5 mil bits por segundo.
Mais comumente, essas rememorações visuais concentram-se nos contor¬nos das formas e nas alterações bruscas de brilhante para escuro, e não na configu¬ração de áreas de brilho em grande parte neutras. A rã, por exemplo, vê com gran¬de predomínio na direção dos gradientes de brilho. Entretanto, existem considerá¬veis indícios de que a lembrança pormenorizada dos interiores, e não apenas os contornos das formas, é razoavelmente comum. Talvez o caso mais contundente seja uma experiência com seres humanos em uma construção estereoscópica de uma imagem tridimensional, usando um padrão evocado por um olho e um padrão sendo visto pelo outro. A fusão de imagens nesse anaglifo requer a me¬mória de 10 mil elementos pictóricos.
Mas eu não estou relembrando imagens visuais durante todo o meu tempo de vigília, nem estou submetendo continuamente as pessoas e os objetos a uma intensa e cuidadosa investigação. Faço isso talvez durante uma pequena porcentagem de tempo. Meus outros canais de informação - auditivos, táteis, olfativos e gustativos - são envolvidos com índices de transferência muito menores. Concluo que o índice médio de dados processados pelo meu cérebro gira em torno de (5 mil/50) = 100 bits por segundo. No decorrer de 60 anos, isso corresponde a 2 x 10^11 ou 200 bilhões de bits no total, inseridos na memória visual, ou de outra natureza, caso eu tenha memória perfeita. Esse número é menor, porém não muito menor, que o número de sinapses ou de conexões neurais (uma vez que o cérebro tem mais o que fazer além de simplesmente lembrar) e sugere que os neurônios são realmente elementos importantes na função cerebral. "